Hoje o blog está completando seis anos de idade. A brincadeira que iniciou sem grandes pretensões está completando mais um ano de vida. Tudo bem que no último ano fiz poucas postagens, mas mesmo assim o blog continua vivo e tendo uma boa quantidade de visitas diárias, vindas de vários países. Nada comparado há uns dois anos quando durante um longo tempo batíamos recordes diários de visitações. Hoje as visitas são 40% do que eram há dois anos, mas mesmo assim o número de visitantes mensal ainda faz valer a pena manter o blog.
O plano é manter o blog no ar e daqui um ano completar mais um aniversário. Mais uma vez não sei ao certo que rumo dar ao blog, mas isso é o que menos importa. O que importa é que muito do que foi publicado aqui nestes seis últimos anos tem ajudado muitas pessoas de diversas formas. E o mais importante de tudo é que o blog continua sendo uma ferramenta para conhecer pessoas, fazer novas amizades.
No último ano o blog mudou de nome, deixando de ser “Blog do Vander Dissenha”, para se tornar “Histórias, viagens, fotos e bobagens…”. A mudança de nome tem um motivo, mas por enquanto não posso contar isso aqui. No momento apropriado todos os nossos visitantes fiéis e os eventuais ficarão sabendo das novidades.
A dupla Bob & Robison fez muito sucesso em meados dos anos oitenta. Eles comandaram um programa sobre música sertaneja, no SBT. Esse programa passava logo após o programa do Chitãozinho & Xororó, que na época estavam começando a ter muito sucesso. Pouco tempo depois Bob & Robison resolveram parar com a carreira, por motivos pessoais. Em 1987 vi um show deles em Campo Mourão e na época podia me considerar um grande fã da dupla, pois sabia a letra de quase todas as músicas deles. E foi uma pena terem encerrado a carreira no auge.
Mas após vinte anos estão voltando a cantar. E na última semana tive a oportunidade de ver a dupla cantando ao vivo em um programa de televisão e até mesmo conversar com os dois. Também ganhei um CD autografado, com todos os grandes sucessos da carreira de Bob & Robison. Espero que esse recomeço de carreira tenha o mesmo sucesso do passado e que em breve eles possam fazer algum show aqui em Campo Mourão.
Bob & Robson (anos 80).Bob & Robson (anos 80).Bob & Robson, na TV Carajás.Vander, com Bob & Robson.Bob & Robson, no Programa “Ricardo Borges”.
O Museu Alfredo Andersen (MAA), é uma instituição administrada pelo poder público estadual, vinculada a Coordenadoria do Sistema Estadual de Museus (COSEM) da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Paraná (SEEC-PR). Tem sua origem na “Sociedade de Amigos” criada por pessoas que conviveram e admiravam Alfredo Andersen. Essa Sociedade, instituída em 3 de novembro de 1940, tinha por objetivo primeiro criar na edificação onde Andersen viveu e trabalhou como artista e educador (localizada na Rua Mateus Leme, número 336, do bairro São Francisco), uma unidade museológica para preservação de sua obra e para dar continuidade aos seus ideais. Tomando por base o desejo dessa Sociedade, em 1947 o Deputado Estadual Rivadávia Vargas formalizou proposta ao Poder Público para início de um processo de desapropriação do imóvel para ser utilizado na preservação da memória de Andersen. Essa proposição foi concretizada em 1959, com a abertura da “Casa de Alfredo Andersen – Escola e Museu de Arte”. Finalmente, em 1979, essa instituição passou a ser denominada “Museu Alfredo Andersen”.
O edifício que hoje é a sede do Museu Alfredo Andersen remonta ao final do século XIX. Esta é uma edificação eclética, com características do estilo neoclássico desenvolvido pelos imigrantes alemães que se fixaram em Curitiba. Composta de dois pavimentos e confeccionada em alvenaria de tijolos, possui uma fachada principal simétrica, na qual se destacam os elementos decorativos bastante estilizados, uma pequena varanda de peitoril metálico, e a placa alusiva a Alfredo Andersen criada por João Turin. Antes de se tornar a sede do Museu Alfredo Andersen, essa edificação abrigou diferentes instituições. Foi originalmente construída para o funcionamento de uma sociedade recreativa alemã; depois transformou-se na residência, atelier e escola de artes de Alfredo Andersen, e de 1935 a 1964 foi a residência, atelier e escola de artes de seu filho, Thorstein Andersen. Durante anos Thorstein manteve as funções do espaço estabelecidas por seu pai, mas ampliou a edificação para se tornar mais apta as suas próprias necessidades. Essa edificação, desapropriada e restaurada parcialmente em 1959, só foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1971. Entre 1988 e 1989 foi totalmente restaurada e ganhou o aspecto que mantém até hoje.
Assim como Alfredo Andersen é uma personalidade de destaque na história da arte do Paraná, o Atelier de Arte do Museu Alfredo Andersen e o do Centro Juvenil de Artes Plásticas o são na história do ensino de artes nesse estado. Isso porque esses dois centros de educação, durante todos os anos de suas existências, têm estado à frente de atividades de ensino e discussões sobre arte, e porque entre aqueles que foram seus alunos ou docentes encontram-se personalidades de relevância para a história da cultura paranaense.
Biografia
Alfred Emil Andersen nasceu em Christianssand, capital do condado de Vest-Agder, sul da Noruega, em 3 de novembro de 1860, como o único filho homem dentre os cinco do casal Tobias Andersen e Hanna Carina Andersen. Sua formação artística se deu toda na Europa, em ateliês particulares da Noruega e Dinamarca, e na Academia Real de Belas Artes de Copenhagen, tendo sido aluno de artistas e decoradores de destaque em seu tempo como Wilhelm Krogh e Carl A. Andersen.
Entre as décadas de 1880 e 1890, Andersen atuou como artista profissional na Noruega e na Dinamarca, desempenhando atividades de pintor (realizando mostras individuais em Oslo e Copenhagen), professor, cenógrafo e jornalista. Aqueles eram anos conturbados no norte da Europa, particularmente para a Noruega, que após anos de dominação dinamarquesa e sueca conquistava sua independência política e cultural. Um grande movimento nacionalista e de busca por elementos que caracterizassem a identidade norueguesa impulsionou a criação artística, e definiu essas décadas como uma das mais profícuas nas artes na Noruega. É nesse contexto que encontramos aqueles que são considerados alguns dos maiores artistas noruegueses: o compositor Edvard Grieg (1843-1907), o dramaturgo Henrik Ibsen (1828-1906) e o escritor Knut Hamsun (1859-1952). Andersen foi impregnado por esse espírito nacionalista romântico e enriquecido nele pelos contatos que teve com Hamsun e com o pintor regionalista Olaf W. Isaachsen (1835-1893). Sendo filho de um capitão da marinha mercante, Andersen teve a oportunidade de visitar vários locais do mundo, e devido a essa facilidade em 1889 foi enviado a Paris para fazer a cobertura jornalística do Salão Oficial de Belas Artes, no ano em que a Torre Eiffel foi inaugurada como um marco da Exposição Universal de Paris.
Em 1892, após um longo período de viagens pela Europa e América, Andersen desembarcou no Paraná, fixando residência em Paranaguá, num período tenso da história do Brasil, marcado pela consolidação do regime republicano, e por motins e levantes populares como a Revolução Federalista. Apesar do desconhecimento da língua portuguesa e das diferenças culturais, Andersen se adaptou a sociedade brasileira. Primeiramente se estabeleceu no litoral do Paraná, e lá residiu por cerca de dez anos, vivendo da feitura de retratos sob encomenda e de decorações cênicas para casas. Aos quarenta e dois anos, pouco tempo após casar com a parnanguara Anna de Oliveira (1882-1945), Andersen mudou-se para Curitiba. Na capital do Paraná abriu um atelier na Rua General Deodoro (atual Marechal Deodoro) no espaço antes ocupado pelo fotógrafo alemão Adolpho Volk. Nos anos em que manteve seu atelier nesse local, Andersen retomou suas atividades profissionais mais próximo o possível ao que fazia na Europa, realizando exposições individuais de seu trabalho, participando de mostras coletivas, e retomando seu papel como professor de desenho e pintura. Naqueles anos Andersen também buscou incentivar o desenvolvimento do mercado de obras de arte, entretanto, Curitiba ainda se encontrava muito aquém das localidades por onde havia passado. Esta era uma cidade em processo de implantação de infra-estrutura urbana (poucas ruas com pavimentação, com fornecimento deficitário de luz elétrica, onde o transporte de pessoas, bens e produtos era feito basicamente por tração animal), cuja população se dividia entre agricultores (imigrantes de diferentes etnias assentados em colônias), comerciantes (que negociavam muitos produtos vindos de outras localidades), industriais (relacionados ao processo de produção de mate e produtos alimentícios, ou à indústria gráfica e metalúrgica), políticos, religiosos, profissionais liberais e manufatureiros.
Na década de 1910, Andersen, então pai de três filhos, alargou seu campo de atuação. Passou a lecionar desenho em instituições de ensino formal da cidade, como a Escola Alemã, o Colégio Paranaense, e a Escola de Belas Artes e Indústrias (primeira instituição voltada para o ensino de técnicas artísticas aberta no Paraná e que em 1893 causou grande impacto em Andersen). Além disso, estreitou seus laços com o Governo do Estado, executando o primeiro projeto para o brasão do Estado do Paraná. Naquela década, mais precisamente em 1915, um ano após o nascimento de sua última filha, Andersen mudou seu atelier-escola para a edificação em que hoje se encontra o Museu Alfredo Andersen, localizada na então Rua Assunguy, atual Mateus Leme.
Nos anos que seguiram aos daquela década o trabalho de Andersen como pintor, educador e agente cultural foi extremamente rico, e sua reputação profissional se solidificou, demonstrando como a classe burguesa que se estabelecia em Curitiba mantinha um gosto enraizado nas tradições artísticas européias do século XIX. Em 1927, Andersen retornou à Noruega numa viagem de visita a família e amigos, reencontrando seu antigo professor Wilhelm Krogh. Apesar de receber um convite do governo norueguês para ficar e dirigir a Escola de Belas Artes de Oslo, Andersen declinou e retornou ao Brasil. Os últimos anos de vida de Andersen foram marcados pelo reconhecimento e por homenagens, como o título de “Cidadão Honorário de Curitiba” que recebeu em 1931 da Câmara Municipal de Curitiba. O pintor, já então chamado de “Alfredo” Andersen, faleceu em Curitiba no dia 9 de agosto de 1935.
FONTE: http://www.maa.pr.gov.br/
Alfredo Andersen.Fachada do Museu Alfredo Andersen.Museu Alfredo Andersen.
Interior do Museu.Objetos originais de Alfredo Andersen.Obras em exposição.Quadros em exposição.Detalhe do interior do prédio do Museu.Quadro: Intimidade II.
Foi criado um novo grupo de ciclismo aqui em Campo Mourão, chamado Sou Bike. Já existia o Bike Vida e com a criação do novo grupo, as opções de dias e horários para pedalar em grupo, bem como a quilometragem do pedal, ficou maior. Isso beneficia quem não tem muito tempo disponível, como no meu caso.
Já fiz vários pedais muito divertidos com o pessoal do Sou Bike. Foram pedais diurnos e noturnos, principalmente por áreas rurais, com paisagens muito bonitas. E o melhor de tudo são as novas amizades que vão surgindo.
Abaixo algumas fotos de pedais com o Sou Bike:
Pedal diurno.Pedal noturno.Pedal na chuva.Pedal no barro.Pedal na natureza.Belas paisagens.Pit stop para o xixi.Sábado de sol.Pedal em grupo.Ciclistas felizes…Ciclistas descontraídos…Pedal em área rural.
Comecei a acompanhar às corridas de Fórmula 1 pela TV, em 1980, influenciado por alguns amigos. Mas desde 1978 assistia uma ou outra corrida, sem entender direito o regulamento ou conhecer os pilotos. Mas a partir de 1980 tomei gosto pela coisa, e foi através da narração do Luciano do Vale, na Globo, que comecei a me interessar pra valer por Fórmula 1. Logo me tornei “piquetista” e no ano seguinte o Nelson Piquet conquistou seu primeiro título na Fórmula 1. Passei a assistir quase todas as corridas pela TV e em 1984 surgiu Ayrton Senna. Eu ainda torcia muito pelo Piquet, mas após a corrida de Mônaco, quando o Senna só não venceu a prova com seu fraco carro Toleman, por culpa dos juízes que encerraram a prova na metade, em razão da chuva, passei a torcer muito pelo Senna.
E a partir de 1985, com o Senna na Lotus e vencendo suas primeiras corridas, passei a assistir todas as provas da temporada de Fórmula 1. Eu organizava minha vida e meus compromissos, para sempre poder assistir as corridas. E assim acompanhei o fenômeno Ayrton Senna desde o começo de sua carreira na Fórmula 1. Assisti ao vivo quase todas as provas de que Senna participou. Continuei tendo uma grande admiração pelo Piquet e também torcia por ele. Mas o Senna era diferente, ele era meio maluco e dirigia além do limite, corria mais riscos. Talvez seja por isso que o Piquet ainda esteja vivo e o Senna morreu há exatos 20 anos.
A morte do Senna foi um momento daqueles que você lembra para o resto da vida, principalmente para aqueles que gostavam de Fórmula 1. E a comoção que aconteceu no Brasil, só tinha visto algo parecido em 1985, quando o Tancredo morreu. Mas a morte do Senna foi ainda mais chocante e emocionou e entristeceu quase todos os brasileiros.
Eu que raramente perdia alguma corrida de Fórmula 1, acabei perdendo justamente a corrida em que o Senna morreu. Já tinha acompanhado as notícias do grave acidente do Rubens Barrichelo na sexta-feira de treinos e da morte do Roland Ratzenberger, no treino de sábado. Naquela época eu vivia em Curitiba e não assisti a corrida, por que tinha dormido com um grupo de amigos na igreja e no domingo íamos fazer uma apresentação no culto da manhã. Lembro que estava batendo papo na calçada e meu amigo Cornélio veio contar que o Senna tinha sofrido um grave acidente e que dificilmente sobreviveria. Achei que ele estava exagerando, pois o Senna era meio que um super-herói imortal. Não me preocupei mais com o assunto, até que fomos almoçar no apartamento da Sônia e da Rosane e ligamos a TV. Estavam falando ao vivo sobre o estado de saúde do Senna. Sei que o almoço foi em clima de velório, onde ninguém falava nada. E finalmente veio a notícia confirmando a morte do Senna. Naquele momento todos perderam á fome e alguns que estavam a mesa ficaram com os olhos cheios de lágrimas.
No resto daquele domingo e nos dias seguintes, fiquei o tempo todo em busca de notícias na TV e nos jornais. A internet ainda caminhava a passos lentos naquele início de maio de 1994 e por essa razão não era tão fácil saber das notícias, igual é hoje em dia. E o mais comovente de tudo foi o dia do sepultamento do Senna, quando milhares de pessoas saíram às ruas de São Paulo para se despedirem do grande ídolo. Para um país carente de heróis, Senna foi o grande herói que o Brasil teve e que levava alegria e enchia de orgulho o sofrido povo brasileiro. Ver as vitórias de Senna pela TV, muitas conquistadas heroicamente, e depois ouvir o hino nacional era motivo de orgulho para os brasileiros.
Depois da morte do Senna, a Fórmula 1 e o Brasil nunca mais foram os mesmos. E minha paixão pela Fórmula 1 foi esfriando cada vez mais. Cheguei a assistir uma corrida de Fórmula 1 ao vivo, mas nem isso fez meu velho interesse pelo automobilismo ser igual era antes da morte do Ayrton Senna. Hoje em dia raramente vejo uma corrida. Prefiro ver o compacto pelo internet, do que acordar cedo aos domingos, ou cancelar algum compromisso para ficar vendo corrida pela TV. Vintes anos se passaram desde a morte de Senna, o Brasil mudou, eu mudei, mas às lembranças do antigo ídolo e herói nacional permanecem e com certeza jamais teremos outro Senna e outros momentos de alegria iguais aos que ele nos proporcionava.
Lápide de Ayrton Senna (Cemitério do Morumbi – São Paulo) 1995.Visitando o túmulo do Ayrton Senna. (jul/1995)
Esta semana assisti aos três primeiros episódios da série “Klondike”. Eu não sabia da existência de tal série, que estrou nos Estados Unidos em janeiro, pelo Discovery Chanel e no final de março aqui no Brasil. Sou fã declarado de séries (não de todas!) e o Klondike é um tema que me interessa há muitos anos. Então uma série sobre o Klondike foi algo sensacional! Para quem não sabe, a região do Klondike fica no norte do Canadá, na fronteira com o Alaska e foi lá onde ocorreu a última Corrida do Ouro, no final da década de 1890.
A primeira vez que ouvi falar no Klondike, foi num gibi do Tio Patinhas, quando eu era criança. Quem lê ou leu as revistinhas do Tio Patinhas, sabe que ele fez sua fortuna garimpando ouro no Klondike. Demorou alguns anos até eu descobrir que o Klondike realmente existia e a partir de então sempre busquei ler e assistir tudo o que era possível sobre tal tema. Inclusive o Klondike é um dos lugares que gostaria de conhecer. Quando estive no Canadá em 2012, até pesquisei sobre como ir de Vancouver até o Klondike. Mas era longe, pois o Canadá é muito grande e a região do Klondike ficava no extremo oposto de onde eu me encontrava. E era caro para chegar até lá, mesmo estando no Canadá. Então desisti!
A série
Klondike é dirigida pelo Ridley Scott, diretor do premiado filme Gladiador. É uma superprodução, onde investiram milhões de dólares nos seis episódios da série. O ator principal da série é Richard Madden, que fez sucesso como Robb Stark, na série Game of Thrones (uma de minhas séries favoritas). Como ele morreu na terceira temporada de Game of Thrones, ficou livre para estrelar Klondike.
Na série a história se passa em 1897 e conta sobre dois amigos de infância que decidem se aventurar em busca de fortuna, garimpando ouro no Klondike. Depois de fazer a perigosa travessia pelas montanhas nevadas que levavam até a recém fundada cidade de Dawson City, estes amigos se envolvem em aventuras, amores e muitos perigos. O local é terra de ninguém e mortes são frequentes. Fica valendo a lei do mais forte e do mais esperto.
A série é baseada em fatos reais, a partir da adaptação do livro Gold Diggers: Striking it Rich in the Klondike, de Chalote Gray. E a série também mostra o jovem Jack London, que participou da Corrida do Ouro, no Klondike e depois se tornou um famoso contista e romancista. Em alguns de seus trabalhos, Jack London narrou as experiências que viveu e que presenciou no Klondike. Seu livro mais famoso é Caninos Brancos (1910), que virou filme da Disney em 1991 e conta sobre um lobo e sua convivência com os humanos. O filme teve uma continuação em 1994, mas não fez tanto sucesso como o primeiro.
Assistir a série também me fez lembrar do sorvete Klondike, que era um de meus favoritos na época em que morei nos Estados Unidos.
O Klondike
A Corrida do Ouro do Klondike, também chamada de Corrida do Ouro do Yukon, ou Corrida do Ouro do Alaska e de a Última Grande Corrida do Ouro, foi uma migração estimada de 100 mil garimpeiros para a região do Klondike e do Yukon no noroeste do Canadá entre 1896 e 1899. O ouro foi descoberto lá em 16 de agosto 1896 e, quando a notícia chegou as cidades de Seattle e San Francisco, no ano seguinte, provocou uma debandada de garimpeiros. A viagem revelou-se demasiada difícil para muitos, e apenas entre 30.000 e 40.000 chegaram ao destino final. Alguns tornaram-se ricos, mas a maioria não. A Corrida do Ouro do Klondike terminou em 1899, após o ouro se esgotar. Tal corrida foi imortalizada por fotografias, livros e filmes.
Garimpeiros tinha começado a mina de ouro no Yukon em 1880. Mas os ricos depósitos de ouro na região, só foram descobertos ao longo do rio Klondike em 1896. A região era afastada e o clima hostil com um inverno extremo, impediu a notícia de alcançar o mundo exterior até o ano seguinte. A notícia sobre a descoberta de ouro no território do Klondike, começou com a chegada de navios em portos americanos, trazendo ouro do Klondike em julho de 1897. Jornais de todo os Estados Unidos publicaram notícias sobre a descoberta do ouro e isso alimentou uma escala nacional de histeria, fazendo com que muitas pessoas deixassem seus empregos e partissem para o Klondike como garimpeiros.
Em média o equipamento de um garimpeiro pesava perto de uma tonelada. Isso fez com que a maioria dos garimpeiros seguissem até o Klondike em etapas. O terreno era montanhoso e o clima frio e isso fez muitos desistirem antes de chegarem ao destino final. E aqueles que chegaram, encontraram poucas oportunidades e muitos ficaram desiludidos.
Para acomodar os garimpeiros, novas cidades surgiram ao longo das rotas que levavam ao Klondike. A maior delas, Dawson City, foi fundada na confluência do Klondike e o Rio Yukon. De uma população de 500 pessoas, em 1896, a cidade às pressas foi aumentando e passou a abrigar cerca de 30.000 pessoas em 1898. Mal construída, isolada e insalubre, Dawson City sofreu com incêndios, preços elevados e epidemias.
A partir de 1898, os jornais que tinham encorajado muitos a viajarem para o Klondike, perderam o interesse nele. Quando a notícia chegou no verão de 1899, que tinha sido descoberto ouro em outra região do Alasca, muitos garimpeiros deixaram o Klondike, marcando o fim da Corrida do Ouro. A atividade de mineração da Corrida do Ouro durou até 1903, quando a produção atingiu o pico depois que equipamentos mais pesado foram trazidos para a região. Um número estimado de 570.000 quilos de ouro foi retirado da área do Klondike. Hoje, a região não produz ouro, mas atrai milhares de turistas, que contribuem para a sua prosperidade.
Os “mocinhos” da série.Tio Patinhas.Jack London.Caninos Brancos.Foto da época da Corrida do Ouro.Garimpeiros em 1898.Dawson City na época da Corrida do Ouro.Dawson City atualmente.O sorvete Klondike.
Na semana que teve a famosa “Lua de Sangue” (que eu não vi, pois acordei de madrugada e o céu estava todo nublado) participei de um pedal sob a luz da lua cheia. Foi um passeio interessante, que contou com quase trinta ciclistas. Após percorrer o centro da cidade, fomos para a área rural, onde andamos por estradas de terra, com um pouco de barro. Alguns estavam com medo de onça, pois dias antes uma onça morreu atropelada perto de onde estávamos.
Fiquei um pouco isolado do grupo, pois não queria utilizar lanterna e segui somente com a luz da lua. A noite estava agradável, fresca e o passeio foi bem diferente do que costumamos fazer. Pouco depois da metade do caminho fizemos uma parada numa encruzilhada, ao lado de um árvore e participamos de um animado piquenique. Foi um momento de confraternização e de contemplação da lua cheia.
Trilha da LuaMomento de descanso.Confraternização sob a luz da lua.O grupo reunido, com a lua cheia ao fundo.
Desde minha adolescência que leio e coleciono livros sobre narrativas de viagens e também sobre escaladas. E muito cedo as histórias sobre escaladas perigosas em montanhas nevadas, em elevadas altitudes, se tornaram um de meus temas prediletos. E foi a partir dessa paixão pelos livros que cheguei a me aventurar e subi algumas montanhas, sendo uma nevada com pouco mais de seis mil metros de altitude. E nessa escalada pude sentir e conhecer de perto muita coisa que tinha lido nos livros. Somente estando em uma alta montanha é possível ter uma noção mais exata do frio extremo, da dificuldade de caminhar em vários tipos de neve e do cansaço que a falta de ar em altitude elevada nos causa. E após sentir na pele algumas situações que tinha lido nos livros de escalada, minha paixão por tais livros aumentou ainda mais.
E acabo de ler um livro sensacional, que conta sobre um dia trágico no K2, que mesmo não sendo a maior montanha do mundo é a mais perigosa. O livro foi escrito por um jornalista e a narração nos prende totalmente e queremos logo chegar ao final do livro. Então fica aqui a dica de leitura, para aqueles que igual a mim gostam de narrativas de viagem e principalmente narrativas sobre escaladas.
O relato de um dos maiores desastres na história do montanhismo
“A narrativa hábil e cuidadosa de um dia turbulento, contada em tempo real. Fatalidade por fatalidade…” – New York Times
Com seu formato quase perfeito de pirâmide, o K2 – a segunda maior montanha do mundo, cerca de 240 metros maisbaixa que o legendário Everest – seduz alpinistas há décadas. Em 2008, perto do fim de uma breve temporada de escalada, tornada ainda mais curta devido ao mau tempo, dez equipes internacionais – algumas experientes, outras menos preparadas – lotavam os declives perigosos da montanha com seus xerpas e carregadores esperando para subir.
No dia 1º de agosto, um grupo de experientes alpinistas ergue os braços em comemoração. Tinham acabado de se juntar à elite que já conquistou a mais perigosa montanha do mundo. Enquanto comemoram, um imenso bloco de gelocai logo abaixo deles e arrasta as cordas fixas. Ainda não sabem, mas serão obrigados a descer na escuridão e sem o apoio das cordas. Dos trinta que partiram, onze jamais retornarão.
Com um estilo emocionante, Graham Bowley narra toda a tensão e tragédia daquele dia fatídico – histórias de coragem humana, insensatez, sobrevivência e perda devastadora – e nos coloca no interior das mentes daqueles que estavam dispostos a arriscar tudo em busca de uma das realizações máximas do alpinismo. O que os levou a tentar conquistar esse pico? E o que deu errado?
Baseado em exaustivas entrevistas com osalpinistas sobreviventes, xerpas, carregadores e familiares e amigos dos falecidos,Morte e vida no K2é o incrível relato de um dos maiores desastres da história do montanhismo.
Eu tinha seis anos de idade em meados de 1976, quando fui pela primeira vez até a Banca do Jonas, comprar um gibi do Cebolinha. Naquela época eu estava começando a me interessar por revistinhas em quadrinhos, mesmo sem saber ler. A Banca do Jonas (ainda era a banca antiga e menor) ficava no centro de Campo Mourão, minha cidade natal. Com o passar dos anos fui aumentando a frequência de visitas e oito anos após a primeira visita, tinha me tornado colecionador de quadrinhos e amigo do Jonas, da Banca.
Dos 14 aos 18 anos eu tinha “conta” na banca. Pegava as revistas e gibis que queria e o Jonas anotava tudo num livro de capa preta. Daí no final do mês eu ia até lá e pagava a conta. Nessa época passei a fazer visitas quase diárias a banca. Algumas vezes fazia alguns serviços para o Jonas, como ir ao banco ou então lhe buscar uma Skol gelada no Bar do Bassani, que ficava próximo a banca. Graças a estes favores, ele me deixava folhear às revistas e vez ou outra ler um gibi de graça. Depois de um tempo o Jonas passou a confiar em mim e algumas vezes quando precisava dar alguma saída rápida, me deixava tomando conta da banca. Aquilo para mim era uma alegria imensa, pois para um garoto apaixonado por revistas em quadrinhos, tomar conta de um banca de revistas era algo surreal.
Em 1989 fui morar em Curitiba, mas toda vez que vinha visitar minha família em Campo Mourão, era obrigatório passar na banca conversar com o Jonas. Após alguns anos meu interesse por quadrinhos foi diminuindo, mas sempre ia visitar meu amigo Jonas nas visitas à Campo Mourão. Até que numa manhã no início de 2005, minha mãe me telefonou em Curitiba, me contando que o Jonas tinha falecido. Fiquei muito triste e lembrei da última conversa que tinha tido com o Jonas, algumas semana antes. Dois meses depois fui para Campo Mourão visitar minha família e ao passar pela banca, que passou a ser atendida pela esposa do Jonas, senti uma sensação de vazio, de tristeza. Depois disso passei a evitar passar pela frente da banca. Eu passava pelo outro lado da rua e não olhava para a banca.
Há poucas semanas ao passar pelo local da banca, levei um susto. A banca tinha desaparecido do local que ocupou por quase quarenta anos. De repente aquela banca azul que estava no mesmo local desde que eu era criança, tinha saído da calçada no centro da cidade e deixou um vazio físico e também no coração daqueles que igual a mim frequentaram aquele local durante anos.
Hoje lendo um jornal, fiquei sabendo que a velha banca ao menos terá um destino digno. Ela será reformada pela Prefeitura Municipal e ocupará um lugar no Parque de Exposições da cidade, onde servirá como espaço para divulgação de folders e folhetos durante a Festa Nacional do Carneiro do Buraco. A Banca do Jonas ao menos será preservada, mas o vazio que ela deixou na calçada onde permaneceu por décadas, jamais será preenchido…
O Jonas em sua banca. (Foto: Tribuna do Interior)Banca fechada. (Foto: Boca Santa)
Mais uma vez cumpri o ritual de assistir todos os filmes indicados para melhor filme no Oscar. Esse ano são nove indicados e mais uma vez só consegui assistir à todos os filmes, graças a ajuda da internet. O problema é que tem filme estreando no Brasil uma semana antes da entrega do Oscar e para piorar a situação, vivo no interior, onde alguns filmes indicados nem vão passar no único cinema da cidade.
Esse ano tem muitos filmes bons e ficou um pouco difícil escolher o melhor, pelo qual vou torcer na noite do próximo dia 2 de março. Fiquei em dúvida entre três filmes, mas acabei optando por GRAVIDADE. O filme é bem feito, tem alguns efeitos especiais interessantes, principalmente se você assistir em 3D. Mas não foi isso que me fez preferir tal filme. Por trás de todos os efeitos especiais existe uma história bastante humana, onde uma pessoa está totalmente só na imensidão do espaço e mesmo com tantos problemas momentâneos e outros que ela traz de seu passado, ela não desiste de tentar sobreviver.
Minha ordem de preferência pelos filmes que concorrem ao Oscar de Melhor Filme em 2014, ficou assim:
1°) Gravidade
Filme que conta sobre uma astronauta perdida no espaço e que busca de todas as formas superar seus medos e retornar para casa. Assista em 3D, pois tem muitos efeitos especiais interessantes.
2°) 12 Anos de Escravidão
Filme que conta uma história verídica, de um negro liberto que foi sequestrado e passou 12 anos como escravo, sofrendo muito. Esse filme mostra como o ser humano pode ser cruel.
3°) Clube de Compras Dallas
Outro filme baseado em uma história real e que também conta sobre alguém buscando sobreviver. O personagem principal luta para conseguir remédio para ele e outros doentes, no início da epidemia da Aids.
4°) Capitão Philips
Outra história real, que conta sobre um navio de carga que foi sequestrado e o esforço do Capitão do navio para salvar sua vida e a de sua tripulação. Tom Hanks está muito bem no papel do Capitão do navio. Um Tom Hanks bem envelhecido e maduro, bastante diferente daquele Tom Hanks de muitos filmes de humor e comédias românticas que assisti com ele no passado.
5°) O Lobo de Wall Street
Mais uma história real, que conta sobre a vida de um corretor da bolsa de valores que criou uma empresa muito louca. Filme longo, com quase três horas de duração e com muitas cenas de drogas e sexo.
6°) Trapaça
Filme com ótimo elenco e bem caracterizado nos anos setenta. Mas achei o filme meio confuso e difícil de entender algumas passagens. Sensacional é a trilha sonora, que em certos momentos vale o ingresso.
7°) Ela
História meio maluca, mas muito interessante. Joaquim Phoenix vive num mundo um pouco futurista e se apaixona pelo Sistema Operacional de seu computador, que tem voz de mulher, age e pensa como mulher. Em alguns momentos o filme fica interessante e nos faz pensar sobre sentimentos amorosos.
8°) Nebraska
Um homem imagina ter ganho um grande prêmio em dinheiro e parte numa viagem para buscar tal prêmio. Mas por culpa de um acidente, acaba tendo que parar numa cidadezinha no meio do caminho. Após contar sobre a história do prêmio, acaba gerando cobiça entre familiares e moradores da cidadezinha.
9°) Philomena
A história de uma mulher que doa seu filho na adolescência e anos depois saí em busca da criança. Considerada uma comédia dramática, alterna momentos interessantes com outros muito chatos.
Participei do Passeio Ciclístico em comemoração ao Dia Internacional do Rotary, que foi no dia 22 de fevereiro. O evento foi promovido pela Associação das Senhoras de Rotarianos, o Rotary Clube de Campo Mourão e o Grupo Bike Vida. O evento também contribuiu para a difusão da prática esportiva como atividade importante para a saúde e arrecadou doações de alimentos, que serão doados a famílias carentes cadastradas pelos Vicentinos (Sociedade de São Vicente de Paulo).
A largada do passeio ciclístico aconteceu ao lado da Catedral São José e contou com dezenas de participantes, inclusive muitas crianças. O percurso foi de 6 quilômetros por ruas do centro da cidade. Após o passeio, ocorreram sorteios de brindes. Dessa vez ganhei um relógio no sorteio, sinal de que sou pé quente e sempre ganho alguma coisa nos sorteios de que participo.
*Fotos: Bike Vida e Carlão Koch
Todos reunidos para o passeio ciclístico.Terminando o aquecimento.A criançada também participou.Pelas ruas do centro.Passeio Ciclístico.Galera animada…Pedalando pelo “centrão”.
Sou ciclista das antigas e desde que voltei a viver em Campo Mourão em meados de 2010, costumava pedalar sozinho, ou então na companhia do meu amigo Luís Cesar. Mas nos últimos meses tinha deixado minha bicicleta um pouco de lado, parte por culpa de alguns problemas físicos e parte por pura preguiça. Isso até conhecer um grupo de ciclistas aqui de Campo Mourão, chamado BIKE VIDA.
Fiquei conhecendo o grupo através de meu amigo Rodrigo “Alemão” e já me tornei participante constante no pedal das terças-feiras. Nesse dia o pedal é mais para aqueles que não costumam pedalar muito, então o trecho por onde o grupo anda não é dos mais difíceis e nem tão puxado. O pessoal também se reúne para pedalar às quintas e sábados, mas daí quem participa é o pessoal mais experiente e acostumado a fazer altas quilometragens. Aos poucos vou entrando em forma e logo pretendo pedalar com esse pessoal mais “barra pesada” (ou seria “barra-forte” em alusão a um antigo modelo de bicicleta da Caloi?).
O grupo BIKE VIDA foi idealizado pelos ciclistas Diogo Moura e Patricia Birkheuer. Eles começaram a organizar os passeios no final de 2013 e chegou a contar com mais de cem participantes em alguns passeios. Agora que às aulas das faculdades da cidade reiniciaram, muitos ciclistas não estão podendo participar, mas mesmo assim o grupo continuam grande, pois muitos novos ciclistas estão aderindo ao BIKE VIDA, convidados por amigos.
O grupo está fazendo tanto sucesso na cidade, que esse mês já foi tema de duas reportagens televisivas. Uma delas feita por uma TV local e a outra pela Rede Globo, que mostrou a reportagem em nível estadual. Em março deve ser publicada uma reportagem sobre o BIKE VIDA, na revista Metrópole (http://metropolerevista.com.br/).
Espero que o BIKE VIDA tenha vida longa e que eu possa pedalar muitos quilômetros com o pessoal, sempre fazendo novas amizades…
Grupo reunido para o pedal do dia 04/02/2014.Subidinha básica… (04/02/2014)Momento de descanso. (04/02/2014)Luciele e Alemão. (04/02/2014)Vander descansando. (04/02/2014)Pedalando e vendo o pôr do sol. (04/02/2014)Foto para a revista Metrópole. (11/02/2014)Alongamento antes do pedal… (11/02/2014)Colegas de pedal: Gilmar, Rosângela e Vander. (11/02/2014)Fim de tarde! (11/02/2014)
Nada melhor do que num domingo quente com temperatura de 35 graus, do que caminhar pelo mato, nadar no rio, tomar banho de cachoeira. E foi isso que fiz nesse domingo, quando voltei ao Parque Estadual Lago Azul, próximo à Campo Mourão, para percorrer a Trilha Aventura na companhia de amigos e de estranhos. No final da caminhada tinha feito novos amigos!
Dessa vez o rio estava um pouco mais seco e as cachoeiras com menos água. Mesmo assim o passeio foi muito divertido. Com o rio seco, foi possível caminhar a maior parte do tempo por dentro do rio e não pela trilha na margem. Caminhar pelo meio do rio é mais divertido e refrescante, mas pedras soltas no fundo e algum limbo acabam provocando algumas quedas. E dessa vez tive uma queda feia e cheguei a engolir água, pois fiquei quase que totalmente submerso. A única coisa que ficou para fora da água foi minha mãe direita, que segurava a câmera. Felizmente apareceu alguém para me socorrer e me tirar da água.
Pelo caminho passamos por duas cachoeiras, sendo que uma delas é muito bonita e alta. Após percorrer a Trilha Aventura, fui com mais seis amigos percorrer uma outra trilha existente no parque. Essa trilha eu não conhecia e acabou sendo uma caminhada muito gostosa pelo meio do mato. No caminho passamos por um belo lago e uma cachoeira pequena, onde paramos para nos banhar. E o domingo de muito calor acabou sendo divertido e refrescante.
Trilha Aventura.Caminhando pelo rio.Cachoeira.Caminhada refrescante.Pelo meio do rio.Gi, Alemão e Mayara.Caminhando pela mata.A segunda cachoeira.Refrescante…Na parte de cima da cachoeira.Próximo a BR e a ponte.Lago.
Dar animais de presente pode ser uma maneira de criar um problema para a cidade e para a vida que foi tratada como um objeto presenteável. Ninguém sabe dizer o número certo, mas é fato que depois de festas tradicionais como páscoa e natal, aumenta muito o número de animais abandonados nas clínicas, parques, ruas e abrigos. O mesmo acontece em todo o mundo: segundo a WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal), mais da metade dos coelhos, cães e gatos adquiridos nesses períodos são abandonados. Em São Paulo são 25 mil cães e gatos recolhidos anualmente pelo Serviço de Controle de Zoonoses, dos quais apenas 1.200 conseguem um novo lar.
Pressionados pelas crianças muitos pais adquirem filhotes para dar de presente. Têm esperanças de que os animais ensinarão aos filhos a ter mais responsabilidades, afinal, o compromisso é sempre de que a criança vai incumbir-se de cuidar do animalzinho. A rotina do dia a dia, entretanto é diferente. Nem sempre a criança desempenha bem as tarefas, o filhote rói móveis e roupas, suja o tapete da sala e chora no meio da noite. Irritados, pais e mães logo se vêem na compulsão de “livrar-se do intruso”.
Os motivos para o abandono são vários: viagem de férias e ninguém para abrigar o animal, desistência do “brinquedo”, o trabalho gerado pelo animal, uma eventual deficiência física ou doença, problema de comportamento e outros. A primeira tentativa é de passar o problema para frente. Querem doar para o avô, o tio que tem chácara, o porteiro do prédio e, diante da total impossibilidade optam pelo abandono.
É sempre o mesmo artifício: à noite abandonam nas portas de faculdades ou de hospitais veterinários, nas clínicas, nos parques municipais ao amanhecer, ou mesmo à plena luz do sol, nas feiras e parques da cidade. Cometendo um crime ambiental federal e principalmente, um crime contra a vida do animal.
A maioria dos veterinários tem histórias para contar de ninhadas inteiras abandonadas na porta da clínica, o cãozinho com coleira preso na maçaneta, ou simplesmente largado no interior dos parques. Os cães, mesmo filhotes, tendem a seguir seus tutores (muitos acabam atropelados). Gatos também tendem a procurar o caminho de volta para casa, mas costumam morrer no caminho. Abandonados, os gatos crescem, procriam e adoecem, formando colônias em parques e ruas.
Vida não é brinquedo, animal não é presente!
A solução é a sociedade aderir à guarda responsável. Antes de adotar o animal, tem que conhecer suas necessidades, suas exigências e avaliar se realmente estão aptos a cuidar de um animal. Só depois de refletir com toda a família, analisando todos os aspectos da vida em comum, ir à busca do animal e, se for o caso, realizar a sua esterilização para evitar procriação.
Assim, como não se dá um bebê para alguém, também não se deve dar um animal de presente. Cuidar de um animal deve ser decisão da pessoa ou da família (no caso de uma criança), porque implica em responsabilidades prolongadas, além de gastos financeiros. Além disso, a adoção não deve ser motivada por data comemorativa ou desenvolver responsabilidade em crianças, mas pela decisão única e consciente de salvar uma vida e integrar um novo membro à família. E lembre-se, nunca compre um animal.
Para aqueles que gostam de cicloturismo, sugiro que conheçam os guias e o site do Antonio Olinto: http://www.olinto.com.br/ O Olinto é um cicloturista bastante experiente, que já viajou de bicicleta por dezenas de países e escreveu um livro contando sobre suas viagens. Atualmente ele se dedica a desenvolver projetos na área de cicloturismo e a escrever guias para viagens de bicicleta.
Em 2011 utilizei um guia escrito pelo Olinto, quando percorri o Caminho da Fé de bicicleta. E tenho também o guia sobre a Estrada Real, o qual pretendo utilizar em breve. Na verdade já era para ter feito a viagem pela Estrada Real em 2011, mas por culpa das chuvas fortes que aconteceram pela região onde passa a Estrada Real, acabei cancelando a viagem no dia do embarque. Logo depois mudei de emprego e por culpa disso estou sem tirar férias a mais de um ano, o que impossibilitou viagens com duração maior do que dois dias. Mas tão logo seja possível estarei partindo rumo a Estrada Real, levando o guia do Antonio Olinto debaixo do braço.
Antonio Olinto.Livro: No Guidão da LiberdadeGuia: Caminho da Fé.Guia: Estrada Real.
Estive pela segunda vez na cidade de Faxinal e dessa vez foi para participar de uma caminhada diferente. O percurso da caminhada era de pouco mais de 5 km, mas o trecho era difícil e muito molhado, pois passava por muitos trechos com água e era preciso atravessar um rio algumas vezes. Junto comigo foram dois amigos de Campo Mourão, Raphael e Jacke. Seria a primeira caminhada deles e foram debutar justamente numa caminhada bastante difícil. Mas no final gostaram da aventura!
Ao todo foram 56 pessoas que participaram dessa caminhada, incluindo os guias. A maioria do pessoal era da cidade de Londrina, do grupo Londrinape Caminhadas (http://londrinape.blogspot.com.br/). Pude reencontrar alguns amigos nessa caminhada e também fazer novos amigos.
A caminhada iniciou por um trecho de pasto e após atravessarmos uma cerca de arame, começamos a descer um morro íngreme em direção a mata, logo chegando ao Rio Bufadeira. A partir daí caminhamos quase o tempo todo por dentro da água, atravessando o rio em alguns pontos e depois seguindo por sobre pedras nas margens. Teve uma parada mais longa em uma pequena cachoeira, onde alguns caminhantes aproveitaram para nadar no rio.
O dia estava muito quente, mas a água do rio era tão gelada, que alguns passaram frio. Na metade do percurso entramos em uma trilha bastante estreita no meio da mata e seguimos caminhando por dentro de um córrego. Em alguns trechos era preciso da ajuda de cordas para subir pela trilha molhada. Após algum tempo chegamos em uma grande gruta, no fundo de um vale. Depois seguimos ao lado de um grande paredão, de onde caía gotas de água sobre nossas cabeças e ajudava a refrescar, pois o calor continuava intenso. Passamos por uma pequena cachoeira nessa trilha ao lado do paredão, onde alguns caminhantes aproveitaram para se banhar na água que caía.
Após quatro horas de caminhada aconteceu uma parada para almoço, onde o pessoal aproveitou para lanchar. Depois seguimos em direção ao rio e caminhamos mais um tempo pela água. O trecho final era a subida de um morro, para depois seguir por uma plantação, de onde apareciam os primeiros pés de soja ainda pequenos.
Durante a caminhada ocorreu um pequeno acidente, onde um caminhante confiou demais em suas habilidades ao subir um barranco com a ajuda de uma corda e acabou caindo de uma altura de quatro metros. Felizmente ele caiu dentro da água e não se feriu muito. Tinha uma médica no grupo, que deu o primeiro atendimento e depois os guias acionaram a equipe de resgate de Faxinal. O local onde aconteceu o incidente era de difícil acesso, mas no final das contas tudo terminou bem. E nosso amigo caminhante saiu dessa com um grande susto, alguns pontos em uma orelha e uma lição aprendida, de que não devemos confiar demais em nossas habilidades, pois um dia nosso excesso de confiança pode nos causar algum problema.
Sei que essa foi uma das melhores caminhadas de que já participei e pretendo voltar a Faxinal para percorrer essa mesma trilha em outra oportunidade. O José Berti é um dos guias locais que organiza caminhadas pela região de Faxinal, que é um cidade que possui muitas cachoeiras e em razão disso proporciona ótimo entretenimento para aqueles que gostam de aventuras e esportes junto a natureza.
Reunião antes do início da caminhada.Os 56 caminhantes reunidos.Iniciando a caminhada.Vander, Raphael e Jacke.Primeira travessia.Trilha molhada.Um ajudando o outro…Cachoeira.Mais trilha molhada.Berti e Vander.Mais um trecho por dentro da água.Trilha no meio da mata.Trecho difícil.Muito barro…Pequena cachoeira.Parada para almoço.Caminho de volta.Subida difícil.
“Eu era pilota. Corria muito, com grande velocidade. Tão rápido que apenas gotas das pequenas coisas da vida caíam em mim. Só queria correr, avançar, chegar ao objetivo e cumprir meus sonhos. Agora que só tenho um olho, talvez perceba mais coisas do que antes. Antes, minha vida era uma luta contra o cronômetro. Agora, que vejo que é preciso parar e medir as coisas de outra forma. Não são mais os décimos do cronômetro, mas sim os pequenos momentos.” (Maria de Villota)**
**Espanhola e ex pilota de testes da equipe Marussia de Fórmula 1, sofreu um acidente grave durante um teste em julho de 2012. Perdeu um olho e ficou com sequelas neurológicas que a levaram a morte no último dia 11 de outubro. Nos 15 meses que teve de “sobrevida” após o acidente, ela deu muitas lições de vida. Trabalhou em uma entidade beneficente e escreveu um livro contando sua história. Faleceu de repente num quarto de hotel, aos 33 anos e três dias antes do lançamento de seu livro.
É proibido chorar sem aprender, Levantar-se um dia sem saber o que fazer Ter medo de suas lembranças. É proibido não rir dos problemas Não lutar pelo que se quer, Abandonar tudo por medo, Não transformar sonhos em realidade. É proibido não demonstrar amor.
Estive presente no lançamento do livro “Nos Campos do Mourão”, obra do Victor Raoni de Assis Marques. O lançamento do livro ocorreu na Estação da Luz (Biblioteca) de Campo Mourão, em um evento que aconteceu no último dia 11/09.
O livro conta a história dos três clubes que representaram Campo Mourão no futebol profissional. Começa contando sobre a extinta Mourãoense, que disputou campeonatos profissionais nos anos sessenta e setenta. Depois fala sobre o Sport Club Campo Mourão, que disputou campeonatos profissionais no final dos anos oitenta e início do anos noventa. E por último conta sobre a ADAP, um clube empresa que passou pela cidade e que foi vice-campeão paranaense de 2006. Destes três times, somente o Sport ainda existe. Após ter sido extinto no final de 1992, o clube retornou há alguns anos e atualmente disputa a Terceira Divisão Paranaense.
A evento de lançamento do livro foi bastante agradável e após os discursos de praxe aconteceu um coquetel e sessão de autógrafos. Entre todos os presentes, com certeza o que mais chamou atenção foi o ex-jogador Alcântara. Em 1991, quando jogava pelo Sport Club Campo Mourão, Alcântara foi artilheiro do Campeonato Paranaense, com 30 gols (na verdade foram 31 gols, mas um não anotaram na súmula) se tornando o maior artilheiro de todos os campeonatos estaduais daquele ano. Após o Campeonato Paranaense de 1991, Alcântara foi contratado pelo Paraná Clube.
Conversei um pouco com o Alcântara e foi bom ouvir algumas histórias contadas por ele. Trabalhei com um irmão dele (Marcílio) na época em que morei nos Estados Unidos e por essa razão assunto entre nós é que não faltou.
Caso alguém queira adquirir o livro, o preço é R$ 25,00 e você pode entrar em contato diretamente com o Raoni, pelo e-mail:raoni.deassis@facebook.com
Livro: Nos Campos do MourãoEvento de lançamento do livro.Sessão de autógrafos.Camisa da Mourãoense.Camisa do Sport Campo Mourão.Camisa da ADAP.Alcântara em 1991.Vander e Alcântara.
Eu estava tão cansado, que dormi profundamente no desconforto da barraca. Acordei uma única vez durante a noite, olhei para o lado e vi o Rodrigo acordado. Virei de lado e voltei a dormir. Acordei novamente às 4h00min da manhã, que era o horário combinado para todos levantarem. O primeiro pensamento que tive foi o que estava fazendo ali, em pleno domingo acordando de madrugada, quando poderia estar muito bem em casa dormindo em minha confortável e espaçosa cama. Tal pensamento não durou mais de um minuto e finalmente acordei pra valer e fui arrumando minhas coisas para partir rumo o cume do Pico Paraná.
Após arrumar minhas coisas, saí da barraca para encontrar uma moita que servisse de banheiro. Ao redor todos estavam acordados se preparando para partir. Fui alguns metros trilha abaixo e após um xixi básico fui escovar os dentes. Estava meio sonolento e confundi o tubo branco e vermelho do creme dental, com o tubo branco e vermelho de uma pomada Hipoglós, que costumo usar para curar assaduras durante as caminhadas. Só percebi o engano após sentir um gosto estranho e gorduroso na boca. Soltei um palavrão e logo ri do engano, causado por culpa da sonolência em que me encontrava. Voltei para a barraca e já tinha gente tomando café. Peguei uma maçã para comer na trilha, uma garrafinha com água e estava pronto para partir.
Passava um pouco das 4h30min, quando partimos pela trilha que leva ao cume do PP. A Ana foi na frente, seguida pela Andy, pelo Eduardo e por mim. Logo atrás vinham a Maristela, o Jorge e o Rodrigo. No começo o grupo andou junto, mas logo se separou em dois, igual no dia anterior e segui no grupo da frente, que era mais rápido.
A noite estava bonita, com lua. A trilha seguia morro acima, com alguns trechos de mata fechada e outros com muitas pedras. Vez ou outra fazíamos uma rápida parada para descansar e beber água. Nessas paradas olhávamos para trás e era possível ver a luz de algumas lanternas, de pessoas que seguiam pela trilha atrás de nós. Fazia frio, mas nada muito intenso e ao caminhar, em alguns momentos cheguei a sentir calor.
Ainda estava escuro quando passamos pelo facãozinho, que é um trecho estreito da trilha, com precipício dos dois lados. Em razão do escuro não dava para ter noção do perigo, então passamos tranquilamente por esse trecho. Na última parte da trilha tivemos que subir muitos degraus fixados nas pedras, mas isso não foi nenhum problema. Chegamos ao cume do Pico Paraná quando passava um pouco das 5h30min. Ainda estava escuro e no horizonte era possível ver os primeiros raios solares surgindo atrás de um imenso mar de nuvens. Era uma visão muito bonita! Logo o restante do nosso grupo chegou, e todos se cumprimentaram e tiraram algumas fotos juntos. Estávamos a 1.877 metros de altitude, no ponto culminante da região Sul do Brasil.
Fui andar pelo cume e numa das extremidades alguns caras tinham acampado durante a noite. Há poucos dias tinha acontecido um incêndio na mata seca do cume e as marcas desse incêndio eram bastante visíveis. O que também era bem visível (infelizmente) era uma quantidade enorme de lixo deixada ali no alto.
Não demorou muito e o sol surgiu por trás das nuvens, num espetáculo muito bonito. Tirei muitas fotos e fiquei curtindo o momento, a sensação de conquistar mais um objetivo. Naquele momento eu e meus amigos de grupo, éramos as pessoas em terra que estavam em maior altitude em todo o Sul do Brasil.
Ventava bastante lá no cume e logo comecei a sentir frio. Tinha uma grande rocha numa das extremidades do cume e fiquei um tempo abrigado atrás dessa rocha, o que fazia a temperatura subir um pouco. Desse lado do cume a vista também era muito bonita, com muitas montanhas menores surgindo em meio ao mar de nuvens. Logo dois outros grupos chegaram ao cume. Fiquei mais um tempo abrigado atrás da rocha e logo voltei para próximo do pessoal do meu grupo. Então um dos caras que tinham chegado por último ao cume, veio me perguntar sobre a calça de ciclismo que eu usava, se ela era quente, confortável. Ele disse que tinha visto muitos caras usando calças de ciclismo na trilha e que estava querendo comprar uma para quando fosse subir outras montanhas. Eu que no dia anterior achei que seria um grande mico usar calça justa de ciclismo na montanha, agora estava dando dicas sobre tal calça.
Ficamos pouco mais de uma hora no cume e a Ana nos chamou para começar a descida. O dia seria longo, pois teríamos um longo trecho para percorrer até chegar à Fazenda Pico Paraná. Começamos a descer pela trilha e por muitos degraus cravados na rocha. Pudemos então ver melhor o caminho que tínhamos percorrido na subida, no escuro. A paisagem era muito bonita e eu não me cansava de olhar para os lados e sempre que possível tirava alguma foto. Ao passar pelo facãozinho foi possível ver o quanto a trilha naquele local é estreita e como o precipício de ambos os lados é profundo. Acho que ninguém do grupo sentiu medo ao passar por esse trecho e todos pareciam curtir a sensação de passar por um lugar perigoso e desafiador.
Mais alguns minutos de caminhada montanha abaixo e foi possível ver o acampamento (A2) onde tínhamos passado a noite. Caminhamos mais um pouco e chegamos ao acampamento. O Silvio já tinha desmontado as barracas e todos se colocaram a arrumar as mochilas para iniciar a descida final. Nesse meio tempo a Ana encontrou tempo para se maquiar e a Andy ficou em pé sobre uma pedra para conseguir sinal de internet e acessar o Facebook pelo celular. Mulheres!!!!
Começamos a descida e dei uma última olhada para o local onde tínhamos acampado, bem como para o cume do Pico Paraná. Algo me dizia que voltaria ali novamente! Após algum tempo de caminhada, chegamos a temida carrasqueira. Olhando de cima para baixo, ela parecia mais assustadora do que na subida. A Ana foi na frente e achou mais seguro descer as mochilas do pessoal do grupo por uma corda que existe ao lado da carrasqueira. Isso fez com que ocorresse um pequeno congestionamento na trilha. Eu que vinha no final do grupo, aproveitei o momento parado, para conversar e tirar fotos. Logo chegou a minha vez de descer e correu tudo bem. No fundo gosto da sensação de perigo ao passar por certos lugares. O risco de acidente é mínimo, pois nos trechos mais difíceis nossa atenção e reflexos parecem ficar mais aguçados.
Deixamos a carrasqueira para trás e começamos a percorrer o trecho de trilha de mata mais fechada e depois o trecho cheio de caratuvas. Ali tivemos a última visão completa do Pico Paraná e logo entramos num trecho de mata ainda mais fechada. Eu seguia no final do grupo, mas logo passei a caminhar mais a frente, próximo a Andy, o Eduardo e o Rodrigo, que dessa vez seguia a frente do grupo. A Ana resolveu ficar para trás e seguir junto com o pessoal mais lento.
Fizemos uma longa parada no A1 e ali alguns aproveitaram para fazer um lanchinho. O Silvio foi o último a chegar, pois a mochila dele era a mais pesada, sem contar os equipamentos que ele carregava espalhados pelo corpo. Tiramos uma foto com o Silvio e logo voltamos à trilha. Continuei andando junto com o Rodrigo, Andy e Eduardo. Andamos num ritmo bem forte e só paramos na bica, que era o local marcado para almoço. Me sentei em algumas pedras e comi algumas coisas que estavam no meu kit lanche. Depois me encostei em umas pedras e adormeci por alguns minutos. Levou pouco mais de uma hora para a Ana chegar, junto com o Silvio, Jorge e Maristela.
No local onde estávamos ficava a maior bica de toda a trilha e ela é cercada por pedras, formando uma pequena piscina. A água é muito gelada, sendo boa para beber, mas para se banhar nem tanto. E nessa fonte o Jorge, o pernambucano do grupo, resolveu cumprir algo que tinha prometido antes de partir, que era tomar um banho de bica. Ele colocou um calção e entrou na fonte, sentando na pequena piscina debaixo do cano por onde caí água. Senti frio só de olhar ele ali dentro!! O Jorge provou que é corajoso, um cabra muito macho!!!
A Ana liberou o meu grupo para seguir a frente e só esperar os demais na Fazenda Pico Paraná. Dessa forma eu, Rodrigo, Andy e Eduardo partimos e logo estávamos num ritmo muito forte e assim seguimos até o final da trilha. Chegando na sede da fazenda encontramos o Gustavo, o guia que tinha se machucado no dia anterior e que acampou no A1. O pé dele estava muito inchado e logo a Andy o levou de carro para o hospital.
Tirei minhas botas e fui comer um pastel de queijo e tomar uma Coca-Cola bem gelada. Depois fiquei deitado no gramado, descansando. O restante do grupo chegou cerca de uma hora e meia depois. Estavam todos cansados, mas muito felizes por terem conquistado o cume. Ficamos um tempo conversando e logo foi hora de embarcar na van e seguir rumo à Curitiba. Mal chegamos na BR e começou a chover. Parece que a Ana tem sociedade com São Pedro, pois a previsão para o final de semana era de chuva e só foi chover após termos partido para casa.
Sei que o final de semana foi maravilhoso, pois cumpri mais uma das metas que constam em minha lista de coisas a fazer e lugares a conhecer. E fiz novos e bons amigos! Pretendo voltar outra vez ao Pico Paraná, bem como fazer alguma outra expedição pela Ana Wanke Turismo e Aventura, pois a organização da Ana foi perfeita.
No cume do Pico Paraná.O sol surgindo atrás das nuvens.Foto da foto…Vista lá do alto.No cume do Pico Paraná.Grupo unido.Iniciando a descida.Descendo do cume.O temido facãozinho.Descendo a carrasqueira.Na carrasqueira.Com o Silvio (de bandana e mochila) no A1.Almoço na bica.Jorge tomando banho de bica.Parte final da descida.Descanso na Fazenda Pico Paraná.www.anawanke.com.br/
Fazia alguns anos que eu queria chegar ao cume do Pico Paraná, mas sempre acontecia algo e eu tinha que adiar. Cheguei a subir o Caratuva em 2008 e o Itapiroca em 2009, que são duas montanhas próximas ao Pico Paraná. Mas quando chegou a vez de subir o PP (apelido carinhoso dado ao Pico Paraná) me machuquei um pouco antes e levei meses para ficar bom e em forma novamente. Daí quando estava novamente planejando subir o PP, tive dois problemas sérios de saúde e em seguida me mudei de Curitiba. Três anos se passaram e o PP continuava em minha lista de locais onde queria colocar os pés.
Atualmente estou morando cerca de 500 quilômetros do Pico Paraná e sem tempo para arrumar um amigo e planejar a ida até o PP, achei melhor procurar uma agência de turismo que fizesse o serviço de guia. De início pensei que não existissem agências que levassem clientes até o PP, mas acabei encontrando a Ana Wanke Turismo e Aventura (http://www.anawanke.com.br/). Entrei em contato, troquei algumas informações com a Ana e logo fechei o pacote, que incluía transporte, alimentação, barracas e guias. Achei essa ser e melhor opção no momento, pois não estava a fim de ir sozinho e também não queria que mais uma vez acontecesse algum problema e eu tivesse que desistir de tentar subir o Pico Paraná.
Tudo pago e acertado, agora era torcer para o tempo ajudar e não chover no final de semana marcado para subida do PP. E uma coisa a fazer era melhorar o condicionamento físico! Eu não estava muito mal fisicamente, mas precisava melhorar, pois o Pico Paraná é a montanha mais alta da região sul do Brasil e para evitar problemas e acidentes era melhor estar bem fisicamente. E também precisava perder dois ou três quilos extras adquiridos nas comilanças de inverno. Tinha exatamente um mês para me preparar e foi justamente o que fiz. Caminhei e corri, fiz reforço muscular para as pernas e duas vezes por semana aula de spinning. Também fechei um pouco a boca e reduzi drasticamente o meu maior vicio, que é refrigerante. Mas na segunda semana de treinamento tive um problema de tornozelo e tive que diminuir um pouco o ritmo dos treinamentos. Mesmo assim cheguei tinindo fisicamente no dia do embarque rumo à Curitiba.
Encontrei o pessoal numa madrugada gelada em Curitiba e fomos de van até a Fazendo Pico Paraná, distante uns 40 quilômetros da cidade, no sentido São Paulo. Na van já tive o primeiro contato com o pessoal que fazia parte do grupo. O grupo seria formado por mim e mais sete pessoas. A Ana seria a guia principal, auxiliada pelo Rodrigo e pelo Gustavo. E de caminhantes tinham as curitibanas Andy e Maristela, o gaúcho Eduardo e o pernambucano Jorge. Se eu vinha de longe, o Eduardo e o Jorge vinham de ainda mais longe!
Chegando na Fazenda Pico Paraná tomamos o café da manhã, onde foi servido um delicioso chocolate quente que serviu para esquentar um pouco. Em seguida fomos nos arrumar e nos preparar para iniciar a caminhada. E logo de cara descobri que tinha esquecido de trazer minha calça de caminhada. Não acreditei que tinha deixado para trás um item tão importante. A opção seria caminhar de calça jeans, mais isso limitaria muito meus movimentos. Já estava ficando desanimado, quando lembrei que tinha levado minha calça de ciclismo, a qual costumo usar para dormir em acampamentos, pois ela é bem confortável e quente para utilizar dentro do saco de dormir. O problema é que ela é bastante justa e achei que pagaria um grande mico ao usá-la. Fiquei uns dois minutos pensando em qual calça utilizar e nisso dei uma olhada para o lado e vi que tanto o Rodrigo, quanto o Gustavo estavam utilizando uma calça de ciclismo. Então vi que não seria mico nenhum colocar minha calça de ciclismo para caminhar no mato e foi assim que fiz.
Todos prontos, mochilas nas costas, uma breve reunião para que fossem dados alguns avisos e iniciamos a caminhada. Eu conhecia boa parte do caminho a ser percorrido, pois parte do caminho que leva até o Pico Paraná é o mesmo caminho que percorri anos antes para ir ao Caratuva e depois ao Itapiroca. Segui quase no final da fila, pois queria sentir o ritmo de caminhada dos demais e saber como seria o meu ritmo comparado a eles. Nos primeiros minutos de caminhada aconteceu um incidente com a Maristela, que ao tentar pular de uma pedra a outra em um trecho de lama, escorregou e caiu no barro. Felizmente ela não se machucou (talvez o orgulho tenha ficado um pouco ferido) e assim seguimos em frente. O primeiro trecho é pelo meio do mato, subindo alguns degraus esculpidos na terra e depois seguimos por uma trilha relativamente tranquila, mas sempre subindo. Fizemos algumas breves paradas no início e logo resolvi ir mais para frente na fila, seguindo pouco atrás da Ana, que ia sempre na frente.
Levamos cerca de uma hora para chegar ao morro do Getúlio, que é um local descampado, cheio de pedras e de onde se tem uma bela visão para todos os lados. A visão mais bonita é da represa Capivari, alguns quilômetros abaixo. Ali fizemos uma longa pausa, ajeitamos as mochilas, tiramos fotos e seguimos em frente. Foi a partir do Getúlio que nosso grupo se dividiu, formando dois. No grupo que estava mais rápido seguiam a Ana, Andy, eu e Eduardo. Me sentia muito bem fisicamente e não tive nenhum problema em acompanhar o ritmo mais forte do pessoal da frente. De tempos em tempos fazíamos alguma parada para descanso e a Ana aproveitava para falar pelo rádio com o Gustavo, que seguia fechando a fila do segundo grupo. Caminhamos um bom tempo assim até que chegamos no cruzamento das trilhas que levam ao Pico Paraná e ao Caratuva. Ali ficamos esperando o restante do grupo. Eu conhecia o caminho até esse local, então a partir dali tudo ficaria mais interessante para mim, pois o caminho a seguir seria inédito.
Após descansar e tirar fotos, voltamos a caminhar e o grupo continuou dividido. A trilha seguia quase sempre pelo meio do mato, em um terreno cheio de raízes. Vez ou outra tinha algum trecho onde era preciso fazer uma pequena escalada segurando nos galhos e raízes de árvores e em alguns casos em cordas estrategicamente amarradas nos locais de mais difícil acesso. Tinham alguns trechos de rocha que eram bastante lisos e era preciso tomar cuidado para não cair. Num trecho de mata fechada e cheia de raízes eu seguia no final do meu grupo e acabei sofrendo um pequeno acidente. Ao pisar ao lado de um galho enorme, meu pé afundou no barro e virou. Para não torcer o pé, fiz um movimento brusco virando o corpo rapidamente e nisso bati muito forte com a canela num galho. A pancada foi forte e senti muita dor. Soltei alguns palavrões e me sentei para olhar o estrago. No local da pancada tinha levantado um caroço e a dor era forte. Por alguns momentos achei que minha caminhada tinha terminado ali, que eu não conseguiria pôr o pé no chão por culpa da dor e teria que desistir de chegar ao PP. Meus olhos se encheram de lagrimas por culpa da dor e da decepção e quando vi o pessoal voltando para ver o que tinha acontecido comigo, segurei as lágrimas e contive a vontade de chorar. O Eduardo é médico e a Andy é dentista e os dois se encarregaram de ver o estrago em minha canela e logo a Andy me deu uma pomada para passar no local da pancada. Fiquei em pé e vi que mesmo sentindo muita dor dava para seguir em frente, o que me deixou bastante aliviado. Voltamos a caminhar, mas a dor ainda era forte e comecei a achar que não conseguiria chegar até o fim do dia caminhando. Logo fizemos uma parada em um pequeno córrego para pegar água e ali a Andy me deu um remédio para dor. Aproveitei para colocar uma mochila com água (que ali era bem fria) na canela e isso aliviou a dor quase por completo.
Na parada que fizemos no córrego aproveitei para comer um dos sanduiches naturais que faziam parte do kit lanche entregue pela Ana. O sanduiche era muito saboroso e ajudou a levantar meu animo que tinha ficado um pouco baixo após a canelada que dei um pouco antes. Voltamos a caminhar e não demorou muito para sairmos do trecho de mata fechada e chegarmos em um trecho mais aberto e termos a primeira visão do Pico Paraná. A visão era maravilhosa, pois mostrava a enorme montanha imponente em meio a algumas nuvens. Olhando dali parecia ser meio que impossível atingir seu cume. Fiquei pensando nos primeiros montanhistas que passaram por ali, abrindo caminho pela mata em busca da melhor rota que os levassem até o cume. Esses caras eram valentes e persistentes, pois se hoje em dia com a rota conhecida e demarcada, bem como a facilidade que alguns equipamentos modernos dão aos montanhistas não é muito fácil chegar ao cume do Pico Paraná, no passado devia ser muitas vezes mais difícil.
Depois de passar pelo trecho de mata aberta, que era quase que completamente formado por uma planta chamada caratuva (o mesmo nome da montanha próxima dali), caminhamos mais um pouco e chegamos ao acampamento número um (A1). Ali encontrei um pessoal de Londrina, que fazem parte do grupo de caminhadas Londrinapé. Nesse grupo estavam o Arnaldo, amigo de outras caminhadas pelo interior, e também o Berti, que é guia de caminhadas na cidade de Faxinal, local famoso por suas cachoeiras. Conversei um pouco com o pessoal, tiramos fotos e logo retomamos a caminhada. Dessa vez a trilha era em descida, o que era menos cansativo, mas que exigia mais cuidado para não cair. Não demorou muito e chegamos a famosa “carrasqueira”, um paredão de rocha com escadinhas, que é considerado o trecho mais difícil para se chegar até o cume do Pico Paraná.
Com bastante cuidado meu grupo subiu a “carrasqueira”. A Ana foi na frente, seguida pela Andy. No meio da subida a alça da mochila da Andy arrebentou e quase provoca um acidente. Por sorte foi somente um susto e conseguimos chegar são e salvos no alto da “carrasqueira”. Dali para frente a trilha era tranquila. Logo chegamos em algumas rochas enormes, próximas ao acampamento dois (A2). A Andy adora tirar fotos sentada em pedras e quando a Ana mostrou a ela uma pedra enorme, ela não se conteve e correu para tirar muitas fotos. Essa pedra acabou sendo batizada como “Pedra da Andy”. Após muitas fotos seguimos mais um pouco morro acima, até o A2, local onde montaríamos nosso acampamento. Lá nos esperava o Silvio, um cara digamos meio exótico, mas muito prestativo e gente finíssima. Ele é gerente da loja Território Mountain Shopping, em Curitiba. Ele costuma dar suporte a algumas expedições promovidas pela Ana e nesse dia não foi diferente. Como ele chegou de manhã no A2, ele reservou o melhor lugar para que montássemos nossas barracas. Era uma pequena clareira, cercada por arbustos altos que protegiam do vento, que ali no alto costuma ser forte.
Foram montadas três barracas, com ajuda do Silvio e depois fizemos um lanche. A Ana falou pelo rádio com o pessoal do grupo que vinha mais atrás e as notícias não eram nada boas. O Gustavo tinha torcido o pé e ficaria acampado sozinho no A1. O restante do grupo seguiria ao nosso encontro no A2. Tínhamos levado seis horas para chegar até o A2. Segundo a Ana chegamos super rápidos, pois ela tinha previsto que levaríamos de dez a doze horas para chegar ali. Então ficou a dúvida se partiríamos dali para o ataque ao cume, o que levaria mais uma hora morro acima, ou se esperaríamos o restante do grupo e faríamos o ataque ao cume todos juntos de madrugada. Acabou ficando decidido que esperaríamos os demais membros do grupo.
Eu, Ana e Andy, descemos até a “Pedra da Andy” e lá ficamos esperando o restante de nosso grupo. A Ana ficou em comunicação via rádio com o Gustavo, que ficou no A1. Enquanto esperávamos ficamos admirando a paisagem e tirando algumas fotos. Abaixo de nós existia um verdadeiro mar de nuvens, que ao mesmo tempo que não nos permitia admirar por completo a paisagem, era um espetáculo à parte. As nuvens se moviam com o vento, hora cobrindo parte de algumas montanhas menores que estavam abaixo de nós, hora escondendo partes do cume do Pico Paraná, que estava acima de nós. O Pico Paraná fica numa região onde existe uma pequena cadeia de montanhas, sendo que ele é a maior montanha dessa cadeia. Então de onde estávamos era possível ver várias montanhas próximas, bem como o Conjunto Marumbi, bem mais distante dali, no meio da Serra do Mar.
Após um tempo de espera, a Ana resolveu descer até a “carrasqueira” para auxiliar o pessoal de nosso grupo quando eles lá chegassem. Eu e Andy ficamos na “Pedra da Andy” com o rádio. Logo a Andy resolveu explorar algumas pedras abaixo de onde estávamos e que ficavam na beira do abismo. Acabei indo atrás dela, em parte com receio de que ela pudesse se meter em encrenca e em parte por que ficar parado olhando a paisagem estava me dando sono. Sei que acabamos encontrando um local muito legal, uma espécie de janela entre as rochas e ali ficamos vendo a paisagem e tirando fotos. Comentei com ela que poucas pessoas deveriam ter estado naquele local antes de nós. E isso me atrai muito, estar em locais onde poucas pessoas colocaram o pé antes! Resolvemos parar com nossa pequena exploração no meio das pedras, com receio de encontrar alguma cobra e voltamos para o alto da “Pedra da Andy”. Tiramos mais algumas fotos e logo vimos a Ana chegando a frente do restante de nosso grupo.
Cumprimentamos o pessoal e eles pararam na “Pedra da Andy” para tirar fotos. Logo todos seguimos para o local onde estava montado nosso acampamento. A segunda parte do grupo, formado pelo Jorge, Maristela e Rodrigo, chegou no A2 duas horas e quinze minutos depois da chegada da primeira parte do grupo. Achei sensata a forma como a Ana conduziu a expedição, quando deixou que os dois grupos, que tinham preparo físico e velocidade diferentes, se separassem. Se ela mantivesse o grupo sempre junto, estaria fazendo o pessoal mais veloz ir lentamente, o que não seria legal, ou então faria que o grupo mais lento andasse num ritmo mais forte, o que poderia desgastar demais o pessoal. Tal divisão só foi possível graças ao grupo ter três guias. Mesmo com a contusão do Gustavo, foi possível manter os dois subgrupos com um guia cada, o que tornou a subida até o A2 bastante segura.
Antes de escurecer fui com a Ana e a Andy até um mina próxima buscar água. No caminho paramos na “Casa de Pedra”, que é a ruína de uma construção feita de pedras. Não sei o motivo da construção em tal local, nem sua datação e muito menos o motivo de estar em estado de abandono. Me ocorre que no momento não tive a curiosidade de perguntar isso a Ana ou alguma outra pessoa que estivesse pelas imediações. De lamentável é a quantidade de lixo deixado pelas imediações da Casa de Pedra. Parece que muita gente que sobe até o Pico Paraná, não tem nenhuma consciência ecológica e na descida resolve aliviar um pouco do peso da mochila, deixando no A2 muito lixo, bem como toalhas, mantas, pedaços de lona plástica e diversas garrafas pet. E como não existe nenhum tipo de controle por parte do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) ou dos proprietários da Fazenda Pico Paraná (que cobram para permitir o acesso até o Pico), cada dia que passa vai ficando mais lixo acumulado. Infelizmente existe muita falta de educação por parte das pessoas, que costumam jogar lixo na rua e deixar lixo no alto de um morro. Lá não tem coleta de lixo, não existe caminhão de lixo passando toda semana.
O sol foi embora e a noite chegou com muito vento e frio. Fui para a barraca e lá tomei meu banho de gato, utilizando uma pequena toalha molhada e lenços umedecidos. Em seguida coloquei roupa limpa e me senti um novo homem. Não consigo ficar sem banho, não importa onde eu esteja! A Ana começou a preparar o jantar, cujo cardápio consistia de estrogonofe, arroz e purê de batata. A comida era liofilizada, que resumindo quer dizer que era um tipo de comida que foi desidratada e depois reidratada ao ser adicionada água quente nela. Durante o preparo da comida quase todos ficaram ao redor da Ana, vendo ela preparar o delicioso jantar e também ajudando. A ajuda consistia de ficar chacoalhando os envelopes com comida liofilizada após a Ana colocar água quente neles. O resultado foi muito bom, pois a comida ficou saborosa.
Após jantar fui escovar os dentes e achar um banheiro. Ventava muito e fazer as necessidades no meio do mato, com vento e escuridão não era das tarefas mais agradáveis. Mas em minhas aventuras já passei por situações mais difíceis ao ter que usar banheiros, então não tive grandes problemas. Antes de ir dormir fui dar uma volta e fiquei olhando o céu. O céu estava limpo e com muitas estrelas. Consegui até mesmo ver uma estrela cadente! Fiz um pedido a ela, mas até agora tal pedido não se realizou…
Encontrei a Ana pelo caminho e fomos nos juntar a Andy, Rodrigo e Maristela, que estavam do outro lado de nosso acampamento. Ficamos um tempo deitados no chão, conversando e vendo o céu estrelado. O frio aumentou e como estava muito cansado, achei melhor ir para a barraca. Eu dividiria a barraca com o Rodrigo. Me ajeitei dentro do saco de dormir e logo fiquei quentinho. Olhei no relógio e passava um pouquinho das 21 horas. Estava dormindo cedo para um sábado à noite, mas isso não importava. O que importava é que dali poucas horas eu estaria pisando no cume do Pico Paraná, realizando mais um sonho, mais um item da lista de realizações que formulei há pouco mais de três anos. ZZZZZZZZZZZzzzzzzz…
Com 1.877 metros de altitude, o Pico Paraná é a montanha mais alta da Região Sul do Brasil. Está situada entre o município de Antonina e Campina Grande do Sul, no conjunto de serra chamado Ibitiraquire. Foi descoberto pelo pesquisador alemão Reinhard Maack. Entre 1940 e 1941 Maack efetuou diversas incursões à Serra do Ibitiraquire com o objetivo de obter medições e anotações sobre a fauna e a geomorfologia da região. Maack juntamente com os alpinistas Rudolf Stamm e Alfred Mysing e com auxílio de tropeiros da região, partiu em 28/06/1941 com o objetivo de conquistar o cume da montanha. Stamm e Mysing conseguiram o intento em 13/07/1941.
Rodrigo, Andy, Vander, Ana, Eduardo, Gustavo, Maristela e Jorge.Descanso no Getúlio.Cruzamento de trilhas: Pico Paraná e Caratuva.Subindo com ajuda da corda.Primeira visão completa do Pico Paraná.Com o pessoal de Londrina e Faxinal.No meio das caratuvas.Subindo a carrasqueira.Na Pedra da Andy.Acampamento.Observando a paisagem.Lanche no A2.O Eduardo admirando a paisagem.O jantar…
Segue a dica de um livro para aqueles que iguais a mim, adoram caminhar pelo mato e até riem das dificuldades que muitas vezes tais caminhadas provocam. Descobri esse livro há uns cinco anos e já fiz uma releitura há dois anos (sempre releio livros de que gosto muito) e já estou programando nova releitura para o próximo ano. Tem umas passagens muito engraçadas no livro, que conta uma história real. E diferente das caminhadas no Brasil, onde a maior preocupação do caminhante é encontrar alguma cobra pelo caminho, no livro o maior receio dos personagens era encontrar algum urso. Fiz uma caminhada no Canadá em 2011 e no início da trilha existia uma placa informando sobre a possibilidade e o perigo de encontrar algum urso pelo caminho. Aquilo me deixou apavorado e passei todo o tempo da caminhada atento aos ruídos da mata. Aquela foi a caminhada mais tensa que fiz na vida! Abaixo segue a sinopse do livro.
UMA CAMINHADA NA FLORESTA – Redescobrindo os Estados Unidos pela trilha dos Apalaches (Bill Bryson)
Há muitos livros sobre exploradores destemidos que escalam montanhas, atravessam oceanos, enfrentam intempéries, sofrem experiências traumáticas e até morrem. Gente cujo sonho é superar limites, quebrar recordes. Mas em Uma Caminhada na Floresta há um outro tipo de herói: gente comum que se esfalfa para subir um morro, fica histérica diante de um bicho e se perde no meio do mato. Gente cujo sonho maior é um chuveiro quente e uma cama macia. BillBryson, escritor profissional que ostenta uma barriga protuberante, possui alguma experiência com caminhadas, mas apenas em roteiros amenos por territórios europeus civilizados. Seu companheiro, Stephen Katz, é um ex-alcoólatra imensamente gordo, viciado em toda espécie de doce, hambúrguer e refrigerante; tem como objetivo na vida sentar-se na frente da TV e assistir a Arquivo X.
Por que dois tipos assim, não exatamente atléticos, decidem fazer uma caminhada de três mil quilômetros durante vários meses pelo meio do mato? Juntos eles percorreram o mais longo caminho do mundo para excursões a pé: a Trilha dos Apalaches, que se estende por montanhas e florestas ao longo da Costa Leste dos Estados Unidos, desde a Geórgia até o Maine. Com um texto irreverente, Bryson conta casos inacreditáveis de destruição ecológica, descreve os estragos causados pelo turismo e distribui críticas impiedosamente (a si mesmo e a seu companheiro, inclusive). Um livro para quem admira a natureza selvagem, mas ao mesmo tempo adora os prazeres da civilização.
Esse livro está fora de catálogo e é difícil de encontrar em livrarias. Então caso alguém fique interessado em adquirir o livro, procure na Estante Virtual (www.estantevirtual.com.br) pois lá tem vários exemplares usados á venda, com preço mais em conta que variam de R$ 15,00 a R$ 35,00.
E acabo de descobrir que esse livro vai ser adaptado para o cinema e as gravações iniciam nas próximas semanas, com Robert Redford no papel principal. Não vejo a hora do filme estrear no cinema, mas isso ainda vai demorar um ou dois anos para acontecer. Então enquanto espero vou aproveitar para fazer muitas “caminhadas na floresta”!
Alguns produtos nos acompanham por toda vida e seu sabor nunca muda. Outros produtos sofrem alguma alteração, ou a clássica “nova fórmula” e tem seu sabor alterado, geralmente para pior. E existem produtos que por variadas razões, simplesmente deixam de ser fabricados. Não vou conseguir me lembrar de todos os produtos de que gostava e que não existem mais, bem como dos produtos que tiveram seu sabor alterado. Mas de alguns lembro muito bem e sinto saudades.
Produtos que não existem mais: chocolate branco Galak com frutas cristalizadas, chocolate branco Galak com flocos de arroz, guaraná Taí, suco de laranja em caixa Parmalat, refrigerante Minuano Limão, chiclete Ping Pong sabor caramelo, chocolate Kri, caramelos Nestlé, chocolate Croquete, drops Dulcora, cigarrinhos de chocolate ao leite Pan, balas Kleps, pirulito do Zorro.
Produtos que tiveram o sabor alterado (nova fórmula): chocolate Confeti, chocolate Sem Parar.
Cinco anos!! Pois é, o Blog está completando cinco anos de existência no dia de hoje! Ele começou meio que por brincadeira e sem grandes pretensões. Na verdade ele começou sem pretensão alguma. Ele foi criado como um passatempo, onde a pessoa que o criou queria escrever, aperfeiçoar sua forma de escrever, divulgar suas ideias, compartilhar suas fotos e contar histórias, principalmente de suas viagens. Mas com o tempo o blog foi criando forma e crescendo. Dos noventa e quatro acessos no primeiro mês de vida, após um tempo chegou a ter treze mil acessos mensais. Já foi acessado em mais de cem países e teve fotos e textos republicados em blogues de várias partes do mundo, bem como citações em jornais, revistas e vários sites.
Nestes cinco anos de existência o blog teve fases de ostracismo e de evidencia. Teve momentos em que ele serviu como ferramenta para desabafos e também como forma de terapia. Foi muito consultado por estudantes e por pessoas que estavam planejando viagens. Também serviu como ajuda para deprimidos e acreditem ou não salvou uma vida (não a minha!). Ele ficou pouco mais de um mês fora do ar em 2010 e por diversas vezes quase foi excluído. Mas sobreviveu e foi tomando forma, ganhando identidade e personalidade própria. Hoje tem leitores fieis em várias partes do mundo, pessoas que criaram o habito de visitá-lo diariamente. Suas postagens mensais atualmente são poucas e pontuais. Por culpa disso, suas visualizações mensais diminuíram um pouco. Mas isso não é problema, pois o que importa é a qualidade de suas postagens e de seu publico e não a quantidade.
Mas o principal de tudo é que nestes cinco anos o blog serviu como ferramenta para criar amizades. Se ele vai existir por mais um mês ou um ano, sinceramente não sei dizer!
Para aqueles que gostam de montanhas e principalmente para aqueles que conhecem as montanhas do Paraná, segue a dica de um livro que fala sobre o tema. O livro As Montanhas do Marumbi é muito bem escrito e possui belas fotos. Tenho o livro há pouco mais de três anos e através dele aprendi muitas coisas sobre um dos locais que mais gosto no Brasil.
Aos cinco anos de idade vi pela primeira vez as montanhas da Serra do Mar paranaense, ao descer de caminhão com meu pai pela BR-277, para descarregar uma carga de soja no porto de Paranaguá. Fiquei encantando ao ver as altas montanhas cobertas pela mata e fiquei me perguntando como seria estar no alto de uma montanha daquelas. Levei vinte e três anos para saber a resposta! Em novembro de 1998 cheguei pela primeira vez ao cume do Olimpo, no Marumbi. Na descida sofri uma queda e me ralei todo, tendo que ser socorrido pela enfermeira do trem, na volta à Curitiba. Mas isso não me assustou e acabei voltando muitas outras vezes a região e subindo outras vezes ao cume do Olimpo, bem como outras montanhas menores. Na região do Marumbi passei muitos momentos bons, tanto sozinho, quanto na companhia de amigos e de amores. Namorar dentro de uma barraquinha montada no camping do Marumbi, numa noite fria de inverno e ouvindo o apito do trem é uma experiência surreal e inesquecível.
As Montanhas do Marumbi, de Nelson Luiz Penteado Alves, o Farofa, é um dos livros mais importantes do Paraná lançados neste ano (2008). E pode figurar, com certeza, entre os melhores, mais ricos e bem fundamentados livros sobre o montanhismo de todo o planeta.
É uma obra exemplar, porque representa, diante da extensão da pesquisa histórica, da preciosa documentação fotográfica e do cuidado técnico-científico, o esforço, o ideal e o amor de várias gerações pela prática deste esporte. Foi nestas célebres montanhas paranaenses, com a primeira conquista liderada por um farmacêutico nascido na baía de Antonina, Joaquim Olympio “Carmeliano” de Miranda, em 21 de agosto de 1879, que nasceu o montanhismo brasileiro.
O livro é igualmente importante por revelar muitas qualidades da natureza humana, hoje cada vez mais escassas e difusas. Que podem se traduzir de muitas maneiras, mas, do modo marumbinista, pelo desafio da conquista, o prazer juvenil da aventura, o estímulo do espírito de irmandade e pelo respeito voluntário à natureza.
Não é por nada que Farofa levou 40 anos para escrever e publicar este livro. Na acepção da palavra, ele disseca as montanhas do Marumbi e sua história. Tudo com o entusiasmo do montanhista iniciante, o fôlego de um maratonista e a preocupação do professor catedrático. Sem deixar de ser espontâneo e didático e mediar os 12 capítulos com histórias alegres e as minúcias de um ourivesador.
Compartilha as conquistas, na escrita, com seus companheiros de jornadas e outros amantes do Marumbi e da exuberante natureza da Serra do Mar. Este olhar especializado, abordando áreas como geologia, clima, rios, orquídeas, samambaias, bromélias, mamíferos, aves, anfíbios e répteis, amplificam o livro, mostrando toda a riqueza deste fantástico microcosmo natural, hoje felizmente preservado como Parque Estadual Pico do Marumbi (1990), numa área de 2,3 mil hectares.
Figuras humanas de todo o tipo e de todas as classes sociais subiram o Marumbi. Mas, no momento de percorrer as trilhas, escalar os monumentais paredões de pedra, transpor a bruma e enfrentar o perigo e as intempéries, Farofa mostra que as diferenças tão complexas e peculiares de cada indivíduo tornam-se secundárias. Na busca dos desafios, dos mistérios da montanha e do desfrute da natureza, prevalece um objetivo muito acima das idiossincrasias humanas. Esta é uma grande lição deste livro.
Além do pioneiro “Carmeliano”, Farofa revela muitos personagens marcantes dessa história. Como Rudolfo Augusto Stamm (1910-1959), eletricista de profissão, natural de Joinville (SC), que viveu toda a sua vida num quarto da Pensão Otto, em Curitiba. Desde que pisou pela primeira vez na Serra do Mar, em 1935, este célebre montanhista parece que viveu só pelo Marumbi. Em 1950, completou a sua centésima escalada ao Olimpo, o pico mais alto.
As suas extraordinárias contribuições como desbravador e os registros precisos e abrangentes que deixou mostram que o gosto pelo desafio e o prazer de estar junto à natureza também revelam grandes homens.
Outro deles é Henrique Paulo Schmidlin, o Vitamina, que continua liderando empreitadas aos cumes da Serra do Mar, em dias de sol ou chuva, e emprestando o seu carisma e experiência para as causas marumbinista e da natureza.
Organizador dedicado de caminhadas na floresta e de escaladas na montanha, incentivador nato das boas companhias e cantorias, Vitamina, com sua energia e crença fervorosa nesse estilo de vida, é um exemplo emocionante da tão necessária preocupação com a ligação social e cultural entre as gerações do passado e do presente, pensando no futuro.
O trem! Seriam muito diferentes as montanhas do Marumbi sem esta incrível linha férrea, que desafiou a Serra do Mar. Obra de arte da engenharia da era do vapor, ponto privilegiado de visão e instigador de sonhos românticos e juvenis, o trem cativou milhares de adeptos para este esporte e lazer, ao apresentá-los às montanhas, na Estação do Marumbi, por muitos e muitos anos, nas alegres manhãs ensolaradas dos sábados.
Farofa consegue transmitir justamente este estado de espírito em seu trabalho, que até pode parecer um pouco nostálgico, mas é essencial para a alma humana, em todos os tempos. Suas fotos preciosas e mesmo o sintético registro histórico sobre o trem não deixam de ser eloqüentes. Quem sabe, sem a maria-fumaça, Alfredo Andersen (1860-1935) e outros pintores paranaenses com o gabarito de Theodoro de Bona (1904-1990) não tivessem eternizado as paisagens e as montanhas nos seus óleos sobre tela.
Neste aspecto, cabe uma menção muito especial ao lendário Erwin Gröger, o Professor, próximo de completar 100 anos de idade, que Farofa também dá o merecido destaque no livro. Marumbinista também pioneiro, o Professor tem se dedicado a pintar as cálidas montanhas do litoral paranaense há décadas, tanto em óleos como em aquarelas.
Apaixonado orquidófilo, é um mestre que registra principalmente em aquarelas estas belas e exóticas plantas. Erwin Gröger é uma dessas figuras raras que, pelo seu elevado espírito humano e simplicidade, é merecedor de grande admiração.
O paranaense Waldemar Niclevicz, o maior montanhista brasileiro, primeiro a levar a bandeira do Brasil aos sete cumes do mundo, é seguidor desta geração. Conquistou o Everest porque aprendeu com os mais antigos escaladores da Serra do Mar a sempre persistir.
Henrique Paulo Schmidlin, o Vitamina, aos 78 anos, diz: “o mais importante de tudo é que o Marumbi o ensinou a nunca desistir. Tanto na luta pela natureza como (e muito mais) pelas causas da justiça e da dignidade do ser humano”.
Nelson Luiz Penteado Alves deixou registrado, para todos nós, este e outros testemunhos históricos de muito valor.
Desde os primórdios os homens buscam o alto de uma montanha sem um motivo aparente. O que leva as pessoas às alturas de um pico? Superação da condição humana? Transcendência? Ou somente a sensação da conquista? Essas são questões tão antigas como a própria humanidade. A montanha sempre esteve presente no imaginário das pessoas em todas as civilizações, através da mitologia que fundamenta e guia a história dos povos.
O Monte Olimpo era a residência dos deuses para os antigos gregos, e através da mitologia, influenciou diretamente toda a cultura ocidental.
No folclore japonês, as montanhas são sagradas e todas possuem uma atmosfera sobrenatural. O Monte Fuji, por exemplo, seria a passagem para o outro mundo. Na mitologia Taoista, os imortais iam viver no cume dos grandes montes. O Monte Roraima, sustenta a morada do Deus Macunaíma.
Onde existir um pico imponente, marcando a paisagem, foi, ou é, para alguns um lugar sagrado ou a morada de um deus.
O fato é que as montanhas causam no homem perplexidade diante de sua natureza descomunal. Instigam a percepção de seu tamanho, insignificante, ínfimo diante da grandeza do mundo e da natureza que o cerca. A montanha simboliza a ruptura entre os níveis, do racional para o imaginário que ilustra os sonhos. Faz a ligação entre o céu e a terra.
Para a filósofa Zelita Seabra, O amor à montanha, naqueles que o sentem, tem raízes profundas. O ritual de preparação, o ato da subida, a busca pela imensidão faz parte do íntimo de muitos indivíduos, que não se contentam apenas à contemplação. É um momento de introspecção, a viagem se interioriza. O sentimento de subir é indizível, o silêncio é rompido pela respiração ofegante. O cume se aproxima!
Por que o ser humano é tomado pela inquietude, por essa ânsia de buscar o encanto no desconhecido? O Escritor Jon Krakauer, cita as encenações grosseiras em filmes e metáforas banais ao que o tema se presta, no excelente livro “Sobre homens e Montanhas”. Lembra ainda a interpretação equivocada de alguns psicanalistas que nunca romperam os limites de um consultório.
A palavra “montanhismo”, na concepção do público contemporâneo, causa a mesma repulsa da ideia de estar diante de tubarões ou abelhas assassinas. Porém, o êxtase das alturas está ligada ao ser humano, incontestavelmente, como a experiência de algo sublime, que nos permite enxergar e sentir que fazemos parte de um todo muito maior, que nunca vamos compreender.
Andre Dib
Vista do alto do Caratuva (Paraná, 2008)Pico Paraná (Paraná, 2009)Conjunto Marumbi (Paraná, 2009)Vista do alto do Huayna Potosi (Bolívia, 2012)Huayna Potosi (Bolívia, 2012)Montanhas próximas à Machu Picchu (Peru, 2012)Descendo Huayna Picchu (Peru, 2012)
De todas as minhas aventuras, com certeza chegar ao cume de Huayna Potosi foi a mais desafiadora, difícil, perigosa e fria aventura. Quando desci de Hauyna Potosi jurei que nunca mais subiria outra montanha nevada. Mas menos de 24 horas depois de tal juramento já estava fazendo planos para subir outra montanha gelada. E se tudo der certo, ano que vem vou subir o Illimani (também na Bolívia) que é mais alta, mais desafiadora, mais difícil, mais perigosa e mais fria que Huayna Potosi. Acho que fui acometido pela famosa “febre da montanha”!
O Dia do Amigo é uma data proposta para celebrar a amizade entre as pessoas. No Brasil, Uruguai e Argentina, a data mais difundida para esta celebração é 20 de julho, aniversário da chegada do homem a lua. Em 27 de abril de 2011, a Assembleia Geral das Nações Unidas resolveu convidar todos os países membros a celebrarem o Dia Internacional da Amizade em 30 de julho.
Hoje faleceu o Jack, o Rottweiler da minha família! Ele estava com 14 anos e meio e já bastante fraco. Pôxa, não sabia que a morte de um cão podia doer tanto assim!! Então como homenagem e despedida ao meu amigo Jack, escrevi o texto abaixo com os olhos correndo lágrimas!! Vai com Deus meu amigo e que você possa estar num lugar melhor no céu dos cães, correndo livre e feliz como muitas vezes corremos juntos. Sentirei saudades!!
Minhas memórias: Jack
Nasci em 1999 na cidade de Londrina e junto com meus irmãos passei um período feliz junto com minha mãe. Mas como todo cachorro, um dia tive que ser separado dos meus entes caninos queridos. Logo ganhei um novo lar, na casa da família Dissenha, na cidade de Campo Mourão. Quando lá cheguei achei tudo meio estranho, mas aos poucos fui me acostumando. Na casa viviam o Wagner, que oficialmente seria o meu “dono” e seus pais, a Dona Vanda e o Seu Amilton. Quem sempre estava por lá era a Erica, a neta deles, uma menina brincalhona e que gostava muito de cachorros. Na casa ganhei novas companheiras, três fêmeas: a Bela, uma Cocker branca e marrom e sua mãe, de nome Preta. Tinha também uma vira lata chamada Bolinha. Foi no meio delas que cresci e com elas é que passava meus dias brincando. No fundo da casa existia um canil grande, onde eu ficava com as outras três cachorras. Mas durante boa parte do dia ficávamos soltos no pequeno quintal, debaixo de um pé de manga e outro de poncã. Logo nos meus primeiros meses na casa teve a primeira safra de poncãs e descobri o delicioso sabor dessa fruta que passei a adorar.
Eu não gostava muito de ficar no canil e logo encontrei um cantinho que passou a ser meu. Era um espaço na área de serviço, debaixo de uma pia e ao lado do tanque de lavar roupas. Passei a dormir ali quando permitiam. Depois de um tempo conheci o outro membro da família, mas que vivia numa outra cidade. O nome dele era Vanderlei e logo passamos a ser bons amigos.
Após eu completar meu primeiro ano de vida, os hormônios falaram mais alto e por descuido de meus donos humanos, acabei engravidando a Bolinha. Ela era anos mais velha que eu, mas isso não foi problema. Após alguns meses ela criou e fui pai de dois belos filhotes. Depois disso meus donos separaram a Bolinha de mim, mandando ela para a casa da filha deles, perto dali.
Os anos foram passando e eu fui crescendo feliz e saudável. Adorava comer e logo fiquei grande, forte e gordo. Alguns diziam que eu parecia um urso! Um belo dia me levaram para uma outra casa, para cruzar e lá conheci uma fêmea da mesma raça que eu. Fizemos amor e depois me separaram dela. Após alguns meses fiquei sabendo que ela tinha parido sete filhotes. Fiquei orgulhoso, ao ser pai mais um vez!
O tempo foi passando e o Vanderlei passou a vir mais vezes visitar a família. E um belo dia ele resolveu me levar para passear com ele. Como eu era forte e colocava medo nas pessoas, até então ninguém tinha me levado para passear na rua, pois não conseguiam me segurar quando eu tentava correr. Esse primeiro passeio foi muito interessante, pois descobri coisas e cheiros novos e principalmente pude correr por grandes espaços. Após esse primeiro passeio, outros vieram e sempre que o Vanderlei vinha visitar a família ele me levava para sair com ele. Acabei me tornando seu companheiro de corridas e atado a uma corrente eu corria vários quilômetros ao lado dele.
Os anos foram passando e eu fiquei muito amigo das duas Cocker com as quais eu dividia o quintal. A Bela era muito minha amiga, mas era brava e desde pequeno ela me batia quando eu fazia algo que não a agradava. Acabei ficando muito maior do que ela, mas mesmo assim nunca revidei quando ela vinha brigar comigo. Eu sabia que se quisesse podia estraçalhar ela com minha forte mordida, mas gostava dela e nunca lhe fiz nenhum mal. Em 2008 a Bela ficou doente, teve câncer e após algumas semanas veio a falecer no canil. Eu que não gostava do canil, passei a gostar menos ainda desse lugar e nunca mais quis entrar nele. Tinha medo e quando me colocavam lá eu uivava até me tirarem. Passei a ficar somente no “meu cantinho” debaixo da pia. E como fui engordando cada vez mais, eu mal cabia no tal cantinho, mas mesmo assim adorava aquele cantinho.
Não demorou muito e a Preta, mãe da Bela também veio a morrer. Ela estava velha, com dezesseis anos e numa bela tarde enfartou no meio do quintal. Acabei ficando sozinho no quintal, mas isso não era legal, pois me sentia meio solitário sem a companhia de outros cães. O tempo foi passando e uma nova fêmea veio morar no quintal. Era pequenina, novinha e se chamava Milly. Ela era uma vira-lata que tinha sido resgatada, pois vivia abandonada nas ruas, passando fome. Era esperta e brincalhona e logo ganhou o coração dos donos da casa e deixou o quintal, indo morar na garagem. Não me importei, pois preferia ficar no quintal. Mais algum tempo e outra vira-lata resgatada das ruas veio fazer parte da família. Era outra fêmea marrom e muito espoleta. Ela era terrível, mordia tudo o que via pela frente e tinha um costume besta de ficar pulando. Ela parecia mais um canguru do que um cachorro! Ela passou a morar no canil e ficava boa parte do tempo trancada, pois se a deixassem solta ela aprontava alguma.
Com o passar dos anos minha saúde foi ficando debilitada. Fiquei velho e minhas pernas já não aguentavam mais fazer longas caminhadas ou correr como antigamente. O Vanderlei passou a fazer visitas mais frequentes e sempre me levava para curtas caminhadas pela vizinhança. Ele era paciente e deixava-me caminhar no meu ritmo. Teve uma noite em que minhas pernas se cansaram mais rapidamente e eu empaquei numa calçada. O Vanderlei ficou quase uma hora sentado no meio fio esperando que eu tivesse forças para levantar e voltar para casa. Dias depois ele me levou para passear na casa da avó dele e nessa visita tive talvez o momento mais vexatório de minha vida. Fui descer correndo de uma escada e caí literalmente de boca no chão, ficando com a boca cheia de terra e esfolando o nariz. A partir desse dia os passeios ficaram cada vez mais escassos e curtos. Não me importei com isso, pois sabia que não tinha mais força para longos passeios. A velhice chegou e com ela a rigidez de minhas pernas desapareceram.
Mesmo velho e fraco, acabei aprontando certa vez. Escapei de casa! Foi a primeira vez que encontrei os dois portões e duas portas que levam até a rua, abertos ao mesmo tempo. Não pensei duas vezes e fugi! Como não tinha muita força nas pernas, não fui muito longe. Logo um dedo duro me viu na rua e ligou para meus donos avisando onde eu estava. Não demoraram a me encontrar e me levaram para casa. Mas para que a escapada fosse completa, na hora que foram me pegar empurrei a Erica contra um muro e ela esfolou a mão. Mesmo assim não brigaram comigo e no fundo até acharam graça de minha fuga.
O tempo continuou passando e em janeiro de 2013 completei 15 anos de vida. Sei que essa idade é enorme para cachorros de minha raça. Comecei a me sentir cada vez mais fraco e meus dentes foram ficando moles e meus olhos perdendo a visão. Passava a maior parte do dia dormindo no meu antigo cantinho e segundo os humanos diziam, eu roncava alto igual eles. Nesse ano dei três passeios curtos com o Vanderlei e no último caí de boca no asfalto. Minhas pernas iam ficando cada dia mais fracas! E não somente as pernas foram fraquejando, mas o corpo todo. E na madrugada do dia 12 de julho de 2013, então com 15 anos e meio de vida, deixei a vida na terra e parti para o céu dos cães. Sei que alguns choraram quando souberam de minha morte! Parece que isso demonstra que fui um bom cachorro em vida, companheiro, amigo e ótimo cão de guarda, pois nunca um ladrão entrou na casa. E fui bonzinho também, pois só mordi duas pessoas durante toda a minha vida. Uma foi a Erica, quando ainda garotinha inventou de montar cavalo em mim e puxou muito forte minhas orelhas. Mas não foi uma mordida forte! E a outra mordida foi em meus últimos meses de vida, quando mordi a mão do Seu Mirtão. Eu estava quase totalmente cego e não consegui diferenciar a mão dele do pedaço de carne que ele queria dar para mim.
Parto dessa vida feliz! Fui amado, bem tratado, bem cuidado! Muitos me amaram, tanto humanos, quanto cães! Deixei descendência, bons amigos e saudades! E na última safra de poncãs comi muitas. Talvez as poncãs sejam a coisa que mais sentirei falta de minha vida terrena. Mais até que dos ossos!! Mas a vida é assim mesmo, ela é finita para todos, seja homem ou animal. E fui muito feliz, tive um lar, comida e pessoas que cuidavam e gostavam de mim. Sei que tem muitos cães por aí abandonados, sem um teto, passando frio, fome e solidão, sendo espancados por pessoas maldosas. Então não posso reclamar da vida que tive! E parto com saudades dos que ficam e sei que vão ficar com saudades de mim e nunca vão me esquecer. Não passei em vão pela vida, pois deixei marcas boas e bons amigos. Só posso dizer que valeu a pena! ADEUS!!!
O velho Jack. (dez/2012)Erica e Jack. (07/09/2004)Vander e Jack. (13/08/2005)
Estreia hoje no Brasil o filme “O Homem de Aço”. Estou curioso para ver tal filme, pois em setembro de 2011 vi o set de filmagem na cidade de Vancouver, no Canadá. Eu passava um mês na cidade e durante dois dias em que fui passear de bicicleta no Stanley Park (parque gigantesco no centro da cidade), vi o enorme set de filmagem montado no parque. Eram muitos carros, caminhões, carretas, equipamentos diversos e pessoas. Isso tudo estava num local do parque que foi cercado e muitos seguranças cuidavam para ninguém se aproximar. As cenas que foram gravadas no Stanley Park, no filme aparecerão como se tivessem acontecido no Alaska. Mesmo não tendo conseguindo ver nada da gravação em si, foi uma experiência interessante ver toda a movimentação no local e fiquei abismado com a estrutura montada e a quantidade de pessoas envolvidas na produção do filme. E toda essa estrutura era para gravar cenas que no filme serão de poucos minutos. Não é a toa que tais filmes custam milhões de dólares.
Henry Cavill vive o novo Super-Homem em “O Homem de Aço”. O desafio era fazer um Superman mais realista, um Superman que existisse no mundo real, disse David S. Goyer, roteirista do filme. A direção fica a cargo de Zack Snyder. No filme, Superman enfrenta o General Zod em uma batalha de superseres jamais vista no cinema.
Vi o trailer em 3D e achei legal. Agora é assistir ao filme e ver se o resultado final é bom. E principalmente ver as cenas gravadas em Vancouver! E essa será a primeira vez que o Superman fica sem a cuequinha vermelha…
O Homem de Aço.Parte do set montado no Stanley Park.Henry Cavill na gravação no Stanley Park.Henry Cavill na gravação no Stanley Park.Henry Cavill na gravação no Stanley Park.Cartaz do filme.Superman.
O fotógrafo Nicholas Nixon retratou quatro irmãs por 36 anos. Tudo começou com uma foto em 1975. Nicholas Nixon era fotógrafo e retratou sua esposa Bebe ao lado de suas três irmãs. Foi aí que tiveram a ideia de imortalizar o vínculo familiar entre elas uma vez por ano, demonstrando, assim, as mudanças em seus traços e das vestimentas. E assim foi por 36 anos.
As fotos não são obras de arte, mas emocionam e nos surpreende quando acompanhamos ano por ano e percebemos as pequenas diferenças entre elas. Para ter uma lógica, as irmãs Brown se posicionam da mesma maneira em todas as fotografias.
As irmãs Brown – Heather, Mimi, Bebe e Laurie – tinham entre 15 e 25 anos na primeira foto.
A série, intitulada “As Irmãs Brown” (The Brown Sisters) foi exibida na Galeria Nacional de Arte (Washington D.C., EUA) e no George Eastman House (Rochester, NY, EUA). Além disso, dois conjuntos foram vendidos em leilões de fotografia em Nova York (EUA).
Desde que entrou em operação, a Usina Hidrelétrica Mourão nunca havia registrado uma vazão tão grande quanto a que foi contabilizada esta semana. Ela foi 17 vezes maior do que o que é registrado em média. Com o aumento no volume, a barragem que fica a seis quilômetros da cidade, virou um espetáculo à parte. A vazão que é na média de 14,4 metros cúbicos por segundo chegou a 250 metros cúbicos por segundo. Antes disso, a maior vazão registrada havia sido em 1983, ano de grandes enchentes, e mesmo assim, o máximo que se chegou foi 155 metros cúbicos por segundo. A usina que funciona no Rio Mourão está em operação desde 1964 e tem uma potência instalada de 8,2 MW. (Fonte:Jornal Tribuna do Interior)
Lembro que quando era criança fui algumas vezes com meus pais me banhar nas águas da represa, nas raras vezes em que ela transbordou. Naquela época era comum o pessoal além de se banhar, também lavar os carros nas águas da represa. Atualmente o acesso ao local é proibido e somente em cima da ponte que existe na estrada em frente à represa é que acaba sendo possível observar a água passando pela represa.
A represa essa semana. (Foto: Fábio Nogaroli)A represa com recorde de água. (Foto: Jornal Tribuna do Interior)A represa nos anos oitenta. (Foto: Site Boca Santa)A represa em uma das últimas vezes que transbordou. (nov/2011)Cris, Vander, Mariá e Marilene. (nov/2011)
Teve uma foto minha da passeata realizada no último sábado em Campo Mourão que fez um certo sucesso. Essa foto foi publicada no site Boca Santa (www.bocasanta.com.br) e também no perfil do site no Facebook. Daí ela acabou sendo compartilhada e recompartilhada por muitas pessoas e teve diversos comentários de pessoas achando a foto bonita e elogiando.
Legal isso, de ver uma foto de minha autoria se espalhando por aí e fazendo sucesso. Isso envaidece um pouco, mesmo eu não sendo um cara vaidoso. Segue abaixo a tal foto…
No último sábado participei de uma passeata aqui em minha querida Campo Mourão. Após dias de muita chuva e frio, o tempo ajudou e até saiu um solzinho que animou centenas de pessoas a saírem as ruas e protestar contra muita coisa errada que está acontecendo nesse nosso querido Brasil. Finalmente o povo acordou, tanto nas grandes quanto nas pequenas cidades do país.
Foi uma caminhada pacifica e até mesmo a “invasão” ao Terminal de Ônibus Urbano da cidade foi tranquila, sem depredações ou violência. E o pessoal que ficou parado no trânsito em razão da passeata também não reclamou e até participou de dentro de seus carros, buzinando e acenando. Outra marca dessa passeata foram as muitas pessoas nas janelas dos prédios, acenando e mostrando cartazes.
Na passeata achei que cabia um pouco de protesto com relação a Prefeita atual da cidade, que em seis meses no cargo ainda não mostrou para o que veio. Ela fala muito, aparece muito, mas faz pouco. E a cidade está ainda pior do que estava na administração anterior e as ruas estão cada vez mais sendo tomados por buracos. E a iluminação pública está um caos, depois que sua administração foi transferida da Copel para a Prefeitura. Tem lâmpadas que estão queimadas há dez meses e não adianta ligar na Prefeitura, pois eles não fazem nada.
Hoje estive revendo antigas postagens que fiz aqui no blog e notei que há muito tempo eu já criticava o Governo Petista e essa faraônica Copa do Mundo no Brasil. Não pertenço a nenhum partido político e sempre fui critico as coisas erradas que acontecem, independente do partido ao qual pertence o Vereador, Prefeito, Deputado, Governador ou Presidente. E nunca gostei do PT e da maioria dos petistas, principalmente dos militantes fanáticos, que mais se parecem com membros de torcidas organizadas de futebol, ou então fanáticos religiosos. Com estes militantes petistas não dá para ter dialogo, pois são cegos pela sua ideologia e chegam a estremos, não conseguindo enxergar o que realmente está acontecendo e principalmente acreditam cegamente e defendem com unhas e dentes seus líderes, mesmo quando estes são corruptos e ladrões.
Finalmente o Brasil acordou e espero que essa série de manifestações não seja fogo de palha. E que no próximo ano o povo que esta protestando nas ruas dê sua resposta nas urnas, excomungando da vida pública tantos corruptos que estão hoje espalhados pelo Brasil e principalmente mandando para a PQP o governo petista que comanda a quadrilha lá de Brasília.
Passeata pelo centro de Campo Mourão.Minha “velha” amiga Tania e sua filha Gabriela.Passeata.“Invasão” ao Terminal de Ônibus.Participando da passeata.
“Família Soprano” foi uma das melhores séries que já assisti… E assisti as seis temporadas da série de forma continua, num período em que estava mal de saúde, andava muito triste. E assistir “Família Soprano” me fazia ao menos por alguns momentos esquecer meus problemas e me divertir. Sempre gostei de histórias de mafiosos e “Família Soprano” é a melhor série que já foi produzida sobre tal tema.
“O ator James Gandolfini, famoso por interpretar Tony Soprano na série de TV “Família Soprano”, morreu aos 51 anos na Itália nesta quarta-feira (19/06).”
O Cemitério da Consolação é o mais antigo cemitério em funcionamento na cidade de São Paulo e também a mais importante referência brasileira na área da arte tumular (ver postagem sobre arte tumular aqui no blog http://vanderdissenha.wordpress.com/2013/04/12/arte-tumular-simbolos/). Foi o primeiro cemitério público da cidade, tendo sido inaugurado em 15 de agosto de 1858. Na época de sua inauguração era chamado de Cemitério Municipal e tinha como objetivo evitar epidemias, substituindo o hábito existente de sepultar os mortos nos interiores das igrejas. Hoje o Cemitério da Consolação é um dos vinte e dois cemitérios públicos da cidade de São Paulo.
Em razão da prosperidade advinda da aristocracia da cafeicultura e o surgimento de uma expressiva burguesia em São Paulo, o Cemitério da Consolação passou a abrigar muitas obras de arte produzidas por escultores de renome (muitos em início de carreira), para ornamentar os seus jazigos. Entre os muitos artistas que produziram obras para o cemitério, encontram-se Rodolfo Bernardelli, Victor Brecheret, Celso Antônio Menezes e Bruno Giorgi.
Atualmente o Cemitério da Consolação mantém visitas guiadas, por meio do projeto “Arte Tumular”. Nessas visitas um guia leva os visitantes a conhecer os túmulos de personagens famosos da história brasileira que estão ali sepultados e também mostra obras dos grandes artistas que enfeitam muitas sepulturas e jazigos. As visitas precisam ser agendadas.
No início, o Cemitério da Consolação era o lugar de sepultamento de pessoas de todas as classes sociais, inclusive escravos. A partir dos primeiros anos do século XX o cemitério passou a receber quase que exclusivamente pessoas da alta classe média e da burguesia. Naquele tempo, um túmulo suntuoso era visto como sinal de status social. Acontecia uma certa competição entre as famílias ricas, que construíam jazigos cada vez mais sofisticados, em materiais nobres como mármore e bronze. A ornamentação ficava a cargo de artistas importantes, que tinham na arte tumular uma atividade altamente lucrativa. Desde então, o cemitério abriga túmulos de personalidades e famílias ilustres da sociedade paulista e brasileira.
Quando foi construído, o Cemitério da Consolação se localizava na periferia de São Paulo, num ponto distante do centro da cidade. Mas com o passar dos anos a cidade foi crescendo e hoje ele fica numa área considerada central e próximo à avenida Paulista, uma das avenidas mais importantes e com o metro quadrado mais caro do Brasil.
Personalidades sepultadas
Estão sepultados no Cemitério da Consolação os restos mortais de muitas personalidades importantes da História do Brasil. Entre muitos vale a pena citar os modernistas: Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Os Presidentes da República: Campos Sales e Washington Luís. Os Governadores de São Paulo: Ademar de Barros, Bernardino José de Campos Junior, Roberto Costa, Jorge Tibiriçá, Carvalho Pinto e Roberto Costa de Abreu Sodré.
Outras personalidades sepultadas no Cemitério da Consolação são: Marquesa de Santos, que foi amante de Dom Pedro I. Ela também foi quem deu dinheiro para a construção da capela do Cemitério da Consolação. Os atores globais: Armando Bógus (o Zé das Medalhas da novela Roque Santeiro) e Rubens de Falco (o Coronel da primeira versão da novela Escrava Isaura). O Barão de Antonina, Barão de Anhumas, Ruth Cardoso (esposa do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso), o escritor Monteiro Lobato, os empresários Cândido Fontoura e Francesco Matarazzo.
Um dos destaques do cemitério é o colossal mausoléu da família Matarazzo, o maior da América Latina. Esse mausoléu que do subsolo ao pico possui 25 metros de altura e tem o tamanho aproximado de um prédio de três andares, ocupa uma área de 150 metros quadrados. É ornamentado por um conjunto escultório em bronze italiano, obra de Luigi Brizzolara.
Interior do cemitério.Túmulo da Marquesa de Santos.Detalhes de um mausoléu.Túmulo do Presidente Campos Sales.Mausoléu da família Matarazzo.Túmulo do escritor Monteiro Lobato.Visitando o Cemitério da Consolação.