Museu Ferroviário de Curitiba

Museu Ferroviário de Curitiba fica na antiga Estação Ferroviária de Curitiba, localizada dentro do Shopping Estação. O prédio da estação foi inaugurado em 1885, e fazia parte da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá até o ano de 1972, quando foi inaugurada a Estação Rodoferroviária de Curitiba.

Aberto em 1982 o Museu Ferroviário de Curitiba contribui para a preservação da memória do sistema ferroviário do estado. Em seu acervo há mais de 600 peças históricas, como uma locomotiva do século XX, um vagão dormitório que foi utilizado pelo ex-presidente Getúlio Vargas e várias fotos que contam a história da construção da ferrovia e como seu desenvolvimento foi importante para a capital paranaense.

No museu ainda estão o guichê original em uma réplica do salão de passageiros, a plataforma de embarque com a “Maria Fumaça”, uma reconstrução da sala de telégrafos, livros, relógios, telefones, objetos que ficavam no interior das locomotivas e um painel que conta um pouco mais a história dos Engenheiros Antônio e André Rebouças. Os irmãos são considerados os primeiros engenheiros negros do Brasil.

 

 

 

Régua de 1970

Ganhei do meu irmão, uma régua calendário da Shell de 1970. Tal régua mesmo sendo antiga, se tornou mais interesssante em razão de 1970 ser o ano em que nasci. Na régua é bem visível o mês de abril e o dia 4, dia e mês que nasci. Ela vai ficar bem guardada, como uma recordação e registro histórico.

Sábado, dia 4, nasci às 14 horas.

Pinheiro de Dom Pedro II

Na Estrada da Graciosa, próximo a cidade de Quatro Barras existe um marco de pedra que marca a passagem do Imperador Dom Pedro II, em 1880 a caminho de Curitiba. Nesse local existia um grande pinheiro e a comitiva do Imperador parou sob sua sombra, na localidade hoje denominada Florestal. O pinheiro (araucária) não existe mais, foi destruído por um raio há muitos anos.

Pintura retratando a passagem da comitiva imperial.
Antiga foto de pessoas visitando o pinheiro.
Foto colorizada, de pessoas visitando o famoso pinheiro.

Bazar de la Charité

Em 4 de maio de 1897, ocorreu em Paris um incêndio durante um bazar de caridade que entrou para a história da cidade. O Bazar de la Charité era um conhecido evento que marcava o início da temporada de verão da elite parisiense, desde 1885. Nesse bazar beneficiente, objetos diversos eram vendidos e a renda era revertidda em benefício dos pobres. Pessoas de baixa classe social, religiosos e crianças ajudavam na organização do evento, cujo responsável principal era o Barão de Mackau.

Para o bazar de 1897, o Barão de Mackau alugou um terreno vago, e num edifício temporário foram construídas 22 cabines de madeira, onde seriam vendidos os produtos do bazar. O prédio usado no evento não era muito grande e tinha sido  feito de madeira de pinho. O tema foi Idade Média, e decoraram o local para se parecer com uma rua de Paris daquela época. O interior tinha telas pintadas e tecidos que cobriam o teto. A principal atração era uma novidade para a época; a projeção cinematográfica. O cinema era um invenção rescente, dos franceses irmãos Lumière.

O primeiro dia do bazar foi de relativo sucesso de público. E no dia do incêndio cerca de  1.700 visitantes se encontravam no local, quando aconteceu um inesperado acidente. Uma das lâmpadas de éter utilizadas para iluminar o cinema explodiu, causando um incêndio que se espalhou rapidamente pelo teto coberto de tecidos. Em poucos minutos 126 pessoas morreram no local do bazar e nos dias seguintes outras mais morreram nos hospitais. Alguns sobriviventes ficaram com cicratizes causadas pelo fogo, para o resto de suas vidas.

Algumas pessoas pobres que ajudaram no resgate dos ricos, receberam medalhas. E muita gente se perguntava se o incêndio não foi um castigo divino dirigido aos ricos. Os  dois técnicos do cinema, causadores do acidente que provocou o incêndio, foram condenados à prisão. Mas o grande escândalo foi a constatação de que morreram muito mais mulheres do que homens. Testemunhas contaram que os nobres cavalheiros parienses, para fugir pela unica saída do bazar abusaram da brutalidade, socos, chutes e bengaladas contra as indefesas mulheres. A bengala era um item que os ricos usavam na época.

No local do desastre, posteriormente foi construída uma capela. A Capela Notre-Dame-de-Consolation de Paris, foi inaugurada em maio de 1900. No seu interior os nomes de 126 vítimas estão inscritos em seis placas de mármore preto, com letras de ouro. No Cemitério do Père-Lachaise, que é considerado o mais famoso do mundo, existe uma sepultura onde foram enterrados os corpos não reconhecidos na tragédia. Numa época em que não existia exame de DNA, o reconhecimento de vitímas de incêndio era uma tarefa bastante difícil.

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Interior do Bazar de la Charité.

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Túmulo das vitímas não reconhecidas. (Cemitério do Père-Lachaise)

As Catacumbas de Paris

A história das catacumbas de Paris remonta ao final do século XVIII, quando grandes problemas de saneamento relacionados aos cemitérios da cidade levaram à decisão de transferir seu conteúdo para o subsolo. As autoridades de Paris escolhem um local de fácil acesso, localizado fora da capital: as antigas pedreiras de Tombe-Issoire, sob a planície de Montrouge. Exploradas desde pelo menos o século XV, então abandonadas, essas pedreiras constituem uma pequena fração do labirinto que se estende sob a cidade em aproximadamente 800 hectares. O desenvolvimento do local e a organização das transferências de ossos são confiados a Charles-Axel Guillaumot, inspetor a serviço da Inspeção Geral das pedreiras de Paris, ou IGC. Esse serviço, estabelecido em 4 de abril de 1777 por Luís XVI, é responsável pelo monitoramento e consolidação de pedreiras abandonadas, após uma série de graves colapsos do solo parisiense em meados do século XVIII.

As primeiras evacuações ocorreram de 1785 a 1787 e afetaram o cemitério mais importante de Paris, os Santos-Inocentes, condenado anteriormente em 1780, após um uso consecutivo de quase dez séculos. As sepulturas e valas comuns são esvaziadas de seus ossos, que são transportados ao anoitecer para evitar reações hostis do povo de Paris e da Igreja. Os ossos são então despejados por dois poços de serviço da pedreira, depois distribuídos e empilhados nas galerias pelos trabalhadores da pedreira. As transferências continuaram após a Revolução até 1814, com a remoção de cemitérios paroquiais no centro de Paris, como Saint-Eustache, Saint-Nicolas-des-Champs e o convento dos Bernardinos. Eles foram retomados novamente em 1840, durante o trabalho de planejamento urbano de Louis-Philippe e durante os trabalhos de Haussmann, de 1859 a 1860. O local foi dedicado ao “Ossuaire municipal de Paris” em 7 de abril de 1786 e apropriado a partir daquele momento o termo mítico das “Catacumbas”, em referência às catacumbas de Roma, um objeto de fascínio público desde a sua descoberta.

A partir de 1809, as Catacumbas tornaram-se acessíveis ao público mediante agendamento. Um registro é aberto no final da rota para coletar as impressões dos visitantes; enche-se muito rapidamente porque essas visitas são rapidamente muito bem-sucedidas com franceses e estrangeiros.

Durante o século XIX, as modalidades de visitas não pararam de mudar, entre o total de fechamentos e as aberturas mensais ou trimestrais. Hoje acessíveis a todos sem autorização, as Catacumbas de Paris recebem cerca de 550.000 visitantes por ano. Antes de sua abertura ao público em 1809, foi objeto de um consequente arranjo decorativo sob a égide do inspetor Héricart de Thury, que transformou o local de acordo com uma visão museográfica e monumental. Os ossos, anteriormente deixados soltos, são cuidadosamente organizados em paredes, no modelo das hages da pedreira. Na fachada, as fileiras de canelas se alternam com as de caveiras, enquanto atrás das faces empilham os ossos restantes, muitas vezes muito fragmentados.

Monumentos de alvenaria de estilo antigo e egípcio também são apresentados ao longo da rota, na forma de pilares dóricos, altares, cippi ou túmulos. Nomes inspirados na literatura religiosa ou romântica e na Antiguidade são dados em certos lugares: o sarcófago do Lacrymatoire, a fonte do Samaritaine ou a lâmpada sepulcral, por exemplo.

Ansioso também por trazer uma dimensão educacional à jornada, Héricart de Thury construiu armários com a tradição de armários de curiosidades, um dedicado à mineralogia e o outro à patologia. Este mostrou espécimes referentes às doenças e deformações dos ossos, segundo as pesquisas do médico Michel-Augustin Thouret em 1789. A última ferramenta de ensino é o conjunto de placas decoradas com textos religiosos e poéticos distribuídos nas galerias, com o objetivo de trazer a visitante em um estado de introspecção e reflexão sobre a morte.

Fonte: http://catacombes.paris.fr/

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Entrada de visitantes.

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Thoreau

Thoreau nasceu na cidade de Concord – USA,  em 1817. Descendente de hunguenotes franceses, o menino Thoreau aprendeu a amar a natureza quando levava as vacas da família da mãe para pastar. Em 1837, formou-se em literatura clássica e línguas. Fundou junto com o irmão uma escola, em 1838. Fazia esporádicos trabalhos como agrimensor e como ensaísta, acreditando sempre que o homem devia ganhar somente o necessário para sobreviver. Apenas foi trabalhar na fábrica de lápis da família quando precisou ajudar a mãe e as irmãs, quando da morte do pai.

Thoreau mantinha-se eternamente insatisfeito com a vida na sociedade e com o modo como as pessoas viviam.  Em 1845, com 27 anos, Thoreau foi morar no meio da floresta, em um terreno que pertencia a Ralph Waldo Emerson. Às margens do lago Walden construiu sua casinha e um porão para armazenar comida. Apesar de inexperiente como agricultor, tentou a auto-suficiência e, a longo prazo, teve algum sucesso, plantando batatas e produzindo o próprio pão. Segundo suas próprias palavras, ele foi morar na floresta porque queria “viver deliberadamente”. Queria se “defrontar apenas com os fatos essenciais da existência, em vez de descobrir, à hora da morte, que não tinha vivido”. Em seu período na floresta, ele queria “expulsar o que não fosse vida”. Baseado no relato e em todo o pensamento filosófico empreendido nos dois anos em que morou na floresta, Thoreau escreveu “Walden”, uma obra que se tornaria um referencial para a Ecologia e um de seus livros mais famosos. Além de descrever sua estadia na floresta, “Walden” analisa e condena a sociedade capitalista da época. E, convida a uma reflexão sobre um modo de vida simples, propondo novos olhares sobre o conceito de liberdade.

Insubmisso, Thoreau decide não pagar impostos porque acreditava ser errado dar dinheiro aos EUA, um país escravagista e em guerra contra o México. Não querendo financiar nem a escravidão nem a guerra, Thoreau foi preso enquanto se dirigia ao sapateiro local, foi abordado e preso e após solto retornou a sua vida a partir do ponto em que a interrompeu, lá regressando para ir buscar os sapatos que mandara arranjar. Inspirado pela noite na prisão, Thoreau escreveu o famoso “A Desobediência Civil”. Leon Tolstói, um dos mais famosos escritores do mundo venerava este ensaio e o recomendou, por carta, a um jovem indiano preso na África do Sul. Este jovem indiano era Mahatma Gandhi.

Thoreau, que havia saído das florestas a pedido do proprietário do lugar, passou o resto de sua vida empreendendo grandes passeios às florestas e aos campos e também escrevendo muito. Ele acabaria morrendo em 1862 de tuberculose. Encontra-se sepultado no Sleepy Hollow Cemetery, na cidade de Concord.  A casa que construiu no lago Walden, hoje é um museu que possui uma estátua sua na entrada. A floresta em volta do lago virou área protegida. É considerado um dos grandes escritores norte-americanos.

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Aniversário da Torre Eiffel

Inaugurada em 31 de março de 1889, a Torre Eiffel é uma torre treliça de ferro e está localizada em Paris. Ela se tornou um ícone mundial da França e uma das estruturas mais reconhecidas no mundo. A Torre Eiffel é o monumento pago mais visitado do mundo. Nomeada em homenagem ao seu projetista, o engenheiro Gustave Eiffel, foi construída como o arco de entrada da Exposição Universal de 1889 e também para comemorar o centenário da Revolução Francesa.

A torre possui 324 metros de altura e fica cerca de 15 centímetros maior no verão, devido à dilatação do ferro. Foi a estrutura mais alto do mundo desde a sua conclusão até 1930, quando perdeu o posto para o Chrysler Building, em Nova York. A torre tem três níveis para os visitantes. A caminhada para o primeiro nível é superior a 300 degraus. O terceiro e mais alto nível só é acessível por elevador. Do primeiro andar vê-se a cidade inteira. Ela tem sanitários e várias lojas e o segundo nível tem um restaurante.

Quando o contrato de vinte anos do terreno da Exposição Universal de 1889 expirou, em 1909, a Torre Eiffel quase foi demolida, mas o seu valor como uma antena de transmissão de rádio a salvou. Os últimos vinte metros da torre correspondem à antena de rádio que foi adicionada posteriormente.

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Construção da Torre Eiffel.

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Cartão Postal da época da inauguração da Torre Eiffel.

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A Torre Eiffel atualmente.

Antiga Rodoviária de Maringá

Estive na cidade de Maringá recentemente e ao parar em um semáforo no centro da cidade, olhei para um enorme terreno ao lado. Demorei alguns segundos para lembrar o que existia em tal local, que agora é um feio estacionamento público. Nesse terreno ficava a antiga Rodoviária de Maringá, que foi construída no anos sessenta. Durante muitos anos a rodoviária funcionou no centro da cidade e foi palco de milhares de histórias alegres e tristes. E tal rodoviária também faz parte de minha história, principalmente em minha infância e adolescência. Muitas vezes passei a noite na antiga Rodoviária, pois costumava ir para Maringá visitar amigos, ir em festas, assistir partidas de futebol e shows. E durante muitos anos o meio de transporte para ir de minha cidade, Campo Mourão, até Maringá, eram os ônibus que entravam e saiam da antiga Rodoviária da cidade. E muitas vezes era necessário pernoitar na antiga rodoviária, para esperar o primeiro ônibus no dia seguinte e voltar para casa. Era mais seguro esperar dentro da Rodoviária!

Nos quase dois minutos que fiquei parado no semáforo ao lado do local onde existia a antiga Rodoviária, pude lembrar de muitas histórias engraçadas e interessantes que vivi naquele local. A maioria delas foi na companhia de amigos. E ali também aconteceu uma dolorida despedida de uma linda carioca loira de olhos claros (um verde e outro azul), em meados de 1990.

Não sei ao certo qual o motivo de demolirem o antigo prédio da rodoviária, após terem construído uma outra rodoviária maior e mais moderna em outro local. Mas sei que tal demolição ocorreu em 2010 e que foi conflituosa. Tentaram fazer com que o prédio fosse tombado, por ser histórico. Mas no final prevaleceu a vontade do Prefeito da época, que era demolir o prédio o mais rápido possível. Tal decisão foi lamentável, pois o prédio histórico poderia muito bem ter sido restaurado e servido para outros nobres fins.

Infelizmente no Brasil não existe a cultura de preservar e conservar prédios históricos. Aqui o velho é considerado feio e sem importância, então decidem demolir e construir outra coisa no local. E muitas vezes a decisão de destruir construções histórias é tomada em razão de interesses econômicos obscuros. No caso da demolição da antiga Rodoviária de Maringá, não sei ao certo qual era o real interesse. Mas sei que se passaram mais de cinco anos e no local da antiga Rodoviária existe uma “vazio” bem no coração da cidade, onde atualmente existe um feio estacionamento.

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Cartão Postal da antiga Rodoviária de Maringá.

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Antiga rodoviária. (Foto: Gazeta de Maringá)

September eleven

Hoje completa 14 anos dos atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. Alguns eventos só se transformam em datas históricas muito tempo depois de ocorridos, quando se atribui a eles uma importância crucial para os rumos tomados pela História. E há fatos que nascem com a marca da mudança,  devido sua grande importância para os caminhos percorridos após tal evento ter ocorrido. Nestes casos não é necessário nenhum afastamento para concluir que tal evento será para sempre, um divisor de águas da História, um acontecimento que independente da forma que será narrado, o passado nunca deixará de estar presente na linha do tempo como um ponto de mudança de rumo. Este é o caso do 11 de setembro de 2001.

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125 anos da morte de Van Gogh

Hoje, 29 de julho está fazendo 125 anos da morte de Van Gogh. Um dos maiores pintores de todos os tempos, o holandês Vincent Van Gogh é o maior ícone da pintura pós-impressionista. Sua vida foi um fracasso e ele se suicidou aos 37 anos, sofrendo de problemas mentais. Mas era um gênio, e sua genialidade só foi descoberta após sua morte. Sua fama póstuma iniciou após uma exposição com alguns de seus quadros, realizada em 1901 em Paris.

Atualmente os quadros de Van Gogh valem milhões e estão espalhados pelo mundo, em coleções  particulares e museus. No Brasil é possível encontrar quadros de Van Gogh no Masp, em São Paulo. No acervo do Masp (Museu de Arte de São Paulo), existem cinco quadros pintados por ele.

Van Gogh é meu pintor favorito e tive a oportunidade de ver ao vivo seus quadros que estão no Masp. Também tive a oportunidade de ver alguns de seus quadros que estão em exposição no Metropolitan Museum of Art, de Nova York.

Quadros de Van Gogh que fazem parte do acervo do Masp.

Passeio ao Crepúsculo (1889-1890).
Passeio ao Crepúsculo (1889-1890).

Natureza-Morta com Prato, Vaso e Flores (1884-1885).
Natureza-Morta (1885).

O Escolar (1888).
O Escolar (1888).

Banco de Pedra no Asilo de Saint-Remy (1889).
Banco de Pedra no Asilo de Saint-Remy (1889).

A Arlesiana (1890).
A Arlesiana (1890).

Alguns quadros de Van Gogh que fazem parte do acervo do Metropolitan.

Shoes (1888).
Shoes (1888).

The Flowering Orchard (1888).
The Flowering Orchard (1888).

Aniversário de Che Guevara

Hoje, 14 de junho é aniversário de Che Guevara. Para muitos, principalmente socialistas e alguns outros esquerdistas mal informados, Che Guevara é um herói. Entre outras o cara era racista, homofóbico e assassino. Matava quem ia contra suas idéias! Disse muitas idiotices, inclusive que mataria como um verme até Jesus Cristo se ele cruzasse seu caminho. Só idolatra e acha Che Guevara um herói ou um homem extraordinário, quem não conhece sua história, ou quem apenas assistiu ao filme “Diários de Motocicleta” (que por sinal é um bom filme e eu gosto!), que mostrava Che Guevara jovem e idealista, antes de se transformar num monstro.

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Lousas de quase um século

Em uma escola da cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, funcionários que trocavam algumas lousas (quadros negros), fizeram uma descoberta surpreendente. Ao removerem lousas antigas de algumas salas de aula, descobriram atrás delas lousas ainda mais antigas, que no passado eram pintadas na parede. Algumas dessas lousas tem quase cem anos! E muitas delas estavam com escritos, cronogramas, tabuadas, lições de literatura e música, conteúdos escritos por professores e alunos. Algumas lousas estão com a data do dia em que o conteúdo foi escrito.

Parece que quem instalou as lousas (que foram trocadas agora) por cima da lousas antigas, deixou de propósito as lousas antigas escritas, sem apagar ou destruir as informações que estavam escritas nelas. Deixou tudo como estava, como uma espécie de túnel do tempo, para um dia serem descobertas. E isso levou quase cem anos!

A Prefeitura da cidade de Oklahoma vai preservar as lousas antigas como estão. O conteúdo nelas escrito foi feito entre 30 de novembro e 4 de dezembro de 1917. Possivelmente os alunos e professores que escreveram nestas lousas, estão todos mortos.

Fotos: Oklahoma City Public Schools

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Lousa com escrito de 1917.

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Aula de matemática e música.

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As lousas eram pintadas nas paredes.

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Data de 30/11/17, no padrão americano, onde o mês vem antes do dia.

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Desenho e texto de história.

Diários de Dom Pedro II

Nos 58 anos em que foi imperador do Brasil, Dom Pedro II fez muitas viagens pelo interior do Brasil e para o exterior. Durante estas viagens ele tinha o costume de anotar tudo em cadernetas, uma espécie de diário. Ele fazia as anotações com riqueza de detalhes e ao todo escreveu 43 cadernetas. Atualmente estes diários fazem parte do acervo do Museu Imperial, em Petrópolis.

O imperador era detalhista em suas anotações e seus diários serviram e servem como fonte de pesquisa sobre muitos assuntos da época do Brasil Império. Boa parte destes diários estão em forma digital e são liberados para consulta. Em 2010 os diários de Dom Pedro II foram considerados Memória do Mundo pela UNESCO.

Sou um admirador confesso de Dom Pedro II e estudioso do assunto. Em 2009 durante uma visita ao acervo do Museu Imperial, solicitei uma consulta ao diário de Dom Pedro II sobre sua visita à Província do Paraná, em 1880. Fui muito bem recebido pelos funcionários do acervo do Museu Imperial e já estava sentado ao lado de uma mesa, com luvas próprias para manusear o diário sem danificá-lo. Uma funcionária tinha ido buscar o diário no arquivo e meu coração batia mais forte diante da expectativa de ter em mãos um dos diários escritos por Dom Pedro II. Mas então veio a decepção, pois outra funcionária lembrou que o diário sobre a visita à Província do Paraná já estava disponível no formato Word e eles podiam me enviar por e-mail. Ao mesmo tempo em que isso facilitava minha pesquisa, me tirava o prazer de poder manusear as anotações originais. Agradeci a atenção que me deram e fui embora chateado, mas não podia “exigir” que me mostrassem o diário original, pois estaria tomando tempo desnecessário do pessoal do arquivo sem necessidade. No dia seguinte recebi em meu e-mail o arquivo com o texto extraído do diário sobre a visita do imperador ao Paraná.

No ano seguinte ao visitar a Bienal do Livro de Curitiba, encontrei um livro escrito por um historiador da cidade de Ponta Grossa, onde ele contava sobre a visita de Dom Pedro II ao Paraná. Comprei o livro e lendo-o descobri que nele estava transcrito quase que totalmente os textos que o pessoal do Museu Imperial tinha me enviado. Só não sei se o autor do livro consultou o diário original ou igual a mim recebeu o texto do diário via e-mail.

Ainda continuo colecionando livros sobre Dom Pedro II e tenho planos de no futuro escrever um livro sobre a visita do imperador ao Paraná. Visitei muitos locais onde ele esteve nessa visita e tenho diversos textos e anotações sobre o assunto. Mas a frustração de não ter visto ao vivo as anotações sobre a visita do Imperador a Província do Paraná, ainda existe.

Também continuo na busca de algo assinado por Dom Pedro II, ou algum documento escrito por ele, para fazer parte de minha coleção de livros, revistas e documentos antigos. Mas os poucos documentos que encontrei disponíveis para venda estão no exterior e seus preços são proibitivos. Mas quem sabe um dia eu consiga algo!!! 

Documentos Relativos às Viagens do Imperador D. Pedro II pelo Brasil e pelo Mundo. Registro Internacional (MoW), 2013.

Os Documentos Relativos às Viagens do Imperador D. Pedro II pelo Brasil e pelo Mundo são parte integrante do Arquivo da Casa Imperial do Brasil, doado ao Museu Imperial pelo príncipe d. Pedro Gastão de Orleans e Bragança, bisneto de d. Pedro II, em 1949. O conjunto é formado por diários, itinerários de viagens, correspondências, registros de visitas, contatos do imperador, relatórios de despesas, periódicos, panfletos, programas, homenagens, convites, desenhos e totaliza 2.120 documentos. A documentação permite traçar um painel do século XIX, suas transformações e a passagem à modernidade, revelando aspectos do pensamento, das descobertas científicas, da diversidade cultural e das paixões políticas, e analisar as relações diplomáticas do Brasil com outros países.

Fonte: www.museuimperial.gov.br

Um dos diários de Dom Pedro II.
Um dos diários de Dom Pedro II.

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Sala do acervo do Museu Imperial.

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Pesquisadora no Acervo do Museu Imperial. (Foto: revista Isto É)

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Certificado concedido pela UNESCO.

150 anos da morte de Lincoln

Hoje está fazendo 150 anos da morte do Presidente norte americano, Abraham Lincoln. Ele sofreu um atentado a tiro no dia 14 de abril de 1865, e veio a falecer no dia seguinte, 15 de abril. Para os brasileiros tal data e personagem não tem nenhuma importância. Mas para mim tem, pois Lincoln é um dos personagens históricos que admiro. Sou apaixonado por história e formado em história. Por isso muitos fatos históricos e personagens históricos me interessam muito.

Não existe um motivo especial por tal interesse por Lincoln. Acho que a história dele de uma maneira geral foi que me fascinou. Ele era um lenhador pobre, que acabou entrando para a política e se tornou o Presidente dos Estados Unidos. Sob sua administração os Estados Unidos passaram por uma mortífera Guerra Civil, que buscava principalmente o fim da escravidão. Tal Guerra durou quase cinco anos, causou milhares de mortes, mas transformou o país e a mentalidade dos norte americanos de uma maneira que tornou possível serem a potência que conhecemos hoje em dia. Pouco depois do fim da Guerra, Lincoln sofreu um atentado quando assistia a um peça no Teatro Ford, na cidade de Washington. O autor do atentado era um famoso ator, cujo motivo do crime era mais do que ser a favor da escravidão. O motivo principal era entrar para a história e ter seu nome lembrado durante anos, mesmo que por um assassinato.

Li muitos livros sobre Lincoln, assisti filmes, vi fotos antigas. E também tive a oportunidade de conhecer o Teatro Ford, em Washington, local onde Lincoln sofreu o mortal atentado. Também conheci a hospedaria (Casa Petersen) para onde levaram Lincoln ferido e onde ele veio a falecer, que fica em frente ao Teatro Ford. Também pude ver em múseus alguns documentos e peças de vestuário de Lincoln, inclusive uma de suas cartolas.

Somente quem gosta de história é que pode entender a sensação de ver ao vivo e a cores, locais e objetos que fazem parte da história de determinado personagem que admiramos…

Nos links abaixo você encontra postagens aqui no blog, que falam sobre o Teatro Ford e sobre a hospedaria onde Lincoln faleceu.

https://vanderdissenha.wordpress.com/2011/11/06/teatro-ford-fords-theatre/

https://vanderdissenha.wordpress.com/2011/11/06/casa-petersen/

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Abraham Lincoln.

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Teatro Ford (Washington – DC).

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Velório de Lincoln.

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Cartola de Lincoln.

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Túmulo de Lincoln (Springfield, Illinois).

Tumba de Lincoln.
Tumba de Lincoln.

Hino Nacional

Hoje, 13 de abril, é comemorado o Dia do Hino Nacional Brasileiro. A música composta por Francisco Manuel da Silva já era usada desde a primeira metade do século 19. Mas a letra de Joaquim Osório Duque Estrada, só foi escolhida para o hino em 1922 e oficializada por lei em 1971. A letra do hino é toda “rabuscada”, se enquadrando no estilo parnasiano.

O Hino Nacional Brasileiro foi criado em 1831 e teve diversas denominações antes do título, hoje, oficial. Ele foi chamado de Hino 7 de abril (em razão da abdicação de D. Pedro I), Marcha Triunfal e, por fim, Hino Nacional.

Com o advento da Proclamação da República e por decisão de Deodoro da Fonseca, que governava de forma provisória o Brasil, foi promovido um Grande Concurso para a composição de outra versão do Hino. Participaram do concurso, 36 candidatos; entre eles Leopoldo Miguez, Alberto Nepomuceno e Francisco Braga.

O vencedor foi Leopoldo Miguez, mas o povo não aceitou o novo hino, já que o de Joaquim Osório e Francisco Manuel da Silva havia se tornado extremamente popular desde 1831. Através da comoção popular, Deodoro da Fonseca disse: “Prefiro o hino já existente!”. Deodoro, muito estrategista e para não contrariar o vencedor do concurso, Leopoldo Miguez, considerou a nova composição e a denominou como Hino da Proclamação da República.

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Rainha Elizabeth II

Você sabia que a Rainha Elizabeth II foi a primeira mulher da Família Real Britânica a entrar para o serviço militar?

Em 1945, com apenas 18 anos, a então Princesa Elizabeth convenceu seu pai de que deveria contribuir diretamente nos esforços da guerra. Foi aí que ela se juntou ao Serviço Territorial Auxiliar da Divisão de Mulheres do Exército Britânico, onde foi treinada para dirigir e consertar veículos militares. Devido ao seu trabalho exemplar, a princesa foi promovida a comandante júnior.

A Rainha Elizabeth II é a última Chefe de Estado viva a servir uniformizada na Segunda Guerra Mundial.

Fonte: https://vivimetaliun.wordpress.com

Rainha Elizabeth II na época da II Guerra.
Rainha Elizabeth II na época da II Guerra.

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Elizabeth II.

 

Darwin no Brasil

Em 2008, comemorou-se 150 anos da teoria da seleção natural, proposta em conjunto pelos naturalistas britânicos Charles Darwin (1809-1882) e Alfred Wallace (1823-1913). A efeméride é a ocasião de relembrar a passagem dos dois naturalistas pelo Brasil e a contribuição das observações feitas por ambos em nosso país para a formulação da teoria que mudou a biologia.

A passagem de Darwin pelo Brasil foi o foco da conferência do físico e historiador da ciência Ildeu de Castro Moreira na reunião anual da SBPC. Moreira, que dirige o Departamento de Popularização e Difusão da Ciência do Ministério da Ciência e Tecnologia, está tentando reconstituir os diferentes passos da passagem do naturalista inglês pelo país e está envolvido na organização de vários eventos comemorativos dos 150 anos da teoria da seleção natural.

Darwin passou pelo Brasil a bordo do Beagle, navio encarregado de dar a volta ao mundo fazendo medições importantes para a marinha britânica. Recém-formado, aos 24 anos, Darwin era o naturalista de bordo, incumbido de fazer observações geológicas e biológicas durante a expedição. Na viagem, que durou quase cinco anos, o inglês coletou material e fez observações que, mais tarde, o colocariam na trilha da seleção natural.

Algumas das primeiras escalas do Beagle foram feitas na costa brasileira, em Fernando de Noronha, Salvador, Abrolhos e no Rio de Janeiro, onde Darwin passou quatro meses. “Darwin ficou hospedado em Botafogo, que era então um bairro nobre e tranqüilo, onde nobres e embaixadores tinham sítios”, conta Moreira. “Estamos tentando identificar a localização exata da casa em que ele ficou, provavelmente na atual rua São Clemente.” Em 1836, após completar a circunavegação, o Beagle fez novas escalas no Brasil, em Salvador e Recife, em seu caminho rumo à Inglaterra.

A deslumbrante natureza foi o que mais chamou a atenção de Darwin em sua passagem pelo Brasil. Seu diário de bordo e as notas de viagem reunidas anos mais tarde em livro (A viagem do Beagle, disponível em português) refletem o encanto do jovem inglês com a luxuriante paisagem tropical.

“Delícia é um termo fraco para exprimir os sentimentos de um naturalista que, pela primeira vez, se viu perambulando por uma floresta brasileira”, escreveu Darwin sobre sua passagem por Salvador. Seu relato é repleto de adjetivos deslumbrados que exaltavam “a exuberância geral da vegetação”, “a elegância da grama”, “a beleza das flores” ou “o verde lustroso da folhagem”.

Humanismo e preconceito

As notas de viagem de Darwin refletem também sua visão sobre a sociedade brasileira. Em várias passagens, elas manifestam o humanismo do naturalista, que recrimina reiteradas vezes a escravidão contemplada por ele no país. Mas Ildeu Moreira lembra também que as observações do inglês denotam certo preconceito em algumas passagens.

Sua impaciência com a burocracia brasileira, por exemplo, ou sua decepção com os modos rudes com que foi tratado por certos habitantes locais motivaram comentários pouco simpáticos à população brasileira em suas anotações. “Darwin fez algumas generalizações sobre os brasileiros e às vezes julgava as pessoas pela sua aparência ou pela forma como se vestiam”, diz Moreira.

O historiador da ciência chama a atenção também para outro aspecto interessante que se sobressai das anotações feitas por Darwin em sua passagem pelo Brasil. Esses relatos mostram como o inglês foi ajudado por habitantes locais em suas incursões pela mata e nas expedições para coleta de material biológico. Moreira lembra que esses guias, geralmente omitidos nos relatos científicos dos naturalistas, aparecem mais claramente nos relatos de viagem, escritos em estilo mais solto.

“Os índios, escravos e crianças que ajudavam os naturalistas do século 19 tinham um conhecimento que, depois de catalogado e registrado, foi incorporado ao acervo da ciência mundial”, afirma Moreira. “Isso não representa um demérito para esses cientistas, mas nada teria sido feito sem a ajuda desses guias. Não podemos perder a perspectiva de que a ciência dependia do conhecimento das populações nativas.”

Bernardo Esteves 

Ciência Hoje On-line / 16/07/2008

Darwin jovem, quando passou pelo Brasil.
Darwin jovem, quando passou pelo Brasil.

Darwin, idoso.
Darwin, idoso.

Livro: A Viagem do Beagle.
Livro: A Viagem do Beagle.

Navio HMS Beagle.
Navio HMS Beagle.

Darwin Day

Ontem, 12 de fevereiro, foi comemorado o “Darwin Day”. Charles Darwin nasceu em 12 de fevereiro de 1809, e na data de seu aniversário, seus muitos admiradores espalhados pelo mundo, promovem uma homenagem anual batizada de Darwin Day (Dia de Darwin). O objetivo principal de tal comemoração é ressaltar suas contribuições para a humanidade, pois o inglês Charles Darwin (1809-1882), foi um dos cientistas mais importantes da história. O naturalista revolucionou os conceitos sobre a evolução das espécies por meio da teoria da seleção natural. A teoria de Darwin, apesar de comprovada cientificamente, ainda encontra resistência, principalmente entre os defensores do criacionismo que recusam a evolução.

Uma antiga paixão quase prejudicou a grande viagem da vida de Darwin. Uma mulher quase impediu que Darwin embarcasse no navio HMS Beagle e participasse da expedição, que foi fundamental para os estudos do naturalista sobre a origem das espécies. A antiga namorada Fanny Owen, retomou contato com Darwin meses antes da missão se iniciar. A paixão entre o casal reacendeu e a jovem prometeu esperar o retorno de Darwin. No entanto, ao chegar ao Rio de Janeiro, no início de 1832, o naturalista recebeu uma carta dizendo que Fanny Owen iria se casar com outro. Darwin superou a desilusão amorosa e não abandonou a viagem.

Uma grande dúvida também atormentou Charles Darwin durante algum tempo. Meses antes de casar com sua prima Emma Wedgwood, Darwin resolveu enumerar os prós e os contras do casamento. A partir do seu dilema ele escreveu uma obra, “This is the Question” (Esta é a questão). Pelos argumentos de Darwin, contra o matrimônio pesavam o fim da liberdade de ir para onde quisesse, as despesas e a ansiedade gerada com o nascimento dos filhos. Mas havia algumas vantagens, ponderou, como ter uma esposa e filhos, seria uma aposta contra a solidão. “Essas coisas são boas para a saúde”, destacou na lista publicada pelo site do Darwin Project, que disponibiliza digitalmente documentos importantes da história do naturalista. Depois de muito pensar, no dia 29 de janeiro de 1839, Darwin finalmente se casou. O casamento com Emma Wedgwood deu tão certo que eles tiveram dez filhos.

Em 2009, um exemplar da primeira edição do livro de Darwin, “A origem das Espécies” foi adquirido em um leilão, por cerca de R$ 430.000,00. O exemplar do livro tinha ficado esquecido por anos na estante da casa de uma família que morava na Inglaterra. O leilão coincidiu com o 150º aniversário da publicação do livro. Em 1859, o livro de Darwin foi o mais vendido do ano, com uma tiragem de 1.250 exemplares.

Durante a viagem do navio HMS Beagle, Darwin passou pelo Brasil e ficou impactado com a escravidão. Em um episódio de sua viagem, junto a um rio que banha o estado do Rio de Janeiro, Darwin sentiu vergonha ao tentar se comunicar com um escravo. O naturalista utilizou mímica e outros gestos, mas o negro achou que o cientista iria espancá-lo.

A teoria do naturalista contradiz um dos principais dogmas da religião católica, que é a crença de que Deus criou as espécies tal como elas existem. Conforme avançava em sua teoria, ele percebeu que a evolução poderia colocar em risco os dogmas da religião de sua querida esposa. Por essa razão, ele adiou a publicação de “A Origem das Espécies”, publicando o livro somente quando percebeu que o zoólogo Alfred Russel Wallace havia chegado à mesma conclusão.

Darwin Day 2015.
Darwin Day 2015.

The Origin of Spices.
The Origin of Species.

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Livro: A Origem das Espécies.

 

Cemitério da Consolação

Cemitério da Consolação é o mais antigo cemitério em funcionamento na cidade de São Paulo e também a mais importante referência brasileira na área da arte tumular (ver postagem sobre arte tumular aqui no blog http://vanderdissenha.wordpress.com/2013/04/12/arte-tumular-simbolos/). Foi o primeiro cemitério público da cidade, tendo sido inaugurado em 15 de agosto de 1858. Na época de sua inauguração era chamado de Cemitério Municipal e tinha como objetivo evitar epidemias, substituindo o hábito existente de sepultar os mortos nos interiores das igrejas. Hoje o Cemitério da Consolação é um dos vinte e dois cemitérios públicos da cidade de São Paulo.

Em razão da prosperidade advinda da aristocracia da cafeicultura e o surgimento de uma expressiva burguesia em São Paulo, o Cemitério da Consolação passou a abrigar muitas obras de arte produzidas por escultores de renome (muitos em início de carreira), para ornamentar os seus jazigos. Entre os muitos artistas que produziram obras para o cemitério, encontram-se Rodolfo Bernardelli, Victor Brecheret, Celso Antônio Menezes e Bruno Giorgi.

Atualmente o Cemitério da Consolação mantém visitas guiadas, por meio do projeto “Arte Tumular”. Nessas visitas um guia leva os visitantes a conhecer os túmulos de personagens famosos da história brasileira que estão ali sepultados e também mostra obras dos grandes artistas que enfeitam muitas sepulturas e jazigos. As visitas precisam ser agendadas.

No início, o Cemitério da Consolação era o lugar de sepultamento de pessoas de todas as classes sociais, inclusive escravos. A partir dos primeiros anos do século XX o cemitério passou a receber quase que exclusivamente pessoas da alta classe média e da burguesia. Naquele tempo, um túmulo suntuoso era visto como sinal de status social. Acontecia uma certa competição entre as famílias ricas, que construíam jazigos cada vez mais sofisticados, em materiais nobres como mármore e bronze. A ornamentação ficava a cargo de artistas importantes, que tinham na arte tumular uma atividade altamente lucrativa. Desde então, o cemitério abriga túmulos de personalidades e famílias ilustres da sociedade paulista e brasileira.

Quando foi construído, o Cemitério da Consolação se localizava na periferia de São Paulo, num ponto distante do centro da cidade. Mas com o passar dos anos a cidade foi crescendo e hoje ele fica numa área considerada central e próximo à avenida Paulista, uma das avenidas mais importantes e com o metro quadrado mais caro do Brasil.

Personalidades sepultadas

Estão sepultados no Cemitério da Consolação os restos mortais de muitas personalidades importantes da História do Brasil. Entre muitos vale a pena citar os modernistas: Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Os Presidentes da República: Campos Sales e Washington Luís. Os Governadores de São Paulo: Ademar de Barros, Bernardino José de Campos Junior, Roberto Costa, Jorge Tibiriçá, Carvalho Pinto e Roberto Costa de Abreu Sodré.

Outras personalidades sepultadas no Cemitério da Consolação são: Marquesa de Santos, que foi amante de Dom Pedro I. Ela também foi quem deu dinheiro para a construção da capela do Cemitério da Consolação. Os atores globais: Armando Bógus (o Zé das Medalhas da novela Roque Santeiro) e Rubens de Falco (o Coronel da primeira versão da novela Escrava Isaura). O Barão de Antonina, Barão de Anhumas, Ruth Cardoso (esposa do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso), o escritor Monteiro Lobato, os empresários Cândido Fontoura e Francesco Matarazzo

Um dos destaques do cemitério é o colossal mausoléu da família Matarazzo, o maior da América Latina. Esse mausoléu que do subsolo ao pico possui 25 metros de altura e tem o tamanho aproximado de um prédio de três andares, ocupa uma área de 150 metros quadrados. É ornamentado por um conjunto escultório em bronze italiano, obra de Luigi Brizzolara.

Interior do cemitério.
Interior do cemitério.

Túmulo da Marquesa de Santos.
Túmulo da Marquesa de Santos.

Detalhes de um mausoléu.
Detalhes de um mausoléu.

Túmulo do Presidente Campos Sales.
Túmulo do Presidente Campos Sales.

Mausoléu da família Matarazzo.
Mausoléu da família Matarazzo.

Túmulo do escritor Monteiro Lobato.
Túmulo do escritor Monteiro Lobato.

Visitando o Cemitério da Consolação.
Visitando o Cemitério da Consolação.

189 anos de independência do Brasil

Como homenagem aos 189 anos de independência do Brasil, vou utilizar um pouco de meus dotes de historiador e contar a história de um quadro. Esse quadro é famoso e com certeza todos os brasileiros que estudaram um pouco de história na escola, viram a imagem desse quadro em alguma cartilha. Tive o privilégio de ver esse quadro ao vivo e a cores, e posso lhes garantir que ele é muito bonito. Mas como é normal na história passada e atual de nosso querido pais, nem tudo o que parece é realmente verdade. O nome desse quadro é “Independência ou Morte” e foi pintando por Pedro Américo. 

Infelizmente a história é sempre contada pela visão dos vencedores e também ensinada de acordo com o contexto sócio-político de determinado local ou  época. Isso faz com que desde a infância seja nos apresentada uma história que é reconhecida universalmente e que jamais pode ser discutida. Na história do Brasil é comum que heróis sejam esquecidos e que personagens inexpressivos sejam transformados em heróis. Que fatos sejam alterados ou inventados, de acordo com os interesses da ideologia dominante em certa época. Tudo isso para se tentar valorizar um regime de governo ou determinada orientação política vigente.  Esse quadro do Pedro Américo é um exemplo clássico disso. A bela imagem que nos foi passada desde a infância, mostrando como foi o momento sublime da independência é na verdade uma imagem que foi retratada bem diferente da imagem real do 7 de setembro de 1822.

A independência do Brasil foi proclamada em 1822, mas Pedro Américo só terminou de pintar o quadro em 1888 em Florença, na Itália, onde ele vivia na época. Esse quadro foi encomendado pela Família Real, que desejava ressaltar a monarquia e seus heróis. O regime monárquico estava cambaleante e caiu em 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da República. E como se tratava de um quadro encomendado, referente a um fato histórico ocorrido muitos anos antes e presenciado por poucos, Pedro Américo decidiu mudar um pouco a imagem do momento do grito de independência feito por Dom Pedro I. Tal momento foi “reconstruido”, passando uma imagem mais pomposa.

Entre as principais alterações feitas, o autor do quadro chegou a “desviar” o curso do riacho do Ipiranga, que a rigor estaria passando por trás de quem observasse a cena naquele local. Outra alteração feita é com relação ao tamanho da comitiva, que não tinha tantos membros igual o quadro retrata. As roupas também não eram iguais as que aparecem no quadro, todas roupas de gala. A comitiva de Dom Pedro I tinha subido a Serra do Mar, vinda de Santos e ninguém naquela época usava roupas de gala em viagens, pois elas eram quentes e cheias de enfeites. Na verdade todos deveriam estar usando trajes mais práticos e simples e possivelmente cheios de pó e barro da estrada, que naquela época era pouco mais que uma trilha no meio do mato. E o principal é que Dom Pedro I não estava montado num imponente cavalo. Naquela época para viagens longas e principalmente subindo uma serra, eram utilizados jumentos e mulas. E conta a lenda que Dom Pedro I estava com uma forte diarréia e que tinha parado naquele local às margens do riacho Ipiranga para dar uma “aliviada”. 

Mesmo não retratando a “imagem” real do momento do grito da independência, o quadro de Pedro Américo possui um valor inestimável para a história brasileira. O quadro mede 7,60 x 4,15 metros. Pedro Américo se preocupou em estudar todos os detalhes do quadro, como roupas e armas utilizadas na época em que ocorreu o grito da independência. Para a produção deste quadro ele se dirigia freqüentemente ao bairro do Ipiranga, próximo ao riacho, para conhecer melhor a luz e a topografia do local, entre outros aspectos. Desde que foi pintado, esse quadro está no Museu do Ipiranga (atualmente chamado de Museu Paulista da USP), em São Paulo. Inclusvie quando da construção do Museu, Pedro Américo pediu que a parede onde ficaria o quadro fosse um pouco inclinada para possibilitar uma melhor visualização e sentido de dimensão de sua obra. 

No local onde aconteceu o grito de independência em 1822, nos dias de hoje pouca coisa lembra como ele era na época. O riacho do Ipiranga é poluído e está quase esquecido em meio a avenidas e outras construções. Próximo a ele foi constuído o Monumento à Independência. Debaixo do monumento fica a cripta onde estão os restos mortais de Dom Pedro I, trazidos de Portugal em 1972. Ao lado dos restos mortais de Dom Pedro I, também estão os restos mortais de suas duas esposas, Leopoldina e Amélia. Os restos mortais de sua amante, a Marquesa de Santos, estão sepultados um pouco distantes dali, no cemitério da Consolação. O coração de Dom Pedro I está conservado e guardado como relíquia em um mausoléu na capela-mor da Igreja da Lapa, em Porto, Portugal.

Quadro: Independência ou Morte

Salão Nobre do Museu do Ipiranga.

Museu do Ipiranga.

Monumento à Independência.

Urna com os restos mortais de Dom Pedro I.

Local onde aconteceu o grito da independência, nos dias atuais.

O riacho do Ipiranga hoje em dia.

Dimitri Sensaud de Lavaud (1882-1947)

Como prometi  na postagem 1910 – O Primeiro Voo do Brasil,  que fiz na última sexta-feira, segue aqui a história do bisavô da Andrea. História bem interessante por sinal!

Dimitri Sensaud de Lavaud:

Engenheiro, inventor e aviador francês naturalizado brasileiro que construiu o primeiro avião nacional. Dimitri tinha quinze anos, e veio com a família de Paris para o Brasil, e instalou-se em Osasco, no chalé que hoje abriga o museu que recebeu seu nome.

Lavaud veio morar em Osasco – SP, no final do Século XIX. Trazido pelo pai, que veio ao país motivado por oportunidades de negócios, o jovem decidiu construir o que viria a ser o primeiro avião legitimamente brasileiro e com ele realizou o primeiro vôo da América Latina, na cidade de Osasco, São Paulo, no dia 7 de janeiro de 1910.

Ele se dedicou ao longo de quatro anos ao seu ambicioso projeto de construção de um avião. Era aficionado por engenharia mecânica e encomendara na Europa dezenas de publicações científicas. Contratou como parceiro o projetista e mecânico Lourenço Pellegatti, e o resultado de sua empreitada viria a público no dia 7 de janeiro de 1910.

Muito curioso, ele pesquisava tudo sobre aviação. É provável que tenha mantido algum contato com Santos Dumont, pois Victor Brecheret tinha uma casa no bairro de São Francisco, que faz divisa com Osasco, e dizem que Santos Dumont visitava o amigo nessa chácara que hoje é uma escola infantil. É possível que Dimitri tenha se encontrado com o pioneiro da aviação, e decidido que também iria voar.

Dimitri já era casado quando em 1909, carregando seus rascunhos, se dirigiu à oficina Graiy Martins, que se localizava em frente à estação Júlio Prestes, em São Paulo. Procurava um mecânico habilidoso, capaz de transportar para o metal o seu projeto do motor. Indicaram-lhe Augusto Fonseca, um mecânico experiente, mas como este cobrou muito caro pelo trabalho, ele acertou com Lourenço Pellegatti um jovem de dezessete anos que, apesar da pouca idade, já se destacava como um bom profissional.

No domingo seguinte Pellegatti, que morava na Lapa, foi de bicicleta ao chalé onde moravam os pais do amigo. E já naquele domingo os dois se entregaram de corpo e alma à construção do avião. Era tanto o entusiasmo de ambos, que o jovem mecânico não voltou para casa, deixando seus pais apreensivos. Dias depois seu irmão mais velho o localizava em Osasco, tão preocupado com os rumos da construção do avião, que não se dera conta da apreensão que seu desaparecimento provocaria nos familiares.

O inventor continuava seus estudos e, muitas vezes, contou-nos Pellegatti, nos anos 70, acordava-o em plena madrugada, para mostrar-lhe alguma nova descoberta no projeto em andamento e, se Pellegatti discordava dele em alguma coisa, ele o chamava de burro, com o carregado sotaque francês que adquirira durante a convivência com a família e os vários anos que residira na França. Mas logo depois lhe pedia desculpas ao reconhecer que o amigo mecânico estava com a razão.

O comendador Evaristhe Sensaud De Lavaud, pai de Dimitri, possuía uma oficina mecânica muito bem montada na Cerâmica Osasco, de sua propriedade. No entanto as peças requeriam a utilização de tornos muito delicados que não existiam em sua oficina. Para isso, o inventor recorreu à oficina de reparos de papelão Sturlini – Matarazzo (Adamas do Brasil), localizada na Rua da Carteira, em Osasco, assim denominada porque na época ali se fabricavam carteiras. Atualmente essa rua se chama Narciso Sturlini.

Naquela oficina realizou-se a maior parte do trabalho, mas depois os dois se transferiram para a “Garagens Reunidas”, na Rua Florêncio de Abreu, centro de São Paulo, onde concluíram a construção do aparelho.A montagem final aconteceu em Osasco.

Dimitri e Pellegatti realizaram algumas experiências com o motor, mas foram todas frustradas. Desiludidos, eles abandonaram o projeto por mais de um mês. Algumas peças dos cilindros eram muito delicadas e precisaram ser substituídas para que o motor funcionasse de forma satisfatória. Durante vários dias eles realizaram novos testes e, depois de um trabalho exaustivo tanto na colocação como na regulagem dessas peças, conseguiram alguns resultados positivos.

No dia três de janeiro de 1910, Sensaud de Lavaud, Lourenço Pellegatti e outros auxiliares que, entusiasmados, haviam se associado aos dois naquela tarefa, viram finalmente o motor funcionar ininterruptamente por duas horas.

A máquina, que batizou de São Paulo, decolou e percorreu 103 metros em seis segundos e 18 décimos, oscilando entre dois e quatro metros de altura. A conquista lhe rendeu o título de primeiro piloto do continente sul-americano a levantar vôo numa máquina mais pesada do que o ar, construída com projeto, mão de obra e matéria-prima totalmente nacionais. O assunto, festejado na época, apagou-se com o tempo, e poucos registros restaram de sua trajetória na aviação.

Até 1920 ele iria tentar mais três vôos no Brasil com duas aeronaves diferentes – sem sucesso. Uma invenção casual, no entanto, transformou sua vida. Ao tentar consertar o primeiro avião, num golpe de sorte, Lavaud descobriu uma forma de fabricar tubos em larga escala. A invenção foi patenteada, e ele criou a Companhia Brasileira de Metalurgia, que o tornou milionário.

Além de aviador, Dimitri foi um inventor prolífico e um personagem importante do Século XX. Com mais de mil patentes registradas, ele revolucionou a indústria mundial de tubos metálicos e trouxe inovações a outras indústrias, como a automobilística e a própria indústria da aviação. Em 1927, em Paris, ele fabricou o Sensaud de Lavaud, um carro com câmbio automático, invenção que só iria se popularizar nos automóveis em fins do Século XX.

Preso pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, Dimitri foi acusado de colaborar com o regime de Adolf Hitler. Mesmo após ser inocentado, nunca recuperou a alegria de viver. Deprimido e empobrecido, Dimitri morreu em 1947.

A Santos Dumont, o tempo deu glórias, afinal Paris era Paris.

A Lavaud, só coube o esquecimento.

O Chalé Brícola

Plantado entre árvores, o Chalé Brícola, onde hoje está instalado o museu “Dimitri Sensaud de Lavaud”, nos remete a um passado que o glorifica. É um casarão antigo, construído por Giovanni Brícola em 1890, muito luxuoso para a época. A memória do primeiro proprietário está presente nas portas de entrada e nas janelas que dão para o fundo do casarão com as iniciais do seu nome em metal. Giovanni Brícola residia em São Paulo e o utilizava como casa de campo.

A família Sensaud de Lavaud foi a segunda a residir ali. Algumas pessoas que conheceram o chalé naquela época, bem antes dos danos que sofreu, falam da beleza que era ver os jovens filhos do barão cavalgando nas terras que o rodeavam e que hoje se resume a uma pequena área em torno do museu.

Durante alguns anos ele ficou abandonado, à mercê de vândalos que o invadiram e destruíram grande parte do que nele havia. Moradores de rua ali se reuniam e, nas noites frias acendiam fogueiras no assoalho para se aquecerem. Com isso, destruíram grande parte do piso original. Algumas cenas de um dos filmes do cineasta Zé do Caixão foram realizadas ali.

Em 2006 iniciou-se o processo de restauração do chalé, com um curso de restauração para jovens e adolescentes. Hoje restaurado o casarão adquiriu uma aparência próxima da que tinha quando Dimitri ali viveu.

Fonte:
http://hid0141.blogspot.com/2010/07/dimitri-sensaud-de-lavaud-o-pioneiro_15.html

Dimitri Sensaud de Lavaud

Aeroplano São Paulo - 1º voo em 1910.

Chalé Brícola

Réplica do São Paulo (Museu da Tam).

“1910 – O Primeiro Voo do Brasil”

Acaba de ser lançado o livro “1910 – O Primeiro Voo do Brasil”, que conta a história de Dimitri Sensaud de Lavaud, o bisavó da Andrea, minha namorada. O livro foi escrito por Susana Alexandria e Salvador Nogueira. Na última quarta-feira, dia 14/07 eles estiveram no Programa do Jô, falando sobre o livro. Mais abaixo seguem os vídeos com a entrevista.

O bisavó da Andrea se chamava Dimitri Sensaud de Lavaud e era um francês naturalizado brasileiro. Foi ele que realizou o primeiro voo em território brasileiro. Santos Dumont, o pai da aviação, fez seus voos fora do Brasil, nunca em território brasileiro. O curioso é que Santos Dumont era brasileiro e fez seu primeiro voo na França. Já o Dimitri era francês e fez seu primeiro voo no Brasil. Com o aeroplano São Paulo, Dimitri realizou o primeiro voo registrado da América Latina, na cidade de Osasco – SP, em 7 de janeiro de 1910.

Dimitri S. de Lavaud era um grande inventor, que além de ter realizado o primeiro vôo  em território brasileiro, muito contribuiu para o desenvolvimento da Industria Automobilística  mundial com suas invenções. Em outra postagem falarei mais sobre Dimitri.

Para saber mais sobre o livro recém lançado, visitem o Blog da autora no endereço: http://primeirovoodobrasil.blogspot.com/

“1910 – O Primeiro Voo do Brasil”

 

Paraná, origem do nome…

Dia destes me perguntaram de onde surgiu o nome Paraná, para meu estado de nascimento. Mesmo sendo formado em história, tive que humildemente responder que não sabia. Não me lembrava de um dia ter estudado sobre isso seja na escola ou na faculdade. Então fui pesquisar e abaixo segue um resumo sobre o assunto.

Paraná vem da língua guarani, significa: “para” … mar + “anã” … parecido, parente, semelhante, significando rio grande, rio como mar, rio semelhante ao mar.

É um termo de origem geográfica, refere-se ao Rio Paraná, que é o maior curso d’água em território paranaense, que divisa o Estado do Paraná da República do Paraguai e do Estado do Mato Grosso do Sul. A pronúncia correta originalmente era Paranã, com o tempo a acentuação da última vogal foi alterada.

O nome Paraná, dado ao Estado, surgiu a partir de 1853, quando a então Comarca de Curitiba, que pertencia à Província de São Paulo, foi elevada a categoria de Província (que seria o Estado na época). A forma como surgiu a denominação do Estado do Paraná foi impositiva. Não houve consenso, foi uma decisão “de cima para baixo”. Se prevalecesse o bom senso continuaria o antigo nome, que era Comarca de Curitiba.

Gosto do nome Paraná, mas particularmente acho que o critério utilizado na escolha do nome do Estado foi equivocado. Se a idéia era escolher o nome de um rio que banhasse o Estado, a melhor opção seria escolher o nome do Rio Iguaçu. O Rio Paraná é importante, mas ele não adentra o estado, apenas faz divisa. Já o rio Iguaçu nasce próximo a Curitiba e atravessa milhares de quilômetros do território paranaense. Então em minha modesta opinião o nome do Estado deveria ser Estado do Iguaçu.

A nível de curiosidade, até 1853 quem nascia no atual Estado do Paraná, era conhecido como paulista da 5ª Comarca.

Bandeira do Paraná

Van Gogh

Não sou especialista e nem curto muito pinturas, mas sempre me chamou atenção os quadros pintados por Van Gogh. A forma como ele pintava, as cores que ele utilizava, sempre achei muito bonito. Tive a oportunidade de ver alguns quadros dele durante uma visita ao Metropolitan Museu em Nova York, em setembro de 2003 e foi uma experiência muito gratificante.

Breve Biografia de Van Gogh:  A genialidade de Vincent Van Gogh somente foi reconhecida após a sua morte. Em vida, o artista holandês, passou fome e frio, viveu em barracos e conheceu a miséria, vendendo apenas uma pintura  “O Vinhedo Vermelho”. Em maio de 1990, uma de suas mais conhecidas obras, “O Retrato de Dr. Gachet”, pintado um século antes, justamente no ano de sua morte, foi comercializado por US$ 82,5 milhões.

Maior expoente do pós-impressionismo, Van Gogh, foi sempre sustentado pelo irmão Theodorus. Na sua fase mais produtiva (1880/90), Van Gogh foi completamente ignorado pela crítica e pelos artistas. Atualmente, os seus quadros estão entre os mais caros do mundo. Van Gogh pintou mais de 400 telas. Os três anos anteriores à sua morte foram os mais produtivos.
 
Em dezembro de 1888 Van Gogh ataca Gauguin, um outro pintor, seu amigo, com uma navalha. Inconformado com o fracasso do ataque e completamente transtornado, Van Gogh corta o lóbulo de sua orelha esquerda com a própria arma. Em seguida, embrulha o lóbulo e o entrega a uma prostituta. Internado em um hospital, recebe a visita do irmão Theodorus. No começo de janeiro de 1889, Van Gogh deixa o hospital, mas apresenta sinais evidentes de disfunção mental às vezes, aparenta tranqüilidade, em outras oportunidades, demonstra alucinações.
 
Internado pelo irmão em um asilo, Van Gogh não deixa de pintar. Por ironia, à medida que a sua saúde fica ainda mais deteriorara, a classe artística começa a reconhecer o seu talento, expondo alguns de seus trabalhos em museus. Quando deixou o asilo, o pintor holandês foi morar nas imediações da casa de seu irmão. Nesta época, pinta, em média, um quadro por dia. Depois de ver os seus problemas mentais serem agravados, Theodorus decide que Van Gogh será tratado pelo médico Paul Gachet. Em maio de 1890, aparentando estar recuperado, Van Gogh passa a morar em Auvers-sur-Oise, a noroeste de Paris, onde pinta freneticamente.

Em julho, uma nova recaída no estado de saúde do pintor holandês, que também demonstra inconformismo com as dificuldades financeiras enfrentadas pelo seu irmão. No dia 27, Van Gogh sai para fazer um passeio e toma uma decisão drástica, atira contra si mesmo, no tórax. Cambaleando, volta para a sua casa, mas não comenta com ninguém que tinha tentado o suicídio. Encontrado por amigos, Van Gogh passa as últimas 48 horas de sua vida, conversando com o seu irmão. Os médicos não conseguiram retirar a bala do tórax. No dia 29, pela manhã, o pintor morreu e o seu caixão foi coberto com girassóis, flor que ele amava. Aliás, a tela “Os Girassóis” é uma das obras-primas de Van Gogh. 

“Os Girassóis” 

Quadros de Van Gogh no Metropolitan Museu

Túmulo de Van Ghog

Uma das mais famosas pinturas de Van Ghog

Auto retrato de Van Gogh

Casa do Ipiranga

A Casa do Ipiranga foi construída na época da abertura da estrada de ferro Paranaguá/Curitiba. Era residência do Engenheiro Fiscal do Trafego e também posto de telégrafo. O local onde ela foi construída, próximo ao Rio Ipiranga, no cruzamento com o Caminho do Itupava, tinha sido utilizado no inicio das obras da estrada de ferro, como acampamento de operários. Anos depois ela foi utilizada como clube de lazer pelos engenheiros da rede ferroviária, até a privatização da estrada de ferro em 1997. Antes da privatização a Casa do Ipiranga era preservada pela RFFSA – Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima. Após 1997, quem ficou responsável pela Casa do Ipiranga foi a FSA – Ferrovia Sul Atlântico, posteriormente tendo seu nome mudado para ALL – America Latina Logística. Após essa mudança de controle, infelizmente a Casa do Ipiranga foi sendo abandonada e aos poucos foi destruída por vândalos. Dessa forma uma construção de rara beleza e de importância histórica para o Paraná, acabou sendo destruída. Diferente da RFFSA, que além do lucro visava também á preservação do patrimônio da ferrovia, a ALL parece visar tão somente o lucro. Exemplo disso é que além da Casa do Ipiranga, várias outras casas de menor importância e beleza, que eram utilizadas por trabalhadores da rede ferroviária, estão abandonas ao longo da estrada de ferro, sendo depredadas e consumidas pelo mato.

Na Casa do Ipiranga viveu durante algumas temporadas um dos maiores pintores paranaenses, Alfredo Andersen, que era norueguês, mas passou a maior parte de sua vida no Paraná. Nessas breves temporadas Andersen registrou as lindas paisagens da Serra do Mar em suas telas a óleo.

A Casa do Ipiranga foi construída em alvenaria de tijolos sobre uma base de pedras. Ela possuía sala de estar com lareira, cozinha, sala de jantar e banheiro no térreo. No pavimento superior tinha três dormitórios e outro banheiro. Já no porão ficavam armazenadas ferramentas e outros materiais. Nos fundos foi posteriormente construído um apêndice, onde ficava uma sala de jogos toda envidraçada. Também nos fundos existia uma grande piscina com fundo em declive, alimentada de água corrente. Próximo a casa ainda existia uma pequena estufa construída com trilhos e a residência do caseiro.

Acho interessante contar que no inicio a estrada de ferro se chamava Paranaguá/Curitiba, pois a cidade de Paranaguá era mais antiga e importante comercialmente em razão do seu porto. Anos depois Curitiba acabou crescendo e ficando mais importante, então a estrada de ferro passou a ser conhecida como Curitiba/Paranaguá.

A Casa do Ipiranga quando ainda estava inteira. (fonte da foto: http://itupava.altamontanha.com/ipiranga.asp)
A Casa do Ipiranga quando ainda estava inteira. (fonte da foto: http://itupava.altamontanha.com/ipiranga.asp)

A Casa do Ipiranga em 11/04/2009.
A Casa do Ipiranga em 11/04/2009.

Lareira, piscina, fundos e laterais da Cada do Ipiranga nos dias atuais.
Lareira, piscina, fundos e laterais da Casa do Ipiranga nos dias atuais.

Pintura de Alfredo Andersen.
Pintura de Alfredo Andersen.