O Cemitério da Consolação é o mais antigo cemitério em funcionamento na cidade de São Paulo e também a mais importante referência brasileira na área da arte tumular (ver postagem sobre arte tumular aqui no blog http://vanderdissenha.wordpress.com/2013/04/12/arte-tumular-simbolos/). Foi o primeiro cemitério público da cidade, tendo sido inaugurado em 15 de agosto de 1858. Na época de sua inauguração era chamado de Cemitério Municipal e tinha como objetivo evitar epidemias, substituindo o hábito existente de sepultar os mortos nos interiores das igrejas. Hoje o Cemitério da Consolação é um dos vinte e dois cemitérios públicos da cidade de São Paulo.
Em razão da prosperidade advinda da aristocracia da cafeicultura e o surgimento de uma expressiva burguesia em São Paulo, o Cemitério da Consolação passou a abrigar muitas obras de arte produzidas por escultores de renome (muitos em início de carreira), para ornamentar os seus jazigos. Entre os muitos artistas que produziram obras para o cemitério, encontram-se Rodolfo Bernardelli, Victor Brecheret, Celso Antônio Menezes e Bruno Giorgi.
Atualmente o Cemitério da Consolação mantém visitas guiadas, por meio do projeto “Arte Tumular”. Nessas visitas um guia leva os visitantes a conhecer os túmulos de personagens famosos da história brasileira que estão ali sepultados e também mostra obras dos grandes artistas que enfeitam muitas sepulturas e jazigos. As visitas precisam ser agendadas.
No início, o Cemitério da Consolação era o lugar de sepultamento de pessoas de todas as classes sociais, inclusive escravos. A partir dos primeiros anos do século XX o cemitério passou a receber quase que exclusivamente pessoas da alta classe média e da burguesia. Naquele tempo, um túmulo suntuoso era visto como sinal de status social. Acontecia uma certa competição entre as famílias ricas, que construíam jazigos cada vez mais sofisticados, em materiais nobres como mármore e bronze. A ornamentação ficava a cargo de artistas importantes, que tinham na arte tumular uma atividade altamente lucrativa. Desde então, o cemitério abriga túmulos de personalidades e famílias ilustres da sociedade paulista e brasileira.
Quando foi construído, o Cemitério da Consolação se localizava na periferia de São Paulo, num ponto distante do centro da cidade. Mas com o passar dos anos a cidade foi crescendo e hoje ele fica numa área considerada central e próximo à avenida Paulista, uma das avenidas mais importantes e com o metro quadrado mais caro do Brasil.
Personalidades sepultadas
Estão sepultados no Cemitério da Consolação os restos mortais de muitas personalidades importantes da História do Brasil. Entre muitos vale a pena citar os modernistas: Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Os Presidentes da República: Campos Sales e Washington Luís. Os Governadores de São Paulo: Ademar de Barros, Bernardino José de Campos Junior, Roberto Costa, Jorge Tibiriçá, Carvalho Pinto e Roberto Costa de Abreu Sodré.
Outras personalidades sepultadas no Cemitério da Consolação são: Marquesa de Santos, que foi amante de Dom Pedro I. Ela também foi quem deu dinheiro para a construção da capela do Cemitério da Consolação. Os atores globais: Armando Bógus (o Zé das Medalhas da novela Roque Santeiro) e Rubens de Falco (o Coronel da primeira versão da novela Escrava Isaura). O Barão de Antonina, Barão de Anhumas, Ruth Cardoso (esposa do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso), o escritor Monteiro Lobato, os empresários Cândido Fontoura e Francesco Matarazzo.
Um dos destaques do cemitério é o colossal mausoléu da família Matarazzo, o maior da América Latina. Esse mausoléu que do subsolo ao pico possui 25 metros de altura e tem o tamanho aproximado de um prédio de três andares, ocupa uma área de 150 metros quadrados. É ornamentado por um conjunto escultório em bronze italiano, obra de Luigi Brizzolara.