Bazar de la Charité

Em 4 de maio de 1897, ocorreu em Paris um incêndio durante um bazar de caridade que entrou para a história da cidade. O Bazar de la Charité era um conhecido evento que marcava o início da temporada de verão da elite parisiense, desde 1885. Nesse bazar beneficiente, objetos diversos eram vendidos e a renda era revertidda em benefício dos pobres. Pessoas de baixa classe social, religiosos e crianças ajudavam na organização do evento, cujo responsável principal era o Barão de Mackau.

Para o bazar de 1897, o Barão de Mackau alugou um terreno vago, e num edifício temporário foram construídas 22 cabines de madeira, onde seriam vendidos os produtos do bazar. O prédio usado no evento não era muito grande e tinha sido  feito de madeira de pinho. O tema foi Idade Média, e decoraram o local para se parecer com uma rua de Paris daquela época. O interior tinha telas pintadas e tecidos que cobriam o teto. A principal atração era uma novidade para a época; a projeção cinematográfica. O cinema era um invenção rescente, dos franceses irmãos Lumière.

O primeiro dia do bazar foi de relativo sucesso de público. E no dia do incêndio cerca de  1.700 visitantes se encontravam no local, quando aconteceu um inesperado acidente. Uma das lâmpadas de éter utilizadas para iluminar o cinema explodiu, causando um incêndio que se espalhou rapidamente pelo teto coberto de tecidos. Em poucos minutos 126 pessoas morreram no local do bazar e nos dias seguintes outras mais morreram nos hospitais. Alguns sobriviventes ficaram com cicratizes causadas pelo fogo, para o resto de suas vidas.

Algumas pessoas pobres que ajudaram no resgate dos ricos, receberam medalhas. E muita gente se perguntava se o incêndio não foi um castigo divino dirigido aos ricos. Os  dois técnicos do cinema, causadores do acidente que provocou o incêndio, foram condenados à prisão. Mas o grande escândalo foi a constatação de que morreram muito mais mulheres do que homens. Testemunhas contaram que os nobres cavalheiros parienses, para fugir pela unica saída do bazar abusaram da brutalidade, socos, chutes e bengaladas contra as indefesas mulheres. A bengala era um item que os ricos usavam na época.

No local do desastre, posteriormente foi construída uma capela. A Capela Notre-Dame-de-Consolation de Paris, foi inaugurada em maio de 1900. No seu interior os nomes de 126 vítimas estão inscritos em seis placas de mármore preto, com letras de ouro. No Cemitério do Père-Lachaise, que é considerado o mais famoso do mundo, existe uma sepultura onde foram enterrados os corpos não reconhecidos na tragédia. Numa época em que não existia exame de DNA, o reconhecimento de vitímas de incêndio era uma tarefa bastante difícil.

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Interior do Bazar de la Charité.

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Túmulo das vitímas não reconhecidas. (Cemitério do Père-Lachaise)

Victor Noir e o culto sexual em sua sepultura

Em 10 de janeiro de 1870, o jornalista Victor Noir foi morto por Pierre-Napoléon Bonaparte, primo do imperador Napoleão III. Após a morte, Victor Noir se tornou um símbolo de oposição ao regime imperial. Passados 21 anos de sua morte, os restos mortais de Victor Noir foram transferidos do cemitério de Neuilly para o de Père Lachaise, em Paris. Sobre o túmulo foi colocada uma escultura muito bonita, feita por Jules Dalou. O detalhe é que a escultura tem uma notável protuberância nas calças, o que originou o culto sexual ao personagem décadas depois.  Noir foi morto por razões políticas, quando foi junto com um amigo marcar um duelo para outro amigo. Ocorreu uma discussão, onde Noir levou um tapa no rosto e em seguida um tiro, vindo a falecer. Seu assasino alegou legitima defesa e foi liberado no julgamento. Numa época em que o imperador já era impopular, a absolvição de seu primo Pierre pela acusação de assassinato, causou enorme indignação pública e várias manifestações violentas. Em 4 de setembro de 1870 ocorreu a derrubada do regime do imperador e o estabelecimento da  Terceira República.

O túmulo de Victor Noir tornou-se um símbolo de fertilidade. A escultura sobre o túmulo apresenta em certos lugares da anatomia (nariz, pés e sexo em particular), uma perda de sua oxidação verdigris. Isso acontece porque o túmulo de Victor Noir é objeto de um verdadeiro culto sexual. Diz a lenda que, ao esfregar a mão ou as partes intimas no local do sexo do falecido, é recuperada a fertilidade para as mulheres e a virilidade para os homens. Tocar nos pés permite que você encontre o amor da sua vida. E para trazer de volta o amor perdido, você tem que beijar seu nariz, queixo e lábios. Flores frescas são sempre colocadas no túmulo. Acontece mesmo de se encontrar sapatos de bebê no túmulo, provavelmente para agradecer a Victor Noir por permitir uma maternidade. Em 2004, uma cerca foi erguida ao redor da sepultura, para impedir que as pessoas tocassem na escultura. No entanto, devido a supostos protestos da “população feminina de Paris”, a tal cerca foi retirada.

Esse culto sexual existe de fato apenas desde os anos 1960, quando foi criado do zero por estudantes. No entanto, a tumba foi anteriormente objeto de um culto, mas este, um culto republicano.

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Victor Noir em seu leito de morte. (Foto: Yvan Salmon)

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Père-Lachaise – o cemitério mais famoso do mundo

O Cemitério de Père-Lachaise, também chamado de “Cemitério do Oriente”, é o maior cemitério de Paris e abrange 43 hectares. Ele é considerado o cemitério mais famoso do mundo em razão da grande quantidade de personagens históricos que nele estão sepultados. O cemitério de Père-Lachaise faz parte dos parques e jardins sob a administração da prefeitura de Paris. É um lugar único que convida a contemplação e devaneio, impregnado de arte, cultura e história, onde você viaja por seu labirinto de pedras e vegetação. Mais de 3 milhões de visitantes de todo o mundo o visitam todos os anos.

São 70.000 concessões funerárias. Muitas personalidades entre artistas, músicos e escritores estão sepultados no local: Frédéric Chopin, Rossini, Jim Morrison, Edith Piaf, Alain Bashung, Maria Callas, Sarah Bernhardt, Molière, Balzac, Colette, Marcel Proust, Jean de la Fontaine, Oscar Wilde, Allan Kardec, Isadora Duncan e muitos outros.

A origem do cemitério remonta ao século XII, quando o terreno estava repleto de vinhas pertencentes à Igreja. Em 1430 um comerciante adquiriu as terras e construiu uma residência pomposa, até que a propriedade passou para as mãos dos jesuítas no século XVII. Após a expulsão dos jesuítas, o terreno passou para as mãos da cidade de Paris graças a Napoleão Bonaparte, e assim foi construído o cemitério, inspirado no estilo dos jardins ingleses. O cemitério recebeu a sua denominação em homenagem a um sacerdote católico, François d’Aix de La Chaise (1624-1709), dito le Père La Chaise (“o padre La Chaise”), confessor do rei Luís XIV da França, sobre quem exerceu influência moderadora na luta contra o jansenismo.

No início do século XIX, vários novos cemitérios substituíram as antigas necrópoles parisienses. Fora dos limites da cidade foram criados o cemitério de Montmartre ao norte, o cemitério do Père-Lachaise a leste, o cemitério de Montparnasse no sul e o cemitério de Passy ao oeste. A concepção do Père-Lachaise foi confiada ao arquiteto neoclássico Alexandre Brongniarte em 1803 e, desde a sua abertura, o cemitério conheceu cinco ampliações: em 1824, 1829, 1832, 1842 e 1850, passando de 17 hectares para 44 hectares.

Em 21 de maio 1804, o cemitério foi oficialmente aberto para o sepultamento de uma menina de cinco anos, Adélaïde Paillard de Villeneuve. No início, os parisienses não aceitavam de bom grado a necrópole, localizada distante do centro, numa zona pobre e de difícil acesso. Esta situação só mudaria quando para lá foram transferidas ossadas de importantes personalidades, apaziguando as críticas da elite parisiense.

Ao sul do cemitério encontra-se o Muro dos Federados, contra o qual 147 dirigentes da Comuna de Paris foram fuzilados em 28 de maio de 1871.

Fontes: https://pere-lachaise.com/ e https://pt.wikipedia.org/

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Victor Noir.
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Chopin.
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Allan Kardec.
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Jim Morrison.

As Catacumbas de Paris

A história das catacumbas de Paris remonta ao final do século XVIII, quando grandes problemas de saneamento relacionados aos cemitérios da cidade levaram à decisão de transferir seu conteúdo para o subsolo. As autoridades de Paris escolhem um local de fácil acesso, localizado fora da capital: as antigas pedreiras de Tombe-Issoire, sob a planície de Montrouge. Exploradas desde pelo menos o século XV, então abandonadas, essas pedreiras constituem uma pequena fração do labirinto que se estende sob a cidade em aproximadamente 800 hectares. O desenvolvimento do local e a organização das transferências de ossos são confiados a Charles-Axel Guillaumot, inspetor a serviço da Inspeção Geral das pedreiras de Paris, ou IGC. Esse serviço, estabelecido em 4 de abril de 1777 por Luís XVI, é responsável pelo monitoramento e consolidação de pedreiras abandonadas, após uma série de graves colapsos do solo parisiense em meados do século XVIII.

As primeiras evacuações ocorreram de 1785 a 1787 e afetaram o cemitério mais importante de Paris, os Santos-Inocentes, condenado anteriormente em 1780, após um uso consecutivo de quase dez séculos. As sepulturas e valas comuns são esvaziadas de seus ossos, que são transportados ao anoitecer para evitar reações hostis do povo de Paris e da Igreja. Os ossos são então despejados por dois poços de serviço da pedreira, depois distribuídos e empilhados nas galerias pelos trabalhadores da pedreira. As transferências continuaram após a Revolução até 1814, com a remoção de cemitérios paroquiais no centro de Paris, como Saint-Eustache, Saint-Nicolas-des-Champs e o convento dos Bernardinos. Eles foram retomados novamente em 1840, durante o trabalho de planejamento urbano de Louis-Philippe e durante os trabalhos de Haussmann, de 1859 a 1860. O local foi dedicado ao “Ossuaire municipal de Paris” em 7 de abril de 1786 e apropriado a partir daquele momento o termo mítico das “Catacumbas”, em referência às catacumbas de Roma, um objeto de fascínio público desde a sua descoberta.

A partir de 1809, as Catacumbas tornaram-se acessíveis ao público mediante agendamento. Um registro é aberto no final da rota para coletar as impressões dos visitantes; enche-se muito rapidamente porque essas visitas são rapidamente muito bem-sucedidas com franceses e estrangeiros.

Durante o século XIX, as modalidades de visitas não pararam de mudar, entre o total de fechamentos e as aberturas mensais ou trimestrais. Hoje acessíveis a todos sem autorização, as Catacumbas de Paris recebem cerca de 550.000 visitantes por ano. Antes de sua abertura ao público em 1809, foi objeto de um consequente arranjo decorativo sob a égide do inspetor Héricart de Thury, que transformou o local de acordo com uma visão museográfica e monumental. Os ossos, anteriormente deixados soltos, são cuidadosamente organizados em paredes, no modelo das hages da pedreira. Na fachada, as fileiras de canelas se alternam com as de caveiras, enquanto atrás das faces empilham os ossos restantes, muitas vezes muito fragmentados.

Monumentos de alvenaria de estilo antigo e egípcio também são apresentados ao longo da rota, na forma de pilares dóricos, altares, cippi ou túmulos. Nomes inspirados na literatura religiosa ou romântica e na Antiguidade são dados em certos lugares: o sarcófago do Lacrymatoire, a fonte do Samaritaine ou a lâmpada sepulcral, por exemplo.

Ansioso também por trazer uma dimensão educacional à jornada, Héricart de Thury construiu armários com a tradição de armários de curiosidades, um dedicado à mineralogia e o outro à patologia. Este mostrou espécimes referentes às doenças e deformações dos ossos, segundo as pesquisas do médico Michel-Augustin Thouret em 1789. A última ferramenta de ensino é o conjunto de placas decoradas com textos religiosos e poéticos distribuídos nas galerias, com o objetivo de trazer a visitante em um estado de introspecção e reflexão sobre a morte.

Fonte: http://catacombes.paris.fr/

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Entrada de visitantes.

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Mais um pouco de Saint Jean Pied de Port

Chegando em Saint-Jean vá direto à Oficina de Peregrinos , lá você poderá adquirir a sua credencial, se ainda não tiver uma, e ganhar o seu primeiro carimbo. A Oficina de Peregrinos vai te dar todas as informações que precisar sobre o caminho e principalmente sobre como atravessar os Pirineus. Eles sempre têm boletins atualizados sobre o clima nas montanhas, e se lá na oficina te falarem para não subir os Pirineus e ir por Valcarlos, não insista, eles sabem o que estão dizendo, é arriscadíssimo atravessar essa região com mau tempo. Além disso você ganhará  um mapinha para não se perder na trilha até Ronsesvalles, uma relação super útil com a maior parte dos albergues do caminho, mostrando a distância entre eles em quilômetros, o período que estarão fechados, preço, telefone e estrutura oferecida em cada um desses estabelecimentos, eles também vão te dar um folheto com o perfil topográfico de cada etapa.

Fonte: https://www.santiagodecompostelainfo.com

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Saint Jean Pied de Port

Saint Jean Pied de Port, é uma simpática cidadezinha medieval localizada no sudoeste da França, fundada no final do século XII. É um dos pontos de partida prediletos dos peregrinos que fazem o Caminho Francês. Atualmente ela está localizada no lado francês do País Basco, mas antigamente Saint Jean Pied de Port pertencia ao reino de Navarra. Devido a sua excelente localização, a cidade foi criada para proteger a capital Pamplona, e também exercia a função de alfandega. Saint Jean Pied de Port já era uma cidade bem desenvolvida quando o rei teve uma ideia brilhante, desviou a estrada primitiva de Compostela para que ela atravessasse a cidade, tornando-a passagem obrigatória dos peregrinos que vinham da França.

Assim que você entrar na parte murada da cidade já vai cair na rue de la Citadelle, que é repleta de albergues e lojas “especializadas em peregrinos”, lá se encontra de tudo, roupas, equipamentos, produtos de higiene pessoal em embalagens bem pequenas, conchas, cajados, enfim, qualquer coisa que eventualmente precise. E no número 39 dessa mesma rua foi aberta em 1992 a Oficina de Peregrinos(escritório de peregrinos), fazendo com que a quantidade de pessoas que começam o caminho por ali, subisse de 3.000 para quase 55.000 em 2015, reforçando a verdadeira vocação da cidade. Saint Jean é vibrante, tem uma energia boa no ar, aquele vai e vem de peregrinos transmite uma alegria contagiante que torna esse lugar mágico.

Reserve algumas horas pra conhecer os patrimônios históricos da cidade, caminhe sem destino e observe a beleza das casas (séculos XVI e XVII) com os nomes do primeiro proprietário gravado sobre as portas, suas profissões e datas de construções.

Fonte: https://www.santiagodecompostelainfo.com/

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Biarritis e Bayonne

Saindo de Paris, fui de avião até a cidade de Biarritis, onde peguei um ônibus municipal até Bayonne. Depois segui de Bayonne até Saint Jean Pied de Port, que a cidade onde começa o Caminho Francês de Santiago de Compostela.

No trem passei por um grande susto. Durante uma forte chuva, uma árvore caiu em frente ao trem e ele quase capotou. Nossa viagem de trem acabou ali, pois ele sofreu avarias na parte frontal e teve que ficar parado. Um ônibus foi buscar os passageiros e nos deixou na Estação de Trem de Saint Jean.

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Decolando de Paris.

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Champs-Élysées

Avenue des Champs-Élysées tem 71 metros de largura por 1,9 quilômetro de comprimento. É atualmente o local dos grandes desfiles patrióticos franceses. Com os seus cinemas, cafés, lojas de especialidades luxuosas e árvores de castanheiros-da-índia, a Avenue des Champs-Élysées é uma das mais famosas ruas do mundo e com aluguéis que chegam a 1,1 milhão de Euros por ano, por 92,9 metros quadrados de espaço. É conhecida na França como La plus belle avenue du monde (A avenida mais bela do mundo). A chegada de lojas de redes globais nos últimos anos tem mudado notavelmente o seu caráter e, em um primeiro esforço para conter essas mudanças, a cidade de Paris (que tem chamado esta tendência de “banalização“) decidiu, em 2007, proibir a multinacional sueca H&M de abrir uma loja na avenida. Em 2008, porém, a cadeia de vestuário norte americana, Abercrombie conseguiu abrir uma loja.

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Mona Lisa

O ponto alto na visita ao Museu do Louvre, foi ver o quadro da Mona Lisa. Foi um pouco difícil chegar ao local mais próximo onde é permitido chegar do quadro. Ele fica numa parede, em um painel protegido por um vidro a prova de balas, e cercado por seguranças. Para quem não conhece muito sobre o quadro, é decepcionante descobrir que ele é relativamente pequeno, medindo 77x53cm. Tive a disciplina de história da arte, quando fiz faculdade de história, então sabia bem o que teria pela frente. Com paciência consegui tirar algumas fotos legais do quadro e num momento raro, consegui tirar uma selfie onde não aparece nenhum segurança ao fundo. Fiquei algum tempo observando o quadro, o qual é considerado o mais importante do mundo. Desde criança que ouço falar da Mona Lisa, mas nunca tinha imaginado que um dia estaria frente a frente com ela. Foi uma experiência interessante, principalmente para alguém como eu que é apaixonado por história, por arte e coisas antigas.

Mona Lisa, originalmente La Gioconda (em italiano), é a obra mais célebre de Leonardo da Vinci. É uma pintura a óleo sobre madeira, e foi produzida entre os anos 1503 e 1506. Foi trazida da Itália para a França pelo próprio Leonardo da Vinci, em 1506, quando este foi convidado pelo rei Francisco I, para trabalhar na sua corte. Francisco I, teria então comprado a pintura, que passou a ficar exibida em Fontainebleau e, posteriormente, no Palácio de Versalhes. Ela chegou ao Museu do Louvre em 1797. Este quadro é provavelmente o retrato mais famoso na história da arte, senão, o quadro mais famoso e valioso de todo o mundo. Poucos outros trabalhos de arte são tão valiosos, elogiados, questionados, comemorados ou reproduzidos.

Em 1911 o quadro foi roubado do Museu do Louvre. Foi encontrado posteriormente na Itália, e foi devolvido ao Louvre. Em 1956, um psicopata jogou ácido sobre o quadro, danificando a parte inferior da obra, que depois foi restaurada. No mesmo ano, um boliviano jogou uma pedra contra a obra, estragando parte da sombra no olho esquerdo da Mona Lisa, sombra esta que é comumente confundida com uma sobrancelha, porção de pelos que a Mona Lisa não tem. Em 2009, uma mulher russa jogou uma xícara vazia de café contra o quadro. A pintura não foi danificada, pois a xícara quebrou na proteção de vidro à prova de balas que existe antes do painel. Por essas e outras que o quadro da Mona Lisa é tão protegido.

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Museu do Louvre

Tinha planejado acordar bem cedo, para aproveitar o dia de passeio por Paris. Acordar até que acordei, mas não consegui sair da cama e dormi por mais três horas. Levantei pouco antes das nove, tomei um banho rápido e fui tomar café. Não costumo tomar café da manhã, mas o café da manhã servido pelo hotel era tão bom, com tantos pães, frios e doces gostosos, que comi até não aguentar mais. O café da manhã acabou sendo um almoço adiantado.

Meu primeiro passeio seria uma visita ao Museu do Louvre. Peguei o metrô, depois de demorar um pouco para encontrar o que me levaria até uma estação próxima ao Louvre. Dentro do vagão notei que tinha muita gente me olhando com cara feia. Achei estranho, mas não me importei muito. Depois de alguns minutos vi meu reflexo no vidro e descobri o motivo dos franceses me olharem com cara feia. Eu estava usando uma camiseta com os dizeres “I Love London”. Existe uma rivalidade histórica de séculos entre franceses e ingleses, então utilizar em Paris uma camiseta dizendo que amava Londres, era meio que uma provocação aos franceses. Tenho certeza de que todos achavam que eu era inglês. Outra coisa que me chamou atenção dentro do vagão do metrô, foi a quantidade de perfumes diferentes que eu sentia no ar. Estando em Paris, praticamente todos usavam perfume francês, que são considerados os melhores do mundo. Mas não passei vergonha, já que também estava cheirosinho, pois usava um perfume da Lacoste. Ou seja, eu também usava perfume francês. Meu perfume tinha sido comprado no Paraguai, mas era Lacoste original.

Chegando ao Museu do Louvre, me espantei com a enormidade do lugar. E sofri um pouco até encontrar o local onde comprar o ingresso que dava acesso ao museu. E me assustei com o tamanho da fila. Realmente eu deveria ter levantado mais cedo! Depois de quase uma hora esperando na fila, finalmente entrei em um dos mais importantes e famosos museus do mundo. Eu que adoro visitar museus, estava radiante de alegria em estar ali. Para visitar todo o museu, é necessário no mínimo um dia inteiro. Eu não tinha todo esse tempo, poderia dispensar no máximo duas horas para conhecer o que fosse possível do Louvre. Com tão pouco tempo disponível, optei por conhecer as partes principais, as obras mais conhecidas em exposição no local. E a maior de todas, era o quadro da Monalisa.

Inaugurado a finais do século XVIII, o Museu do Louvre é o museu mais importante da França e um dos mais visitados do mundo. Atualmente recebe mais de oito milhões de visitantes a cada ano. Formado a partir das coleções da monarquia francesa e das espoliações realizadas durante o Império Napoleônico, o Museu do Louvre abriu as suas portas em 1793. O Museu do Louvre está instalado no Palácio do Louvre, uma fortaleza do século XII que foi ampliada e reformada em diversas ocasiões. Antes de que se tornasse um museu, alguns monarcas como Carlos V e Felipe II utilizaram o palácio como residência real onde acumulavam suas coleções artísticas. Em 1989 foi construída a pirâmide de cristal, que atualmente serve como porta de acesso.

A coleção do Louvre compreende cerca de 300.000 obras, das quais são expostas aproximadamente 35.000. A imensa coleção está organizada de forma temática em diferentes áreas: antiguidades orientais, antiguidades egípcias, antiguidades gregas, romanas e etruscas, história do Louvre e o Louvre medieval, pintura, escultura, objetos de arte, artes gráficas e arte do Islã.

As pinturas mais importantes do museu são:

  • Monalisa de Leonardo da Vinci.
  • A Liberdade Guiando o Povo de Delacroix.
  • As Bodas de Caná de Veronese.

As esculturas mais destacadas são:

  • Venus de Milo da Antiga Grécia.
  • O escriba sentado do Antigo Egito.
  • Vitória de Samotrácia do período Helenístico da Antiga Grécia.

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Vitória de Samotrácia do período Helenístico da Antiga Grécia
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Venus de Milo

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Metrô de Paris

Metrô de Paris, conhecido localmente por Métropolitain ou pela abreviatura Métro de Paris, é o sistema de metrô de Paris e cidades vizinhas. Antigamente era chamado de Chemin de Fer Métropolitain (Estrada de ferro metropolitana). O sistema consiste em 16 linhas, identificadas por números de 1 a 14, com duas linhas menores, a 3 bis e a 7 bis, que se separam das linhas originais 3 e 7, respectivamente. É o quarto maior sistema de metrô da Europa. Tem 213 km de linhas, com mais de 300 estações. A distância média entre uma estação e outra é de aproximadamente 300 metros. As linhas 1 e 14 do sistema são completamente automáticas, ou seja, não têm condutor de cabine. Um único preço de passagem é aplicado em todos os horários, com conexões ilimitadas. O único limite é o uso por, no máximo, duas horas. Uma segunda rede de linhas expressas regionais, o RER (Réseau Express Régional), complementa a rede original do metrô desde a década de 1960.

A Linha 1 (Porte de Vincennes – Porte Maillot) foi inaugurada em 19 de julho de 1900, para servir aos Jogos Olímpicos de Paris de 1900. Pequenas seções das linhas 2 e 6 foram completadas no mesmo ano para servir a Feira Mundial. O sistema de transporte por metrô foi bastante reduzido com o início da Segunda Guerra Mundial; várias estações foram fechadas e algumas nunca reabertas, dando origem a estações-fantasma. Segundo dados de 2007 da RATP, a utilização diária do Metrô de Paris cifra-se em cinco milhões de pessoas.

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Paris

Paris deve seu nome aos Parísios, um povo gaulês que habitava a região antes da chegada dos romanos. Após conquistá-los, os romanos rebatizaram seu assentamento como Lutécia Parisioro. Ao longo do século IX, essa denominação aos poucos, deu lugar ao nome atual. Paris é a capital econômica e comercial da França, onde os negócios da Bolsa e das finanças se concentram. A densidade da sua rede ferroviária, rodoviária e da sua estrutura aeroportuária, fazem-na um ponto de convergência para os transportes internacionais. Abrigando numerosos monumentos, por seu considerável papel político e econômico, Paris é também uma cidade importante na história do mundo. Símbolo da cultura francesa, a cidade atrai quase 30 milhões de visitantes por ano, ocupando também um lugar preponderante no mundo da moda e do luxo.

A posição de Paris numa encruzilhada entre os itinerários comerciais terrestres e fluviais no coração de uma rica região agrícola a tornou uma das principais cidades da França ao longo do século X, beneficiada com palácios reais, ricas abadias e uma catedral. Ao longo do século XII, Paris se tornou um dos primeiros focos europeus do ensino e da arte. Ao fixarem-se os Reis de França e, pois, também a corte (o que incluía grande parte da alta nobreza francesa), na cidade, sua importância econômica e política não cessou de crescer. Assim, no início do século XIV, Paris era a mais importante cidade de todo o mundo ocidental. No século XVII, era a capital da maior potência política europeia; no século XVIII, era o centro cultural da Europa e, no século XIX, era a capital da arte e do lazer, a Meca da Belle Époque. Mesmo invadida pelo exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi pouco destruída e conservou intactos seus principais monumentos.

Paris é hoje em dia a capital mais visitada do mundo. Mas ela é julgada como uma das mais caras e menos acolhedoras capitais. Suas principais atrações turísticas são: Torre Eiffel, construída em 1889, é considerada o principal símbolo da cidade. Avenida Champs-Élysées, uma das mais largas e famosas avenidas do mundo. Centro Georges Pompidou. Arco do Triunfo, construído por Napoleão Bonaparte em 1806, em homenagem às vitórias francesas e aos que morreram no campo de batalha. Museu do Louvre, famoso por abrigar importantes obras de arte, como o quadro mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Montmartre, uma área histórica da cidade onde se localiza a Basílica de Sacré Coeur e famosa pelos seus cafés, estúdios e clubes noturnos, como o Moulin Rouge. Catedral de Notre-Dame, famosa catedral gótica construída em 1163 no centro da cidade. Panthéon, uma antiga igreja, famosa por abrigar os restos mortais de vários franceses famosos. Quaid d´Orsay, um cais na margem esquerda do Rio Sena. Museu de Orsay, museu que reúne importante coleção de arte impressionista e foi no passado uma estação de trem. Cemitério do Père-Lachaise, onde estão enterradas pessoas famosas como Oscar Wilde, Édith Piaf, Chopin, Allan Kardec e o cantor Jim Morrison. Hôtel des Invalides, museu e necrópole militar. La Défense, o centro financeiro de Paris. Disneyland Resort Paris, complexo turístico do conglomerado Disney.

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Ao fundo, o túnel onde a Lady Diana morreu.

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Aí está guardada a taça da Copa de 98, que o Brasil perdeu a final.

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Torre Eiffel

A Torre Eiffel é o monumento pago mais visitado do mundo. Nomeada em homenagem ao seu projetista, o engenheiro Gustave Eiffel, foi construída como o arco de entrada da Exposição Universal de 1889 e também para comemorar o centenário da Revolução Francesa. A torre possui 324 metros de altura e fica cerca de 15 centímetros maior no verão, devido à dilatação do ferro. Foi a estrutura mais alto do mundo desde a sua conclusão até 1930, quando perdeu o posto para o Chrysler Building, em Nova York. A torre tem três níveis para os visitantes. A caminhada para o primeiro nível é superior a 300 degraus. O terceiro e mais alto nível só é acessível por elevador. Do primeiro andar vê-se a cidade inteira. Ela tem sanitários e várias lojas e o segundo nível tem um restaurante.DSC00000 (1)

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Em Paris

Peguei minha mochila, que foi liberada rapidamente e segui para o saguão do aeroporto. Por culpa da perda do voo em Madri, eu tinha perdido horas preciosas que passaria em Paris. Isso ia me custar deixar de conhecer lugares que planejava visitar na cidade. Mas não podia reclamar, pois apesar dos pesares e com atraso, eu estava em Paris. Então o jeito era curtir ao máximo minha curta permanência na cidade. Paris não fazia parte do projeto original da viagem pelo Caminho de Santiago. Na verdade a cidade fica bem distante do Caminho, que inicia no sul da França, centenas de quilômetros dali. Mas como eu ia para a Europa, ia para a França e sempre quis conhecer Paris, não podia deixar de fora uma visita à cidade, mesmo que rápida. Num primeiro momento após ver o custo de tal visita, pensei em desistir e seguir para o sul da França direto de Madri. Mas graças ao meu irmão que me disse que sonhos não tem preço, resolvi gastar algumas dezenas de euros a mais e visitar Paris. E não me arrependo de tal decisão, pois mesmo tendo durado pouco mais de um dia, a visita à Paris foi maravilhosa e inesquecível. Paris é Paris! Então vale a pena mesmo que seja uma hora apenas na cidade. E pretendo voltar um dia com mais tempo, para conhecer o que não foi possível dessa vez.

Segui para fora do aeroporto e logo encontrei uma rua lateral e um ponto de ônibus. Logo surgiu a primeira dúvida, para qual lado eu deveria pegar o ônibus. E para piorar, minha conexão de internet parou de funcionar e fiquei sem poder consultar o Google Maps. Antes de decidir sobre a direção a seguir, tratei de comprar a passagem para o ônibus. Ao lado do ponto tinha uma máquina, tipo caixa eletrônico de banco, que vendia as passagens. O valor era € 1,50 e o pagamento só era permitido utilizando cartão de crédito ou débito. Com a passagem comprada, fiquei esperando aparecer alguém para que eu pudesse pedir informação. Já sabia que franceses são mal humorados e evitam falar com estrangeiros em outro idioma. Logo surgiram duas jovens moças e me dirigi a elas perguntando em inglês, como deveria fazer para ir até a estação de Metrô mais próxima. Umas das moças era italiana e me respondeu misturando inglês e italiano. Não entendi completamente a informação, mas o mais importante foi descobrir que deveria pegar o ônibus no lado da rua onde estava. Fazia um pouco de frio e os minutos que fiquei esperando o ônibus foram um pouco desconfortáveis. Sem falar que o local era deserto e pouco iluminado, o que dava certa sensação de insegurança. Finalmente surgiu um ônibus pequeno e todo modernoso, que parou no ponto. Fiquei esperando as duas jovens embarcarem, para observar por qual porta deveria entrar e o que fazer com a passagem.

Andamos por ruas desertas e escuras e confesso que fiquei meio receoso com relação a assaltos. Andar por periferias de grandes cidades sempre é complicado. Mas com certeza se fosse a periferia de alguma grande cidade brasileira, o risco de algo ruim acontecer seria bem maior. Conforme íamos andando a paisagem em volta ia ficando mais cheia de casas e comércio, bem como mais pessoas iam embarcando no ônibus. Logo as duas moças que embarcaram junto comigo desceram em frente a uma grande loja do Supermercado Carrefour. Continuei atendo as paradas de ônibus e olhando em volta, em busca de alguma sinalização que indicasse o Metrô. Após cerca de meia hora de viagem, o ônibus parou em uma espécie de terminal e entendi que ali era seu ponto final. Esperei todos descerem e fui seguindo o fluxo de pessoas. Notei que a maioria seguia em direção a um corredor e fui atrás deles. Logo entraram numa pequena e escondida porta e finalmente vi uma placa dizendo que ali era uma estação do Metrô. Senti um misto de alivio e felicidade, pois não estava mais perdido. Talvez só um pouco perdido! Tive que comprar nova passagem em uma máquina parecida com a que vendia a passagem para o ônibus.

A estação de Metrô não era muito grande, mas tinha uns corredores vazios e um pouco assustadores. Olhando um mapa na parede descobri que pegando o Metrô ali onde estava, conseguiria chegar até perto do hotel em que tinha reserva, que ficava na região da Torre Eiffel. Mas teria que fazer uma troca um pouco mais à frente. Após dez minutos surgiu um trem do Metrô. Era bem antigo, na cor verde e branco. Quando parou fiquei observando que para entrar era preciso destravar uma espécie de tranca que fica do lado de fora da porta. Em países onde nunca estivemos, o segredo é observar ao máximo o que as pessoas fazem, e aprender com elas. Dentro o vagão era limpo, mas com aspecto de velho. Após algumas paradas chegou a estação onde eu teria que fazer baldeação. Após desembarcar, olhando o painel eletrônico da estação, descobri que teria que passar para o outro lado, para embarcar no Metrô que seguiria na direção que eu queria ir. Logo descobri que não tinha passagem direta para o outro lado. Eu teria que sair da estação, atravessar os trilhos por uma espécie de passarela e comprar nova passagem do outro lado. Nessa estação tinha bilheteria e tentei comprar a passagem, mas uma atendente mal humorada e exageradamente grossa, me fez entender falando em francês que eu teria que comprar a passagem utilizando a máquina de bilhetes ao lado, e pagando com cartão. Como não tinha outro jeito, peguei meu cartão e comprei a terceira passagem da noite. Se eu não tivesse cartão de crédito ou de débito, talvez estivesse até hoje perdido pela periferia de Paris!

Após comprar o novo bilhete do Metrô e entrar na estação, fiquei quase dez minutos esperando o trem do Metrô. Novo embarque e dessa vez já sabia como destravar a porta e entrar no vagão. Finalmente cheguei na estação Cambronne, meu local de desembarque. O hotel onde eu tinha reserva era um Ibis e ficava quase em frente à estação Cambronne. O Ibis é uma cadeia de hotéis espalhados pelo mundo e não é dos mais caros, sendo que possui um bom padrão de qualidade. Mas estava em Paris, onde o barato não é tão barato assim para nós brasileiros, filhos do Real, uma moeda que anda bastante desvalorizada. Se no Brasil o quarto mais barato em um hotel Ibis fica na faixa dos R$ 160,00 em Paris o valor do quarto mais barato era € 160,00 o que dava aproximadamente R$ 570,00. O preço era bem salgado, principalmente se levar em consideração que eu utilizaria o hotel somente para tomar banho, dormir algumas horas e tomar o café da manhã no dia seguinte. Eu até podia ter tentando reserva em um hotel mais barato e mais afastado do centro, ou então buscado uma vaga em um hostel, onde os quartos compartilhados saem mais barato. Mas eu não ficaria muito tempo em Paris, então ficar num hotel bem localizado, próximo aos principais pontos turísticos que eu queria visitar, até que era um ótimo custo benefício, mesmo o hotel sendo caro.

Entrando no hotel fui direto a recepção e fiquei esperando em pé enquanto a recepcionista atendia um casal de indianos. Logo chegou minha vez de ser atendido e mostrei a recepcionista um papel com o número de minha reserva que tinha sido feita pela internet, ainda quando estava no Brasil. Ela perguntou se eu falava francês e diante de minha resposta negativa ela começou a falar comigo em inglês. Logo veio um rapaz me atender, e ele falava o português de Portugal, que é um pouco diferente do português falado no Brasil, mas que é fácil entender. O recepcionista me entregou um cartão que serviria como chave para entrar em meu quarto, me indicou como chegar até o quarto no terceiro andar e por último me deu um mapa dos pontos turísticos de Paris, que seria muito útil no dia seguinte. Finalmente entrei no quarto, joguei a mochila no chão e me atirei sobre uma das duas camas de solteiro existentes no quarto e nela fiquei por uns dez minutos deitado sem me mover.

Criei coragem para levantar e desfiz minha mochila, tirando tudo de dentro e espalhando por sobre a outra cama existente no quarto. Em seguida fui tomar banho e tive problema com a ducha, que na França não é fixa igual aos chuveiros que estamos acostumados a utilizar no brasil, que ficam fixos no alto, geralmente no meio e você tem espaço para ficar debaixo da água que caí. A ducha francesa tinha que ficar segurando o que acaba atrapalhando o banho. Existia a possibilidade de travar a ducha em um suporte existente no alto, mas o problema é que tal suporte ficava preso na parede e a ducha de forma fixa derrama a água muito próxima a parede. Tive que tomar banho encostado na parede do banheiro, enquanto a água da ducha caía do alto pouco acima de minha cabeça. Era algo desconfortável, principalmente ficar com a bunda colada na parede gelada. Mesmo assim tomei um longo e demorado banho.

Saí do banho já pensando no que ia jantar. Me vesti rapidamente e desci para a recepção do hotel. Como não vi nada de comer no hotel, saí a rua. Passava um pouco das 23h00min e a rua em frente estava deserta. Fazia ainda mais frio e caía uma fina garoa. Segui caminhando pela direita da rua olhando atentamente a procura de algum local que estivesse aberto e tivesse comida. Em frente ao hotel tinha uma lanchonete, que servia diversos tipos de sanduíches. Segui em frente e passei por um mercadinho que ficava aberto 24 horas. Segui uns duzentos metros caminhando, até chegar na esquina de uma larga avenida. Parei alguns minutos na esquina e fiquei olhando em volta e pensando no que fazer. Também dei uma olhada para o alto em todas as direções a procura da Torre Eiffel, pois sabia que ela ficava ali perto, mas não sabia para qual lado. Acabei não vendo a torre, pois a garoa deixava a visão limitada a poucos metros. No dia seguinte descobri que a Torre Eiffel ficava do lado contrário de onde eu estava.

Decidi que ia comer algo na lanchonete em frente ao hotel e voltei pela rua escura por onde tinha caminhado. O local era pequeno, mas simpático. Tinha apenas duas mesas e me sentei a mesa que ficava mais distante da porta de entrada. Rapidamente optei por um hamburguêr com fritas, pois era melhor pedir algo que conhecia do que arriscar a pedir outro lanche que não sabia bem o que era e ter problema. Junto com o lanche vinha um refrigerante em lata, que eu podia escolher entre várias opções em uma geladeira no canto dos fundos da lanchonete. Abri a geladeira e vi alguns refrigerantes conhecidos e outros que não tinha a menor ideia do que eram. Como gosto de 7UP, que é um refrigerante de limão e não é mais fabricado no Brasil, essa foi minha opção. Mas vi que existia também 7UP de outro sabor, a 7UP Mojito. Eu sábia que Mojito era uma bebida cubana, mas não tinha ideia de que sabor tinha. Resolvi arriscar e me dei mal! O sabor era horrível e não consegui beber todo o conteúdo da latinha.

Meu lanche chegou e parecia apetitoso. Na bandeja vinha uma porção grande de batata frita e junto, sobre um guardanapo, um molho parecido com ketchup e que era um delicia. Saí da lanchonete  e atravessei a rua em direção ao meu hotel. Entrei no meu quarto e a primeira coisa que fiz foi acessar a internet pelo celular e mandar notícias para casa, conversando com meu irmão pelo WhatsApp. Em seguida fui me ajeitar para dormir, mas antes tive a brilhante ideia de lavar a pouca roupa suja que eu tinha.  Lavei tudo na pia do banheiro, usando sabonete e estendi no box do banheiro e em uma cadeira. Antes de me deitar tive a curiosidade de abrir a persiana e olhar pela janela. Descobri que a lanchonete onde tinha jantado, ficava exatamente em frente meu quarto. Até então eu nem tinha me dado conta de que meu quarto ficava de frente para a rua.  Deitado na cama fiquei pensando sobre os acontecimentos das últimas vinte quatro horas e não parecia ser verdade que eu estava em Paris. E como disse meu irmão, sonhos não tem preço!

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Um dos antigos trens do Metrô de Paris.
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A deserta e assustadora Estação Nation.
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Meu quarto no Hotel Ibis.
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Rápido passeio pelas proximidades do hotel.
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Minha primeira refeição em Paris. Estava uma delícia!

Madri / Paris

Acordei pouco depois das 06h00mim no horário local, que é de quatro horas à frente do horário oficial de Brasília. Os meus vizinhos de poltrona espanhóis estavam acordados e antes que eu pedisse licença para poder sair de minha poltrona, eles se levantaram e me deixaram passar. Fui até o fundo do avião, e mesmo com boa parte dos passageiros ainda dormindo, tinha fila para utilizar os quatro banheiros do fundo. Aproveitei para me alongar, na esperança de que minha dor nas costas melhorasse um pouco. Fiz meu xixizinho matinal e escovei os dentes o mais rápido possível, pois estava ficando difícil ficar dentro do banheiro. Ao sair do banheiro tinha uma dona de meia idade esperando para entrar. Olhei para ela com uma cara de pena, pois ela mal sabia o que a esperava dentro daquele banheiro.

O café da manhã até que foi saboroso, sanduíche de presunto e queijo, mamão, biscoitos e suco de laranja. Após o café da manhã comecei a ver um filme no monitor a minha frente e dei uma rápida olhada pela janela. O GPS informava que estávamos entrando no espaço aéreo espanhol. Passou algum tempo e deram o aviso para apertar cintos e voltar ao lugar as poltronas que estavam inclinadas, pois logo começaria o procedimento para aterrissagem. Sabiamente a aterrissagem é a parte mais perigosa do voo e a que menos gosto. Até hoje não consigo acreditar como algo tão pesado igual ao avião consegue voar. Para mim isso sempre será algo insano. Parabéns aos irmãos Wright, os inventores do avião! Você vai discordar de mim e dizer que foi Santos Dumont que inventou o avião. Mesmo sendo brasileiro, discordo que tenha sido Santos Dumont. Eu e a maior parte do mundo discordamos, e damos o crédito da invenção do avião aos norte-americanos. Poucos países dão crédito pela invenção do avião a Santos Dumont. Entre eles estão Brasil, França, Portugal e a maioria dos países sul americanos. E só! Se você quiser saber mais sobre essa história e então tirar sua própria conclusão, pesquise, leia livros sobre o assunto. Tem livros interessantes sobre o tema.

Pouco antes das 10h00min horário do Brasil e 14h00min horário local (a partir daqui vou usar como referência somente a hora local), pousamos na cidade de Madri. A Espanha era o décimo país que eu ficava conhecendo, sem contar o Brasil. Avião parado na pista e uma eternidade para poder descer. Aquele monte de gente espremida no corredor, outros muitos sentados por não terem espaço para ficar em pé. Sempre acho essa parte chata e demorada, e em um avião com mais de trezentas pessoas a bordo, a demora é terrível. O desembarque em voos internacionais, sempre acontecem pela porta da frente. Fiquei imaginando se no caso de um pouso de emergência o pessoal seria tão lento para desembarcar igual estavam sendo naquele momento. Finalmente pés no chão! Ficar mais de dez horas trancado dentro de um avião é cansativo e desgastante. Após uma longa caminhada pelos corredores do aeroporto, cheguei ao local da imigração. A fila estava longa e eu começando a me preocupar com o horário de minha conexão. Eu não ficaria em Madri, seguiria para Paris, com escala em Barcelona.

Finalmente pude passar pela imigração, onde fui atendido por um funcionário bastante simpático. Sabendo da fama da imigração espanhola que costuma barrar brasileiros quando tem a mínima suspeita de que vão ficar ilegalmente na Europa, eu fui bem preparado para passar pela imigração. Levei cópia de minhas reservas de voos internos pela Europa, do hotel em Paris, de dois albergues no Caminho de Santiago, onde já tinha feito reserva. E levei meu passaporte vencido, que é cheio de carimbos e possui o visto norte americano valido, o que abre portas em quase todos os países pelo mundo. O funcionário da imigração perguntou qual eram meus planos na Europa. Respondi que seguiria dali para Paris e depois voltaria a Espanha para percorrer o Caminho de Santiago, sendo que posteriormente sairia da Europa via Portugal. Ele fez um sinal de afirmativo com a cabeça e carimbou meu passaporte. Agradeci e segui em frente!

Próximo passo for seguir para o setor de bagagens, para retirar minha mochila. E aí começou o pesadelo. Demorou muito para que as bagagens fossem liberadas. Por culpa do atraso, quando peguei minha mochila tive que sair correndo para pegar minha conexão rumo Barcelona. Mas por oito minutos apenas perdi o voo. Talvez devesse ter marcado passagem com uma folga maior de horário, já prevendo possíveis atrasos. Perguntei quem vendia passagem para Paris e fui atrás me informar. Só achei a Ibéria, mas eles não tinham mais voos naquele dia. Então entrei em contato via WhatsApp com meu irmão no Brasil e pedi ajuda. Ele rapidamente conseguiu marcar uma passagem pela internet, numa empresa de baixo custo, direto de Madri para Paris. O preço da passagem achei melhor nem perguntar. Precisava seguir para Paris de qualquer jeito, pois senão perderia também a reserva do hotel para aquela noite, e todo meu planejamento para os dias seguintes estaria comprometido.

Meu novo voo para Paris seria pela Transavia, uma companhia aérea de baixo custo que opera como uma empresa independente do Grupo Air France – KLM. Fiquei mais tranquilo quando soube que a empresa pertencia a um grupo grande, pois tenho trauma de companhias aéreas de baixo custo. Os maiores sustos que já tomei em voos, foram com a Web Jet e a Ocean Air, companhias aéreas de baixo custo que operavam no Brasil utilizando aviões velhos.

Pedi informações num balcão e não demorei para encontrar o balcão da Transavia e logo entrei na fila. Enquanto esperava fiquei observando as pessoas ao redor. Tinha gente de todas as cores, tipos e nacionalidades. Logo fiz o chekin, despachei a mochila grande e corri para encontrar o portão de embarque, pois o embarque para meu voo já estava liberado. Fui o último a embarcar e minha poltrona ficava no meio, na terceira fila do lado direito de quem entra no avião. Ao meu lado esquerdo estava sentada uma jovem, bela e cheirosa francesa, que durante o voo de pouco mais de duas horas, em nenhum momento tomou conhecimento de minha existência ou olhou para mim.  Do meu lado direito ia sentado um francês jovem, feio e também cheiroso. Será que todos os franceses são cheirosos? Me lembrei da Florence, uma francesa que conheci no Peru em 2012, quando percorremos no mesmo grupo a Trilha Salkantay. Por ter morado na Guiana Francesa durante alguns anos e ter tido um namorado brasileiro, a Florence falava fluentemente o português e por isso conversávamos muito na trilha. Certa vez ela me disse que as francesas não precisam tomar banho, pois são cheirosas por natureza. Estava começando a acreditar na Florence!

O voo foi tranquilo e dormi quase todo o tempo, pois me sentia muito cansado. Devo ter roncado! Desceríamos no aeroporto de Orly, que fica no sul de Paris e é o segundo maior da França. O maior aeroporto francês também fica em Paris, é o Charles de Gaulle e fica do outro lado da cidade. Eu conhecia ambos os aeroportos somente de nome, principalmente porque trabalhei oito anos em uma agência de turismo em Curitiba. Mas o aeroporto de Orly eu tinha vivo na mente por outro motivo, algo bem trágico. Em julho de 1973, um voo da Varig partiu do Rio de Janeiro e seguia para Londres, na Inglaterra, com escala em Paris. Por culpa de um cigarro que um passageiro jogou aceso no lixo de um dos banheiros (naquela época era permitido fumar em aviões), um pequeno incêndio começou na parte traseira do avião, que foi todo tomado pela fumaça. Por culpa disso o ar ficou irrespirável dentro do avião e o piloto se viu forçado a fazer uma aterrissagem de emergência em uma plantação de repolhos existente há cerca de quatro quilômetros do aeroporto de Orly. O incêndio, a fumaça e a aterrissagem forçada causaram a morte de 123 pessoas, sendo sete tripulantes. Onze pessoas sobreviveram, sendo um passageiro e dez tripulantes.  Caso queira saber mais sobre essa história, recomendo a leitura do livro “Caixa Preta”, de Ivan Sant’Anna, que detalha em pormenores tal acidente.

Depois de lembrar do acidente com o avião da Varig ocorrido perto de Orly, ainda tive tempo de lembrar de mais bobagem. Estiquei o pescoço para tentar enxergar a Torre Eiffel pela janela do avião, mas não a vi, talvez por estarmos voando sobre os subúrbios de Paris e não sobre o centro da cidade. Nesse momento me veio à mente o filme Impacto Profundo, mais precisamente a cena que mostra Paris e um meteoro derruba a Torre Eiffel. Acho que sou campeão em lembrar de bobagens e tragédias quando estou dentro de um avião. De qualquer forma a aterrissagem foi tranquila e o desembarque rápido. Ao pisar em solo francês, estava conhecendo meu décimo primeiro pais, sem contar o Brasil. Era o segundo pais no mesmo dia! Junto com Nova York e Londres, Paris sempre foi uma das cidades que sonhava conhecer desde muito jovem. Em Nova York já estive duas vezes, e Londres fica para a próxima viagem à Europa.

* Você leu um resumo…

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Próximo destino: Paris!

Aniversário da Torre Eiffel

Inaugurada em 31 de março de 1889, a Torre Eiffel é uma torre treliça de ferro e está localizada em Paris. Ela se tornou um ícone mundial da França e uma das estruturas mais reconhecidas no mundo. A Torre Eiffel é o monumento pago mais visitado do mundo. Nomeada em homenagem ao seu projetista, o engenheiro Gustave Eiffel, foi construída como o arco de entrada da Exposição Universal de 1889 e também para comemorar o centenário da Revolução Francesa.

A torre possui 324 metros de altura e fica cerca de 15 centímetros maior no verão, devido à dilatação do ferro. Foi a estrutura mais alto do mundo desde a sua conclusão até 1930, quando perdeu o posto para o Chrysler Building, em Nova York. A torre tem três níveis para os visitantes. A caminhada para o primeiro nível é superior a 300 degraus. O terceiro e mais alto nível só é acessível por elevador. Do primeiro andar vê-se a cidade inteira. Ela tem sanitários e várias lojas e o segundo nível tem um restaurante.

Quando o contrato de vinte anos do terreno da Exposição Universal de 1889 expirou, em 1909, a Torre Eiffel quase foi demolida, mas o seu valor como uma antena de transmissão de rádio a salvou. Os últimos vinte metros da torre correspondem à antena de rádio que foi adicionada posteriormente.

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Construção da Torre Eiffel.
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Cartão Postal da época da inauguração da Torre Eiffel.
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A Torre Eiffel atualmente.

Quarto de soldado

Achei muito interessante esse quarto, que a família do soldado em questão, deixou preservado como forma de homenagem e de preservar sua memória. O quarto atualmente é uma espécie de museu, que faz os visitantes voltarem no tempo…

O quarto do segundo-tenente francês Hubert Rochereau permaneceu intocado desde a sua morte no campo de batalha durante a Primeira Guerra Mundial. O oficial tinha 22 anos quando se tornou uma das vítimas da guerra. O quarto fica em um imóvel na cidade de Bélabre, na França. Jaquetas, sapatos e outros objetos pessoais são visíveis pelo quarto e sobre a cama de Hubert Rochereau.

Fonte: UOL

Fotos: Guillherme Souvant/AFP

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