Pico Paraná (Parte II)

Eu estava tão cansado, que dormi profundamente no desconforto da barraca. Acordei uma única vez durante a noite, olhei para o lado e vi o Rodrigo acordado. Virei de lado e voltei a dormir. Acordei novamente às 4h00min da manhã, que era o horário combinado para todos levantarem. O primeiro pensamento que tive foi o que estava fazendo ali, em pleno domingo acordando de madrugada, quando poderia estar muito bem em casa dormindo em minha confortável e espaçosa cama. Tal pensamento não durou mais de um minuto e finalmente acordei pra valer e fui arrumando minhas coisas para partir rumo o cume do Pico Paraná.

Após arrumar minhas coisas, saí da barraca para encontrar uma moita que servisse de banheiro. Ao redor todos estavam acordados se preparando para partir. Fui alguns metros trilha abaixo e após um xixi básico fui escovar os dentes. Estava meio sonolento e confundi o tubo branco e vermelho do creme dental, com o tubo branco e vermelho de uma pomada Hipoglós, que costumo usar para curar assaduras durante as caminhadas. Só percebi o engano após sentir um gosto estranho e gorduroso na boca. Soltei um palavrão e logo ri do engano, causado por culpa da sonolência em que me encontrava. Voltei para a barraca e já tinha gente tomando café. Peguei uma maçã para comer na trilha, uma garrafinha com água e estava pronto para partir.

Passava um pouco das 4h30min, quando partimos pela trilha que leva ao cume do PP. A Ana foi na frente, seguida pela Andy, pelo Eduardo e por mim. Logo atrás vinham a Maristela, o Jorge e o Rodrigo. No começo o grupo andou junto, mas logo se separou em dois, igual no dia anterior e segui no grupo da frente, que era mais rápido.

A noite estava bonita, com lua. A trilha seguia morro acima, com alguns trechos de mata fechada e outros com muitas pedras. Vez ou outra fazíamos uma rápida parada para descansar e beber água. Nessas paradas olhávamos para trás e era possível ver a luz de algumas lanternas, de pessoas que seguiam pela trilha atrás de nós. Fazia frio, mas nada muito intenso e ao caminhar, em alguns momentos cheguei a sentir calor.

Ainda estava escuro quando passamos pelo facãozinho, que é um trecho estreito da trilha, com precipício dos dois lados. Em razão do escuro não dava para ter noção do perigo, então passamos tranquilamente por esse trecho. Na última parte da trilha tivemos que subir muitos degraus fixados nas pedras, mas isso não foi nenhum problema. Chegamos ao cume do Pico Paraná quando passava um pouco das 5h30min. Ainda estava escuro e no horizonte era possível ver os primeiros raios solares surgindo atrás de um imenso mar de nuvens. Era uma visão muito bonita! Logo o restante do nosso grupo chegou, e todos se cumprimentaram e tiraram algumas fotos juntos. Estávamos a 1.877 metros de altitude, no ponto culminante da região Sul do Brasil.

Fui andar pelo cume e numa das extremidades alguns caras tinham acampado durante a noite. Há poucos dias tinha acontecido um incêndio na mata seca do cume e as marcas desse incêndio eram bastante visíveis. O que também era bem visível (infelizmente) era uma quantidade enorme de lixo deixada ali no alto.

Não demorou muito e o sol surgiu por trás das nuvens, num espetáculo muito bonito. Tirei muitas fotos e fiquei curtindo o momento, a sensação de conquistar mais um objetivo. Naquele momento eu e meus amigos de grupo, éramos as pessoas em terra que estavam em maior altitude em todo o Sul do Brasil.

Ventava bastante lá no cume e logo comecei a sentir frio. Tinha uma grande rocha numa das extremidades do cume e fiquei um tempo abrigado atrás dessa rocha, o que fazia a temperatura subir um pouco. Desse lado do cume a vista também era muito bonita, com muitas montanhas menores surgindo em meio ao mar de nuvens. Logo dois outros grupos chegaram ao cume. Fiquei mais um tempo abrigado atrás da rocha e logo voltei para próximo do pessoal do meu grupo. Então um dos caras que tinham chegado por último ao cume, veio me perguntar sobre a calça de ciclismo que eu usava, se ela era quente, confortável. Ele disse que tinha visto muitos caras usando calças de ciclismo na trilha e que estava querendo comprar uma para quando fosse subir outras montanhas. Eu que no dia anterior achei que seria um grande mico usar calça justa de ciclismo na montanha, agora estava dando dicas sobre tal calça.

Ficamos pouco mais de uma hora no cume e a Ana nos chamou para começar a descida. O dia seria longo, pois teríamos um longo trecho para percorrer até chegar à Fazenda Pico Paraná. Começamos a descer pela trilha e por muitos degraus cravados na rocha. Pudemos então ver melhor o caminho que tínhamos percorrido na subida, no escuro. A paisagem era muito bonita e eu não me cansava de olhar para os lados e sempre que possível tirava alguma foto. Ao passar pelo facãozinho foi possível ver o quanto a trilha naquele local é estreita e como o precipício de ambos os lados é profundo. Acho que ninguém do grupo sentiu medo ao passar por esse trecho e todos pareciam curtir a sensação de passar por um lugar perigoso e desafiador.

Mais alguns minutos de caminhada montanha abaixo e foi possível ver o acampamento (A2) onde tínhamos passado a noite. Caminhamos mais um pouco e chegamos ao acampamento. O Silvio já tinha desmontado as barracas e todos se colocaram a arrumar as mochilas para iniciar a descida final. Nesse meio tempo a Ana encontrou tempo para se maquiar e a Andy ficou em pé sobre uma pedra para conseguir sinal de internet e acessar o Facebook pelo celular. Mulheres!!!!

Começamos a descida e dei uma última olhada para o local onde tínhamos acampado, bem como para o cume do Pico Paraná. Algo me dizia que voltaria ali novamente! Após algum tempo de caminhada, chegamos a temida carrasqueira. Olhando de cima para baixo, ela parecia mais assustadora do que na subida. A Ana foi na frente e achou mais seguro descer as mochilas do pessoal do grupo por uma corda que existe ao lado da carrasqueira. Isso fez com que ocorresse um pequeno congestionamento na trilha. Eu que vinha no final do grupo, aproveitei o momento parado, para conversar e tirar fotos. Logo chegou a minha vez de descer e correu tudo bem. No fundo gosto da sensação de perigo ao passar por certos lugares. O risco de acidente é mínimo, pois nos trechos mais difíceis nossa atenção e reflexos parecem ficar mais aguçados.

Deixamos a carrasqueira para trás e começamos a percorrer o trecho de trilha de mata mais fechada e depois o trecho cheio de caratuvas. Ali tivemos a última visão completa do Pico Paraná e logo entramos num trecho de mata ainda mais fechada. Eu seguia no final do grupo, mas logo passei a caminhar mais a frente, próximo a Andy, o Eduardo e o Rodrigo, que dessa vez seguia a frente do grupo. A Ana resolveu ficar para trás e seguir junto com o pessoal mais lento.

Fizemos uma longa parada no A1 e ali alguns aproveitaram para fazer um lanchinho. O Silvio foi o último a chegar, pois a mochila dele era a mais pesada, sem contar os equipamentos que ele carregava espalhados pelo corpo. Tiramos uma foto com o Silvio e logo voltamos à trilha. Continuei andando junto com o Rodrigo, Andy e Eduardo. Andamos num ritmo bem forte e só paramos na bica, que era o local marcado para almoço. Me sentei em algumas pedras e comi algumas coisas que estavam no meu kit lanche. Depois me encostei em umas pedras e adormeci por alguns minutos. Levou pouco mais de uma hora para a Ana chegar, junto com o Silvio, Jorge e Maristela.

No local onde estávamos ficava a maior bica de toda a trilha e ela é cercada por pedras, formando uma pequena piscina. A água é muito gelada, sendo boa para beber, mas para se banhar nem tanto. E nessa fonte o Jorge, o pernambucano do grupo, resolveu cumprir algo que tinha prometido antes de partir, que era tomar um banho de bica. Ele colocou um calção e entrou na fonte, sentando na pequena piscina debaixo do cano por onde caí água. Senti frio só de olhar ele ali dentro!!  O Jorge provou que é corajoso, um cabra muito macho!!!

A Ana liberou o meu grupo para seguir a frente e só esperar os demais na Fazenda Pico Paraná. Dessa forma eu, Rodrigo, Andy e Eduardo partimos e logo estávamos num ritmo muito forte e assim seguimos até o final da trilha. Chegando na sede da fazenda encontramos o Gustavo, o guia que tinha se machucado no dia anterior e que acampou no A1. O pé dele estava muito inchado e logo a Andy o levou de carro para o hospital.

Tirei minhas botas e fui comer um pastel de queijo e tomar uma Coca-Cola bem gelada. Depois fiquei deitado no gramado, descansando. O restante do grupo chegou cerca de uma hora e meia depois. Estavam todos cansados, mas muito felizes por terem conquistado o cume. Ficamos um tempo conversando e logo foi hora de embarcar na van e seguir rumo à Curitiba. Mal chegamos na BR e começou a chover. Parece que a Ana tem sociedade com São Pedro, pois a previsão para o final de semana era de chuva e só foi chover após termos partido para casa.

Sei que o final de semana foi maravilhoso, pois cumpri mais uma das metas que constam em minha lista de coisas a fazer e lugares a conhecer. E fiz novos e bons amigos! Pretendo voltar outra vez ao Pico Paraná, bem como fazer alguma outra expedição pela Ana Wanke Turismo e Aventura, pois a organização da Ana foi perfeita.

No cume do Pico Paraná.
No cume do Pico Paraná.
O sol surgindo atrás das nuvens.
O sol surgindo atrás das nuvens.
Foto da foto...
Foto da foto…
Vista lá do alto.
Vista lá do alto.
No cume do Pico Paraná.
No cume do Pico Paraná.
Grupo unido.
Grupo unido.
Iniciando a descida.
Iniciando a descida.
Descendo do cume.
Descendo do cume.
O temido facãozinho.
O temido facãozinho.
Descendo a carrasqueira.
Descendo a carrasqueira.
Na carrasqueira.
Na carrasqueira.
Com o Sérgio no A1.
Com o Silvio (de bandana e mochila) no A1.
Almoço na bica.
Almoço na bica.
Jorge tomando banho de bica.
Jorge tomando banho de bica.
Parte final da descida.
Parte final da descida.
Descanso na Fazenda Pico Paraná.
Descanso na Fazenda Pico Paraná.
www.anawanke.com.br/
www.anawanke.com.br/

Pico Paraná (Parte I)

Fazia alguns anos que eu queria chegar ao cume do Pico Paraná, mas sempre acontecia algo e eu tinha que adiar. Cheguei a subir o Caratuva em 2008 e o Itapiroca em 2009, que são duas montanhas próximas ao Pico Paraná. Mas quando chegou a vez de subir o PP (apelido carinhoso dado ao Pico Paraná) me machuquei um pouco antes e levei meses para ficar bom e em forma novamente. Daí quando estava novamente planejando subir o PP, tive dois problemas sérios de saúde e em seguida me mudei de Curitiba. Três anos se passaram e o PP continuava em minha lista de locais onde queria colocar os pés.

Atualmente estou morando cerca de 500 quilômetros do Pico Paraná e sem tempo para arrumar um amigo e planejar a ida até o PP, achei melhor procurar uma agência de turismo que fizesse o serviço de guia. De início pensei que não existissem agências que levassem clientes até o PP, mas acabei encontrando a Ana Wanke Turismo e Aventura (http://www.anawanke.com.br/). Entrei em contato, troquei algumas informações com a Ana e logo fechei o pacote, que incluía transporte, alimentação, barracas e guias. Achei essa ser e melhor opção no momento, pois não estava a fim de ir sozinho e também não queria que mais uma vez acontecesse algum problema e eu tivesse que desistir de tentar subir o Pico Paraná.

Tudo pago e acertado, agora era torcer para o tempo ajudar e não chover no final de semana marcado para subida do PP. E uma coisa a fazer era melhorar o condicionamento físico! Eu não estava muito mal fisicamente, mas precisava melhorar, pois o Pico Paraná é a montanha mais alta da região sul do Brasil e para evitar problemas e acidentes era melhor estar bem fisicamente. E também precisava perder dois ou três quilos extras adquiridos nas comilanças de inverno. Tinha exatamente um mês para me preparar e foi justamente o que fiz. Caminhei e corri, fiz reforço muscular para as pernas e duas vezes por semana aula de spinning. Também fechei um pouco a boca e reduzi drasticamente o meu maior vicio, que é refrigerante. Mas na segunda semana de treinamento tive um problema de tornozelo e tive que diminuir um pouco o ritmo dos treinamentos. Mesmo assim cheguei tinindo fisicamente no dia do embarque rumo à Curitiba.

Encontrei o pessoal numa madrugada gelada em Curitiba e fomos de van até a Fazendo Pico Paraná, distante uns 40 quilômetros da cidade, no sentido São Paulo. Na van já tive o primeiro contato com o pessoal que fazia parte do grupo. O grupo seria formado por mim e mais sete pessoas. A Ana seria a guia principal, auxiliada pelo Rodrigo e pelo Gustavo. E de caminhantes tinham as curitibanas Andy e Maristela, o gaúcho Eduardo e o pernambucano Jorge. Se eu vinha de longe, o Eduardo e o Jorge vinham de ainda mais longe!

Chegando na Fazenda Pico Paraná tomamos o café da manhã, onde foi servido um delicioso chocolate quente que serviu para esquentar um pouco. Em seguida fomos nos arrumar e nos preparar para iniciar a caminhada. E logo de cara descobri que tinha esquecido de trazer minha calça de caminhada. Não acreditei que tinha deixado para trás um item tão importante. A opção seria caminhar de calça jeans, mais isso limitaria muito meus movimentos. Já estava ficando desanimado, quando lembrei que tinha levado minha calça de ciclismo, a qual costumo usar para dormir em acampamentos, pois ela é bem confortável e quente para utilizar dentro do saco de dormir. O problema é que ela é bastante justa e achei que pagaria um grande mico ao usá-la. Fiquei uns dois minutos pensando em qual calça utilizar e nisso dei uma olhada para o lado e vi que tanto o Rodrigo, quanto o Gustavo estavam utilizando uma calça de ciclismo. Então vi que não seria mico nenhum colocar minha calça de ciclismo para caminhar no mato e foi assim que fiz.

Todos prontos, mochilas nas costas, uma breve reunião para que fossem dados alguns avisos e iniciamos a caminhada. Eu conhecia boa parte do caminho a ser percorrido, pois parte do caminho que leva até o Pico Paraná é o mesmo caminho que percorri anos antes para ir ao Caratuva e depois ao Itapiroca. Segui quase no final da fila, pois queria sentir o ritmo de caminhada dos demais e saber como seria o meu ritmo comparado a eles. Nos primeiros minutos de caminhada aconteceu um incidente com a Maristela, que ao tentar pular de uma pedra a outra em um trecho de lama, escorregou e caiu no barro. Felizmente ela não se machucou (talvez o orgulho tenha ficado um pouco ferido) e assim seguimos em frente. O primeiro trecho é pelo meio do mato, subindo alguns degraus esculpidos na terra e depois seguimos por uma trilha relativamente tranquila, mas sempre subindo. Fizemos algumas breves paradas no início e logo resolvi ir mais para frente na fila, seguindo pouco atrás da Ana, que ia sempre na frente.

Levamos cerca de uma hora para chegar ao morro do Getúlio, que é um local descampado, cheio de pedras e de onde se tem uma bela visão para todos os lados. A visão mais bonita é da represa Capivari, alguns quilômetros abaixo. Ali fizemos uma longa pausa, ajeitamos as mochilas, tiramos fotos e seguimos em frente. Foi a partir do Getúlio que nosso grupo se dividiu, formando dois. No grupo que estava mais rápido seguiam a Ana, Andy, eu e Eduardo. Me sentia muito bem fisicamente e não tive nenhum problema em acompanhar o ritmo mais forte do pessoal da frente. De tempos em tempos fazíamos alguma parada para descanso e a Ana aproveitava para falar pelo rádio com o Gustavo, que seguia fechando a fila do segundo grupo. Caminhamos um bom tempo assim até que chegamos no cruzamento das trilhas que levam ao Pico Paraná e ao Caratuva. Ali ficamos esperando o restante do grupo. Eu conhecia o caminho até esse local, então a partir dali tudo ficaria mais interessante para mim, pois o caminho a seguir seria inédito.

Após descansar e tirar fotos, voltamos a caminhar e o grupo continuou dividido. A trilha seguia quase sempre pelo meio do mato, em um terreno cheio de raízes. Vez ou outra tinha algum trecho onde era preciso fazer uma pequena escalada segurando nos galhos e raízes de árvores e em alguns casos em cordas estrategicamente amarradas nos locais de mais difícil acesso. Tinham alguns trechos de rocha que eram bastante lisos e era preciso tomar cuidado para não cair. Num trecho de mata fechada e cheia de raízes eu seguia no final do meu grupo e acabei sofrendo um pequeno acidente. Ao pisar ao lado de um galho enorme, meu pé afundou no barro e virou. Para não torcer o pé, fiz um movimento brusco virando o corpo rapidamente e nisso bati muito forte com a canela num galho. A pancada foi forte e senti muita dor. Soltei alguns palavrões e me sentei para olhar o estrago. No local da pancada tinha levantado um caroço e a dor era forte. Por alguns momentos achei que minha caminhada tinha terminado ali, que eu não conseguiria pôr o pé no chão por culpa da dor e teria que desistir de chegar ao PP. Meus olhos se encheram de lagrimas por culpa da dor e da decepção e quando vi o pessoal voltando para ver o que tinha acontecido comigo, segurei as lágrimas e contive a vontade de chorar. O Eduardo é médico e a Andy é dentista e os dois se encarregaram de ver o estrago em minha canela e logo a Andy me deu uma pomada para passar no local da pancada. Fiquei em pé e vi que mesmo sentindo muita dor dava para seguir em frente, o que me deixou bastante aliviado. Voltamos a caminhar, mas a dor ainda era forte e comecei a achar que não conseguiria chegar até o fim do dia caminhando. Logo fizemos uma parada em um pequeno córrego para pegar água e ali a Andy me deu um remédio para dor. Aproveitei para colocar uma mochila com água (que ali era bem fria) na canela e isso aliviou a dor quase por completo.

Na parada que fizemos no córrego aproveitei para comer um dos sanduiches naturais que faziam parte do kit lanche entregue pela Ana. O sanduiche era muito saboroso e ajudou a levantar meu animo que tinha ficado um pouco baixo após a canelada que dei um pouco antes. Voltamos a caminhar e não demorou muito para sairmos do trecho de mata fechada e chegarmos em um trecho mais aberto e termos a primeira visão do Pico Paraná. A visão era maravilhosa, pois mostrava a enorme montanha imponente em meio a algumas nuvens. Olhando dali parecia ser meio que impossível atingir seu cume. Fiquei pensando nos primeiros montanhistas que passaram por ali, abrindo caminho pela mata em busca da melhor rota que os levassem até o cume. Esses caras eram valentes e persistentes, pois se hoje em dia com a rota conhecida e demarcada, bem como a facilidade que alguns equipamentos modernos dão aos montanhistas não é muito fácil chegar ao cume do Pico Paraná, no passado devia ser muitas vezes mais difícil.

Depois de passar pelo trecho de mata aberta, que era quase que completamente formado por uma planta chamada caratuva (o mesmo nome da montanha próxima dali), caminhamos mais um pouco e chegamos ao acampamento número um (A1). Ali encontrei um pessoal de Londrina, que fazem parte do grupo de caminhadas Londrinapé. Nesse grupo estavam o Arnaldo, amigo de outras caminhadas pelo interior, e também o Berti, que é guia de caminhadas na cidade de Faxinal, local famoso por suas cachoeiras. Conversei um pouco com o pessoal, tiramos fotos e logo retomamos a caminhada. Dessa vez a trilha era em descida, o que era menos cansativo, mas que exigia mais cuidado para não cair. Não demorou muito e chegamos a famosa “carrasqueira”, um paredão de rocha com escadinhas, que é considerado o trecho mais difícil para se chegar até o cume do Pico Paraná.

Com bastante cuidado meu grupo subiu a “carrasqueira”. A Ana foi na frente, seguida pela Andy. No meio da subida a alça da mochila da Andy arrebentou e quase provoca um acidente. Por sorte foi somente um susto e conseguimos chegar são e salvos no alto da “carrasqueira”. Dali para frente a trilha era tranquila. Logo chegamos em algumas rochas enormes, próximas ao acampamento dois (A2). A Andy adora tirar fotos sentada em pedras e quando a Ana mostrou a ela uma pedra enorme, ela não se conteve e correu para tirar muitas fotos. Essa pedra acabou sendo batizada como “Pedra da Andy”. Após muitas fotos seguimos mais um pouco morro acima, até o A2, local onde montaríamos nosso acampamento. Lá nos esperava o Silvio, um cara digamos meio exótico, mas muito prestativo e gente finíssima. Ele é gerente da loja Território Mountain Shopping, em Curitiba. Ele costuma dar suporte a algumas expedições promovidas pela Ana e nesse dia não foi diferente. Como ele chegou de manhã no A2, ele reservou o melhor lugar para que montássemos nossas barracas. Era uma pequena clareira, cercada por arbustos altos que protegiam do vento, que ali no alto costuma ser forte.

Foram montadas três barracas, com ajuda do Silvio e depois fizemos um lanche. A Ana falou pelo rádio com o pessoal do grupo que vinha mais atrás e as notícias não eram nada boas. O Gustavo tinha torcido o pé e ficaria acampado sozinho no A1. O restante do grupo seguiria ao nosso encontro no A2. Tínhamos levado seis horas para chegar até o A2. Segundo a Ana chegamos super rápidos, pois ela tinha previsto que levaríamos de dez a doze horas para chegar ali. Então ficou a dúvida se partiríamos dali para o ataque ao cume, o que levaria mais uma hora morro acima, ou se esperaríamos o restante do grupo e faríamos o ataque ao cume todos juntos de madrugada. Acabou ficando decidido que esperaríamos os demais membros do grupo.

Eu, Ana e Andy, descemos até a “Pedra da Andy” e lá ficamos esperando o restante de nosso grupo. A Ana ficou em comunicação via rádio com o Gustavo, que ficou no A1. Enquanto esperávamos ficamos admirando a paisagem e tirando algumas fotos. Abaixo de nós existia um verdadeiro mar de nuvens, que ao mesmo tempo que não nos permitia admirar por completo a paisagem, era um espetáculo à parte. As nuvens se moviam com o vento, hora cobrindo parte de algumas montanhas menores que estavam abaixo de nós, hora escondendo partes do cume do Pico Paraná, que estava acima de nós. O Pico Paraná fica numa região onde existe uma pequena cadeia de montanhas, sendo que ele é a maior montanha dessa cadeia. Então de onde estávamos era possível ver várias montanhas próximas, bem como o Conjunto Marumbi, bem mais distante dali, no meio da Serra do Mar.

Após um tempo de espera, a Ana resolveu descer até a “carrasqueira” para auxiliar o pessoal de nosso grupo quando eles lá chegassem. Eu e Andy ficamos na “Pedra da Andy” com o rádio. Logo a Andy resolveu explorar algumas pedras abaixo de onde estávamos e que ficavam na beira do abismo. Acabei indo atrás dela, em parte com receio de que ela pudesse se meter em encrenca e em parte por que ficar parado olhando a paisagem estava me dando sono. Sei que acabamos encontrando um local muito legal, uma espécie de janela entre as rochas e ali ficamos vendo a paisagem e tirando fotos. Comentei com ela que poucas pessoas deveriam ter estado naquele local antes de nós. E isso me atrai muito, estar em locais onde poucas pessoas colocaram o pé antes! Resolvemos parar com nossa pequena exploração no meio das pedras, com receio de encontrar alguma cobra e voltamos para o alto da “Pedra da Andy”. Tiramos mais algumas fotos e logo vimos a Ana chegando a frente do restante de nosso grupo.

Cumprimentamos o pessoal e eles pararam na “Pedra da Andy” para tirar fotos. Logo todos seguimos para o local onde estava montado nosso acampamento. A segunda parte do grupo, formado pelo Jorge, Maristela e Rodrigo, chegou no A2 duas horas e quinze minutos depois da chegada da primeira parte do grupo. Achei sensata a forma como a Ana conduziu a expedição, quando deixou que os dois grupos, que tinham preparo físico e velocidade diferentes, se separassem. Se ela mantivesse o grupo sempre junto, estaria fazendo o pessoal mais veloz ir lentamente, o que não seria legal, ou então faria que o grupo mais lento andasse num ritmo mais forte, o que poderia desgastar demais o pessoal. Tal divisão só foi possível graças ao grupo ter três guias. Mesmo com a contusão do Gustavo, foi possível manter os dois subgrupos com um guia cada, o que tornou a subida até o A2 bastante segura.

Antes de escurecer fui com a Ana e a Andy até um mina próxima buscar água. No caminho paramos na “Casa de Pedra”, que é a ruína de uma construção feita de pedras. Não sei o motivo da construção em tal local, nem sua datação e muito menos o motivo de estar em estado de abandono. Me ocorre que no momento não tive a curiosidade de perguntar isso a Ana ou alguma outra pessoa que estivesse pelas imediações. De lamentável é a quantidade de lixo deixado pelas imediações da Casa de Pedra. Parece que muita gente que sobe até o Pico Paraná, não tem nenhuma consciência ecológica e na descida resolve aliviar um pouco do peso da mochila, deixando no A2 muito lixo, bem como toalhas, mantas, pedaços de lona plástica e diversas garrafas pet. E como não existe nenhum tipo de controle por parte do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) ou dos proprietários da Fazenda Pico Paraná (que cobram para permitir o acesso até o Pico), cada dia que passa vai ficando mais lixo acumulado. Infelizmente existe muita falta de educação por parte das pessoas, que costumam jogar lixo na rua e deixar lixo no alto de um morro. Lá não tem coleta de lixo, não existe caminhão de lixo passando toda semana.

O sol foi embora e a noite chegou com muito vento e frio. Fui para a barraca e lá tomei meu banho de gato, utilizando uma pequena toalha molhada e lenços umedecidos. Em seguida coloquei roupa limpa e me senti um novo homem. Não consigo ficar sem banho, não importa onde eu esteja! A Ana começou a preparar o jantar, cujo cardápio consistia de estrogonofe, arroz e purê de batata. A comida era liofilizada, que resumindo quer dizer que era um tipo de comida que foi desidratada e depois reidratada ao ser adicionada água quente nela. Durante o preparo da comida quase todos ficaram ao redor da Ana, vendo ela preparar o delicioso jantar e também ajudando. A ajuda consistia de ficar chacoalhando os envelopes com comida liofilizada após a Ana colocar água quente neles. O resultado foi muito bom, pois a comida ficou saborosa.

Após jantar fui escovar os dentes e achar um banheiro. Ventava muito e fazer as necessidades no meio do mato, com vento e escuridão não era das tarefas mais agradáveis. Mas em minhas aventuras já passei por situações mais difíceis ao ter que usar banheiros, então não tive grandes problemas. Antes de ir dormir fui dar uma volta e fiquei olhando o céu. O céu estava limpo e com muitas estrelas. Consegui até mesmo ver uma estrela cadente! Fiz um pedido a ela, mas até agora tal pedido não se realizou…

Encontrei a Ana pelo caminho e fomos nos juntar a Andy, Rodrigo e Maristela, que estavam do outro lado de nosso acampamento. Ficamos um tempo deitados no chão, conversando e vendo o céu estrelado. O frio aumentou e como estava muito cansado, achei melhor ir para a barraca. Eu dividiria a barraca com o Rodrigo. Me ajeitei dentro do saco de dormir e logo fiquei quentinho. Olhei no relógio e passava um pouquinho das 21 horas. Estava dormindo cedo para um sábado à noite, mas isso não importava. O que importava é que dali poucas horas eu estaria pisando no cume do Pico Paraná, realizando mais um sonho, mais um item da lista de realizações que formulei há pouco mais de três anos. ZZZZZZZZZZZzzzzzzz…

Com 1.877 metros de altitude, o Pico Paraná é a montanha mais alta da Região Sul do Brasil. Está situada entre o município de Antonina e Campina Grande do Sul, no conjunto de serra chamado Ibitiraquire. Foi descoberto pelo pesquisador alemão Reinhard Maack. Entre 1940 e 1941 Maack efetuou diversas incursões à Serra do Ibitiraquire com o objetivo de obter medições e anotações sobre a fauna e a geomorfologia da região. Maack juntamente com os alpinistas Rudolf Stamm e Alfred Mysing e com auxílio de tropeiros da região, partiu em 28/06/1941 com o objetivo de conquistar o cume da montanha. Stamm e Mysing conseguiram o intento em 13/07/1941.

Rodrigo, Andy, Vander, Ana, Eduardo, Gustavo, Maristela e Jorge.
Rodrigo, Andy, Vander, Ana, Eduardo, Gustavo, Maristela e Jorge.
Descanso no Getúlio.
Descanso no Getúlio.
Cruzamento de trilhas: Pico Paraná e Itapiroca.
Cruzamento de trilhas: Pico Paraná e Caratuva.
Subindo com ajuda da corda.
Subindo com ajuda da corda.
Primeira visão completa do Pico Paraná.
Primeira visão completa do Pico Paraná.
Com o pessoal de Londrina e Faxinal.
Com o pessoal de Londrina e Faxinal.
No meio das caratuvas.
No meio das caratuvas.
Subindo a carrasqueira.
Subindo a carrasqueira.
Na Pedra da Andy.
Na Pedra da Andy.
Acampamento.
Acampamento.
Observando a paisagem.
Observando a paisagem.
Lanche no A2.
Lanche no A2.
O Eduardo admirando a paisagem.
O Eduardo admirando a paisagem.
O jantar...
O jantar…

Uma Caminhada na Floresta

Segue a dica de um livro para aqueles que iguais a mim, adoram caminhar pelo mato e até riem das dificuldades que muitas vezes tais caminhadas provocam. Descobri esse livro há uns cinco anos e já fiz uma releitura há dois anos (sempre releio livros de que gosto muito) e já estou programando nova releitura para o próximo ano. Tem umas passagens muito engraçadas no livro, que conta uma história real. E diferente das caminhadas no Brasil, onde a maior preocupação do caminhante é encontrar alguma cobra pelo caminho, no livro o maior receio dos personagens era encontrar algum urso. Fiz uma caminhada no Canadá em 2011 e no início da trilha existia uma placa informando sobre a possibilidade e o perigo de encontrar algum urso pelo caminho. Aquilo me deixou apavorado e passei todo o tempo da caminhada atento aos ruídos da mata. Aquela foi a caminhada mais tensa que fiz na vida! Abaixo segue a sinopse do livro.

UMA CAMINHADA NA FLORESTA – Redescobrindo os Estados Unidos pela trilha dos Apalaches (Bill Bryson)

Há muitos livros sobre exploradores destemidos que escalam montanhas, atravessam oceanos, enfrentam intempéries, sofrem experiências traumáticas e até morrem. Gente cujo sonho é superar limites, quebrar recordes. Mas em Uma Caminhada na Floresta há um outro tipo de herói: gente comum que se esfalfa para subir um morro, fica histérica diante de um bicho e se perde no meio do mato. Gente cujo sonho maior é um chuveiro quente e uma cama macia. Bill Bryson, escritor profissional que ostenta uma barriga protuberante, possui alguma experiência com caminhadas, mas apenas em roteiros amenos por territórios europeus civilizados. Seu companheiro, Stephen Katz, é um ex-alcoólatra imensamente gordo, viciado em toda espécie de doce, hambúrguer e refrigerante; tem como objetivo na vida sentar-se na frente da TV e assistir a Arquivo X.

Por que dois tipos assim, não exatamente atléticos, decidem fazer uma caminhada de três mil quilômetros durante vários meses pelo meio do mato? Juntos eles percorreram o mais longo caminho do mundo para excursões a pé: a Trilha dos Apalaches, que se estende por montanhas e florestas ao longo da Costa Leste dos Estados Unidos, desde a Geórgia até o Maine.  Com um texto irreverente, Bryson conta casos inacreditáveis de destruição ecológica, descreve os estragos causados pelo turismo e distribui críticas impiedosamente (a si mesmo e a seu companheiro, inclusive). Um livro para quem admira a natureza selvagem, mas ao mesmo tempo adora os prazeres da civilização.

Esse livro está fora de catálogo e é difícil de encontrar em livrarias. Então caso alguém fique interessado em adquirir o livro, procure na Estante Virtual (www.estantevirtual.com.br) pois lá tem vários exemplares usados á venda, com preço mais em conta que variam de R$ 15,00 a R$ 35,00.

E acabo de descobrir que esse livro vai ser adaptado para o cinema e as gravações iniciam nas próximas semanas, com Robert Redford no papel principal. Não vejo a hora do filme estrear no cinema, mas isso ainda vai demorar um ou dois anos para acontecer. Então enquanto espero vou aproveitar para fazer muitas “caminhadas na floresta”!

Uma caminhada na floresta.
Uma caminhada na floresta.

Sabores do passado

Alguns produtos nos acompanham por toda vida e seu sabor nunca muda. Outros produtos sofrem alguma alteração, ou a clássica “nova fórmula” e tem seu sabor alterado, geralmente para pior. E existem produtos que por variadas razões, simplesmente deixam de ser fabricados. Não vou conseguir me lembrar de todos os produtos de que gostava e que não existem mais, bem como dos produtos que tiveram seu sabor alterado. Mas de alguns lembro muito bem e sinto saudades.

Produtos que não existem mais: chocolate branco Galak com frutas cristalizadas, chocolate branco Galak com flocos de arroz, guaraná Taí, suco de laranja em caixa Parmalat, refrigerante Minuano Limão, chiclete Ping Pong sabor caramelo, chocolate Kri, caramelos Nestlé, chocolate Croquete, drops Dulcora, cigarrinhos de chocolate ao leite Pan, balas Kleps, pirulito do Zorro.

Produtos que tiveram o sabor alterado (nova fórmula): chocolate Confeti, chocolate Sem Parar.

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Cigarrinhos Pan.
Balas Kleps
Balas Kleps
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Minuano Limão e Guaraná Taí.
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Galak frutas cristalizadas.
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Caramelo Nestlé.
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Pirulito Zorro.
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Croquete Nestlé.
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Drops Dulcora.
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Chocolate Kri.

Aniversário de cinco anos do blog

Cinco anos!! Pois é, o Blog está completando cinco anos de existência no dia de hoje! Ele começou meio que por brincadeira e sem grandes pretensões. Na verdade ele começou sem pretensão alguma. Ele foi criado como um passatempo, onde a pessoa que o criou queria escrever, aperfeiçoar sua forma de escrever, divulgar suas ideias, compartilhar suas fotos e contar histórias, principalmente de suas viagens. Mas com o tempo o blog foi criando forma e crescendo. Dos noventa e quatro acessos no primeiro mês de vida, após um tempo chegou a ter treze mil acessos mensais. Já foi acessado em mais de cem países e teve fotos e textos republicados em blogues de várias partes do mundo, bem como citações em jornais, revistas e vários sites.

Nestes cinco anos de existência o blog teve fases de ostracismo e de evidencia. Teve momentos em que ele serviu como ferramenta para desabafos e também como forma de terapia. Foi muito consultado por estudantes e por pessoas que estavam planejando viagens. Também serviu como ajuda para deprimidos e acreditem ou não salvou uma vida (não a minha!). Ele ficou pouco mais de um mês fora do ar em 2010 e por diversas vezes quase foi excluído. Mas sobreviveu e foi tomando forma, ganhando identidade e personalidade própria.  Hoje tem leitores fieis em várias partes do mundo, pessoas que criaram o habito de visitá-lo diariamente. Suas postagens mensais atualmente são poucas e pontuais. Por culpa disso, suas visualizações mensais diminuíram um pouco. Mas isso não é problema, pois o que importa é a qualidade de suas postagens e de seu publico e não a quantidade.

Mas o principal de tudo é que nestes cinco anos o blog serviu como ferramenta para criar amizades. Se ele vai existir por mais um mês ou um ano, sinceramente não sei dizer!

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Livro: As Montanhas do Marumbi

Para aqueles que gostam de montanhas e principalmente para aqueles que conhecem as montanhas do Paraná, segue a dica de um livro que fala sobre o tema. O livro As Montanhas do Marumbi é muito bem escrito e possui belas fotos. Tenho o livro há pouco mais de três anos e através dele aprendi muitas coisas sobre um dos locais que mais gosto no Brasil.

Aos cinco anos de idade vi pela primeira vez as montanhas da Serra do Mar paranaense, ao descer de caminhão com meu pai pela BR-277, para descarregar uma carga de soja no porto de Paranaguá. Fiquei encantando ao ver as altas montanhas cobertas pela mata e fiquei me perguntando como seria estar no alto de uma montanha daquelas. Levei vinte e três anos para saber a resposta! Em novembro de 1998 cheguei pela primeira vez ao cume do Olimpo, no Marumbi. Na descida sofri uma queda e me ralei todo, tendo que ser socorrido pela enfermeira do trem, na volta à Curitiba. Mas isso não me assustou e acabei voltando muitas outras vezes a região e subindo outras vezes ao cume do Olimpo, bem como outras montanhas menores. Na região do Marumbi passei muitos momentos bons, tanto sozinho, quanto na companhia de amigos e de amores. Namorar dentro de uma barraquinha montada no camping do Marumbi, numa noite fria de inverno e ouvindo o apito do trem é uma experiência surreal e inesquecível.

As Montanhas do Marumbi, de Nelson Luiz Penteado Alves, o Farofa, é um dos livros mais importantes do Paraná lançados neste ano (2008). E pode figurar, com certeza, entre os melhores, mais ricos e bem fundamentados livros sobre o montanhismo de todo o planeta.

É uma obra exemplar, porque representa, diante da extensão da pesquisa histórica, da preciosa documentação fotográfica e do cuidado técnico-científico, o esforço, o ideal e o amor de várias gerações pela prática deste esporte. Foi nestas célebres montanhas paranaenses, com a primeira conquista liderada por um farmacêutico nascido na baía de Antonina, Joaquim Olympio “Carmeliano” de Miranda, em 21 de agosto de 1879, que nasceu o montanhismo brasileiro.

O livro é igualmente importante por revelar muitas qualidades da natureza humana, hoje cada vez mais escassas e difusas. Que podem se traduzir de muitas maneiras, mas, do modo marumbinista, pelo desafio da conquista, o prazer juvenil da aventura, o estímulo do espírito de irmandade e pelo respeito voluntário à natureza.

Não é por nada que Farofa levou 40 anos para escrever e publicar este livro. Na acepção da palavra, ele disseca as montanhas do Marumbi e sua história. Tudo com o entusiasmo do montanhista iniciante, o fôlego de um maratonista e a preocupação do professor catedrático. Sem deixar de ser espontâneo e didático e mediar os 12 capítulos com histórias alegres e as minúcias de um ourivesador.

Compartilha as conquistas, na escrita, com seus companheiros de jornadas e outros amantes do Marumbi e da exuberante natureza da Serra do Mar. Este olhar especializado, abordando áreas como geologia, clima, rios, orquídeas, samambaias, bromélias, mamíferos, aves, anfíbios e répteis, amplificam o livro, mostrando toda a riqueza deste fantástico microcosmo natural, hoje felizmente preservado como Parque Estadual Pico do Marumbi (1990), numa área de 2,3 mil hectares.

Figuras humanas de todo o tipo e de todas as classes sociais subiram o Marumbi. Mas, no momento de percorrer as trilhas, escalar os monumentais paredões de pedra, transpor a bruma e enfrentar o perigo e as intempéries, Farofa mostra que as diferenças tão complexas e peculiares de cada indivíduo tornam-se secundárias. Na busca dos desafios, dos mistérios da montanha e do desfrute da natureza, prevalece um objetivo muito acima das idiossincrasias humanas. Esta é uma grande lição deste livro.

Além do pioneiro “Carmeliano”, Farofa revela muitos personagens marcantes dessa história. Como Rudolfo Augusto Stamm (1910-1959), eletricista de profissão, natural de Joinville (SC), que viveu toda a sua vida num quarto da Pensão Otto, em Curitiba. Desde que pisou pela primeira vez na Serra do Mar, em 1935, este célebre montanhista parece que viveu só pelo Marumbi. Em 1950, completou a sua centésima escalada ao Olimpo, o pico mais alto.

As suas extraordinárias contribuições como desbravador e os registros precisos e abrangentes que deixou mostram que o gosto pelo desafio e o prazer de estar junto à natureza também revelam grandes homens.

Outro deles é Henrique Paulo Schmidlin, o Vitamina, que continua liderando empreitadas aos cumes da Serra do Mar, em dias de sol ou chuva, e emprestando o seu carisma e experiência para as causas marumbinista e da natureza.

Organizador dedicado de caminhadas na floresta e de escaladas na montanha, incentivador nato das boas companhias e cantorias, Vitamina, com sua energia e crença fervorosa nesse estilo de vida, é um exemplo emocionante da tão necessária preocupação com a ligação social e cultural entre as gerações do passado e do presente, pensando no futuro.

O trem! Seriam muito diferentes as montanhas do Marumbi sem esta incrível linha férrea, que desafiou a Serra do Mar. Obra de arte da engenharia da era do vapor, ponto privilegiado de visão e instigador de sonhos românticos e juvenis, o trem cativou milhares de adeptos para este esporte e lazer, ao apresentá-los às montanhas, na Estação do Marumbi, por muitos e muitos anos, nas alegres manhãs ensolaradas dos sábados.

Farofa consegue transmitir justamente este estado de espírito em seu trabalho, que até pode parecer um pouco nostálgico, mas é essencial para a alma humana, em todos os tempos. Suas fotos preciosas e mesmo o sintético registro histórico sobre o trem não deixam de ser eloqüentes. Quem sabe, sem a maria-fumaça, Alfredo Andersen (1860-1935) e outros pintores paranaenses com o gabarito de Theodoro de Bona (1904-1990) não tivessem eternizado as paisagens e as montanhas nos seus óleos sobre tela.

Neste aspecto, cabe uma menção muito especial ao lendário Erwin Gröger, o Professor, próximo de completar 100 anos de idade, que Farofa também dá o merecido destaque no livro. Marumbinista também pioneiro, o Professor tem se dedicado a pintar as cálidas montanhas do litoral paranaense há décadas, tanto em óleos como em aquarelas.

Apaixonado orquidófilo, é um mestre que registra principalmente em aquarelas estas belas e exóticas plantas. Erwin Gröger é uma dessas figuras raras que, pelo seu elevado espírito humano e simplicidade, é merecedor de grande admiração.

O paranaense Waldemar Niclevicz, o maior montanhista brasileiro, primeiro a levar a bandeira do Brasil aos sete cumes do mundo, é seguidor desta geração. Conquistou o Everest porque aprendeu com os mais antigos escaladores da Serra do Mar a sempre persistir.

Henrique Paulo Schmidlin, o Vitamina, aos 78 anos, diz: “o mais importante de tudo é que o Marumbi o ensinou a nunca desistir. Tanto na luta pela natureza como (e muito mais) pelas causas da justiça e da dignidade do ser humano”.

Nelson Luiz Penteado Alves deixou registrado, para todos nós, este e outros testemunhos históricos de muito valor.

Eduardo Sganzerla (Gazeta do Povo – 26/10/2008)

Livro: AS Montanhas do Marumbi
Livro: As Montanhas do Marumbi
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Mapa
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Marumbi

O chamado da montanha

Desde os primórdios os homens buscam o alto de uma montanha sem um motivo aparente. O que leva as pessoas às alturas de um pico? Superação da condição humana? Transcendência? Ou somente a sensação da conquista? Essas são questões tão antigas como a própria humanidade. A montanha sempre esteve presente no imaginário das pessoas em todas as civilizações, através da mitologia que fundamenta e guia a história dos povos. 

O Monte Olimpo era a residência dos deuses para os antigos gregos, e através da mitologia, influenciou diretamente toda a cultura ocidental.

No folclore japonês, as montanhas são sagradas e todas possuem uma atmosfera sobrenatural. O Monte Fuji, por exemplo, seria a passagem para o outro mundo. Na mitologia Taoista, os imortais iam viver no cume dos grandes montes. O Monte Roraima, sustenta a morada do Deus Macunaíma.

Onde existir um pico imponente, marcando a paisagem, foi, ou é, para alguns um lugar sagrado ou a morada de um deus.

O fato é que as montanhas causam no homem perplexidade diante de sua natureza descomunal. Instigam a percepção de seu tamanho, insignificante, ínfimo diante da grandeza do mundo e da natureza que o cerca. A montanha simboliza a ruptura entre os níveis, do racional para o imaginário que ilustra os sonhos. Faz a ligação entre o céu e a terra.

Para a filósofa Zelita Seabra, O amor à montanha, naqueles que o sentem, tem raízes profundas. O ritual de preparação, o ato da subida, a busca pela imensidão faz parte do íntimo de muitos indivíduos, que não se contentam apenas à contemplação. É um momento de introspecção, a viagem se interioriza. O sentimento de subir é indizível, o silêncio é rompido pela respiração ofegante. O cume se aproxima!

Por que o ser humano é tomado pela inquietude, por essa ânsia de buscar o encanto no desconhecido? O Escritor Jon Krakauer, cita as encenações grosseiras em filmes e metáforas banais ao que o tema se presta, no excelente livro “Sobre homens e Montanhas”. Lembra ainda a interpretação equivocada de alguns psicanalistas que nunca romperam os limites de um consultório.

A palavra “montanhismo”, na concepção do público contemporâneo, causa a mesma repulsa da ideia de estar diante de tubarões ou abelhas assassinas. Porém, o êxtase das alturas está ligada ao ser humano, incontestavelmente, como a experiência de algo sublime, que nos permite enxergar e sentir que fazemos parte de um todo muito maior, que nunca vamos compreender. 

Andre Dib

Vista do alto do Caratuva (Paraná, 2008)
Vista do alto do Caratuva (Paraná, 2008)
Pico Paraná (Paraná, 2009)
Pico Paraná (Paraná, 2009)
Conjunto Marumbi (Paraná, 2009)
Conjunto Marumbi (Paraná, 2009)
Visto do alto de Huayna Potosi (Bolívia, 2011)
Vista do alto do Huayna Potosi (Bolívia, 2012)
Salkantay (Peru, 2011)
Huayna Potosi (Bolívia, 2012)
Montanhas próximas a Machu Picchu (Peru, 2011)
Montanhas próximas à Machu Picchu (Peru, 2012)
Descendo Huayna Picchu (Peru, 2011)
Descendo Huayna Picchu (Peru, 2012)

Huayna Potosi

De todas as minhas aventuras, com certeza chegar ao cume de Huayna Potosi foi a mais desafiadora, difícil, perigosa e fria aventura. Quando desci de Hauyna Potosi jurei que nunca mais subiria outra montanha nevada. Mas menos de 24 horas depois de tal juramento já estava fazendo planos para subir outra montanha gelada. E se tudo der certo, ano que vem vou subir o Illimani (também na Bolívia) que é mais alta, mais desafiadora, mais difícil, mais perigosa e mais fria que Huayna Potosi. Acho que fui acometido pela famosa “febre da montanha”!

Huayna Potosi (Foto: André Dib)
Huayna Potosi (Foto: André Dib)

Adeus ao meu amigo de quatro patas!!

Hoje faleceu o Jack, o Rottweiler da minha família! Ele estava com 14 anos e meio e já bastante fraco. Pôxa, não sabia que a morte de um cão podia doer tanto assim!! Então como homenagem e despedida ao meu amigo Jack, escrevi o texto abaixo com os olhos correndo lágrimas!! Vai com Deus meu amigo e que você possa estar num lugar melhor no céu dos cães, correndo livre e feliz como muitas vezes corremos juntos. Sentirei saudades!!

Minhas memórias: Jack 

Nasci em 1999 na cidade de Londrina e junto com meus irmãos passei um período feliz junto com minha mãe. Mas como todo cachorro, um dia tive que ser separado dos meus entes caninos queridos.  Logo ganhei um novo lar, na casa da família Dissenha, na cidade de Campo Mourão. Quando lá cheguei achei tudo meio estranho, mas aos poucos fui me acostumando. Na casa viviam o Wagner, que oficialmente seria o meu “dono” e seus pais, a Dona Vanda e o Seu Amilton. Quem sempre estava por lá era a Erica, a neta deles, uma menina brincalhona e que gostava muito de cachorros. Na casa ganhei novas companheiras, três fêmeas: a Bela, uma Cocker branca e marrom e sua mãe, de nome Preta. Tinha também uma vira lata chamada Bolinha. Foi no meio delas que cresci e com elas é que passava meus dias brincando. No fundo da casa existia um canil grande, onde eu ficava com as outras três cachorras. Mas durante boa parte do dia ficávamos soltos no pequeno quintal, debaixo de um pé de manga e outro de poncã. Logo nos meus primeiros meses na casa teve a primeira safra de poncãs e descobri o delicioso sabor dessa fruta que passei a adorar.

Eu não gostava muito de ficar no canil e logo encontrei um cantinho que passou a ser meu. Era um espaço na área de serviço, debaixo de uma pia e ao lado do tanque de lavar roupas. Passei a dormir ali quando permitiam. Depois de um tempo conheci o outro membro da família, mas que vivia numa outra cidade. O nome dele era Vanderlei e logo passamos a ser bons amigos.

Após eu completar meu primeiro ano de vida, os hormônios falaram mais alto e por descuido de meus donos humanos, acabei engravidando a Bolinha. Ela era anos mais velha que eu, mas isso não foi problema. Após alguns meses ela criou e fui pai de dois belos filhotes. Depois disso meus donos separaram a Bolinha de mim, mandando ela para a casa da filha deles, perto dali.

Os anos foram passando e eu fui crescendo feliz e saudável.  Adorava comer e logo fiquei grande, forte e gordo. Alguns diziam que eu parecia um urso! Um belo dia me levaram para uma outra casa, para cruzar e lá conheci uma fêmea da mesma raça que eu. Fizemos amor e depois me separaram dela. Após alguns meses fiquei sabendo que ela tinha parido sete filhotes. Fiquei orgulhoso, ao ser pai mais um vez!

O tempo foi passando e o Vanderlei passou a vir mais vezes visitar a família. E um belo dia ele resolveu me levar para passear com ele. Como eu era forte e colocava medo nas pessoas, até então ninguém tinha me levado para passear na rua, pois não conseguiam me segurar quando eu tentava correr. Esse primeiro passeio foi muito interessante, pois descobri coisas e cheiros novos e principalmente pude correr por grandes espaços. Após esse primeiro passeio, outros vieram e sempre que o Vanderlei vinha visitar a família ele me levava para sair com ele. Acabei me tornando seu companheiro de corridas e atado a uma corrente eu corria vários quilômetros ao lado dele.

Os anos foram passando e eu fiquei muito amigo das duas Cocker com as quais eu dividia o quintal. A Bela era muito minha amiga, mas era brava e desde pequeno ela me batia quando eu fazia algo que não a agradava. Acabei ficando muito maior do que ela, mas mesmo assim nunca revidei quando ela vinha brigar comigo. Eu sabia que se quisesse podia estraçalhar ela com minha forte mordida, mas gostava dela e nunca lhe fiz nenhum mal. Em 2008 a Bela ficou doente, teve câncer e após algumas semanas veio a falecer no canil. Eu que não gostava do canil, passei a gostar menos ainda desse lugar e nunca mais quis entrar nele. Tinha medo e quando me colocavam lá eu uivava até me tirarem. Passei a ficar somente no “meu cantinho” debaixo da pia. E como fui engordando cada vez mais, eu mal cabia no tal cantinho, mas mesmo assim adorava aquele cantinho.

Não demorou muito e a Preta, mãe da Bela também veio a morrer. Ela estava velha, com dezesseis anos e numa bela tarde enfartou no meio do quintal. Acabei ficando sozinho no quintal, mas isso não era legal, pois me sentia meio solitário sem a companhia de outros cães. O tempo foi passando e uma nova fêmea veio morar no quintal. Era pequenina, novinha e se chamava Milly. Ela era uma vira-lata que tinha sido resgatada, pois vivia abandonada nas ruas, passando fome. Era esperta e brincalhona e logo ganhou o coração dos donos da casa e deixou o quintal, indo morar na garagem. Não me importei, pois preferia ficar no quintal. Mais algum tempo e outra vira-lata resgatada das ruas veio fazer parte da família. Era outra fêmea marrom e muito espoleta. Ela era terrível, mordia tudo o que via pela frente e tinha um costume besta de ficar pulando. Ela parecia mais um canguru do que um cachorro! Ela passou a morar no canil e ficava boa parte do tempo trancada, pois se a deixassem solta ela aprontava alguma.

Com o passar dos anos minha saúde foi ficando debilitada. Fiquei velho e minhas pernas já não aguentavam mais fazer longas caminhadas ou correr como antigamente. O Vanderlei passou a fazer visitas mais frequentes e sempre me levava para curtas caminhadas pela vizinhança. Ele era paciente e deixava-me caminhar no meu ritmo. Teve uma noite em que minhas pernas se cansaram mais rapidamente e eu empaquei numa calçada. O Vanderlei ficou quase uma hora sentado no meio fio esperando que eu tivesse forças para levantar e voltar para casa. Dias depois ele me levou para passear na casa da avó dele e nessa visita tive talvez o momento mais vexatório de minha vida. Fui descer correndo de uma escada e caí literalmente de boca no chão, ficando com a boca cheia de terra e esfolando o nariz. A partir desse dia os passeios ficaram cada vez mais escassos e curtos. Não me importei com isso, pois sabia que não tinha mais força para longos passeios. A velhice chegou e com ela a rigidez de minhas pernas desapareceram.

Mesmo velho e fraco, acabei aprontando certa vez. Escapei de casa! Foi a primeira vez que encontrei os dois portões e duas portas que levam até a rua, abertos ao mesmo tempo. Não pensei duas vezes e fugi! Como não tinha muita força nas pernas, não fui muito longe. Logo um dedo duro me viu na rua e ligou para meus donos avisando onde eu estava. Não demoraram a me encontrar e me levaram para casa. Mas para que a escapada fosse completa, na hora que foram me pegar empurrei a Erica contra um muro e ela esfolou a mão. Mesmo assim não brigaram comigo e no fundo até acharam graça de minha fuga.

O tempo continuou passando e em janeiro de 2013 completei 15 anos de vida. Sei que essa idade é enorme para cachorros de minha raça. Comecei a me sentir cada vez mais fraco e meus dentes foram ficando moles e meus olhos perdendo a visão. Passava a maior parte do dia dormindo no meu antigo cantinho e segundo os humanos diziam, eu roncava alto igual eles.  Nesse ano dei três passeios curtos com o Vanderlei e no último caí de boca no asfalto. Minhas pernas iam ficando cada dia mais fracas! E não somente as pernas foram fraquejando, mas o corpo todo. E na madrugada do dia 12 de julho de 2013, então com 15 anos e meio de vida, deixei a vida na terra e parti para o céu dos cães. Sei que alguns choraram quando souberam de minha morte! Parece que isso demonstra que fui um bom cachorro em vida, companheiro, amigo e ótimo cão de guarda, pois nunca um ladrão entrou na casa. E fui bonzinho também, pois só mordi duas pessoas durante toda a minha vida. Uma foi a Erica, quando ainda garotinha inventou de montar cavalo em mim e puxou muito forte minhas orelhas. Mas não foi uma mordida forte! E a outra mordida foi em meus últimos meses de vida, quando mordi a mão do Seu Mirtão. Eu estava quase totalmente cego e não consegui diferenciar a mão dele do pedaço de carne que ele queria dar para mim.

Parto dessa vida feliz! Fui amado, bem tratado, bem cuidado! Muitos me amaram, tanto humanos, quanto cães! Deixei descendência, bons amigos e saudades! E na última safra de poncãs comi muitas. Talvez as poncãs sejam a coisa que mais sentirei falta de minha vida terrena. Mais até que dos ossos!! Mas a vida é assim mesmo, ela é finita para todos, seja homem ou animal. E fui muito feliz, tive um lar, comida e pessoas que cuidavam e gostavam de mim. Sei que tem muitos cães por aí abandonados, sem um teto, passando frio, fome e solidão, sendo espancados por pessoas maldosas. Então não posso reclamar da vida que tive! E parto com saudades dos que ficam e sei que vão ficar com saudades de mim e nunca vão me esquecer. Não passei em vão pela vida, pois deixei marcas boas e bons amigos. Só posso dizer que valeu a pena! ADEUS!!!

O velho Jack. (dez/2012)
O velho Jack. (dez/2012)
Erica e Jack. (07/09/2004)
Erica e Jack. (07/09/2004)
Vander e Jack. (13/08/2005)
Vander e Jack. (13/08/2005)

Novo Superman

Estreia hoje no Brasil o filme “O Homem de Aço”. Estou curioso para ver tal filme, pois em setembro de 2011 vi o set de filmagem na cidade de Vancouver, no Canadá. Eu passava um mês na cidade e durante dois dias em que fui passear de bicicleta no Stanley Park (parque gigantesco no centro da cidade), vi o enorme set de filmagem montado no parque. Eram muitos carros, caminhões, carretas, equipamentos diversos e pessoas. Isso tudo estava num local do parque que foi cercado e muitos seguranças cuidavam para ninguém se aproximar. As cenas que foram gravadas no Stanley Park, no filme aparecerão como se tivessem acontecido no Alaska. Mesmo não tendo conseguindo ver nada da gravação em si, foi uma experiência interessante ver toda a movimentação no local e fiquei abismado com a estrutura montada e a quantidade de pessoas envolvidas na produção do filme. E toda essa estrutura era para gravar cenas que no filme serão de poucos minutos. Não é a toa que tais filmes custam milhões de dólares.

Henry Cavill vive o novo Super-Homem em “O Homem de Aço”. O desafio era fazer um Superman mais realista, um Superman que existisse no mundo real, disse David S. Goyer, roteirista do filme. A direção fica a cargo de Zack Snyder. No filme, Superman enfrenta o General Zod em uma batalha de superseres jamais vista no cinema.

Vi o trailer em 3D e achei legal. Agora é assistir ao filme e ver se o resultado final é bom. E principalmente ver as cenas gravadas em Vancouver! E essa será a primeira vez que o Superman fica sem a cuequinha vermelha…

O Homem de Aço
O Homem de Aço.
Parte do set montado no Stanley Park.
Parte do set montado no Stanley Park.
Henry Cavill na gravação no Stanley Park.
Henry Cavill na gravação no Stanley Park.
Henry Cavill na gravação no Stanley Park.
Henry Cavill na gravação no Stanley Park.
Henry Cavill na gravação no Stanley Park.
Henry Cavill na gravação no Stanley Park.
Cartaz do filme.
Cartaz do filme.
Superman.
Superman.

As Irmãs Brown

O fotógrafo Nicholas Nixon retratou quatro irmãs por 36 anos. Tudo começou com uma foto em 1975. Nicholas Nixon era fotógrafo e retratou sua esposa Bebe ao lado de suas três irmãs. Foi aí que tiveram a ideia de imortalizar o vínculo familiar entre elas uma vez por ano, demonstrando, assim, as mudanças em seus traços e das vestimentas. E assim foi por 36 anos. 

As fotos não são obras de arte, mas emocionam e nos surpreende quando acompanhamos ano por ano e percebemos as pequenas diferenças entre elas. Para ter uma lógica, as irmãs Brown se posicionam da mesma maneira em todas as fotografias.  

As irmãs Brown – Heather, Mimi, Bebe e Laurie – tinham entre 15 e 25 anos na primeira foto. 

A série, intitulada “As Irmãs Brown” (The Brown Sisters) foi exibida na Galeria Nacional de Arte (Washington D.C., EUA) e no George Eastman House (Rochester, NY, EUA). Além disso, dois conjuntos foram vendidos em leilões de fotografia em Nova York (EUA).

Por Ana Lis Soares (Revista Pais & Filhos)

Escolhi publicar aqui no blog apenas algumas fotos da série. Para ver todas as fotos, acesse o link http://revistapaisefilhos.uol.com.br/familia-e-tudo/diga-x

1977
1977
1981
1981
1984
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1988
1988
1992
1992
1998
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2003
2003
2007
2007

Usina Hidrelétrica Mourão

Desde que entrou em operação, a Usina Hidrelétrica Mourão nunca havia registrado uma vazão tão grande quanto a que foi contabilizada esta semana. Ela foi 17 vezes maior do que o que é registrado em média. Com o aumento no volume, a barragem que fica a seis quilômetros da cidade, virou um espetáculo à parte. A vazão que é na média de 14,4 metros cúbicos por segundo chegou a 250 metros cúbicos por segundo. Antes disso, a maior vazão registrada havia sido em 1983, ano de grandes enchentes, e mesmo assim, o máximo que se chegou foi 155 metros cúbicos por segundo. A usina que funciona no Rio Mourão está em operação desde 1964 e tem uma potência instalada de 8,2 MW. (Fonte: Jornal Tribuna do Interior)

Lembro que quando era criança fui algumas vezes com meus pais me banhar nas águas da represa, nas raras vezes em que ela transbordou. Naquela época era comum o pessoal além de se banhar, também lavar os carros nas águas da represa. Atualmente o acesso ao local é proibido e somente em cima da ponte que existe na estrada em frente à represa é que acaba sendo possível observar a água passando pela represa.

A represa essa semana. (Foto: Fábio Nogaroli)
A represa essa semana. (Foto: Fábio Nogaroli)
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A represa com recorde de água. (Foto: Jornal Tribuna do Interior)
A represa nos anos oitenta. (Foto: Site Boca Santa)
A represa nos anos oitenta. (Foto: Site Boca Santa)
A represa em uma das poucas vezes que transbordou. (novembro/2011)
A represa em uma das últimas vezes que transbordou. (nov/2011)
Cris, Vander, Marilene e Mariá. (novembro/2011)
Cris, Vander, Mariá e Marilene. (nov/2011)

Foto de Sucesso

Teve uma foto minha da passeata realizada no último sábado em Campo Mourão que fez um certo sucesso. Essa foto foi publicada no site Boca Santa (www.bocasanta.com.br) e também no perfil do site no Facebook. Daí ela acabou sendo compartilhada e recompartilhada por muitas pessoas e teve diversos comentários de pessoas achando a foto bonita e elogiando.

Legal isso, de ver uma foto de minha autoria se espalhando por aí e fazendo sucesso. Isso envaidece um pouco, mesmo eu não sendo um cara vaidoso. Segue abaixo a tal foto…

Protesto ao lado da Catedral São José.
Protesto ao lado da Catedral São José.

Protesto e Passeata em Campo Mourão

No último sábado participei de uma passeata aqui em minha querida Campo Mourão. Após dias de muita chuva e frio, o tempo ajudou e até saiu um solzinho que animou centenas de pessoas a saírem as ruas e protestar contra muita coisa errada que está acontecendo nesse nosso querido Brasil. Finalmente o povo acordou, tanto nas grandes quanto nas pequenas cidades do país.

Foi uma caminhada pacifica e até mesmo a “invasão” ao Terminal de Ônibus Urbano da cidade foi tranquila, sem depredações ou violência. E o pessoal que ficou parado no trânsito em razão da passeata também não reclamou e até participou de dentro de seus carros, buzinando e acenando. Outra marca dessa passeata foram as muitas pessoas nas janelas dos prédios, acenando e mostrando cartazes.

Na passeata achei que cabia um pouco de protesto com relação a Prefeita atual da cidade, que em seis meses no cargo ainda não mostrou para o que veio. Ela fala muito, aparece muito, mas faz pouco. E a cidade está ainda pior do que estava na administração anterior e as ruas estão cada vez mais sendo tomados por buracos. E a iluminação pública está um caos, depois que sua administração foi transferida da Copel para a Prefeitura. Tem lâmpadas que estão queimadas há dez meses e não adianta ligar na Prefeitura, pois eles não fazem nada.

Hoje estive revendo antigas postagens que fiz aqui no blog e notei que há muito tempo eu já criticava o Governo Petista e essa faraônica Copa do Mundo no Brasil. Não pertenço a nenhum partido político e sempre fui critico as coisas erradas que acontecem, independente do partido ao qual pertence o Vereador, Prefeito, Deputado, Governador ou Presidente. E nunca gostei do PT e da maioria dos petistas, principalmente dos militantes fanáticos, que mais se parecem com membros de torcidas organizadas de futebol, ou então fanáticos religiosos. Com estes militantes petistas não dá para ter dialogo, pois são cegos pela sua ideologia e chegam a estremos, não conseguindo enxergar o que realmente está acontecendo e principalmente acreditam cegamente e defendem com unhas e dentes seus líderes, mesmo quando estes são corruptos e ladrões.

Finalmente o Brasil acordou e espero que essa série de manifestações não seja fogo de palha. E que no próximo ano o povo que esta protestando nas ruas dê sua resposta nas urnas, excomungando da vida pública tantos corruptos que estão hoje espalhados pelo Brasil e principalmente mandando para a PQP o governo petista que comanda a quadrilha lá de Brasília.

Passeata pelo centro de Campo Mourão.
Passeata pelo centro de Campo Mourão.
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Minha “velha” amiga Tania e sua filha Gabriela.
Passeata.
Passeata.
"Invasão" ao Terminal de Ônibus.
“Invasão” ao Terminal de Ônibus.
Participando da passeata.
Participando da passeata.

Família Soprano

Que triste, Tony Soprano morreu!!

“Família Soprano” foi uma das melhores séries que já assisti… E assisti algumas temporadas da série de forma continua, num período em que estava mal de saúde, andava muito triste. E assistir “Família Soprano” me fazia ao menos por alguns momentos esquecer meus problemas e me divertir. Sempre gostei de histórias de mafiosos e “Família Soprano” é a melhor série que já foi produzida sobre tal tema.

“O ator James Gandolfini, famoso por interpretar Tony Soprano na série de TV “Família Soprano”, morreu aos 51 anos na Itália nesta quarta-feira (19/06).”

JamesGandolfini

The_Sopranos_season_6_Blu-ray

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Cemitério da Consolação

Cemitério da Consolação é o mais antigo cemitério em funcionamento na cidade de São Paulo e também a mais importante referência brasileira na área da arte tumular (ver postagem sobre arte tumular aqui no blog http://vanderdissenha.wordpress.com/2013/04/12/arte-tumular-simbolos/). Foi o primeiro cemitério público da cidade, tendo sido inaugurado em 15 de agosto de 1858. Na época de sua inauguração era chamado de Cemitério Municipal e tinha como objetivo evitar epidemias, substituindo o hábito existente de sepultar os mortos nos interiores das igrejas. Hoje o Cemitério da Consolação é um dos vinte e dois cemitérios públicos da cidade de São Paulo.

Em razão da prosperidade advinda da aristocracia da cafeicultura e o surgimento de uma expressiva burguesia em São Paulo, o Cemitério da Consolação passou a abrigar muitas obras de arte produzidas por escultores de renome (muitos em início de carreira), para ornamentar os seus jazigos. Entre os muitos artistas que produziram obras para o cemitério, encontram-se Rodolfo Bernardelli, Victor Brecheret, Celso Antônio Menezes e Bruno Giorgi.

Atualmente o Cemitério da Consolação mantém visitas guiadas, por meio do projeto “Arte Tumular”. Nessas visitas um guia leva os visitantes a conhecer os túmulos de personagens famosos da história brasileira que estão ali sepultados e também mostra obras dos grandes artistas que enfeitam muitas sepulturas e jazigos. As visitas precisam ser agendadas.

No início, o Cemitério da Consolação era o lugar de sepultamento de pessoas de todas as classes sociais, inclusive escravos. A partir dos primeiros anos do século XX o cemitério passou a receber quase que exclusivamente pessoas da alta classe média e da burguesia. Naquele tempo, um túmulo suntuoso era visto como sinal de status social. Acontecia uma certa competição entre as famílias ricas, que construíam jazigos cada vez mais sofisticados, em materiais nobres como mármore e bronze. A ornamentação ficava a cargo de artistas importantes, que tinham na arte tumular uma atividade altamente lucrativa. Desde então, o cemitério abriga túmulos de personalidades e famílias ilustres da sociedade paulista e brasileira.

Quando foi construído, o Cemitério da Consolação se localizava na periferia de São Paulo, num ponto distante do centro da cidade. Mas com o passar dos anos a cidade foi crescendo e hoje ele fica numa área considerada central e próximo à avenida Paulista, uma das avenidas mais importantes e com o metro quadrado mais caro do Brasil.

Personalidades sepultadas

Estão sepultados no Cemitério da Consolação os restos mortais de muitas personalidades importantes da História do Brasil. Entre muitos vale a pena citar os modernistas: Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Os Presidentes da República: Campos Sales e Washington Luís. Os Governadores de São Paulo: Ademar de Barros, Bernardino José de Campos Junior, Roberto Costa, Jorge Tibiriçá, Carvalho Pinto e Roberto Costa de Abreu Sodré.

Outras personalidades sepultadas no Cemitério da Consolação são: Marquesa de Santos, que foi amante de Dom Pedro I. Ela também foi quem deu dinheiro para a construção da capela do Cemitério da Consolação. Os atores globais: Armando Bógus (o Zé das Medalhas da novela Roque Santeiro) e Rubens de Falco (o Coronel da primeira versão da novela Escrava Isaura). O Barão de Antonina, Barão de Anhumas, Ruth Cardoso (esposa do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso), o escritor Monteiro Lobato, os empresários Cândido Fontoura e Francesco Matarazzo

Um dos destaques do cemitério é o colossal mausoléu da família Matarazzo, o maior da América Latina. Esse mausoléu que do subsolo ao pico possui 25 metros de altura e tem o tamanho aproximado de um prédio de três andares, ocupa uma área de 150 metros quadrados. É ornamentado por um conjunto escultório em bronze italiano, obra de Luigi Brizzolara.

Interior do cemitério.
Interior do cemitério.
Túmulo da Marquesa de Santos.
Túmulo da Marquesa de Santos.
Detalhes de um mausoléu.
Detalhes de um mausoléu.
Túmulo do Presidente Campos Sales.
Túmulo do Presidente Campos Sales.
Mausoléu da família Matarazzo.
Mausoléu da família Matarazzo.
Túmulo do escritor Monteiro Lobato.
Túmulo do escritor Monteiro Lobato.
Visitando o Cemitério da Consolação.
Visitando o Cemitério da Consolação.

Diário de um Banana

Descobri meio sem querer uma série de livros sensacional e que me fez rir muito. A série de livros “Diário de um Banana” é um misto de revistinha em quadrinhos com livro. É destinada a crianças e adolescentes, mas muitos adultos (como eu) vão adorar. Diary Of A Wimpy Kid (em português: Diário de um Banana) é uma série de livros escrita e ilustrada por Jeff Kinney, um norte-americano criador e designer de jogos online. Greg Heffley, o personagem principal foi criado em janeiro de 1998 num pequeno apartamento em Massachusetts. Ao princípio não havia quase nada sobre ele, era só um esboço num papel. Jeff Kinney foi criando esboços e histórias ao longo dos anos até que juntou todas as piadas num só caderno. O resultado foi um caderno de 1300 páginas que foi publicado online no site Funbrain.com em 2004. Um ano depois a editora New York Times decidiu publicar o “Diário de um Banana” e foi assim que Greg Heffley passou de um caderno de esboços para um livro best-seller internacional traduzido em 28 línguas e com milhões de cópias vendidas em todo o mundo, sempre com enorme sucesso. A história baseia-se num garoto que no seu dia-a-dia tem que lidar com os seus irmãos Rodrick e Manny, os seus pais e a escola. Além disso, tem o desejo de se tornar famoso e popular.

A série tem sete livros, além de uma edição “faça você mesmo” que é um tipo de diário onde você pode escrever sobre o seu dia-a-dia. Em 2010 produziram o filme do primeiro livro, com Zachary Gordon como personagem principal. O segundo filme estreou em março de 2011 e o terceiro filme foi lançado em agosto de 2012.

PS: Segue um agradecimento especial a Mylena Bathke, que me emprestou os quatro primeiros livros da série.

Livros da série: "Diário de um Banana"
Livros da série: “Diário de um Banana”
O sétimo livro da série.
O sétimo livro da série.
Página de um dos livros.
Página de um dos livros.
Um dos filmes baseado na série de livros.
Cartaz de um dos filmes.
Capa do livro "Faça você mesmo".
Capa do livro “Faça você mesmo”.
Uma das muitas tiras dos livros.
Uma das muitas tiras dos livros.

Filmes sobre a Legião Urbana

Acabo de voltar do cinema após assistir ao filme Somos Tão Jovens. Esse filme conta um pouco da vida de Renato Russo e do nascimento da banda Legião Urbana. Para aqueles que igual a mim curtiam Legião Urbana entre a metade final dos anos oitenta até meados dos anos noventa quando o Renato Russo morreu, o filme é encantador. Vale a pena assistir e se deliciar com algumas das músicas que se tornaram grandes sucessos da banda. E também vai conhecer um pouco da história do nascimento de bandas de Brasília que fizeram fama no rock nacional. O filme mostra que bandas como Legião Urbana, Plebe Rude, Capital Inicial e Paralamas do Sucesso são contemporâneas e se cruzavam constantemente pela cidade de Brasília.

E para aqueles que gostam da Legião Urbana, a temporada de filmes está excelente, pois além de Somos Tão Jovens está sendo lançado um filme baseado na música da Legião Urbana: Faroeste Caboclo. E em 2012 também fez sucesso na internet um curta metragem promocional da operadora telefônica Vivo, chamado Eduardo e Mônica, que também era baseado num dos grandes sucessos da Legião Urbana.

A primeira música que ouvi da Legião Urbana foi “Eduardo e Mônica”, dentro de um ônibus na cidade paranaense de Rio Negro. Eu participava de um campeonato de basquete e numa das curtas viagens de ônibus entre o alojamento e o ginásio, ouvi a música sendo tocada num toca fitas de um integrante do time de Londrina. E “Faroeste Caboclo” era uma de minhas músicas favoritas da Legião Urbana. Ouvi pela primeira vez no rádio e foi paixão a “primeira ouvida”. Logo dei um jeito de gravar a música numa fita K7 e só sosseguei quando decorei a gigantesca letra da música.

Várias músicas da Legião Urbana marcaram minha adolescência e pós-adolescência. Quando ouço certas músicas da Legião Urbana me veem a mente certos momentos, certas pessoas que passaram por minha vida e deixaram saudade ou tristes lembranças. Então posso afirmar que muitas músicas da Legião Urbana fazem parte da trilha sonora de minha vida.

Somos Tão Jovens
Somos Tão Jovens.
Faroeste Cabloco
Faroeste Caboclo.
Eduardo e Mônica.
Eduardo e Mônica.
Uma boa combinação: Pipoca e Legião Urbana.
Uma boa combinação: Pipoca e Legião Urbana.

Filmography

Para aqueles que gostam de fotografia e cinema (que é o meu caso) segue a dica de um site muito legal e que une cinema e fotografia. O Filmography http://philmfotos.tumblr.com/archive une montagens de fotos de filmes (as fotos em Preto & Branco) com as fotos dos locais que aparecem no filme (fotos coloridas). Algumas montagens ficaram muito boas. Escolhi algumas das fotos do Filmography para publicar aqui no blog e optei por fotos de lugares em Nova York onde estive ao vivo e em cores.

August Rush (2007)
August Rush: O Som do Coração (2007)
Tower Heist (2011)
Assalto nas Alturas (2011)
Homens de Preto II (2002)
Homens de Preto II (2002)
Men in Black II (2002).
Homens de Preto II (2002)
Panic Room (2002)
O Quarto do Pânico (2002)
The Avengers (2012)
Os Vingadores (2012)
The Day After Tomorrow (2004)
O Dia Depois de Amanhã (2004)
Esqueceram de Mim (1992)
Esqueceram de Mim (1992)

Arte Tumular: Símbolos

A arte tumular ou arte funerária são obras feitas para permanecerem em cima das sepulturas nos cemitérios e igrejas. Esse tipo de representação está ligado à cosmovisão de determinado contexto histórico, social, econômico e ideológico, interpretando a vida e a morte. Essa interpretação pode ser feita através de um conjunto de símbolos ou de uma obra narrativa, utilizando-se materiais variados como o bronze, ferro fundido, mármore e granito. A arte tumular teve seu apogeu nos séculos 18 e 19, sendo hoje menos utilizada em virtude do avanço do cemitério-jardim.

No caso dos símbolos, a representação remete a um significado diferente do objeto construído e colocado no túmulo. Por exemplo, uma tocha com fogo remete à purificação da alma após a morte, ou seja, a tocha tem seu significado real transformado em um símbolo de purificação. Já com relação à obra narrativa o significado dos objetos construídos é literal e não metafórico, como no caso de muitos imigrantes que têm suas epopeias narradas desde a partida da terra natal com o navio até o final da vida como industrial no Brasil. Nessas duas formas de representações podemos distinguir duas linhas: a nobreza e a burguesia industrial. A nobreza utilizava mais o símbolo aliado a seus brasões e a burguesia industrial tinha a necessidade de demonstrar a sua importância através da suntuosidade.

Símbolos utilizados:

  • Pietá: a escultura de Maria com Jesus recém crucificado nos braços representa o desejo de que a alma seja bem recebida.
  • Anjo que aponta: quando a mão indica o céu, significa que o falecido era considerada uma pessoa boa e espera-se que ela vá direto para o paraíso.
  • Anjo pensativo: quando o anjo está pensativo, com a mão no queixo, significa que está refletindo sobre a vida do falecido e não existe certeza sobre a absolvição de seus atos em vida.
  • Guirlanda: simboliza o triunfo da vida sobre a morte.
  • Pata do felino: patas esculpidas nas quinas, são usadas para lembrar que o falecido era o responsável pelo sustento da família.
  • Coluna partida: representa o túmulo do último membro de uma família tradicional.
  • Escada: intervalada em degraus finos e largos, representa a vida de altos e baixos que o morto teve.
  • Cruz: representa a interseção do plano material com o transcendental em seus eixos perpendiculares.
  • Vaso: geralmente representado vazio, representa o corpo separado da alma.
  • Ampulheta: remete à utilização e fim do tempo de vida terrestre, e seu reinício em outro plano.
  • Globo: remete à utilização e fim do tempo de vida terrestre.
  • Flores, folhas e frutos: representam a vitória da alma humana sobre o pecado e a morte. São associados com frequência à nobreza, à beleza e à precocidade. v6 v1 v2 v3

Caminhada na Natureza: Borrazópolis/Pr

No último domingo participei de uma Caminhada na Natureza, na cidade de Borrazópolis. Não conhecia tal cidade, mas fazia muitos anos que tinha curiosidade em conhecer, pois quando criança tinha vizinhos que vieram dessa cidade e sempre falavam dela. Então ficou aquela antiga curiosidade de conhecer a cidade.

Essa foi a primeira caminhada do circuito Caminhadas na Natureza, de que participo esse ano. E foi uma caminhada com um dos mais bonitos percursos. Boa parte dos onze quilômetros de caminhada foram às margens do Rio Ivaí. Tinha muita gente caminhando e o clima ajudou. O tempo estava nublado e após muitos dias seguidos de chuva, não choveu durante a caminhada.  A chuva só deu as caras duas horas após o final da caminhada.

Encontrei amigos caminhantes de Maringá, Londrina e Cambé. E mais uma vez fiz novas amizades, o que é uma marca registrada em toda caminhada de que participo. E no próximo ano espero retornar à Borrazópolis, pois vale a pena caminhar pela bela trilha as margens do Rio Ivaí. E a organização do evento também foi muito boa!

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Início de caminhada.
Início de caminhada.
Rio Ivaí.
Rio Ivaí.
Às margens do Ivaí.
Às margens do Ivaí.
Caminhantes...
Caminhantes…
Barquinho...
Barquinho…
Amigos de Cambé.
Amigos de Cambé.
Atravessando a pinguela.
Atravessando a pinguela.
Entrando na mata.
Entrando na mata.
Com meu amigo Pierin.
Com meu amigo Pierin.
Passando por um sítio.
Passando por um sítio.
Pau Brasil.
Pau Brasil.
Ponto de controle.
Ponto de controle.
Trilha ao lado do rio.
Trilha ao lado do rio.
Fila para o almoço.
Fila para o almoço.
O pessoal almoçando.
O pessoal almoçando.
Hummm!!!
Hummm!!!
Banheiro ecológico...
Banheiro ecológico…

Blog da CCS – 20° BIB (Turma de 1989)

Devido a centenas de visitas e dezenas de comentários deixados em postagens que fiz aqui no Blog sobre a época que passei no 20° BIB em Curitiba, resolvi criar um novo Blog. Esse outro Blog é dedicado aos recrutas que fizeram parte da CCS – Companhia de Comando e Serviço do 20° BIB em 1989. Fiz parte dessa turma e o novo Blog servirá para contar e relembrar histórias daquela época, bem como para postar fotos e servir como ponto de encontro e de reencontro do pessoal de 1989 e de outros anos, que passaram pelas fileiras do glorioso 20° Batalhão de Infantaria Blindado.

O Blog atual, que está entrando em seu quinto ano de existencia, continuara funcionando no endereço de sempre. Mas por falta de tempo esse Blog continuara com postagens eventuais e pontuais.

O endereço do novo Blog é http://ccs20bib1989.wordpress.com

CCS 1989
CCS 1989

Oscar 2013

Em 2013 nove filmes concorrem ao Oscar de melhor filme. E consegui assistir a todos os nove concorrentes, antes da noite de entrega do Oscar. Já tinha feito isso duas vezes antes, mas no tempo em que apenas cinco filmes concorriam. Dessa vez não foi tarefa fácil ver todos os filmes, pois alguns chegaram ao Brasil recentemente. Mas hoje em dia existem outras maneiras de se ver um filme e é possível assistir a filmes antes mesmo deles serem lançados no Brasil.

Dos concorrentes ao Oscar de melhor filme, estava ansioso para assistir Lincoln. Gosto desse personagem histórico, já li alguns livros sobre ele, visitei lugares por onde ele passou, vi objetos originais que pertenceram a ele, conheci o teatro onde ele sofreu o atentado que o levou a morte e também a hospedaria onde ele morreu no dia seguinte ao atentado. Ele não foi levado a um hospital, mas sim medicado em uma hospedaria em frente ao Teatro Ford, local do atentado. A expectativa era tanta com relação ao filme, que no final fiquei frustrado. O filme é bom, mas é burocrático, algo para norte americano ver. O filme é cheio de citações históricas, que norte americano aprende na escola. Para o resto do mundo esse filme não é interessante. Acho que Lincoln ganha como melhor filme, pois norte americano é patriota, Lincoln é um dos maiores personagens da história dos Estados Unidos e o filme é bem feito, mesmo tendo pequenos erros históricos.

Dos demais filmes, alguns são excelentes. Gostei bastante de As Aventuras de Pi (que no original é A Vida de Pi), pois esse filme é uma bonita fabula. Também achei muito bom Argo, filme que conta sobre o sequestro na Embaixada Norte Americana no Irã, entre 1978 e 1979. O filme é muito bem feito e com caracterização de época muito boa.  Outro filme de que gostei foi A Hora Mais Escura, que mostra detalhadamente como foi á operação militar que encontrou e matou Bin Laden. E um filme com o qual me identifiquei muito foi O Lado Bom da Vida. Ele começa meio chato, mas fica interessante com o decorrer do tempo e tem sequencias muito boas, que te fazem pensar.

Os demais filmes achei todos meia boca. Amor e Indomável Sonhadora são até interessantes, mas não achei nada de especial nos mesmos. E Django Livre foi outro filme pelo qual criei uma boa expectativa, por ser um filme do Tarantino. Mas no final achei o filme fraco, me deu sono. E o maior termômetro para eu gostar ou não de um filme é o filme me dar sono. Já dormi muito no cinema ou em frente a TV, ao ver filmes ruins ou que não me despertaram interesse.

E dos nove concorrentes a melhor filme em 2013, o que menos gostei foi Os Miseráveis. O problema é que não sou fã de musicais e já vi a versão anterior de 1998, que não é musical e é muito bem feita.

Então vou torcer para As Aventuras de Pi, mesmo tendo quase certeza de que Licoln vence.

Abaixo a lista dos filmes que concorrem ao Oscar de melhor filme em 2013, na minha ordem de preferência:

1°)  As Aventuras de Pi
1°) As Aventuras de Pi
1°) O Lado Bom da Vida
1°) O Lado Bom da Vida
3°) Argo
3°) Argo
4°) A Hora Mais Escura
4°) A Hora Mais Escura
5°) Lincloln
5°) Lincloln
6°) Django Livre
6°) Django Livre
7°) Indomável Sonhadora
7°) Indomável Sonhadora
8°) Amor
8°) Amor
9°) Os Miseráveis
9°) Os Miseráveis

Caminhada: Maringá/Floriano

Após uma longa ausência voltei a participar de uma caminhada. Participei com o Grupo Peregrinos de Maringá de uma caminhada de treze quilômetros, entre Maringá e o Distrito de Floriano. Foi bom voltar a caminhar, principalmente após ter ficado um tempo machucado e passado por algumas sessões de fisioterapia. Essa caminhada serviu para desenferrujar e iniciar novo projeto de condicionamento físico.

O pessoal se reuniu ao lado do aeroporto de Maringá e após uma rápida sessão de aquecimento iniciamos a caminhada. O grupo era formado por vinte e quatro caminhantes. O trecho não tinha nenhum atrativo, pois foi todo em estrada de terra e raramente passávamos por alguma árvore. Quase todo o tempo plantações de soja dominavam a paisagem e alguns agricultores aproveitavam o dia de sol após muitos dias de chuva, para colher o soja. Todos esperavam chuva para o horário da caminhada, mas a chuva não veio e caminhamos sob um sol escaldante. Levei somente uma garrafinha de água e o último quilômetro caminhei com sede, pois não passamos por nenhum lugar onde pudéssemos conseguir água. Ao chegar à Floriano parei no primeiro bar que encontrei e de uma vez só tomei dois Tampico e uma garrafinha de água gelada. Ufa!!

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Início da caminhada, ao lado do aeroporto.
Colheita de soja.
Colheita de soja.
Rumo à Floriano.
Rumo à Floriano.
Sombra era raridade pelo caminho.
Sombra era raridade pelo caminho.
Colheitadeira.
Colheitadeira.
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Estrada longa…
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Parada para descanso.
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Momento de descanso.
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Pequena ponte na estrada.
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Longa subida.
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Chegando à Floriano.
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Igreja Matriz de Floriano.

2013

Mais um ano começando! Particularmente gosto de anos ímpares, pois os melhores e inesquecíveis anos de minha vida foram ímpares. Também gosto de anos com final “três”, pois 1983, 1993 e 2003 foram anos bem interessantes para mim, com coisas novas acontecendo, mudanças de rumo, experiências diferentes. Então que 2013 seja bem vindo!

Fabiana e Vander, nas primeiras horas de 2013.
Fabiana e Vander, nas primeiras horas de 2013.

Caminhada da Lua em Apucarana

Mais uma vez fui até Apucarana participar de uma caminhada noturna. Ao contrário dos dois últimos anos quando lá estive, dessa vez não cheguei atrasado. Os caminhantes se reuniram no centro da cidade, ao lado da catedral. Tinha bastante gente, inclusive grupos de outras cidades. Ali foi servido um lanche para todos os caminhantes e em seguida todo mundo embarcou em ônibus e seguiu até uma fazenda, onde seria o início da caminhada. Encontrei alguns amigos de Londrina e acabamos ganhando carona numa Kombi da Prefeitura de Apucarana. A motorista tinha o pé pesado e os dez quilômetros entre o centro da cidade e o local de início da caminhada, foram de fortes emoções.

A caminhada teve início em frente a um antigo cemitério e após percorrermos alguns poucos quilômetros com a noite clara do horário de verão, logo escureceu. O único problema foi que a caminhada da lua não teve lua. A lua surgiu somente após as 23 horas, quando a caminhada já tinha terminado e estavam todos jantando. Parte do atraso no surgimento da lua foi por que tinham muitas nuvens de chuva justamente no lado onde a lua deveria nascer, e isso fez com que demorasse mais para a lua surgir. Mesmo sem lua a noite estava clara e percorri quase todos os 10 quilômetros sem utilizar lanterna e aproveitando para admirar o céu estrelado.

Parte do trecho percorrido na caminhada eu já conhecia de outras caminhadas. O trecho não era difícil e não tinha subidas íngremes. Apenas alguns trechos tinham muitas pedras soltas e era preciso tomar cuidado para não virar o pé ou cair. Mesmo sendo noite, fazia muito calor! O final da caminhada e o jantar foram no Parque da Redenção. Esse parque é muito bonito e nele existem muitas estátuas que “contam” passagens da vida de Jesus Cristo. Tem desde a Santa Ceia, até a crucificação e a gruta onde Cristo foi sepultado. O local é muito bonito e merece uma visita, principalmente à noite, onde as luzes que iluminam as estátuas dão um clima bem especial ao local.

O jantar estava muito bom e mais uma vez comi mais do que deveria e/ou podia. Após jantar pegamos um ônibus e seguimos até o centro da cidade, desembarcando no mesmo local onde tínhamos embarcado e deixado os carros. Passava da meia noite quando peguei a estrada para percorrer os 160 quilômetros até minha casa. Foi cansativo, mas valeu a pena mais essa caminhada em Apucarana.

Caminhada Noturna APUCARANA

Aquecimento pré caminhada.
Aquecimento pré caminhada.
Caminhando...
Caminhando…
Caminhando antes de escurecer.
Caminhando antes de escurecer.
Caminhando no escuro.
Caminhando no escuro.
No caminho passamos por essa igrejinha.
No caminho passamos por essa igrejinha.
Santa Ceia.
Santa Ceia.
Jantar pós caminhada.
Jantar pós caminhada.
Parque da Redenção.
Parque da Redenção.
Parque da Redenção.
Parque da Redenção.
Gruta do Parque da Redenção.
Gruta do Parque da Redenção.
Parque da Redenção.
Parque da Redenção.

Caminhada na Natureza em Itambé

Participei de mais uma Caminhada na Natureza, dessa vez na cidade de Itambé. Eu não conhecia a cidade, e esse foi um dos motivos para eu escolher fazer essa caminhada. Por culpa de um mapa errado cheguei atrasado à caminhada, mas mesmo assim consegui alcançar boa parte dos caminhantes. Acabei encontrando alguns amigos de Maringá e de Londrina e acabei fazendo mais da metade da caminhada com alguns membros do grupo de caminhadas Londrinapé.

Fazia muito calor e o sol estava forte! Isso fez a caminhada ser cansativa, mas felizmente não tinha muitas subidas no percurso. No segundo ponto de controle, tinham algumas enfermeiras medindo a pressão dos caminhantes. Fui medir a minha pressão, achando que estava alta em virtude do esforço físico e do calor. E para minha surpresa minha pressão estava normal, parecendo à pressão de um garoto de quinze anos. Nesse ponto de controle, a água disponível estava gelada e isso ajudou a matar rapidamente a sede.

O percurso foi de doze quilômetros, com poucos trechos difíceis e passando por poucos lugares bonitos. Mesmo assim não foi um percurso feio! Posso dizer que foi um percurso “normal”. A melhor parte da caminhada foi no final, quando no último quilômetro tinha um rio e quase todos os caminhantes entraram nele para se refrescar. Eu tirei minhas botas, dobrei a barra da calça e sentei no meio do rio, para refrescar os pés e o traseiro. Cheguei a deitar na água, mesmo estando com roupa e foi uma sensação bastante agradável, pois era quase meio dia e o sol estava de “ferver os miolos”. Após sair do rio seguimos por cerca de quinhentos metros e chegamos ao final da caminhada, no local onde estava sendo servido o almoço. A comida estava muito boa e fui obrigado a repetir e recuperar em dobro as calorias perdidas durante a caminhada.

Dia de sol quente.
Ponto de controle e de água.
Caminhando pela estrada.
Teve quem pegou carona!
Passando por um pesque pague.
No km 10.
Quase no final da caminhada tinha um rio…
Refrescando o traseiro.
Caminhando na sombra.
Os caminhantes almoçando.
Almoço delicioso!!
O pessoal do Londrinapé.
Com minha amiga de caminhadas, Claudia.

Virada Cultural

No final de semana teve Virada Cultural em cinco cidades do Paraná: Curitiba, Foz do Iguaçu, Cianorte, Maringá e Campo Mourão. A Virada Cultural foi promovida pelo Governo do Paraná e contou com uma grande infraestrutura e também com shows de cantores famosos.

Em Campo Mourão foi montado um grande palco na praça central da cidade, onde aconteceram apresentações variadas no sábado e domingo, quando o evento foi encerrado com show do cantor Renato Teixeira. Paralelamente aos eventos no palco principal, aconteceram outros eventos menores em outras partes da cidade.

Estive presente na Virada Cultural no sábado a noite, e mesmo não tendo um público muito grande foi um programa diferente e interessante. Depois de assistir as apresentações que aconteceram no palco principal, fui ver uma peça de teatro na Biblioteca Pública, que terminou pouco antes das 3h00min da manhã. No domingo não participei da Virada Cultural, pois estava ausente da cidade.

Mesmo sendo um evento muito bem feito e grandioso, acredito que faltou um pouco mais de divulgação e presença de público. Não sei dizer os motivos do fracasso de público em tão bom evento! Então público logo abaixo um texto do jornal Gazeta do Povo, que talvez explique um pouco do fracasso da Virada Cultural aqui em Campo Mourão.

Sintonia

O governo do estado investiu pesado na estrutura da Virada Cultural de Campo Mourão, com a instalação de um grande palco, seguranças particulares e a montagem de dezenas de banheiros químicos, que na maioria não chegaram a ser utilizados. Mesmo assim, o evento não chegou a causar empolgação na população que compareceu em número reduzido nas apresentações programadas.

O prefeito da cidade, Nelson Tureck, e sua filha, a deputada Marla Tureck, presentes na apresentação de Renato Teixeira acreditam que houve falhas na definição da programação e na divulgação. “O evento foi organizado pelo governo em Curitiba e os shows foram definidos de cima para baixo, sem consultar os municípios ou a população. Tiveram artistas por aqui que não são fazem parte do gosto do povo. Tinha que ouvir mais as cidades”, analisou Tureck, que acredita que nas próximas edições “o povo ainda vai se acostumar”. O prefeito também criticou a falta de divulgação do evento na cidade pelos órgãos de comunicação locais, mesma tese apresentada ontem pela secretária municipal de Cultura, Sonia Singer.

Mas, se houve erros no planejamento de atrações e horários por parte do governo estadual, o mesmo ocorreu com a participação dos grupos locais, responsabilidade da prefeitura de Campo Mourão. A maioria dos artistas que se apresentaram na Virada são velhos conhecidos do público e estão presentes em quase todos os eventos realizados na cidade, sempre com os mesmo números. É o caso da banda municipal, da trupe de circo, da banda Bons e Velhos – que tocou há duas semana no parque da cidade – e até mesmo da peça teatral “Hamlet Machine”, dirigida pelo diretor mourãoense Carlos Soares, que somente neste ano, foi apresentada em quatro oportunidades. Faltou inovação e sintonia com o povo.

(Gazeta do Povo, Caderno G – 12/11/2012)

Show da “Big Time Orchestra”.
Bloco Carnavalesco “Cai Nessa”.
Vander e Fabiana, na Virada Cultural.

Túnel do Tempo: Estados Unidos 10 anos

Hoje faz dez anos que desembarquei em Orlando nos Estados Unidos, para morar um ano na cidade. Era minha segunda viagem aos Estados Unidos e numa tarde muito quente cheguei ao apartamento da Irene, que seria meu lar por doze meses. Esse ano que passei vivendo nos Estados Unidos foi bastante interessante e me permitiu conhecer pessoas de diversas partes do mundo e também viver experiências inesquecíveis. Foi um ano intenso, cheio de momentos bons e alguns ruins, principalmente a saudade da família.

Brincando com esquilo, no Lago Eola.
Almoço em casa: Neto, Irene, Elói e Vander.
Na Universal Studios.
No Magic Kingdom da Disney World.
Na International Drive.
Com a Betty Boop, no Island Adventure.

Exposição em homenagem a Sergio Bonelli

Até o próximo dia 25 estará em exibição no Solar do Barão, em Curitiba, uma exposição em homenagem a Sergio Bonelli. O famoso editor italiano faleceu ano passado, aos 79 anos. Sergio Bonelli era apaixonado pelo Brasil e esteve aqui algumas vezes. Tinha predileção pela Amazônia, onde conheceu profundamente os costumes locais e teve inspiração para criar o personagem Mister No. Na exposição em Curitiba estão obras de diversos artistas, feitas como tributo após a morte de Sergio Bonelli. Também estão expostas fotos de Bonelli nos anos 70, visitando a Amazônia.

Enterro de Sergio Bonelli.

Sergio Bonelli na Amazônia, nos anos 70.
Ezequiel e Vander.

Sessão Dupla

Em minha recente e rápida passagem por Curitiba, aproveitei para fazer algo que fazia com frequência nos tempos em que morava por lá. Assisti sessão dupla de cinema no Shopping Estação. Sempre gostei de cinema e muitas vezes quando a qualidade dos filmes e os horários permitiam, eu assistia sessões duplas e às vezes até sessões triplas em algum shopping curitibano.

Dessa vez minha sessão dupla de cinema foi com dois filmes nacionais, sendo uma comédia muito boa chamada “Até que a Sorte nos Separe” e o outro filme foi “Gonzaga de Pai pra Filho”, que conta a história dos falecidos cantores Luis Gonzaga e do seu filho Gonzaguinha. Esse filme me surpreendeu, pois achei muito bom e bem feito. E notei que mais da metade da plateia era de mulheres acima dos cinquenta anos. Como gosto de sentar bem na frente na sala de cinema, teve um momento quase no final do filme onde olhei para trás e vi muita gente chorando, inclusive alguns homens. Os dois filmes são bons, vale a pena assisti-los!

Gibicon nº 1

Estive em Curitiba participando da Gibicon nº 1, uma feira de quadrinhos. Ano passado aconteceu a Gibicon nº 0, que foi um evento experimental e que devido ao sucesso parece que será permanente daqui para frente. Dessa vez pude rever alguns amigos que também gostam de quadrinhos e fazer novos amigos.  Participei de eventos relacionados somente aos quadrinhos italianos da Editora Bonelli, que são os meus quadrinhos favoritos. Participei de uma palestra sobre os quadrinhos Bonelli na Itália e visitei uma mostra dedicada ao editor Sergio Bonelli, que faleceu ano passado. Também participei de uma homenagem ao Sergio Bonelli. Essa homenagem foi meio que uma palestra onde pessoas que conheciam o Sergio Bonelli falaram sobre ele, contaram histórias que viveram junto com ele. Um momento emocionante foi quando o Júlio Schneider (tradutor das revistas Bonelli no Brasil) ao contar sobre sua amizade com o Sergio Bonelli, acabou se emocionando e chorando. O argumentista italiano Moreno Burattini também esteve presente nessa homenagem e mostrou num telão fotos do Sergio Bonelli, inclusive a última foto que ele tirou (ao menos se acredita que seja a última!), durante uma feira de quadrinhos na Itália, dias antes de morrer. O último evento Bonelliano de que participei na Gibicon, foi assistir um documentário sobre o Sergio Bonelli. Esse documentário, com pouco mais de meia hora de duração, foi feito na Itália em 2010.

Fora os eventos relacionados aos personagens Bonelli, dei uma rápida olhada pelos vários estandes da Gibicon e comprei alguns gibis (Bonelli é claro!). Um gibi especial que comprei na Gibicon, foi o Zagor Gigante nº 1. Além de Zagor ser meu personagem favorito de quadrinhos, esse Zagor Gigante nº 1 traz publicado em suas contracapas os nomes de cem leitores de Zagor, inclusive o meu nome. E aproveitei para pegar o autógrafo do Moreno Burattini nessa revista, pois foi ele que escreveu a história publicada nesse Zagor Gigante.

Além do argumentista italiano Moreno Burattini, também estiveram presentes na Gibicon, outros dois italianos que trabalham para a Editora Bonelli. Um deles eu já conhecia, pois esteve no Brasil nos dois últimos anos. Trata-se do simpático desenhista de Tex, Fabio Civitelli. E o outro italiano foi o Roberto Diso, que também é desenhista da Editora Bonelli, mas dedica-se mais ao personagem Mister No. Foi uma experiência gratificante ter contato com estes três simpáticos italianos, que trabalham na criação de personagens de quadrinhos que leio e acompanho a mais de trinta anos.

Ano passado também estive na Gibicon e este ano deu para perceber que o evento aumentou e ficou mais organizando. Mas tamanha organização acabou atrapalhando em alguns momentos! Um exemplo foi no sábado pela manhã, no Paço da Liberdade. As oficinas e palestras estavam marcadas para começar às 10 horas, mas antes desse horário não permitiam que ninguém entrasse no prédio. Somente após as 10 horas é que todos puderam entrar e formar filar para pegar convites para as quatro palestras e oficinas que aconteceriam no mesmo horário. O chato é que do lado de fora tivemos que formar fila sob um sol escaldante. Outra pisada na bola da organização foi marcarem várias palestras no mesmo local e no mesmo horário. Isso fazia com que os participantes tivessem que escolher somente uma palestra, quando muitos queriam ver todas as palestras. O resultado foi que muitas palestras ficaram com pouco público. Se fizessem as palestras em horários diferentes, com certeza todas elas teriam um maior público presente.

E outra reclamação geral foi com relação às senhas para autógrafos. Teve um dia que distribuíram 30 senhas para determinados artistas e no dia seguinte somente 15 senhas. Isso fez com que muitas pessoas ficassem sem conseguir senhas e sem conseguir os autógrafos que queriam. E teve casos de pessoas que ficaram na fila das senhas para autógrafos e perderam a palestra que queriam assistir, pois tiveram que escolher estre pegar a senha do autógrafo ou assistir a palestra.

E teve também casos de palestras onde precisava enfrentar uma fila para pegar a senha. E na hora da palestra não tinha ninguém para recolher tais senhas na entrada do local da palestra. E teve uma palestra onde um monte de gente entrou sem senha e o segurança que estava na porta não falou nada. Daí quando fui entrar o segurança me barrou e me pediu a senha. Por sorte eu tinha a bendita senha! Só não entendi o critério do segurança em pedir senha para uns e não pedir para outros. Ou seja, o negócio todo foi meio confuso e espero que no próximo ano o pessoal da organização de uma melhorada no evento, pois senão fica difícil para quem participa. E vou pensar duas vezes antes de viajar 500 km para ir novamente à Gibicon!

O Ezequiel com sua senha para uma palestra.
Moreno Burattini, Vander, Roberto Diso e Fabio Civitteli.
Felipe, Vander, Nei, Diso, Ezequiel e Maldonado.
Gibicon nº 1
Marcos Maldonado (letrista) e Fabio Civitelli.
Vander e Júlio Schneider.
Gibicon nº 1
Ezequiel, Bira Dantas e Vander.
Uma personagem de carne e osso!! (Mais carne…)
Bira Dantas e o Gralha.
Homenagem/Palestra a Sergio Bonelli.
Vander, “Zagor” e Moreno Burattini.
Platéia do documentário sobre Sergio Bonelli.
Documentário sobre Sergio Bonelli.
Fabio Civitteli dando autógrafo na rua.

VÍDEO

[youtube=http://youtu.be/eZoQcDID5Nc]

III Enduro a Pé de Nova Tebas

Excepcionalmente dessa vez não farei postagens detalhadas sobre esse evento, por exclusiva falta de tempo. Fazer uma postagem detalhada e cheia de fotos demanda algumas horas de trabalho e no momento não tenho tais horas disponíveis. E se deixar para fazer tal postagem detalhada daqui alguns dias ou semanas, acaba perdendo a graça.

O III Enduro a Pé de Nova Tebas, foi realizado entre os dias 12 e 14 de outubro. Ao todo percorremos 73 quilômetros. Passamos por estradas, carreiros, trilhas, rios, pontes, pastos, sítios e fazendas. Enfrentamos sol, frio, vento, cansaço, bolhas nos pés, cachorros (não é Tiago!!), vacas (não é Valtério!!!). Conhecemos muitas pessoas durante a caminhada e fomos recebidos com muito carinho e hospitalidade por onde passamos. Então fica aqui meu agradecimento a todos que contribuíram para que esse Enduro a Pé fosse um sucesso. E também segue meu agradecimento aos companheiros de caminhadas, pois éramos um grupo unido onde um ajudava o outro.

III Enduro a Pé de Nova Tebas

 

Início da caminhada no sítio da família Dal Santo.
Uma das muitas porteiras que atravessamos.
Caminhando entre a criação de ovelhas.
Almoço no primeiro dia de enduro.
Com a família que nos recepcionou no almoço.
No meio do caminho tinha uma ponte.
Caminhando num fim de tarde gelado.
Atravessando rio.
Costela ao fogo de chão.
Bate papo antes do jantar.
O pessoal que nos recebeu no jantar do primeiro dia.
Acampamento ao amanhecer.
Início do segundo dia de enduro.
Caminhando no asfalto quente.
No segundo dia o almoço foi em um pesque pague.
Acampamento no sítio do Alex.
Celso, Tiago, Valtério, Shudy, Vander, Bamba, Alex, Jaque e Marcos.
Chegando à uma fazenda.
Foi terrível caminhar por essa estrada de pedras irregulares.
No pequeno Distrito de Poema.
Almoço na festa da igreja de Poema.
O GPS mostrando os quilômetros caminhados.
O fim da caminhada foi no Morro dos Ventos.

Uma irlandesa no Peabiru (Parte II)

2º Dia – 26/09/2012

Fui acordado às 05h30min pela Marilene.  A chuva tinha parado e o sol despontava no horizonte, mas fazia frio e ventava muito, um vento gelado que chegava a “doer”. Foi difícil sair de dentro da barraca e ainda mais difícil desmontar a barraca e guardar tudo na mochila. Enquanto o pessoal tomava café da manhã, eu que não costumo tomar café da manhã aproveitei para arrumar minhas coisas lentamente. A câmera da Bebhinn tinha secado por completo e voltado a funcionar, sinal de que fiz um ótimo conserto.

Pouco antes das 7h00min nos despedimos dos donos da casa, que tinham nos recepcionado muito bem. Tiramos uma foto com eles e guardamos nossas coisas na carroceria da caminhonete. Por culpa do frio e da bateria meio baleada, a caminhonete não pegou e foi preciso empurrar. Por sorte a caminhonete estava estacionada num local alto e após ter sido empurrada um pouco ela embalou e a Marilene conseguiu fazê-la dar partida, mesmo tendo dificuldade em conseguir dar o tranco de ré. Todos embarcados e partimos rumo à cidade de Corumbataí do Sul, pois tinha um pneu murcho que precisava ser calibrado.

Foi a primeira vez que estive em Corumbataí do Sul, uma cidade pequena e simpática. Após pedir informações encontramos uma borracharia, que ainda estava fechada, pois era muito cedo. Por sorte o dono da borracharia era também dono de uma padaria que ficava ao lado e estava aberta. Enquanto enchiam os pneus da caminhonete eu fui “guiado” para dentro da padaria graças ao delicioso cheiro de pão fresquinho. Não resisti e comprei alguns pães de queijo quentinhos, que ajudaram a combater o frio. O vento estava congelante e logo voltei para o interior da caminhonete. Não demorou muito e pegamos a estrada rumo à cidade de Fênix.

Percorremos algumas estradas de terra e chegamos a um local isolado, onde além de plantações, gado e alguma mata, não existia mais nada. Ficamos um bom tempo sem avistar casas ou pessoas. Teve uma parte da estrada que era ruim e cheia de buracos e a Marilene teve que mostrar suas habilidades de motorista. Fora um ou outro buraco em que ela passava rápido, até que ela se mostrou boa motorista. Teve um momento em que uma vaca atravessou a estrada e meio que empacou, mas logo o dono apareceu e tirou o animal do caminho. E alguns quilômetros depois foi a vez de um cavalo aparecer na estrada e assustado correr um bom tempo em frente à caminhonete. Ele não sabe o perigo que correu!!!

Logo na entrada de Fênix resolvemos fazer um desvio e visitar uma igreja que fica no alto de um morro. Já visitei tal igreja anos atrás e a mesma estava abandonada e deteriorada. Existem algumas duvidas sobre a origem e ano de construção de tal igreja. Já ouvi relatos infundados de que ela era centenária, outros de que ela tinha sido construída pelos jesuítas no século XVII. A verdade é que tal igreja não é tão velha assim e parece que foi construída no final dos anos sessenta, início dos anos setenta do século passado. Ou seja, ela não deve ter mais de cinquenta anos. Ao chegar à igreja vi que a mesma estava sendo reformada. Uma igreja daquelas deveria é ser restaurada, mas pelo que vi ninguém se preocupou com qualquer tipo de restauração.  O que estão fazendo é um reforma que mais parece uma reconstrução da igreja, rebocando com cimento todas as paredes e já fizeram um novo piso de cimento, bem como trocaram o telhado. Quando visitei essa igreja anos antes, o piso tinha sido destruído e possuía muitos buracos, sinal de que pessoas sem noção e mal informadas tinham escavado o piso da igreja em busca do lendário tesouro perdido dos jesuítas. Se tais pessoas soubessem que a igreja não foi construída pelos jesuítas e que ela não é tão antiga, talvez eles não tivessem perdido tempo e principalmente destruído parte de uma igreja, um local sagrado que deveria ser respeitado. Não demoramos muito na igreja, pois a mesma não desperta mais nenhum tipo de interesse para turistas.

Atravessámos a cidade de Fênix e fomos até o Parque Estadual de Vila Rica do Espirito Santo. No parque existe uma grande reserva florestal nativa e as ruínas da redução jesuíta de Vila Rica. O parque é bonito, mas está precisando de algumas reformas. Parece que o governo do Estado não tem se preocupado com tal patrimônio histórico e o dinheiro que envia para o parque mal da para sua conservação. Outro problema do parque é que as escavações que foram iniciadas na região onde ficava a antiga redução de Vila Rica, estão abandonadas há muito tempo por falta de dinheiro. Visitamos o pequeno museu que existe na recepção do parque e depois fomos caminhar por seu interior. Seguimos por uma antiga estrada que atravessa o parque e chega até a margem do rio Ivaí. No passado existiu uma balsa na margem do rio, a qual foi desativada depois que o local foi transformado em parque estadual, bem como a estrada também foi desativada. Pelo caminho fomos observando a mata e avistamos algumas árvores centenárias, inclusive algumas figueiras enormes. Chegando ao final da estrada tiramos algumas fotos em frente ao rio Ivaí, descansamos um pouco e fizemos o caminho de volta. A antiga vila jesuíta ficava nesse local, mas não é possível visualizar nada. As ruínas existentes ficam no meio do mato e como as construções eram de pau a pique, é preciso um trabalho de escavação feito por arqueólogos para que se possa avistar alguma coisa. E não estávamos autorizados a visitar as ruínas ou mexer em algo que avistássemos, então não saímos da estrada.

Antes de ir embora do parque, resolvemos seguir por uma trilha estreita no meio da mata e ir até um lago que foi construído nos anos cinquenta. O local é bonito e possui uma área de repouso com bancos e mesas. Ao chegar ao lago aconteceu uma cena engraçada, quando a Karina se deparou com um lagarto e deu um grito tão alto que o bichinho deve estar correndo até agora mata adentro. Foi difícil saber quem se assustou mais com tal encontro, se a Karina ou o pobre lagarto! E como a Karina num passado recente matou uma aranha enorme com um grito, esse lagarto deve se dar por satisfeito por ainda estar vivo. Descansamos um pouco no lago e logo voltamos à trilha e retornamos a recepção do parque. Não demoramos muito e partimos dali rumo à Fênix.

Fizemos uma rápida parada no centro de Fênix, em frente à catedral. Na fachada da igreja existe uma bela pintura, que mostra os jesuítas batizando os índios da região num rio. Do outro lado da rua existe um monumento de gosto duvidoso, que mostra uma ave (Fênix) no alto de um pedestal e no chão algumas bolas que parecem ser ovos. Achei o monumento curioso, mas não bonito. Após tirarmos algumas fotos da igreja e do monumento em frente, embarcamos na caminhonete e saímos da cidade. Seguimos alguns quilômetros por uma estrada asfaltada, até entramos numa estrada de terra e seguir até uma antiga fazenda de café, que atualmente é um hotel fazenda.

O Hotel Fazenda Água Azul (http://www.aguaazul.com.br/), funciona em uma antiga fazenda de café. As antigas casas da colônia onde moravam os trabalhadores foram transformadas em quartos e suítes para receber os hóspedes. A fazenda possui uma enorme área de mata nativa e é possível percorrer parte do interior da mata através de algumas trilhas. Na fazenda existe também um museu que guarda muitos objetos da época que a fazenda plantava somente café e muitos outros objetos que foram trazidos de viagens feitas por membros da família dona da fazenda. O museu é muito bem organizado e seu acervo bastante interessante. Fomos acompanhados numa rápida visita pelo hotel fazenda e percorremos uma das trilhas curtas do lugar. Em seguida fomos almoçar no restaurante do hotel fazenda. A comida estava muito tão boa que acabei comendo demais. Após o almoço ficamos em uma varanda conversando com os donos do hotel fazenda e ouvindo histórias do local.

Á tarde, visitamos o museu, numa visita guiada. Depois fomos ver os novos chalés que estão sendo construídos em outra área da fazenda. Por último percorremos uma trilha pelo meio da mata e passamos por lugares muito bonitos e preservados. Dois dias antes tinha sido avistado nos arredores um casal de onça parda com um filhote. Isso mostra como a mata em torno da fazenda é preservada. Em 1967 o sueco Johan Gabriel Berg von Linde, patriarca da família dona do hotel fazenda, comprou tais terras para cultivar café e decidiu preservar parte da mata, deixando a mesma intacta e proibindo a caça e a pesca no local. Na época ele foi taxado de insano, pois a prática vigente era derrubar toda a mata existente para plantar café e outros tipos de cultura. Naquela época não existia nenhuma preocupação com a ecologia e com a preservação de mata nativa e animais.  O senhor von Linde era um visionário e graças a sua consciência em preservar o meio ambiente e parte da mata nativa de suas terras, hoje é possível admirar e visitar a reserva florestal existente nas terras da família von Linden. Após terminar de percorrer a trilha existente no meio da mata, descansamos um pouco e fomos embora da Fazenda Água Azul.

Marilene, Wagner e Bebhinn seguiram a pé pelos cerca de doze quilômetros até uma outra fazenda, onde pernoitaríamos. Eu e a Karina seguimos na caminhonete. Eu bem que gostaria de ter feito o trajeto final caminhando, mas meu pé machucado tinha inchado bastante e passei a sentir muita dor. Seguimos direto até a fazenda e quando chegamos a Karina ficou conversando com a Dona Penha e eu fiquei dormindo na caminhonete. Eram quase 19h00min quando a Karina foi me chamar para irmos atrás de nossos amigos caminhantes. Tínhamos combinado com a Marilene que se eles não chagassem à fazenda até escurecer, era para irmos buscá-los na estrada. Nem chegamos a sair da fazenda e encontramos o pessoal, então demos meio volta e retornamos à casa da Dona Penha e do Seu Manoel. Fiquei um tempo conversando com o Seu Manoel, que me contou sobre como era a fazenda trinta e poucos anos antes, quando ele começou a trabalhar ali. Naquela época existiam cerca de cinquenta famílias trabalhando e morando nas terras da fazenda. Atualmente existem apenas seis famílias. Isso comprova como foi grande o êxodo agrícola que ocorreu no Paraná nos anos oitenta e que levou muitas famílias a deixarem o campo e irem morar na cidade.

Era para dormirmos na fazenda e percorrer mais um pedaço de estrada na manhã seguinte, mas a Bebhinn mudou seus planos. Ela ficou sabendo sobre inscrições em pedras que existem na região por onde passava o Caminho de Peabiru na cidade de Pitanga e resolveu ir até Pitanga no dia seguinte. Então resolvemos não mais pernoitar na fazenda e regressamos para Campo Mourão após o jantar. Mesmo com nosso “passeio” encurtado, valeu a pena os dois dias que passamos percorrendo trechos por onde passava o lendário Caminho de Peabiru. Conhecemos lugares bonitos, pessoas legais e fizemos novos amigos.

Marilene, Luceni, Wagner, Nesão, Bebhinn, Karina e Vander.
Pegando no tranco.
Igrejinha sendo reformada próximo à Fênix.
Museu do Parque de Vila Rica.
Maquete da antiga redução jesuíta de Vila Rica.
Caminhando pelo interior do Parque Estadual de Vila Rica.
Às margens do Rio Ivaí, no interior do Parque de Vila Rica.
Lago no interior do Parque de Vila Rica.
Catedral de Fênix e a bela pintura em sua fachada.
Monumento de gosto duvidoso.
Um dos chalés do Hotel Fazenda Água Azul.
Museu do Hotel Fazenda Água Azul.
No Hotel Fazenda Água Azul.
Descanso após trilha no interior da Fazenda Água Azul.
Eu e o neto da Dona Penha e Seu Manoel.