O ataque de 24 horas ao Pico Paraná – Parte 1

 

Já estive duas vezes no cume do Pico Paraná (PP), em ambas acampando no A2 e partindo para o ataque ao cume de madrugada. Mas sempre defendi que isso não era o ideal, pois subir com mochilas cargueiras até o acampamento A2 era muito sacrifício. Subir pela Carrasqueira com mochilas pesadas nas costas, sempre achei algo insano. Nessa terceira tentativa de chegar ao cume do PP, finalmente poderia provar minha tese de que era melhor fazer o ataque ao cume saindo da Fazenda Pico Paraná, Fazenda Rio das Pedras ou do IAP, levando apenas uma pequena mochila de ataque.

Estava bem descansando após um ótima noite de sono, alojado em um chalé na Fazenda Rio das Pedras. Durante o dia tinha passeado pelo local, tinha feito boas refeições, dormido um pouco a tarde e para relaxar tinha até assistido um filme na Netflix, através do aplicativo do celular. Ás 22h00min tomei um banho para despertar, me vesti e arrumei a mochila de ataque, com água, Gatorade, garrafa térmica com capuccino, lanches doces e salgados e o equipamento básico que pretendia utilizar. A mochila devia estar pesando uns cinco quilos.

Junto comigo seguiriam a Eliane, em sua primeira vez no Pico Paraná, mas já tendo tido experiência em montanha na região do Pico Marumbi. Também seguiria a Carla, em sua primeira experiência numa montanha. Outro parceiro de subida seria o André, que já esteve no A2 do  Pico Paraná, esteve no Taipa e no Pico Agudo. E o companheiro mais experiente nesse ataque seria o Roberto, que já esteve no Taipa e chegou duas vezes ao cume do Pico Paraná. O grupo mesclava pouca com muita experiência e todos tinham se preparado fisicamente para o desafio que iriamos enfrentar. A única incógnita era saber se o André suportaria as dores em seu joelho esquerdo, que tinha machucado pouco tempo antes jogando futebol.

Saímos do chalé na Fazenda Rio das Pedras às 23h00min e seguimos até o IAP para preencher a ficha de subida, pois isso nos garantia uma certa segurança em caso de nos perdermos ou nos machucarmos na montanha. Fazia frio mas o céu estava limpo, sem nuvens e com uma bela lua cheia iluminando a paisagem. Partimos do IAP às 23h18min e resolvemos seguir pela trilha que saí da Fazenda Pico Paraná. Nos primeiros minutos tentei manter um ritmo leve, dando passos curtos e respirando fundo. Sempre achei esse trecho inicial o mais difícil, pois o corpo ainda não está adaptado ao esforço e não se encontra devidamente aquecido. Em subidas anteriores que fiz, não somente ao Pico Paraná, como também ao Caratuva e ao Itapiroca, já vi pessoas querendo desistir justamente nesse trecho inicial.

Passada a primeira meia hora meu corpo foi aquecendo e a caminhada seguiu normal. Fizemos breves paradas para descanso e assim fomos avançando montanha acima. Utilizava um casaco sem mangas e levei um casaco mais quente na mochila, para quando começasse a sentir muito frio. Até o Getúlio nossa caminhada foi relativamente tranquila. Chegando no Getúlio o tempo fechou, ventava forte e chovia. Passámos rápido por essa região e logo entramos na mata novamente, o que nos protegia um pouco da chuva. Quando paramos na encruzilhada onde ficam as plaquinhas que indicam as trilhas para as várias montanhas do lugar, fizemos uma parada para descanso um pouco mais longa. A partir dali começaria a parte que menos gosto da subida, que é a parte da floresta. Nessa parte quase sempre estamos subindo e tem muitos galhos, pedras, cordas e grampos para transpor. Para piorar, o terreno ali estava muito molhado, com barro e em algumas partes um lamaçal de dar medo.

Nosso plano inicial era chegar ao cume do Pico Paraná até 06h30min, para ver o sol nascer lá do alto. Mas quando vi como estava difícil a trilha na parte da floresta, percebi que não daria tempo de chegar ao cume no horário previsto. Por culpa da dificuldade do terreno, avançávamos mais lentamente do que deveríamos. Para mim o importante era avançar e chegar ao cume, já não importando mais o horário, tanto fazia chegar antes ou depois do sol nascer. Queria era chegar no cume e me concentrei e foquei muito nisso. Os demais membros do grupo seguiam com raça e vontade. Apenas a Carla mostrava sinais de estar sofrendo um pouco, o que era compreensível, pois essa era a primeira vez dela numa montanha. Ali na floresta cheguei à conclusão de que tinha sido um erro escolher o Pico Paraná como a primeira montanha dela. Seria melhor ter escolhido uma montanha mais fácil para o debute da Carla. Mas estando ali não dava mais para mudar isso.

Seguimos avançando pela floresta, vencendo os lisos, molhados e escorregadios obstáculos. Essa era a quarta vez que subia por ali, desde minha primeira vez no local em 2008. E confesso que foi a vez mais difícil, devido ao estado do terreno, ao frio e a chuva. Minha lanterna ficou fraca muito antes do previsto e isso me deixou um pouco preocupado, pois tinha baterias extras que previa utilizar somente dali umas duas horas. Segui com a lanterna clareando pouco, procurando enxergar o caminho através da lanterna da Eliane e do André, que seguiam na minha frente. Fizemos algumas paradas para descanso, que não podiam ser muito demoradas para que o corpo não esfriasse.

Passava um pouco das 04h30min quando o Roberto informou que ele e a Carla iam voltar, que o terreno estava muito difícil e perigoso e que ela estava tendo muita dificuldade. Achei a decisão dele assertiva, pois eu que tenho uma boa experiência em montanhas estava sofrendo um pouco, imagina a Carla em sua primeira experiência. O André resolveu voltar também, pois estava sentindo dores no joelho machucado e achou melhor parar ali do que seguir em frente tendo o risco de machucar ainda mais o joelho. Os três retornaram e junto com a Eliane segui em frente. A Eliane estava me surpreendendo, pois seguia na frente sem medo, escolhendo sempre o melhor lugar para pisar ou se segurar. E assim seguimos por mais 40 minutos até sair da floresta. A chuva parou e o céu ficou limpo e cheio de estrelas. Chegamos na parte das caratuvas (uma planta abundante naquela região) onde era possível avistar o Pico Paraná e o dia clareando por trás dele, o que deixava uma visão muito bonita. Ali achei que o pessoal devia ter seguido mais um pouco e dado meia volta naquele local, após a Carla ver o Pico Paraná. Seria um prêmio para o esforço dela ao menos ver a montanha. Mas como só pensei nisso ali, era tarde para dar tal sugestão. Vida que segue!

Fizemos rápida parada para descanso e para observar a beleza da paisagem, que mesmo a noite era maravilhosa. Voltamos para a trilha e tive um pouco de dificuldade para encontrar o caminho. Voltamos a caminhar pelo meio do mato, que cada vez ficava mais molhado e com barro. Minha lanterna morreu de vez e achei melhor trocar a bateria. Seguimos durante cerca de 20 minutos pela trilha enlameada e molhada, até que fiquei na dúvida sobre estar seguindo pelo caminho correto. Tinha passado outras vezes ali durante o dia, mas no escuro da madrugada acabei ficando com receio de estar seguindo pela trilha errada. Sugeri a Eliane voltarmos até as caratuvas e ali esperar o dia nascer. E assim fizemos o caminho de volta, mais 20 minutos pelo meio do mato até chegar nas caratuvas. Procuramos um local um pouco mais protegido e sentamos numa pedra para esperar o dia amanhecer.

O local que escolhemos não era dos mais protegidos e de vez em quando batia um vento de congelar. A temperatura era de seis graus e quando tinha vento a sensação térmica baixava bastante. Tirei meu casaco e dei ele para a Eliane, peguei o casaco mais quente que estava na mochila e vesti. Assim conseguimos nos proteger um pouco melhor do frio, mas não totalmente. Peguei minha garrafa térmica e tomei o capuccino que ainda estava quente. Cerca de uma hora depois descobriria que beber o capuccino foi uma péssima escolha, pois ele me fez mal ao estômago e fiquei um longo tempo sofrendo com tal incomodo. Ficamos meia hora sentados esperando o dia amanhecer e mesmo sofrendo um pouco com o frio, valeu apena ver o sol nascendo por trás do Pico Paraná.

Para não passar mais frio resolvemos voltar a caminhar, dessa vez sem precisar usar as lanternas. Seguimos pelo mesmo caminho pelo qual tínhamos retornado e mais tarde descobrimos que esse era o caminho correto. Esse trecho pela mata também foi bem difícil, por conta do barro e da trilha molhada. Chegamos no acampamento A1 quando o sol já aparecia no céu e amenizava um pouco o frio. Tinham algumas pessoas acampando no A1 e falamos rapidamente com algumas delas. Tivemos um pouco de dificuldade para encontrar a trilha e recebemos ajuda, com pessoas indicando a trilha correta a seguir. Essa trilha seguia pelo meio das caratuvas e não estava tão molhada. Paramos tirar algumas fotos e também para observar a linda paisagem do amanhecer no meio das montanhas. Voltamos a caminhar, dessa vez descendo pela trilha até chegar na encosta do Pico Paraná.

Pela frente mais um trecho desafiador, que era passar pela Carrasqueira, que são dois paredões de rocha quase na vertical, com cordas e grampos. Quem tem medo de altura ou sofre com vertigens, não pode encarar tal desafio. Ao menos subir da menos medo que descer, pois você olha para cima a procura do próximo grampo ou corda e dessa forma não se preocupa tanto com a altura em que está. A Eliane seguiu na frente e se sentiu medo não demonstrou. Não gosto de altura, mas já fiz tantas aventuras em altura, que aprendi como dominar meu medo e seguir em frente. Vencida a Carrasqueira seguimos em frente, alternando trilhas sob sombra, quando sentíamos um pouco de frio, e sob sol, quando nos sentíamos aquecidos. Paramos algumas vezes para tirar fotos rápidas e seguimos em frente. E assim chegamos no acampamento A2.

O A2 não estava muito cheio, mas tinha bastante gente acampada por lá. Fizemos uma breve parada para descanso e seguimos em frente. Nas outras vezes em que estive no Pico Paraná, do A2 até o cume levei uma hora. Mas dessa vez por culpa do terreno ruim fizemos o trecho até o cume em um tempo maior. Em algumas partes da trilha tinha um barro preto, fedido e em algumas partes muito fundo. Nunca tinha visto algo igual, tal barro fazia lembrar da areia movediça que vemos nos filmes. Teve um momento em que pisei nesse barro e minha bota do pé esquerdo quase ficou perdida no meio do barro. Pela trilhas fomos encontrando pessoas subindo e descendo, na verdade mais pessoas descendo do cume do que subindo. Esse pessoal devia ter subido na madrugada para ver o nascer do sol e agora estava descendo. Sempre que encontrávamos alguém, tanto descendo quando subindo, parávamos para dar passagem a eles. Dessa forma podíamos descansar um pouco e continuar seguindo no ritmo em que estávamos.

Nesse trecho da trilha existem alguns grampos e num deles ergui demais a perna para alcançar o próximo grampo e acabei dando mal jeito nas costas. Tenho duas hérnias de disco, que quando submetidas a esforço extremo costumam reclamar e doer e foi isso o que aconteceu. A partir desse momento em que senti dor nas costas, meio que perdi o encanto pela subida do PP. A partir daí segui na raça, superando as dores que sentia e cuidando para que o problema não ficasse mais grave. As dores, somadas ao cansaço, mais uma certa tremedeira que normalmente tenho, fez que em alguns trechos que demandavam mais esforço, minhas mãos tremessem muito. Isso fez com que uma moça que descia a montanha e me viu tremendo, ficasse preocupada achando que eu estava passando mal. Ela me ofereceu um carbogel, mas recusei e agradeci educadamente a oferta. Legal isso de um tentar ajudar o outro. Tal coisa é comum nas montanhas, mas sempre existem as exceções, aquelas pessoas que não estão nem aí para as outras, que não são nada gentis ou educadas. Felizmente isso é minoria!

Seguimos em frente e exatamente às 10h40min chegamos no cume do Pico Paraná. Estávamos no ponto culminante do sul do Brasil, sob um sol que se não era dos mais quentes, servia para queimar um pouco nossa pele. Era minha terceira vez no cume do PP e a primeira vez da Eliane. Estava mais cansado do que ela e com as dores nas costas não curti tanto estar ali no cume, como curti das outras duas vezes que ali cheguei. Nos sentamos numa pedra e enquanto descansávamos ficamos curtindo a linda paisagem em volta. Também aproveitamos para lanchar, beber água e dividir um Gatorade. E registramos nossos nomes no caderno de cume, que fica numa caixinha em cima de uma pedra. Estava preocupado com minhas dores, já pensando na descida. Sabia que descer com dor seria complicado e nos atrasaria. Outra preocupação era com relação a minha lanterna, pois sabia que ela não teria bateria suficiente para descer no escuro caso nosso atraso na descida fosse grande e o escuro nos alcançasse antes do previsto. Não externei muito minhas preocupações para a Eliane, pois não tinha porque deixá-la preocupada naquele momento. Queria que ela curtisse sua conquista e aproveitasse ao máximo os minutos que ficaria ali no cume. A descida e seus problemas, deixaria para me preocupar conforme eles acontecessem.

Continua na próxima postagem…

Prontos para sair no frio e encarar a montanha.
Vander, Carla, André, Roberto e Eliane.
Eliane chegando no Getúlio.
O dia nascendo por trás do Pico Paraná.
Frio de 6 graus.
Amanhecer com o Pico Paraná ao fundo.
No acampamento A1.
O sol apareceu para aquecer um pouco.
O sol surgindo ao lado do PP.
André, Carla e Roberto no retorno a Fazenda Rio das Pedras.
Já é possível ver pessoas no cume.
Último esforço antes de chegar ao cume…
Após quase 12 horas, finalmente chegamos no cume do Pico Paraná.

Feriado na Fazenda Rio das Pedras

Aproveitando o feriado da sexta-feira santa, peguei dispensa do trabalho na quinta-feira a tarde e junto com Eliane, André, Roberto e Carla, segui para a região de Campina Grande do Sul, cerca de 50 quilômetros após Curitiba. Nosso destino era a Fazenda Rio das Pedras, que fica ao lado da Fazenda Pico Paraná. As duas fazendas são o portão de entrada para as altas e belas montanhas que existem na região. As principais são o Pico Paraná e o Caratuva, respectivamente as duas maiores montanhas do sul do Brasil.

A viagem foi tranquila e conversamos e rimos muito. O mais difícil foi suportar a trilha sonora que o André colocou para tocar. Como o carro era dele, tinha direito de escolher as músicas. Fizemos uma parada no meio do caminho, pouco antes de chegar em Ponta Grossa. Nossa parada foi numa lanchonete especializada em pão de queijo. Depois dessa parada assumi a direção do carro e seguimos em frente, chegando em Curitiba quando já estava escuro. Por ser véspera de feriado o trânsito estava lento e atrasou um pouco nossa viagem.

Já quase no final da viagem, logo após sairmos da Rodovia Régis Bitencourt e entrarmos numa estrada de terra com muitas subidas e buracos, tivemos o primeiro problema da viagem. O carro morreu no meio de uma subida e para sair do lugar os passageiros tiveram que descer e alguns ajudarem a empurrar o carro, que por muito pouco não caiu em uma valeta ao lado da estrada. Felizmente deu tudo certo e chegamos em segurança na Fazenda Rio das Pedras. Passava um pouco das 21 horas, fazia frio e garoava.

Tiramos as bagagens do carro, nos ajeitamos nos três quartos do chalé de madeira que alugamos e nos reunimos para decidir o que fazer. O plano inicial era chegar e logo depois partir para o ataque ao Pico Paraná. Como estávamos cansados da viagem, que demorou mais que o planejado e fazia frio e chuviscava, por votação foi decidido adiar o ataque para a noite seguinte. Depois disso o jeito foi tomar banho e jantar uma deliciosa lasanha feita pelo Roberto. Em seguida cama, um merecido descanso após pouco mais de 500 quilômetros de viagem.

Na manhã seguinte cada um levantou num horário diferente. Após o café da manhã fomos passear pelo lugar, que é muito bonito. Fizemos uma rápida parada numa lanchonete para usar o wi-fi e depois fomos andar ao lado do rio que passa atrás do chalé. O rio é raso, a água transparente e muito gelada. Algumas fotos e voltamos para o chalé. Teve roda de chimarrão e bate papo e logo voltamos ao rio, dessa vez para entrar na água. Foi preciso muita coragem para entrar na água congelante. Era difícil entrar, mas após um minuto dentro da água o corpo acostumava com o frio e ficava relaxante a experiência.

De volta ao chalé teve almoço e a tarde foi de descanso. Aproveitei para dormir um pouco e depois deu até para assistir um filme da Netflix, devidamente baixado no aplicativo instalado no celular. Depois foi banho, janta e mais um pouco de descanso visando o ataque ao Pico Paraná logo mais tarde. Sobre tal ataque você pode ler na próxima postagem…

Pé na estrada…

Entrada da Fazenda Rio das Pedras e a direita o IAP.

Relaxando na água extremamente fria.
Roberto e o dog.
Vander e Eliane

Curitiba

Não visitava Curitiba há dois anos e meio. Morei 20 anos em Curitiba e desde 1988 que não ficava tanto tempo sem ir na cidade. E me assustei com o que vi. Cidade suja, cheia de pichações, muitos moradores de rua, tráfico correndo solto a luz do dia em algumas praças do centro da cidade.

Andei pela cidade a noite e aí sim me assustei. Em algumas regiões existem pedintes em todo semáforo. Nada contra os pedintes, mas é que não tem como você saber quem é realmente pedinte e quem está querendo te assaltar.

Definitivamente Curitiba é uma cidade decadente, que nada lembra os tempos em que morei por lá. Tão cedo não volto!

Mirante da Oi.

 

Bosque do Papa.

 

Passeio Público.
UFPR.  

Ilha do Mel

Desde 2010 que não ia na Ilha do Mel. E depois dessa visita não pretendo voltar tão cedo. Muito lixo, excesso de visitantes, muitas pousadas, bares e restaurantes. Comecei a frequentar a Ilha do Mel no final dos anos oitenta e naquela época a Ilha era mais deserta, não tinha tantos bares, pousadas, som alto e sujeira. Ficávamos em camping e a ilha era mais selvagem e paradisíaca.

Outro absurdo que presenciei, foram algumas casas de alto padrão construídas quase ao lado da Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres.

Fizemos um passeio a pé, maior parte na chuva, entre Nova Brasília e a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres. O passeio foi legal e a volta de barco foi com emoção devido a chuva e o mar cheio de ondas.

Morretes

Estivemos visitando Morretes, uma cidade que acho muito simpática. Fazia alguns anos que não visitava a cidade e me espantei com o aumento do número de restaurantes. Sendo o prato típico local o Barreado, muita gente visita a cidade exclusivamente para comer tal iguaria. Não é meu caso, pois não curto carne cozida e da vez que experimentei o Barreado não gostei.

A chuva acabou encurtando nosso passeio por Morretes, mas mesmo assim valeu a pena as poucas horas que ficamos na cidade.

Passeio de trem Morretes / Curitiba

Fizemos o passeio de trem entre Morretes e Curitiba. Na verdade embarcamos pouco depois de Morretes, na Estação Marumbi. Era a primeira vez que a Eliane fazia esse passeio e ela gostou da experiência. Eu já fiz várias vezes, sendo a última vez em 2010. Tal passeio é muito legal e a paisagem é incrível.

Farei duas observações que acho oportunas. A primeira é com relação as árvores do lado da estrada, que cresceram muito e impedem de se ver muitas paisagens que eram possíveis ver no passado.

A segunda observação é com relação ao preço da passagem. A passagem mais barata é R$ 160,00. Achei muito caro! Lembro dos tempos em que a RFFSA administrava o trem e os preços eram bem em conta. Era muito comum nos finais de semana, famílias inteiras pegarem o trem e irem até Morretes ou Paranaguá (naquela época o trem ia até lá) passarem o dia e no final da tarde pegarem o trem de volta para Curitiba. Hoje isso é meio que impossível de se fazer, pois um casal com um filho, gastaria R$ 960,00 para fazer tal passeio, isso comprando a passagem mais barata. A Serra Verde Express, empresa que administra o trem de passageiros atualmente, parece estar mais preocupada com os turistas endinheirados do que com os passageiros comuns, moradores de Curitiba e região metropolitana.

Ponte São João.

Cruz do Barão.
Véu da Noiva.

Parque Estadual Marumbi

Comecei o ano junto com a Eliane, desbravando o Parque Estadual Marumbi. Passámos dois dias andando pelo Parque. Fazia alguns anos que não visitava o lugar e constatei que as casas e as estações Engenheiro Lange e Marumbi, estão em péssimo estado de conservação.

Também caminhamos um pouco pelo Caminho do Itupava. O mesmo está fechado desde o início da pandemia e a trilha está suja, com muito mato e cobras. O camping do Marumbi também está fechado e o horário restrito, você precisa sair do Parque até 17 horas. Isso atrapalhou muito nossos planos, pois tivemos que ficar num camping distante seis quilômetros do Parque. E por conta do horário restrito de visitação, não chegamos ao cume do Marumbi.

Apesar dos pesares, foram dois dias muito agradáveis visitando o Parque Estadual Marumbi. O que nos fez sofrer bastante foi o calor intenso, mas no geral valeu o passeio.

Tinha uma cobra no caminho…

Caminho do Itupava.
Caminho do Itupava.

Com Waldemar Niclevicz, o maior montanhista brasileiro.
Estação Marumbi.

O camping está fechado há muito tempo.

 

Estrada da Graciosa

Descemos pela histórica Estrada da Graciosa. Fazia um dia de sol, o que deixou o passeio ainda mais bonito. Notei que a cada ano as árvores do lado da estrada crescem mais e isso faz com que cada vez menos se possa observar a bela vista que se tem ao passar por ali. Mas derrubar árvores é algo impensável, então o jeito é admirar a mata e as sinuosas curvas da estrada.

A Estrada da Graciosa é uma estrada pertencente ao governo do Paraná, que utiliza a antiga rota dos tropeiros em direção ao litoral do Estado, interligando o município de Quatro Barras, às cidades de antonina e Morretes. Foi a primeira estrada pavimentada do Paraná. A estrada atravessa o trecho mais preservado de Mata Atlântica do Brasil, marcado pela mata tropical e pelos belos riachos que nascem na Serra do mar. Por isso, em 1993, parte do trecho da Serra foi declarada pela UNESCO como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

Portal da Graciosa.

Parque Estadual de Vila Velha

 

Após 11 anos desde minha última visita, voltei ao Parque Estadual de Vila Velha. E gostei do que vi! O Parque está bem cuidado, limpo, os passeios bem organizados. Tudo bem diferente da primeira vez que estive ali, no início de 2000. Naquela época tudo era meio caótico e bagunçado.

Fizemos o passeio clássico pelos arenitos e depois fomos de ônibus até Furnas. Uma pena que o elevador que leva até o fundo continua quebrado. Foi a primeira vez da Eliane no local e ela curtiu muito o passeio. Fazia bastante calor e mesmo sendo o primeiro dia do ano o Parque estava cheio.

Você paga um ingresso de R$ 48,00 e tem direito a fazer os três passeios disponíveis, que são: Arenitos, Furnas e Lagoa Dourada. Não fomos até a Lagoa Dourada, pois tinha muita fila para os ônibus e estávamos cansados após viajar quase a noite toda e queríamos seguir em frente com nossa viagem.

O Parque Estadual de Vila Velha  foi o primeiro Parque Estadual criado no Paraná, em 1953, pela Lei Estadual nº 1.292. Alguns anos depois, em 1966, foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná. Hoje, é uma concessão do Governo de Estado do Paraná, por meio do Instituto Água e Terra, à Soul Vila Velha, uma empresa da Soul Parques.

Em frente ao Camelo. 
Taça.

Furnas.

Não Olhe Para Cima

Véspera de Natal e resolvi assistir um filme recém lançado na Netflix. E valeu muito a pena, pois o filme além de engraçado, fala sobre temas importantes e atuais, bem como chuta algumas canelas. E o elenco do filme também é muito bom, com atores oscarizados.

O filme Não Olhe Para Cima, conta a história de dois astrônomos que descobrem um cometa mortal vindo em direção à Terra, mas são desacreditados quando tentam alertar a população sobre o perigo…. No fundo o filme é uma bela crítica social, que mostra como o negacionismo vem ganhando força nos dias de hoje. Também mostra o problema climático que o mundo enfrenta e para o qual poucos dão a devida atenção.

Gostei muito do filme, principalmente porque no final acontece o que mais queria que acontecesse com o mundo real. Mas não vou contar aqui para não dar spoiler. Assita ao filme e vai saber sobre o que estou falando, sobre qual é esse meu sonho utópico.

LIVRO: Um Novo Olhar pelos Caminhos de Peabiru

Hoje estive presente no lançamento do livro Um Novo Olhar pelos Caminhos de Peabiru, da minha amiga Gessiane Pereira. O lançamento e noite de autógrafos foi em frente a Casa da Cultura de Peabiru e contou com a presença de um bom público. O livro é um coletânea de fotos da autora e poesias de alguns moradores da cidade de Peabiru.

II Caminhada Noturna São Franscisco de Assis

Aconteceu no último sábado a II Caminhada Noturna São Francisco de Assis. Essa caminhada foi adiada por quase um ano em razão da Covid19. A caminhada teve cerca de 140 participantes de diversas cidades. Seu início foi na localidade do Boicotó, que pertence ao munícipio de Corumbataí do Sul e seu término foi na cidade de Campo Mourão. Foram 40 quilômetros de caminhada, percorrendo principalmente estradas de terra.

A caminhada começou pouco antes das 20 horas do sábado. Logo nos primeiros quilômetros a lua cheia apareceu e isso possibilitou a muitos caminhantes poder caminhar sem a luz de lanternas. Carros de apoio acompanharam os caminhantes, disponibilizando água, bananas e paçoquinhas.

A caminhada passou por dentro da pequena comunidade de Silviolândia, onde muitos caminhantes aproveitaram para parar no único bar do local, para beber, comer e descansar um pouco. Após Silviolândia começou o trecho mais difícil da caminhada, com muitas subidas difíceis.

Cerca de 50 caminhantes não percorreram todo o percurso, tendo pegado carona com os carros de apoio para percorrer alguns quilômetros ou para serem levados até o ponto final da caminhada. Aqueles que percorreram todos os 40 quilômetros vivenciaram uma experiência de superação, força de vontade e descobriram como é bom o sentimento de missão cumprida ao chegar no final da caminhada sem ter pegado carona por um único metro sequer.

Para aqueles que desistiram ou pegaram carona, valeu o esforço de ter tentado e o aprendizado obtido com a experiência de  ter participado da caminhada noturna. E que na próxima edição possam se preparar melhor fisicamente e psicologicamente para completar os 40 quilômetros caminhando. Numa caminhada desse porte, 50 por cento é condicionamento físico e os outros 50 por cento é força de vontade.

A caminhada foi muito bem organizada e espero no próximo ano participar novamente dela, pois a experiência é enriquecedora.

No ônibus seguindo para o Boicotó.
Salto Boicotó.
Caminhantes reunidos.
Capela no início da caminhada.
A lua cheia surgindo.
Entrando em Silviolândia.
Em Silviolândia, uma Coca-Cola para refrescar.
Sombras na noite…
Pessoal da organização.

De volta ao Caratuva

No feriado de 15 de novembro, estive pela segunda vez no cume do Pico Caratuva, que é a segunda montanha mais alto do sul do Brasil, com 1.860 metros de altitude. A outra vez que estive nessa montanha foi em novembro de 2008. Na época eu ainda morava em Curitiba, então era mais fácil ir até a Fazenda Pico Paraná e iniciar a subida da montanha, pois a distância da fazenda até minha casa era de apenas 50 quilômetros. Atualmente moro a 500 quilômetros de distância, então a ida até lá demandou uma certa organização, tempo e gastos.

Saímos de Campo Mourão em dois carros, com quatro ocupantes cada um. Pegamos estrada no início da tarde de sábado, com um calor na casa dos 30 graus. Chegamos na Fazenda Pico Paraná a noite e com uma temperatura de 14 graus. Nós ficaríamos alojados em um chalé na Chácara Rio das Pedras, que fica ao lado da Fazenda Pico Paraná. Lá nos esperavam mais dois caras de Joinville – SC, que subiriam a montanha conosco e um amigo deles que não subiria. A viagem foi cansativa e após ajeitarmos as coisas e comermos, fui dormir.

Acordei às 02h30min, após ter dormido pouco mais de três horas. Fiz uma descoberta nem um pouco agradável. Cometi um erro de iniciante, esquecendo minhas botas. Tinha levado apenas um tênis velho, cujo solado estava completamente liso. Subir com aquele tênis por trilhas molhadas e cheia de barro era algo perigoso. Por alguns momentos cogitei desistir de subir o Caratuva, mas resolvi arriscar, sabendo que sofreria muitos escorregões com aquele par de tênis liso e teria que tomar muito cuidado para não sofrer nenhuma queda.

Fazia ainda mais frio. Rapidamente me arrumei e saí com os outros nove integrantes do grupo, rumo a montanha. O plano era ver o sol nascer lá do alto. O início da caminhada sempre é difícil, pois o corpo está meio frio e travado. Tinha chovido durante a semana naquela região e encontramos muito barro pelo caminho. Após duas horas de caminhada, um dos companheiros desistiu, devido a dores no joelho e deu meia volta. Começou a ventar forte e cair uma fina garoa.

A subida não foi das mais fáceis, mas seguimos em frente e nosso grupo acabou se separando, pois alguns seguiam mais rápidos e outros menos. Eu era um dos que ficou no grupo mais lento, pois desde o início vinha fechando o grupo. Devido a trilha ruim que encontramos, logo que o dia começou a clarear percebemos que não conseguiríamos chegar ao cume antes do nascer do sol. Logo baixou uma neblina densa o que era sinal de que no alto da montanha devia estar com o tempo fechado e não seria possível ver o sol nascer.

Quase que exatamente às 07h00min, atingimos o cume do Caratuva. Lá em cima estava tudo branco pela neblina, ventava e fazia muito frio. Após 13 anos eu voltava ao cume e encontrava o tempo igual da vez anterior. A vista lá do alto quando o dia está limpo é muito bonita, mas com o tempo fechado como estava não dava para ver nada. Estranhamos em não ter encontrado no cume quatro companheiros que tinham seguido na frente. Será que se perderam pelo caminho?

Ficamos uma hora no cume esperando para ver se o tempo limpava e que no mínimo pudéssemos ver o Pico Paraná lá do alto. Mas nada de o tempo limpar e ficar parado causava frio, então resolvemos descer. Na parte de trás da montanha, pelo caminho onde tínhamos subido, o tempo estava limpando e era possível ver a bela paisagem onde se destaca a Represa do Capivari. Ficamos alguns minutos admirando a paisagem e nos aquecendo ao sol.

Começamos a descer, o que teoricamente é mais fácil. Mas devido a trilha molhada e enlameada, não foi tão fácil a descida. Sem contar que ela estava mais perigosa. Era muito fácil escorregar e sofrer uma queda. Após pouco mais de uma hora de iniciarmos a descida, escorreguei e ao tentar me segurar numa árvore um pedaço de pau atravessou um dedo de minha mão esquerda. Saiu muito sangue e senti uma dor terrível. Fui socorrido pelos amigos Welison e Paulo, sendo que esse improvisou um curativo. Se a descida já estava difícil, com uma mão imobilizada e sentindo dor, o resto da descida foi ainda mais complicado. Mas ficar parado não era uma opção e o jeito foi seguir em frente.

Começamos a encontrar muita gente na trilha. Em razão do feriado, muitas pessoas tinham optado em seguir para as montanhas. Após passar frio de madrugada e no início da manhã, agora era vez de sofrer com o sol quente quando chegamos na região do Getúlio, onde a maior parte da trilha não é protegida pela sombra das árvores. Pouco antes do meio dia chegamos na Fazenda Pico Paraná e seguimos para nosso chalé. Me sentia muito cansando, com muita dor nas pernas e no dedo machucado.

Chegando no chalé, descobrimos que o Roberto, Ronaldo, Vitor e André, tinham errado a trilha e foram parar na montanha errada. Eles acabaram indo parar no Taipa. Tal erro foi motivo de muita zoação, principalmente com o Ronaldo e o André, que já tinham o histórico de ter tido problemas no Pico Paraná. Eles foram considerados pé frios de montanha.

Tomei um longo banho quente, limpei o dedo ferido e fiz um curativo mais caprichado. Fiz um lanche rápido e fui dormir. Dormi o resto do dia e a noite levantei para comer e conversar um pouco com o pessoal. O dedo machucado tinha inchado e estava latejando. Cogitei ir até um hospital em Curitiba, para dar uma olhada melhor no ferimento. Meu receio era de que alguma sujeira ou pedaço de madeira tivesse ficado dentro do dedo.

Nessa viagem o Roberto, que está fazendo um curso noturno de cozinha no Senac, foi nosso cozinheiro. Ele caprichou nas refeições e confesso que nunca comi tanto e tão bem durante uma viagem as montanhas. Ele se mostrou bem preocupado com meu dedo machucado e a noite tive tratamento vip por parte dele. A todo momento ele vinha me trazer churrasco e refrigerante, queria saber como estava meu dedo, perguntava se eu queria ir para um hospital e muita coisa mais.

Dormi cedo, tinha esfriado bastante e meu saco de dormir colocado em cima de um colchão no chão, estava bastante acolhedor. No dia seguinte levantamos cedo, arrumamos nossas coisas e pegamos a estrada de volta para casa. Meu dedo estava ainda mais inchado e doendo, o que me fez tomar alguns comprimidos para dor. Não vi necessidade de parar num hospital em Curitiba. Só fui buscar tratamento médico no dia seguinte, quando já estava em minha cidade e acordei com o dedo roxo, muito inchado e ainda mais dolorido. Tive que tomar antibióticos durante uma semana e também tomar vacina para tétano. A vacina (pra variar) me deu reação e fiquei um dia e meio muito mal, com dores pelo corpo, febre e desanimo. Mas no fim tudo deu cedo e o dedo está curado.

Essa foi uma viagem e uma aventura muito legal e nosso grupo se mostrou divertido e a parceria foi total. Agora que venham as próximas montanhas…

 

 

Vitor, Ronaldo e Cris.
Ao fundo a Represa do Capivari.
André, Vander, Roberto e Welison.

 

Vivian Maier

Uma de minhas paixões é a fotografia e hoje por acaso ouvi falar pela primeira vez sobre uma fotógrafa cuja obra foi descoberta há poucos anos e que está fazendo muito sucesso pelo mundo. O nome da fotógrafa é Vivian Maier. Ela nasceu em Nova York, trabalhou quase a vida toda como babá e governanta nas cidades de Nova York e Chicago. Ela sempre foi reservada e seu hobby era a fotografia. As famílias que a contrataram nessas duas cidades, não sabiam que ela fotografava de forma obsessiva.

Durante uma fase de sua vida, Vivian viajou por alguns países, tendo inclusive visitado a América do Sul. Por onde andava ela costumava carregar uma máquina fotográfica e gostava de tirar fotos do cotidiano, de pessoas aleatórias que via pelas ruas. E antes do selfie se tornar modinha, Vivian gostava de tirar auto retratos utilizando o reflexo de vitrines, espelhos, rodas de carros e etc.

Vivian faleceu em 2009 numa casa de repouso em Chicago, aos 83 anos. Deixou para a posteridade milhares de fotos, sendo a maioria em preto e branco. Poucas de suas fotos tinham sido reveladas. Ela deixou centenas de rolos de filmes guardados em um depósito público (depósitos comuns de se encontrar nos Estados Unidos, onde se paga uma taxa mensal para guardar coisas). Quando ficou velha e não tinha mais dinheiro para pagar o aluguel mensal do depósito onde estavam guardadas suas coisas, todo seu acervo acabou indo parar em um leilão. O comprador, John Maloof, de 27 anos, arrematou em 2007 por US$ 400,00 cerca de 30 mil negativos e 1.600 rolos de filmes não revelados. Ao olhar pela primeira vez o acervo de Vivian, não encontrou  nada interessante. Ele pesquisou sobre a autora e não encontrou nada sobre ela, então guardou o acervo no armário.

Em 2009, por acaso John Maloof leu num jornal o obituário falando sobre a morte de Vivian Maier. Curioso foi pesquisar sobre a desconhecida fotógrafa. Desvendou a vida dela, revelou os filmes que tinha guardado no armário e descobriu que tinha em mãos um verdadeiro tesouro, que mostrava através de fotografias tiradas entre 1953 e 1984, histórias de pessoas desconhecidas e do cotidiano de então. Jonh Mallof fez um documentário sobre Vivian Maier, o qual fez sucesso e tornou famosa a fotógrafa discreta que jamais sonhara em se tornar famosa.

O documentário “À procura de Vivian Maier”, que concorreu ao Oscar em 2015, foi parar na Netflix e muitas das fotos de Vivian foram parar em exposições em famosas galerias de arte e museus pelo mundo. Vivian Maier tinha grande talento para a fotografia, talento que ela desconhecia. 

Familiares próximos de Vivian, tendo como base a Lei de Direitos Autorais, entraram na justiça americana exigindo que o acervo volte para suas mãos. Enquanto a briga judicial está correndo, advogados da família exigiram que as imagens fossem retiradas de galerias, museus e que nada fosse comercializado. Processos desse tipo podem durar anos e por isso boa parte da obra de Vivian Maier pode ficar escondida por mais um longo tempo.

NovaYork, 1953.
Foto de 1956.
Uma das fotos coloridas de Vivian Maier.

ALGUNS AUTO RETRATOS DE VIVIAN MAIER

Documentário: “A Procura de Vivian Maier” (2013).

O Hóspede Americano

O Hóspede Americano é uma série que está estreando na HBO. Ela conta uma história real sobre a expedição que o ex-Presidente norte Americano Theodore Roosevelt, fez pela amazônia em companhia do Marechal Cândido Rondon. Existe um livro (esgotado) que conta essa história em detalhes, O Rio da Dúvida (Candice Millard).

Em O Hóspede Americano, após perder as eleições para a presidência dos Estados Unidos, o ex-Presidente Theodore Roosevelt (Aidan Quinn) desembarca em solo brasileiro para realizar uma expedição no último rio não explorado do país, o Rio da Dúvida em Rôndonia. Ele parte nessa aventura ao lado de seu amigo de longa data Farrel Nash (David Herman) e do filho Kermit (Chris Mason). Eles tem a ajuda do Marechal Cândido Rondon (Chico Diaz), responsável por interligar as regiões mais distantes do Brasil. As diferenças de personalidade dificultam a relação entre o ex-Presidente e o militar, mas eles precisararão aprender a trabalhar juntos para conduzir essa viagem.

O Hóspede Americano.
Livro: O Rio da Dúvida

Exposição do Magic Bus (ônibus 142)

O trabalho de conservação e reparação para colocar o ônibus 142 em exposição no Museu do Norte,da Universidade do Alaska, deve durar entre dois e três anos. O processo de trazer o ônibus 142 ao público é um pouco demorado, em razão do cuidadoso trabalho de conservação do ônibus e documentação dos objetos contidos nele e a história representada por eles. Documentar a história do ônibus 142 e as histórias associadas a ele é um processo de longo prazo que envolve pesquisa de arquivos, entrevistas e coleta de informações, fotos, vídeos e testemunho de pessoas que estiveram no local original onde o ônibus estava e que documentaram algo sobre ele. 

Enquanto o ônibus 142 estiver nesse processo de preparo e restauro, será possível acompnhar on-line seu estado e observar os processos pelo qual ele estará passando. A Universidade do Alaska criou um link onde em breve será possível acompanhar o ônibus 142 ao vivo. 

https://uaf.edu/museum/collections/ethno/projects/bus_142/

O ônibus 142 se muda para novo local

O ônibus 142 se muda para o prédio de engenharia da UAF. 

O ônibus 142 está de volta aos olhos do público. Na tarde de quarta-feira, o Museu do Norte da Universidade do Alasca transferiu o ônibus da década de 1940, que ficou famoso pelo livro "Into the Wild" (Na Natureza Selvagem) de Jon Krakauer e o filme de 2007 de mesmo nome, para o prédio de engenharia da universidade em Fairbanks. 

Ele passará o resto do ano acadêmico no laboratório de alto padrão do prédio, onde a equipe do museu, engenheiros e conservadores continuarão o trabalho meticuloso de prepará-lo para exibição no museu. O laboratório, que é visível do átrio do prédio, oferecerá um local aconchegante para trabalhar e a primeira chance do público de ver o ônibus desde sua remoção da Stampede Trail no ano passado.

“O processo de preparação do Ônibus 142 para exibição permanente é demorado, mas sua presença no prédio de engenharia permitirá que o público acompanhe esse processo, tanto aqui em Fairbanks quanto online”, disse a gerente sênior de coleção de etnologia e história do museu, Angela Linn. O museu planeja instalar uma webcam para que o público possa ver online o trabalho de conservação. 

A fama do ônibus 142 cresceu com a história de Chris McCandless, um homem de 24 anos que morreu no ônibus em 1992. O local remoto ao norte do Parque Denali tornou-se um destino frequentemente perigoso para visitantes inspirados na história de McCandless. Alguns desses visitantes ficaram feridos ou morreram durante a viagem, o que levou o Departamento de Recursos Naturais do Alasca a remover o ônibus da Stampede Trail em junho de 2020. Três meses depois, o ônibus chegou a um depósito em Fairbanks, onde a equipe do museu começou trabalho de conservação.

Durante o inverno, a equipe do museu tirará fotos detalhadas e digitalizações 3D do ônibus, e construirá uma estrutura para apoiar a estrutura do ônibus. Durante o semestre da primavera, eles trabalharão com estudantes de engenharia da UAF no projeto e fabricação de uma capa para a exposição, que está programada para ser ao ar livre ao norte do museu no campus Fairbanks da Universidade do Alasca em Fairbanks. No próximo ano, especialistas em conservação de veículos históricos começarão a preparar o ônibus para a exposição, processo que envolve tanto reparos e limpeza, quanto obras de preservação.

“Nosso objetivo é que os visitantes vivenciem a história completa do ônibus: sua jornada ao Alasca, seu papel nos últimos meses de Chris McCandless e as décadas de interesse público após sua morte”, disse Linn.

O público pode ver o ônibus do átrio do prédio de engenharia nos dias úteis das 8h às 20h e online por meio de uma webcam que será instalada em breve, que terá um link no site do museu.

MAIS INFORMAÇÕES

Apoie a preservação, interpretação e exibição do ônibus visitando https://uaf.edu/museum/collections/ethno/projects/bus_142/


PS: O link com o texto em inglês nos foi enviado por Bárbara Bezerra de Menezes.
O ônibus 142 do Fairbanks Transit System chega ao campus de Troth Yeddha na quarta-feira, 6 de outubro de 2021, no laboratório de testes estruturais da unidade de engenharia, aprendizado e inovação. (UAF photo by JR Ancheta)
O ônibus 142 é baixado no laboratório estrutural das Instalações de Engenharia, Aprendizagem e Inovação para preservação na quarta-feira, 6 de outubro de 2021 no campus de Troth Yeddha. (UAF photo by JR Ancheta)
Um grupo de alunos se reúne para observar o ônibus Fairbanks Transit 142 no Centro de Engenharia, Aprendizagem e Inovação na quarta-feira, 6 de outubro de 2021 no campus Fairbanks. (UAF photo by JR Ancheta)

Walt Disney World 50 anos

O Walt Disney World está completando 50 anos hoje. Foi em 1 de outubro de 1971 que o Magic Kingdom foi aberto aos visitantes pela primeira vez. O Walt Disney World atualmente recebe anualmente milhões de pessoas em seus parques temáticos e hotéis.

Disneyland Park, originalmente Disneyland e comumente referido em português como a Disneylândia, é o primeiro de dois parques temáticos construídos no Disneyland Resort em Anaheim, Califórnia, inaugurado em 17 de julho de 1955. É o único parque temático projetado e construído sob a supervisão direta de Walt Disney. Originalmente, era a única atração da propriedade; seu nome oficial foi alterado para Disneyland Park para diferenciá-lo do complexo em expansão na década de 1990. Foi o primeiro parque temático da Disney.

Com planos de expansão, Walt Disney não pode fazer isso com a Disneyland, pois a maioria dos terrenos em volta tinham sido ocupados por vários tipos de construções e os terrenos vagos custavam uma fortuna. Então Walt Disney teve a ideia de construir um novo parque e na surdina comprou enorme quantidade de terras na então pouco conhecida cidade de Orlando, no sul do estado da Flórida. Ali ele começou a construir o Walt Disney World. Infelizmente Walt Disney faleceu antes de ver seu novo parque inaugurado.

Graças ao Walt Disney World, a cidade de Orlando cresceu e hoje é uma das cidades mais visitadas no mundo e a cidade mais visitada dos Estados Unidos. O Walt Disney World possui quatro parques temáticos: Magic Kingdom, Epcot, Disney´s Hollywood Studios e Disney´s Animal Kingdom. Além dos quatro parques temáticos da Disney, a cidade de Orlando tem ainda dois parque da Universal Studios e um do Sea World.

Quando criança meu grande sonho era visitar a Disney, pois era grande consumidor dos quadrinhos e filmes da Disney. Mas para um garoto pobre de um bairro humilde de uma pequena cidade do interior do Paraná, tal sonho nessa época era impossível. Mas os anos passaram e logo após completar 32 anos de idade, o garotinho do interior do Paraná conseguiu realizar seu grande sonho de infância, ao visitar pela primeira vez a cidade de Orlando e o Walt Disney World. E para o sonho ser ainda mais completo, o garotinho sonhador do passado voltou outras vezes a Orlando e a Disney, tendo inclusive morado durante um ano na cidade de Orlando.

Isso prova que sonhos não tem preço e que passe o tempo que for é possível de serem realizados…

Minha primeira vez no Walt Disney World, 31/05/2002.
No Epcto, em 2003.
No Disney Hollywood Studios, em 2011.
Walt Disney no lançamento do projeto do Walt Disney World.

A Bela Adormecida do Everest

Francys Distefano Arsentiev se tornou a primeira mulher dos Estados Unidos a chegar ao cume do Monte Everest sem a ajuda de oxigênio em garrafa, em 22 de maio de 1998. Ela morreu durante a descida e ficou conhecida como “A Bela Adormecida”. Tinha 40 anos quando morreu.

Francys fez história no Everest ao atingir o cume, mas na descida algo deu errado e ela e o marido, Sergei, foram forçados a passar a noite na zona da morte e ficaram separados. Na manhã seguinte, Sergei sofreu uma queda fatal tentando resgatar Francys. Eles estavam por volta de 8.550m de altitude. Os escaladores Ian Woodall e Cath O´Dowd, chegaram até Francys às 5h00 e desistiram do cume, ficando com ela por uma hora em temperaturas extremas antes de serem forçados a deixarem agonizando e retornarem para a segurança do Campo 4. Algum tempo depois, Francys sucumbiu ao congelamento e à exaustão vindo a morrer.

Seu corpo ficou extirado próximo a trilha e devido a estar localizado em uma altitude muito alta, era muito difícil tirar ele de lá. O corpo de Francys passou a fazer companhia a outros cerca de 200 corpos que estão abandonados nas trilhas e encostas do Everest.

Anos se passaram e Woodall, que ficou com ela nas horas finais, se tornou assombrado pela incapacidade de salvá-la e muito chateado com o fato de seu corpo ter se tornado um ponto de referência. Em 2007, Woodall, retornou ao Everest especificamente para remover o corpo de Francys de vista. Woodall e um Sherpa que se voluntariou para ajudar, caminharam até o local onde ele lembrou ter deixado Francys. O plano original era criar uma lápide de pedras para ela, mas para o desânimo de Woodall, ele encontrou a área enterrada por um metro de neve. Os dois começaram a cavar e com um pouco de sorte encontraram Francys na segunda tentativa. Eles tinham corda o suficiente para abaixar o corpo dela ao longo da borda da montanha e foi isso que fizeram. Após envolverem seus restos mortais rígidos com a bandeira americana e dizerem algumas palavras, eles a desceram pela enconsta da montanha, aparentemente para o mesmo lugar onde Sergei estava. Levaram cinco horas para executar tal tarefa. Dessa forma o corpo de Francys desapareceu da vista dos montanhistas e deixou de ser ponto de referência.



Sargento Fahur

O Sargento Gilson Cardoso Fahur é paranaense, natural de Londrina, casado, católico e por 35 anos atuou como policial militar rodoviário. Foi integrante da Rotam (Rondas Ostensivas Tático Metropolitanas) da 4ª Companhia da Polícia Rodoviária Estadual do Paraná (PRE), cuja lotação é na cidade de Maringá.

Ele se tornou nacionalmente conhecido pelo sucesso nas operações que liderou e também pela linha dura em sua atuação como policial militar rodoviário quando, juntamente com sua equipe, realizou grandes apreensões de entorpecentes que ganharam o noticiário local e nacional. Somado a isso, também se tornou notório por suas declarações enérgicas contra criminosos em entrevistas a reportagens jornalísticas que viralizaram pelas redes sociais, particularmente aquelas contra o narcotráfico. Frequentemente, Sargento Fahur se declara contra a legalização das drogas, a favor da pena de morte e defende o direito da população civil a ter posse e porte de armas.

Em suas páginas no Facebook, ele conta atualmente com mais de 2 milhões de seguidores, além de possuir outras dezenas de milhares no Twiter, Instagram e YouTube. Em suas postagens nas redes sociais, ele costuma publicar frequentes mensagens contra criminosos.

Em junho de 2013, Sargento Fahur e sua equipe foram homenageados pela Câmara Municipal de Vereadores de Maringá pelos serviços prestados à corporação e ao Estado, com a entrega do título Mérito Comunitário e Brasão do Município.

Nas eleições de 2014, Sargento Fahur foi candidato a Deputado Federal representando o Estado do Paraná, quando obteve 50.608 votos (0.89%) e, embora não eleito, tornou-se primeiro suplente na respectiva coligação.

Em maio de 2015, o programa humorístico Pânico na Band apresentou o personagem cômico “Sargento Fagur”, em referência ao policial paranaense, sendo interpretado pelo humorista Márvio Lúcio, o “Carioca”. Em abril de 2017 o personagem voltou a aparecer na atração.

Em 2017, com a aposentadoria compulsória prevista na legislação estadual do Paraná, entrou para a Reserva Remunerada da Polícia Militar do Estado do Paraná, após 35 anos servindo na corporação.

Em março de 2018, com pretensões a uma cadeira na Câmara dos Deputados, filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD). Inicialmente, era previsto que Fahur se filiasse ao Partido Social Liberal (PSL), mas, segundo Fahur, essa opção foi vetada por dirigentes deste partido por razões de estratégia eleitoral, o que fez então a sua escolha recair sobre o PSD, partido liderado no Paraná por Ratinho Junior, embora o sargento da reserva continue a apoiar o Presidente da República eleito, Jair Bolsonaro.

Em outubro de 2018 foi eleito Deputado Federal pelo estado do Paraná. Foi o candidato mais votado para o cargo no Paraná, com 314.963 votos.

Fonte: Wikipédia

BIOGRAFIA

  • Nome Civil: GILSON CARDOSO FAHUR
  • Nascimento: 06/11/1963
  • Naturalidade: Londrina , PR
  • Profissões: Policial
  • Filiação: Amin Fahur e Aparecida Cardoso
  • Escolaridade: Ensino Fundamental

Mandatos na Câmara dos Deputados:

Deputado Federal – 2019-2023, PR, PSD

Data de posse: 01/02/2019

CÂMARA DOS DEPUTADOS – 56ª Legislatura:

COMISSÃO PERMANENTE:
Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional – CREDN: Suplente, 10/03/2021 – , Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado – CSPCCO: Titular, 12/03/2019 – 03/02/2020, 10/03/2021 .

COMISSÃO ESPECIAL:
PL 1645/19 – PROTEÇÃO SOCIAL DOS MILITARES: Suplente, 21/08/2019 – 10/12/2019, PL 1595/19 – AÇÕES CONTRATERRORISTAS: Suplente, 23/06/2021.

Atividades Profissionais e Cargos Públicos:

1º Sargento da Policia Militar do Paraná, Governo do Estado do Paraná / PMPR, Maringá , PR, 1983 – 2017.

Para saber mais sobre o Sargento Fahur, visite seu canal no Youtube, no link abaixo:

https://www.youtube.com/c/SargentoFahur1

Henrique Paulo Schmidlin (Vitamina)

As peripécias de Henrique Schmidlin sobre as montanhas começaram bem cedo. O menino, nascido em 1930, costumava passar as férias escolares na casa da família de sua mãe, na região de Bocaiúva do Sul. Lá, por horas admirava o sobe e desce que os morros faziam ao redor do terreno da propriedade. Um dia seu tio resolveu levá-lo até um deles. A subida exigente para as pernas de 8 anos, a possibilidade de encontrar algum bicho no caminho, a luta por entre a vegetação para alcançar o ponto mais alto, todo o percurso foi fascinante. Era apenas um morro, mas para Henrique, admirador dos aventureiros personagens dos livros do alemão Karl May, parecia um gigante desafio. Depois da primeira subida, as férias do menino passaram a ser uma alegria só. Henrique gastava todo o tempo que podia explorando cada morro que encontrava na região. Mas, ao voltar para Curitiba, onde morava, limitava-se a alguns passeios com a família, além disso, era preciso se dedicar aos cadernos e livros do colégio católico em que estudava. E foi lá que Henrique, na década de 1940, viu algo que mudaria sua vida

Um dia, em um quadro no colégio, viu pendurada uma folha que estampava a figura de uma montanha. O menino parou, encantado com aquele desenho: no mesmo instante em que seus olhos se fixaram sobre a imagem, ele soube que precisava subir aquela montanha. Em cima do cartaz havia um nome:

“Marumby”, na grafia da época. Com o sangue aventureiro pulsando forte, Henrique, com um amigo, embarcou em um trem em Curitiba, para descer na estação Marumbi. Lá, os dois pegaram uma trilha e alcançaram o cume do Olimpo, na época, considerada a montanha mais alta do Sul do Brasil, com uma altitude atribuída de 1.810 metros, numa região não muito distante da capital. A mesma sensação encontrada nos morros, quando mais novo, capturou Henrique, mas de uma maneira tão maior quanto a montanha que havia agora encarado. Fim de semana após fim de semana, o jovem voltou a subir as elevações. Pelas trilhas do conjunto Marumbi, conheceu ilustres montanhistas, muitos deles que haviam, inclusive, sido os primeiros homens a tocarem o alto das elevações daquele conjunto.

Simpático e falante, Henrique logo já era amigo de todos, e, seguindo a tradição da época, ganhou o apelido que deixaria seu nome completo sempre em segundo plano. Em uma época na qual sardinha e carne eram os alimentos preferidos de muitos brasileiros, o jovem de descendência alemã levava para todos os seus passeios uma mochila farta de frutas e verduras, ricas em vitamina.

Pertencendo agora a um grupo de montanhistas que era motivado por aventuras e conquistas, Vitamina participava de desafios inventados pelo engenhoso colega de montanha Rudolfo Stamm. As propostas incluíam ver quem subia mais montanhas, quem conseguia subir por uma trilha, voltar por outra, escalar as paredes rochosas, entre outras aventuras. Um grande alvo surgiu quando o geógrafo Renhard Maack descobriu outro ponto culminante na serra, mais alto do que o Olimpo, e lhe deu o nome de Pico Paraná. Com altitude inicial calculada de 1.979 metros, o pico foi conquistado por uma expedição que contava com Reinhard Maack, Rudolfo Stamm, Alfredo Mysing, Josias Armstrong e Benedito Lopes de Castro, em 1941, e logo viraria febre entre os outros montanhistas, que lutavam para chegar ao cume, em uma época em que se aproximar da região daquelas montanhas já era uma aventura. Outras competições surgiram para tentar chegar aos cumes da Serra da Graciosa, Serra da Farinha Seca e da Serra da Prata. Em 1947, Rudolfo Stamm e outros montanhistas fundaram o famoso Círculo de Marumbinistas de Curitiba (CMC) e o nome de Vitamina aparecia como um dos primeiros integrantes.

Aos poucos, com a maioria das montanhas já conquistadas, o interesse começou a se voltar para os paredões rochosos, convidativos à prática da escalada. As primeiras subidas surgiram com a Via dos Bandeirantes e a Chaminé do Gavião, essa última considerada o marco inicial da escalada em rocha no Marumbi. Vitamina, os irmãos Curial, Tarzan e Sobanski logo foram enfeitiçados pela grandiosa parede norte da montanha Esfinge. Ali, passaram quase quatro anos investindo em escaladas para abrir uma via. Como se já não bastasse a imensidão daquela rocha, primeiro, era necessário caminhar por uma trilha durante quase duas horas para chegar até o início da parede. Sem esquecer de levar nas costas os pesados equipamentos para a escalada, que incluíam talhadeira, grampos e outros aparatos para abertura da via, além da corda de sisal, pesada, que fazia a “segurança” do escalador. A parede começou a ser desbravada em fevereiro de 1950, por Orisel e Osires Curial. No dia 26 de fevereiro de 1954 lá estavam Vita e Tarzan, ainda investindo nessa via. Os dois iniciaram as grampeações já a noite, com a ajuda de um precário lampião que a certa altura os deixou na mão. Mesmo assim prosseguiram, agarrando a parede, juntando[1]se a ela até tornar-se um só na imensa escuridão. Na metade da madrugada resolveram descansar, dormiram sobre as rochas. Com o despontar forte do sol, retomaram o trabalho, com pouca reserva de água potável. A cada grampo fixado ao grande paredão, um sentimento de vitória, a cada esforço que o braço já cansado lutava para fazer, os montanhistas ficavam mais próximos de concluir a via. Com sede e um grande cansaço de repente avistaram o cume da montanha e, finalmente, puderam nela pisar a partir de um caminho até então inexplorado. Até hoje, os 230 metros desse pare[1]dão são respeitados como uma escalada de dificuldade técnica ainda alta, mesmo com o uso de equipamentos mais modernos.

Não contente em subir e escalar as elevações rochosas, Vita também promovia diversas atividades pela região da Serra do Mar, para atrair as pessoas para perto das montanhas e da natureza. A tão famosa descida de boia realizada ainda hoje pelo curso do rio Nhundiaquara teve uma de suas primeiras edições com o “boia-cross” de Vitamina — um evento idealizado por ele que separou 400 boias para os participantes. No dia programado para a descida mais de mil pessoas compareceram. A descida com carrinho de rolamento pelas belas curvas da estrada da Graciosa também era outra tradição, que Vita organizou durante nove anos. Além disso, pescas, passeio de caiaque, prova de mergulho, de orientação e até corrida pelas montanhas ele inventou.

Chamadas quase todo fim de semana para resgatar novatos que se perdiam na mata. Para dar um fim ao problema, ele começou a pintar as trilhas do conjunto Marumbi, mas, a força da floresta logo fazia questão de sumir com a tinta. Quando um amigo lhe trouxe fitas de plástico, o montanhista encontrou a solução para sinalizar o caminho. Escolheu uma cor para simbolizar cada trilha, amarrou as fitas em árvores ao longo dos percursos e seus serviços como “socorrista de montanha”, para seu alívio, foram se tornando desnecessários. Curador do patrimônio natural do Paraná, logo na criação do cargo, nele permaneceu por quase 20 anos, ajudando a preservar, não somente as montanhas, como também outras belezas naturais do estado. São muitas as histórias desse inquieto aventureiro, mas elas ainda não terminaram. Aos, 84 anos, em 2014, ele continua ativo, desbravando as elevações que tanto o fascinam, trilhando novos caminhos, fazendo jus ao apelido que a montanha carinhosamente o deu.

O incansável Vitamina também prestou socorro a muitos que se perdiam pelas trilhas. Muito antes do Cosmo (Corpo de Socorro em Montanha) chegar ao Marumbi, o montanhista recebia chamadas quase todo fim de semana para resgatar novatos que se perdiam na mata. Para dar um fim ao problema, ele começou a pintar as trilhas do conjunto Marumbi, mas, a força da floresta logo fazia questão de sumir com a tinta. Quando um amigo lhe trouxe fitas de plástico, o montanhista encontrou a solução para sinalizar o caminho. Escolheu uma cor para simbolizar cada trilha, amarrou as fitas em árvores ao longo dos percursos e seus serviços como “socorrista de montanha”, para seu alívio, foram se tornando desnecessários. Curador do patrimônio natural do Paraná, logo na criação do cargo, nele permaneceu por quase 20 anos, ajudando a preservar, não somente as montanhas, como também outras belezas naturais do estado. São muitas as histórias desse inquieto aventureiro, mas elas ainda não terminaram. Aos, 84 anos, em 2014, ele continua ativo, desbravando as elevações que tanto o fascinam, trilhando novos caminhos, fazendo jus ao apelido que a montanha carinhosamente o deu.

Texto do livro: O Chamado da Montanha (Letícia Toledo)

Vitamina (Foto: Gazeta do Povo)

PS: O Vitamina está com 90 anos, e junto com o Cesar Fiore acaba de lançar o livro Puro Montanhimo – Os Conquistadores.

Viagens e Aventuras – 09

Hoje o programa Viagens e Aventuras recebeu o historiador Arléto Rocha, que entre outros assuntos falou sobre os Caminhos de Peabiru.

Para assistir ao programa na íntegra, basta acessar o link no vídeo abaixo:

https://www.facebook.com/radiolivefmbr/videos/200842085336080

André, Arléto e Vander.

Mickey’s Toontown Fair

Cresci lendo revistinhas em quadrinhos Disney. Na verdade comecei a ver as revistinhas Disney, anos antes de aprender a ler. Sempre fui fã dos gibis, filmes e personagens Disney. Em 2002 estive pela primeira vez na Disney de Orlando, o Magic Kingdom. Uma das atrações que mais gostei foi a Mickey’s Toontown Fair, onde ficava a Casa do Mickey. Dentro da casa, construída em tamanho real, eu me sentia dentro de uma das histórias em quadrinhos de que tanto gostava. Esta parte do parque foi construída em 1988, na comemoração de 60 anos do Mickey. Tudo na casa tinha tamanho infantil e se parecia com uma cena de desenho animado.

Faziam parte da Mickey’s Toontown Fair:

  • Mickey’s Country House: A casa de Mickey.
  • Goofy’s Wiseacres Farm: A fazenda do Pateta, tinha uma mini montanha russa, desenhada especialmente para crianças, chamada The Barnstormer.
  • Minnie’s Country House: A casa de Minnie, em azul e rosa bebê, mostrava os predicados da ratinha namorada do Mickey.
  • Toon Park: Playground para crianças pequenas.
  • Donald’s Boat: O barco do Pato Donald.

Em 2012 o Mickey’s Toontown Fair foi removido para dar lugar a novas atrações da Fantasyland. Deixou saudades!

Mickey’s Toontown Fair
Mickey’s Country House
Cozinha do Mickey.
Geladeira do Mickey.
Cama do Mickey.
Donald’s Boat
Goofy’s Wiseacres Farm
Pete’s Garage
Em uma de minhas visitas à casa do Mickey.

Viagens e Aventuras – 08

Hoje o programa Viagens e Aventuras recebeu o Paulo Weber, que nos contou sobre algumas de suas aventuras em montanhas e trilhas da serra do mar paranaense.

Para assistir ao programa na íntegra, basta acessar o link no vídeo abaixo:

https://www.facebook.com/radiolivefmbr/videos/108241961446319

Vander, Paulo Weber e André.

Livro: Puro Montanhismo

Encontra-se em fase de pré-lançamento o livro PURO MONTANHISMO – Os Conquistadores. Obra de Cesar Fiore e do Vitamina (Henrique Paulo Schmidlin), tem 365 páginas e muitas fotografias de época. O livro conta sobre todas as fases do Montanhismo Paranaense, desde a conquista do Marumbi, em 1879, até os dias atuais.

Interessados em adquirir o livro, entrem em contato com o Fiore pelo Facebook:

https://www.facebook.com/cesar.fiori

80 anos da conquista do Pico Paraná

Oitenta anos atrás, cinco aventureiros molhados até os ossos saem das barracas de lona sem forro, para contemplar um amanhecer espetacular de frente para o majestoso Pico Paraná. No dia anterior avançaram para o Pouso da Sorte (A1) com o tempo levemente melhorando depois de suportarem três dias e noites de feroz aguaceiro no cume do Caratuva.

Alfredo Mysing, Benedito Lopes de Castro, Josias Armstrong, Reinhard Maack e Rudolf  Stamm, se preparam para o ápice de sua jornada épica. A frente uma profunda e desconhecida grota os separa do gigante de pedra que se ergue altivo em direção ao céu. A estreita crista do Fio de Ligação é povoada por arbustos duros e retorcidos que lhes oferecem aguerrida resistência até o fundo da grota, quando enfim começa a escalada. Sobem pela parede quase vertical carregando pesados fardos com instrumentos de medição, agarrados em frágeis moitas de capim que se desprendem ao mais leve toque. Unhas cravadas nas saliências da pedra, o sangue quente pulsando nas veias, a morte lambendo seus calcanhares.

Lentamente vencem cada obstáculo que a natureza, rija e cruel daquele lugar lhes impõe. Vencem o desconhecido e o medo para ás 13h45min plantarem firmemente os pés sobre o falso cume onde o vento feroz já não encontra freios. Uma parede magnífica de pedra vertical ainda se ergue a frente e o cientista volta a se impor sobre o aventureiro Reinhard Maack, que imediatamente passa a operar seus equipamentos de medição, auxiliado por Josias Armstrong.

Cinqueta metros de pedra nua e vertical os separam da vitória definitiva. O castelo de cume os desafia com sua altivez. A mente de aventureiros natos ardem em desejos, as mãos coçam e partem resolutos para a luta contra seus mais profundos temores. Seremos capazes de vencer o gigante? Benedito Lopes de Castro retorna abatido pela fadiga, mas Alfred Mysing e Rudolf Stamm prosseguem resolutos.

Gritos de júbilo e o espocar de 2 rojões anunciaram a vitória sobre o ponto mais alto do Paraná (e do sul do Brasil). Estavam no dia 13 de julho de 1941.

Texto: Cesar Fiori

Grupo Trilhas do Paraná (Facebook)

Reinhard Maack
Rudolf Stamm
Vander Dissenha no cume do Pico Paraná.

80 anos da Primeira Ascensão do Pico Paraná

Hoje fazem 80 anos que o Pico Paraná foi conquistado pela primeira vez. A montanha mais alta do sul do Brasil, com 1.877 metros, foi conquistada em 13 de julho de 1941, por Rudolfo Stamm e Alfred Mysing. Tal conquista foi motivada pela pesquisa científica realizada pelo famoso geógrafo alemão Reinhard Maack, que desejava descobrir a verdadeira altitude da montanha, num capítulo em comum entre a história do montanhismo e das geociências.

Viagens e Aventuras – 06

O programa Viagens e Aventuras de hoje, recebeu Welisson Ribas para uma conversa descontraida sobre vários assuntos.

Para assistir ao programa na íntegra, basta acessar o link no vídeo abaixo:

https://www.facebook.com/radiolivefmbr/videos/348467753328267

Vander, Welisson e André.

Livro: Casa Ipiranga

LANÇAMENTO DO LIVRO HISTÓRICO DA CASA IPIRANGA

Será lançado, no dia 15 de junho, às 20 horas, o livro que resgata a história da Casa Ipiranga, o chalé mais charmoso da Serra do Mar.O evento será transmitido numa live pelo canal do YouTube, pesquisando pelo título do livro: Casa Ipiranga o Palácio da Serra do Mar.

Construído a 132 anos, em 1889, serviu de residência para o engenheiro Bruno Lange e sua família, responsável pela manutenção da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba, no trecho da Serra, nos seus primeiros anos de funcionamento. Convidado da família, o pintor Alfredo Andersen também morou por uns tempos na Casa. A sua presença no local, influenciou o surgimento do pintor Lange de Morretes, filho mais velho do engenheiro Lange.Chamado carinhosamente de Palácio da Serra, a Casa Ipiranga teve destino e ocupação até 1996. Ficou órfã durante o processo de privatização da Rede e, a partir daí, começou a ser destruída por vândalos.Hoje, o aspecto da Casa mais se parece com as ruinas de uma construção abalada num conflito militar.Passados 25 anos de abandono, eis que surge um grupo interessado na sua reconstrução. A criação da Associação SOS Casa Ipiranga vem realizando gestões para viabilizar o projeto. O livro, em lançamento, aborda toda a história deste Chalé, incluindo depoimentos e informações contidas em relatórios do Arquivo Histórico Nacional, da Rede e bibliografia que tratou do tema ao longo de décadas, além de depoimentos orais.Mais de 200 fotografias estão impressas na publicação, coloridas e em sépia, muitas inéditas , enriquecendo o seu conteúdo.O autor do livro, Rubens Habitzreuter , relata com detalhes o seu conhecimento da Casa, onde pernoitou muitas vezes, na década de 50, acompanhando o seu pai, que fazia a manutenção da pequena usina hidrelétrica existente no local.Parte da receita oriunda da venda do livro, será destinada à Associação SOS Casa Ipiranga, como donativo ao projeto para a sua reconstrução.

Caminho de Cora Coralina

O Caminho de Cora Coralina é uma trilha de longo curso com aproximadamente 300 quilômetros de extensão, que cruza as cidades históricas de Corumbá de Goiás, Pirenópolis, São Francisco de Goiás, Jaraguá e a Cidade de Goiás, abrangendo também os municípios de Cocalzinho de Goiás, Itaguari e Itaberaí. Idealizado em 2013, o projeto teve como propósito interligar os municípios, povoados, fazendas e atrativos, passando por antigos caminhos, numa rota turística para Caminhantes e Ciclistas.

Para a definição do traçado tomou-se como principais fontes documentais o relato de viagem “A Jornada a Goiás de Luís da Cunha Menezes, desde Salvador, em 1778”, quando este veio empossar-se no Governo da Capitania de Goiás; os livros “Viagem à Província de Goiás” e “Viagem ao Interior do Brasil” dos naturalistas Auguste de Saint’Hilaire e Johan Emanuel Pohl respectivamente, que passaram por esses caminhos entre 1818 e 1821; “Viagem às Terras Goyanas”, de Oscar Leal, extraordinário relato escrito nos anos 1880; e o “Relatório Cruls” – Relatório da Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil que explorou, entre 1892 e 1893, uma ampla região do entorno do Distrito Federal para definir a localização da nova Capital do Brasil.

Foi, também, de fundamental importância para a definição do traçado as informações obtidas de moradores locais que, em alguns casos, acompanharam a equipe de pesquisa de campo nas expedições exploratórias em busca de locais citados nos documentos, ou em longos bate-papos onde a tradição oral difundia fatos e feitos ocorridos na região.

Em 2017 foi retomada a implementação do Caminho de Cora Coralina pela Goiás Turismo – Agência Estadual de Turismo que ofereceu apoio em sua estruturação através do Programa Experiências na Natureza, viabilizando a inclusão dos Parques Estaduais e outras Unidades de Conservação no roteiro, mobilizando as comunidades locais e dando os primeiros passos para a organização da Associação Caminho de Cora Coralina. Ao mesmo tempo o ICMBio projetava os caminhos de longo curso pelo Brasil afora, contemplando o Caminho de Cora como a parte mais ocidental do Caminho dos Goyazes que ligará a Chapada dos Veadeiros a Cidade de Goiás num roteiro de mais de 1000 km.

Hoje o roteiro Caminho de Cora Coralina encontra-se consolidado, atendendo a caminhantes e ciclistas com pousos e alimentação ao longo de todo o seu percurso, tem uma associação formalizada com mais de 30 empreendedores e conta com mais de meia centena de colaboradores e voluntários que oferecem apoios em diversas áreas, cumprindo a missão de transformar o Caminho de Cora Coralina num roteiro de história, natureza, gastronomia e poesia. Um Caminho de Encontros!

Para maiores informações acesse o site http://www.caminhodecoracoralina.com.br