Edifício do Banespa

Outro passeio que fiz junto com a Andrea,  foi ao Edifício do Banespa. Fomos  até o mirante que fica no alto do prédio, onde a vista é incrivel. Pena que não da pra ficar muito tempo e os seguranças já pedem para descer, pois sempre tem fila de visitantes e o acesso é controlado, por motivo de segurança.

O Edifício Altino Alves, também conhecido como Edifício do Banespa é o 3º prédio mais alto de São Paulo e o 4º mais alto do Brasil. Foi construído a partir de 1939, pelo interventor federal Ademar Pereira de Barros, para sediar o Banco do Estado de São Paulo (Banespa), e inaugurado em 1947 também por Ademar de Barros quando este era governador de São Paulo. Durante mais de uma década foi o prédio mais alto da cidade, até ser superado pelo Mirante do Vale (que é o prédio mais alto do Brasil), em 1960. Seu projeto inicial foi alterado para fazê-lo à semelhança do Empire State Building, em Nova York. Logo após sua inauguração, chegou a ser considerado a maior estrutura em concreto armado do mundo.

A Torre Banespa é um dos destaques do edifício. Fica situada no ponto mais alto do prédio, acessível a partir do 34º andar, permite uma privilegiada vista panorâmica da cidade, com um alcance de até 40 quilômetros. É possível ver outros marcos importantes da cidade, como o Mercado Municipal, a Catedral da Sé, e até mesmo os edifícios Itália, Copan e Hilton, além de diversos bairros vizinhos. Isso tudo é possível também pois, apesar de não ser o prédio mais alto, ele está situado no ponto topograficamente mais alto do centro de São Paulo. No topo de edifício encontra-se uma bandeira do estado de São Paulo, medindo 7,20 metros de largura por 5,40 de altura, sendo trocada mensalmente por conta do desgaste provocado pelos fortes ventos a aquela altura.

Ao fundo o Edifício do Banespa. (06/08/2010)
Vista do alto da Torre Banespa. (06/08/2010)
Andrea e Vander no alto da Torre Banespa. (06/08/2010)
Vista do alto da Torre Banespa. (06/08/2010)

Estação da Luz

A Estação da Luz foi construída no fim da século 19 com o objetivo de sediar a recém-criada Companhia São Paulo Railway, de origem britânica, assim como de se constituir na parada paulistana de sua linha ferroviária, a qual ia de Santos, no litoral do estado, a Jundiai, no interior. Nas primeiras décadas do século 20, foi a principal porta de entrada da cidade de São Paulo. Por ela passava o café a ser exportado pelo porto de Santos, assim como também ali chegavam bens de consumo e de capital, importados, que abasteciam a cidade em uma fase pouco industrializada.

A estrutura metálica de ferro fundido que lhe dá sustentação foi trazida da Inglaterra, por meio de peças pré-moldadas e montada aqui. Seu projeto é atribuído ao engenheiro inglês Henry Driver. Na década de 1940 a Estação sofreu um incêndio e após a reforma, foi-lhe adicionado um novo pavimento no bloco administrativo. A partir deste período, o transporte ferroviário entrou em um processo de degradação no Brasil, assim como o bairro da Luz, levando a Estação a igualmente degradar-se. Nas duas últimas décadas a Estação passou por uma série de reformas, uma das quais encabeçada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, a qual teve como intenção adaptá-la a receber o Museu da Língua Portuguesa.

Estação da Luz. (06/08/2010)
Estação da Luz. (06/08/2010)

Estação da Luz. (06/08/2010)

Estação Julio Prestes

A estação original foi inaugurada em 10/07/1872, pela Estrada de Ferro Sorocabana e se chamava Estação São Paulo. Sua função era transportar para a capital paulista, sacos de café do interior paulista e paranaense. A antiga estação ficava ao lado da Estação da Luz, facilitando a transferência das sacas de café para os trens da São Paulo Railway, que na época era a única ferrovia que fazia o trajeto da capital paulista até o porto de Santos. A estação atual foi projetada por Cristiano Stockler das Neves, em 1925, no estilo francês Luís XVI. Foi concluída em 1938. A quebra da bolsa de Nova York em 1929 e o término da hegemonia da monocultura cafeeira, entre outros fatos, afetaram grandemente as ferrovias paulistas. Também a construção de auto-estradas e maior rapidez de locomoção via carros particulares e ônibus intermunicipais e interestaduais, fez com que o  público deixasse de tomar trens da FEPASA, novo nome da falida Estrada de Ferro Sorocabana. A partir disso a estaçao ficou decadente, sendo pouco utilizada. Em 1951 teve seu nome alterado em homenagem ao ex-presidente do Estado de São Paulo, Júlio Prestes.

A estação ficou abandonada por alguns anos e na década de 1990, o governador Mário Covas, atendendo a um pedido do regente da Orquestra Sinfonica de São Paulo, John Neschling, decidiu restaurar a estação de maneira que o local onde antigamente existiu um jardim, fosse convertido em uma sala de concertos, a Sala São Paulo. Atualmente serve aos trens da linha 8 da CPTM (Compnhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Estação Julio Prestes. (06/08/2010)
Interior da Sala São Paulo. (06/08/2010)

Jardim Botânico de São Paulo

Nesse final de semana estive em São Paulo a passeio. Encontrei-me com a Andrea e ela me levou a muitos lugares. Como conheço bem a cidade ela teve que se desdobrar para encontrar lugares que eu não conhecia. Entre muitos lugares que fomos um bem interessante foi o Jardim Botânico. Eu nem sabia que sampa tinha Jardim Botânico! O lugar é muito bonito e bem cuidado. Passamos uma tarde interessante ali, onde conversamos bastante.

Histórico do Jardim botânico de São Paulo

No final do século passado, a área do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga era uma vasta região com mata nativa, ocupada por sitiantes e chacareiros. Por ordem do governo as desapropriações na área vinham ocorrendo desde 1893 visando a recuperação da floresta, a utilização dos recursos hídricos e a preservação das nascentes do Riacho do Ipiranga.

Em 1917 a região tornou-se propriedade do Governo, passando a denominar-se Parque do Estado.Até 1928 serviu para captação de águas, que abastecia o bairro do Ipiranga.Neste mesmo ano o naturalista Frederico Carlos Hoehne foi convidado para implantar um Horto Botânico na região.

O Jardim Botânico de São Paulo foi oficializado em 1938 com a criação do Departamento de Botânica, na época órgão da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo. Em 1969 o Parque do Estado, onde o Instituto de Botânica está localizado, passou a denominar-se Parque Estadual das Fontes do Ipiranga.

http://www.ibot.sp.gov.br/educ_ambiental/historico.htm#

São Leopoldo – RS

Estou novamente em São Leopoldo á trabalho. Essa é a 12ª viagem para cá somente esse ano. E com tantas vindas para estas terras, acabei gostando da cidade, que é bastante simpática, lugar de povo amigo e mulher bonita. Então dessa vez não vou falar sobre a viagem em si, vou é contar um pouco sobre a cidade de São Leopoldo.

A cidade de São Leopoldo está localizada na região da encosta inferior do nordeste do Rio Grande do Sul, faz parte da Grande Porto Alegre, estando a 31,4 km da capital gaúcha. Foi povoada inicialmente por açorianos, já era um vilarejo quando em 18 de julho de 1824 a primeira leva oficial de imigrantes alemães chegou ao Brasil, enviada por Dom Pedro I com a intenção de povoar a região. Foram enviados para a desativada Real Feitoria do Linho Cânhamo, um estabelecimento agrícola do governo (onde eram produzidas cordas), que não dera muitos resultados, tendo falido, entre outros motivos, devido à corrupção dos administradores. Essa Feitoria localizava-se à margem esquerda do rio dos Sinos. Em 25 de julho de 1824, esses imigrantes chegaram a seu destino, em número de 39. Essa é a data de fundação de São Leopoldo. Instalados na Feitoria até que recebessem seus lotes coloniais, este núcleo foi batizado “Colônia Alemã de São Leopoldo” em homenagem à Imperatriz Leopoldina, a esposa austríaca de Dom Pedro I. Nesta época era então governador do estado o Visconde de São Leopoldo.

A colônia se estendia por mais de mil quilômetros quadrados, indo em direção sul-norte de Esteio (hoje) até o Campo dos Bugres (Caxias do Sul, hoje). Em direção leste-oeste de Taquara (hoje) até o Porto dos Guimarães, no Rio Caí (São Sebastião do Caí, hoje). Aos poucos novas levas de imigrantes ocuparam os vales do rio dos Sinos, Cadeia e Caí, lançando o progresso através da dedicação extraordinária ao trabalho, o que ensejou que a colônia alemã se emancipasse de Porto Alegre já em 1º de Abril de 1846, apenas 22 anos depois de fundada. Concorreu para este fato serem os alemães, além de Landmänner (agricultores), também Handwerker (artesãos). Daí uma variada produção que acabou sendo o embrião industrial do Vale do Rio dos Sinos. Em 1865 a colônia recebeu a visita de Dom Pedro II. Em 1874 foi inaugurada a estrada de ferro ligando a cidade a Porto Alegre, facilitando o escoamento dos produtos da colônia.

Nos dias atuais São Leopoldo possui um diversificado parque industrial globalizado, além de expressivo setor comercial e de serviços. Há diversas multinacionais instaladas na cidade como as alemãs STIHL, SAP, Ensinger e Gedore. Situa-se também na cidade o maior pólo de informática do estado do Rio Grande do Sul, vinculado à Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).

Vista aérea de São Leopoldo.
São Leopoldo - RS (09/12/2009)
São Leopoldo - RS (09/12/2009)

Novamente viajando

Definitivamente não adianta eu ficar falando que é “a última viagem” para Porto Alegre/São Leopoldo, que sempre existe outra. Agora não falo mais nada, melhor ficar quieto. E nessa semana acabei viajando novamente para o extremo sul. E quando acho que já enfrentei a pior turbulência, a viagem seguinte tem sempre me presenteado com uma turbulência maior. E na ida chovia forte, tinha raios, trovões e pensei que o Boeing da Web Jet não ia decolar. E mais uma vez o pessoal da Web Jet mostrou que são muito bons ou muito malucos e decolaram em meio aos raios e trovões. Não tínhamos nem atingido altitude de cruzeiro e começaram fortes turbulências de dar medo. Pra piorar eu estava numa das últimas filas, onde o avião balança mais e a sensação não era nada agradável. Atrás de mim teve duas mulheres que começaram a gritar, próximo tinha gente rezando e muitos outros assustados olhando para os lados. Depois as turbulências acalmaram um pouco mas não cessaram até o final do vôo. Quando desembarquei em Porto Alegre meu desejo era de ajoelhar e beijar o chão, igual o Papa João Paulo II fazia em suas viagens internacionais.

Os dois dias em Porto Alegre foram de muito trabalho, problemas pra resolver e stress total. Tanto stress que voltei com minha “labirintite atacada”. De consolo, foi que a viagem de volta foi com céu limpo, sem nuvens, chuva, trovões e principalmente sem turbulências.

Na Unisinos, vendo tabelas salariais com Amélia. (24/09/2009)
Na Unisinos, vendo tabelas salariais com Amélia. (24/09/2009)
Em Porto Alegre, aguardando o horário do embarque. (24/09/2009)
Em Porto Alegre, aguardando o horário do embarque. (24/09/2009)
O avião em que ia embarcar sendo "preparado". (24/09/2009)
O avião em que ia embarcar sendo “preparado”. (24/09/2009)
Desembarcando em Curitiba. (24/09/2009)
Desembarcando em Curitiba. (24/09/2009)

Viajando de novo…

Mal desfiz a mala da viagem a Campo Mourão e já tive que viajar novamente. Mais uma vez o destino é Porto Alegre/São Leopoldo. Essa é pra ser a última viagem ao sul, mas já disse isso tantas outras vez e tive que voltar, que melhor dizer que é mais uma viagem em vez de dizer que é a última.

Choveu muito o dia todo e estava prevendo uma viagem difícil, com atraso e turbulência. O atraso não houve e por incrível que pareça apesar da quantidade de chuva o vôo saiu na hora. Já turbulência houve muita, teve uns dois minutos que foram críticos e acredito que tenha sido a maior turbulência que enfrentei até hoje. Ainda bem que estou quase curado da fase de pânico em voar, senão teria enfartado em pleno vôo. O que achei interessante foi que há quase dois meses, a TAM cancelou meus vôos em Porto Alegre por culpa da chuva e naquela oportunidade os aviões da Web Jet pousavam e decolavam tranquilamente. E hoje com o tempo bem pior do que daquela vez a Web Jet saiu e chegou no horário. Das duas uma, ou os pilotos da Web Jet são muito bons que voavam com qualquer tempo, ou são muito loucos que também voavam com qualquer tempo. Já a TAM, ameaçou chuva estão cancelando ou atrasando vôos.

entrando na plataforma de embarque em Curitiba. 09/09/2009
Entrando na plataforma de embarque em Curitiba. 09/09/2009
Embarcando no Boeing da web Jet. 09/09/2009
Embarcando no Boeing da Web Jet. 09/09/2009

Feriadão…

Para aproveitar o feriadão da independência, que para os curitibanos tem um dia a mais em razão do dia 8 ser feriado da padroeira, resolvi cair na estrada. Sai de Curitiba no sábado após o almoço e segui rumo a Campo Mourão. O dia estava bonito, meio nublado, mas quente e a estrada com transito intenso. Parei para almoçar num restaurante de beira de estrada e para relembrar meus tempos de criança quando viajava de caminhão com meu pai, pedi um “Prato Feito” e comi no balcão da lanchonete, cercado por caminhoneiros. Eu que não gosto de deixar comida no prato, fui obrigado á deixar um pouco, pois tinha tanta comida que não dei conta. Mas estava uma delicia! De barriga cheia voltei pra estrada e até Ponta Grossa o transito estava complicado, depois acalmou. Estava torcendo pra não chover, acho que mais pra não sujar o carro em razão dele estar limpo e encerado, do que propriamente do perigo de viajar com chuva. Mas não teve jeito, peguei chuva em dois curtos trechos, que foram suficientes pra enlamear o carro todo. Durante a viagem estava com a sensação de faltar “alguém” ao meu lado, para conversar, mostrar coisas na estrada, fazer meus costumeiros “comentários”. Os últimos trezentos quilômetros fiz sem paradas e com o transito mais tranqüilo acabei chegando em Campo Mourão bem antes do planejado. Nos últimos 20 quilômetros, entre Luisiana e Campo Mourão tem umas retas longas aonde cheguei a 170 km/h. Nem sabia que meu carrinho conseguia atingir tal velocidade.

O período que passei em Campo Mourão quase não sai de casa. Aproveitei para arrumar algumas coisas, conversar com a família, descansar, comer a comida da mamãe e brincar com os cachorros. A família tem uma nova aquisição, uma vira-lata chamada Mily que é doidinha e não para um minuto. Criamos certa empatia e brinquei um monte com ela. Na volta dei carona para meu tio Teixeira e a viagem não foi tão solitária. Mas foi uma viagem complicada, com muita chuva, acidente pelo caminho e transito carregado, com muitos curitibanos retornando pra casa no último dia do feriadão. No trecho entre Ponta Grossa e Curitiba pegamos um temporal que nunca vi igual. Não dava pra ver nada e em alguns trechos tive que “colar” atrás de um caminhão e segui-lo, pois era impossível enxergar a estrada. Acho que se o caminhão saísse da estrada eu acabaria saindo junto. Felizmente chegamos sãos e salvos, mas com quase três horas de atraso. Após essa viagem posso me considerar um bom motorista, pois enfrentei situações difíceis, saindo ileso e sem (muitos) sustos.

Estrada entre Curitiba e Campo Mourão. (05/09/2009)
Estrada entre Curitiba e Campo Mourão. (05/09/2009)
Eu e o velho Jack. (Campo Mourão - 07/09/2009)
Eu e o velho Jack. (Campo Mourão - 07/09/2009)
Dona Vanda e seu jardim. (Campo Mourão - 07/09/2009)
Dona Vanda e seu jardim. (Campo Mourão - 07/09/2009)

De volta ao lar…

Após quase dez dias no Rio Grande do Sul, ontem finalmente voltei para casa. Viajei no meio da tarde, o tempo estava bom, o avião saiu no horário, ou seja, tudo perfeito, até demais. Sempre que viajo sozinho pro Rio Grande do Sul acontece algum problema. Quando viajo com outros companheiros do trabalho, normalmente tudo da certo. Isso já está até virando motivo de piada, de que sou pé frio e que ninguém quer viajar junto comigo. E ontem não foi diferente, após meia hora de vôo achei estranho quando o avião fez uma manobra que normalmente não faz naquele momento do vôo. Após quatro anos voando nessa rota com certa freqüência, acabei meio que decorando os procedimentos normais. Mais estranho ainda foi quando percebi que o avião estava voltando para Porte Alegre. Levantei a cabeça assustado a procura de uma comissária para perguntar o que estava acontecendo e antes que encontrasse alguma o piloto avisou pelo rádio que o aeroporto de Curitiba estava com problemas de radar, o que gerou um aumento no trânsito de aeronaves. Por essa razão ele tinha recebido a ordem de ficar onde estava e que se o problema perdurasse por mais tempo, seguiríamos até Campinas, pois não dava pra ficar rodando no mesmo lugar por muito tempo, já que existe um nível de segurança para o consumo de combustível. Após esse aviso soltei em voz baixa um “tava demorando”, meio que conformado e com raiva de sempre ter algum problema em meus vôos solo. Tentei continuar lendo meu livro, mas ficar voando em círculos pra mim é bastante incomodo, pois ataca minha labirintite. Fiquei torcendo em silêncio para que não precisacemos ir pra Campinas, pois atrasaria muito a viagem. Após 20 minutos de vôo em circulo, novo aviso do piloto, de que ainda não tinham resolvido o problema em Curitiba e que em vez de irmos pra Campinas a nova opção de desembarque seria Florianópolis, que era bem mais perto de onde estávamos. Mais cinco minutos de vôo em círculos e novo aviso, dizendo que finalmente seguiríamos para Curitiba. Fiquei feliz!

Chegando em Curitiba já estávamos perto do aeroporto, em baixa altitude, na rota de aterrissagem, quando de repente o avião começou a subir e se distanciou do aeroporto. Mau sinal isso, comecei a me preocupar novamente. Demos duas voltas por sobre Curitiba e na terceira volta, quando estávamos sobrevoando o bairro Champagnat, o avião acelerou bruscamente e começou a subir. A manobra era totalmente estranha e muitos passageiros estavam olhando para os lados assustados. Eu fiquei colado na janelinha e logo vi que a nossa esquerda tinha outro avião quase na mesma altitude e numa distância que não é normal. Em dezenas de vôos que já fiz, nunca tinha visto outro avião voar tão perto do avião em que eu estava. Entendi então o motivo da subida rápida que estávamos fazendo e ao mesmo tempo fiquei ainda mais preocupado, pois a situação não era nada normal. Logo começamos a baixar e ficamos na rota que segue até o aeroporto, inclusive passando quase por cima de minha casa.

Aterrissamos sem problemas e quando pensei que tudo estava bem, notei que seguíamos para uma parte distante do aeroporto e então vi que todas as plataformas de desembarque estavam ocupadas e o trânsito no aeroporto estava intenso. O avião mal parou e o pessoal começou a se levantar, logo o piloto deu o aviso costumeiro para a comissária destravar a porta. Estava olhado pela janela e nesse momento dei uma risada que fez com que outras pessoas me olhassem espantadas, principalmente a senhora que tinha viajado ao meu lado e que já estava em pé esperando para desembarcar. Olhei pra ela e falei que podia sentar de novo, porque não tinha escada para descermos. Em seguida o piloto falou pelo rádio que o pessoal de terra não estava preparado para nosso pouso fora das plataformas e que não tinha escada no local para descermos. Ele pediu desculpas pelo ocorrido e que esperássemos um pouco. Dali alguns minutos começou a chegar vários veículos da TAM, com o pessoal da limpeza, o da bagagem, combustível, ônibus para os passageiros, a nova tripulação, pois o vôo seguiria para Fortaleza e finalmente a escada. Sei que foi muito engraçada aquela cena do pessoal vindo rapidamente para o local onde estávamos. Fiquei me divertindo observando a cena e acabei esquecendo de fotografar o momento em que traziam a tão aguardada escada. Mais alguns minutos e finalmente desembarcamos,  seguindo de ônibus até o terminal de desembarque. Ao todo foram cinqüenta minutos de atraso e para mim a certeza de que minhas viagens solitárias entre Curitiba e Porto Alegre sempre trazem surpresas desagradáveis e algumas até engraçadas. Daqui pra frente vou pedir pra sempre viajar acompanhado, pois estou começando a acreditar no pessoal que me chama de pé frio.

Próximo a pista "as marcas" das chuvas do final de semana.
Próximo a pista “as marcas” das chuvas do final de semana.
Sobrevoando Curitiba. (12/08/2009)
Sobrevoando Curitiba. (12/08/2009)
No retângulo meu local de trabalho e no quadrado o prédi onde moro.
No retângulo meu local de trabalho e no quadrado o prédio onde moro.
Terminal lotado, espera para o desembarque e aguardando o Taxi. (12/08/2009)
Terminal lotado, espera para o desembarque e aguardando o Taxi.

Domingo chuvoso

 E a chuva não para, desde sexta-feira que chove sem parar dia e noite, noite e dia. Com tanta água caindo, a melhor opção foi passar o dia no hotel, dormindo, comendo, lendo e vendo TV. Vi dois filmes e duas partidas de futebol, além de outras “porcarias”. Só dei uma rápida saída até o quarteirão de cima, para comprar sorvete, pois estava com “desejo”. Já estou com dor nas costas de ficar deitado. O dia foi muito bom para descansar, já que a semana foi de bastante trabalho.

 Chove chuva, chove sem parar…

Hotel Express, minha casa em S. Leopoldo.
Hotel Express, minha casa em S. Leopoldo.
Centro de S. Leopoldo, deserto no domingo a tarde.
Centro de S. Leopoldo, deserto no domingo a tarde.

Casa da Cultura Mário Quintana

Hoje choveu o dia todo aqui no sul. Levantei tarde e depois fui para Porto Alegre passear. A chuva acabou atrapalhando o passeio e não me demorei muito, logo voltando ao hotel em São Leopoldo. Até Porto Alegre leva meia hora de trem (metrô de superfície). Dei uma rápida caminhada pelo centro e fui num lugar onde já estive ano passado e de que gostei muito, a Casa da Cultura Mário Quintana. Ela funciona no antigo Hotel Majestic, bem no centro de Porto Alegre. Leva o nome de Mário Quintana porque ele morou no hotel entre 1968 e 1980. O quarto em que o poeta vivia foi recriado, com muitos objetos originais e fica aberto para visitação.

Hotel Majestic: Foi o primeiro grande edifício de Porto Alegre em que se utilizou concreto armado. Concebido para ocupar os dois lados da Travessa Araújo Ribeiro, interligando a construção, grandes passarelas, embasadas por arcadas e contendo terraços, sacadas e colunas. Em 1916 iniciaram-se as obras, concluindo em 1918 a primeira parte do edifício. Em 1926 foi projetada a parte leste. Ao finalizar a obra, em 1933, o Hotel Majestic possuía sete pavimentos na ala leste e cinco na parte oeste. O Hotel transformou-se em um marco histórico no desenvolvimento e modernização de Porto Alegre, com uma localização privilegiada, quase às margens do Rio Guaíba. Os anos trinta e quarenta foram os de maior sucesso do Majestic. O Hotel hospedou desde políticos importantes como Getúlio Vargas a vedetes famosas como Virginia Lane e artistas como Francisco Alves, na época o maior cantor do Brasil. Nos anos cinqüenta e sessenta iniciou-se o processo de desgaste do Hotel. As elites saíram do centro e foram instalar-se em bairros diferenciados. O centro tornou-se local de serviços diurnos, com um comércio agitado que fechava suas portas à noite. As pessoas não viajavam mais nos vapores e a construção da nova rodoviária proporcionara o surgimento de vários hotéis a sua volta. Lutadores de luta livre substituíram antigos hóspedes, além de solteiros, viúvos, boêmios e poetas solitários como Mario Quintana, que ali se hospedou de 1968 a 1980. Ao final, dos trezentos quartos, passou a ter funcionando pouco menos de cem. O edifício foi posto à venda na década de setenta e em dez anos, apenas dois interessados surgiram, os quais desanimaram frente às reais condições do prédio.

Casa de Cultura Mário Quintana: Os prefeitos de Porto Alegre, a partir de 1980, propuseram projetos para remodelar a área central da cidade e o Hotel Majestic foi lembrado nessa movimentação da população pela valorização de sua história. Mas antes disso muito se perdeu. Em 1980, por exemplo, foi realizado um leilão com os móveis e utensílios do Hotel, que hoje encontram-se dispersos e em mãos de particulares. O prédio foi adquirido pelo Banrisul, em julho de 1980. Em 1982 o governo do Estado adquiriu o Majestic do Banrisul. Em seguida, no ano de 1983, o Majestic foi arrolado como prédio de valor histórico e iniciada sua transformação em Casa de Cultura. No mesmo ano recebeu a denominação de Mário Quintana. A obra de transformação física do Hotel em Casa de Cultura, entre elaboração do projeto e construção, desenvolveu-se de 1987 a 1990. O projeto arquitetônico foi assinado pelos arquitetos Flávio Kiefer e Joel Gorski, os quais tiveram o desafio de planejar 12.000 m2 de área construída para a área cultural, em 1.540m2 de terreno. Em 25 de setembro de 1990 a casa foi finalmente aberta.

 

Metro: S. Leopoldo/Porto Alegre. (08/08/2009)
Metro: S. Leopoldo/Porto Alegre. (08/08/2009)
Casa da Cultura Mario Quintana. (08/08/2009)
Casa da Cultura Mario Quintana. (08/08/2009)
Quarto de Mario Quintana.
Quarto de Mario Quintana.
Final de tarde chuvoso em Porto Alegre. (08/08/2009)
Final de tarde chuvoso em Porto Alegre. (08/08/2009)

Viajando novamente

Estou novamente no Rio Grande do Sul. Desembarquei em Porto Alegre ás 17h20min e segui de carro para São Leopoldo. Diferente da semana passada, dessa vez não teve atrasos. Vim pela Web Jet e mesmo ainda tendo um pouco de receio em razão da idade de seus aviões, aos poucos estou simpatizando com ela. Saímos de Curitiba com tempo ruim e até metade da viagem enfrentamos muita turbulência. Depois o sol apareceu e a viagem foi tranqüila.

No aeroporto em Curitiba acabei encontrando minha grande amiga Carmen e toda sua família. A Carmen, o pai dela (seu Alfredo) e sua irmã Agnes, estavam embarcando para São Paulo e de lá seguiriam para o Canadá. Até a sala de embarque seguimos juntos e lá dentro cada um foi para seu portão. Também estavam no aeroporto se despedindo da Carmen, a Dona Adele (sua mãe), seu cunhado Hedo, sua sobrinha Shaira e sua outra sobrinha mais nova que não lembro o nome. Aproveitei para reforçar com a Carmen minhas encomendas do Canadá, que são uma latinha de Coca-Cola para minha coleção e um pote de manteiga de amendoim. Nada de muito importante ou difícil de trazer.

Aqui em São Leopoldo, no hotel encontrei o Mauricio e o Valmir, que trabalham comigo. Fomos os três jantar no shopping perto do hotel. Como ainda estou mal do estomago, tomei apenas uma sopinha básica. To com fome!!! 

Seu Alfredo, D. Adele, Carmen, Agnes, Hedo e Vanderlei. (22/07/2009)
Seu Alfredo, D. Adele, Carmen, Agnes, Hedo e Vanderlei. (22/07/2009)

Seu Alfredo, Carmen, Shaira, Agnes e sua filha caçula. (22/07/2009)
Seu Alfredo, Carmen, Shaira, Agnes e sua filha caçula. (22/07/2009)

Novo caos aéreo…

Minha semana em Porto Alegre acabou sendo bem difícil. Após o longo atraso na viagem de ida, tive problema de intoxicação alimentar, gripe (não suína) e uma volta com vôos cancelados, atrasos e desvios de rota. Foi uma verdadeira odisséia conseguir voltar pra casa. Eu deveria embarcar para Curitiba na quinta-feira a tarde, num vôo da Tam que vinha de Buenos Aires. Meu horário de embarque estava marcado para 17h30min. Cheguei no aeroporto com bastante antecedência, fiz o chekin, dei uma volta e fui pra sala de embarque. Estava chovendo e nada de liberarem o embarque. Quando deu 17h40min o painel avisou que o vôo tinha sido cancelado, pois em razão do mal tempo o avião não conseguiu pousar em Porto Alegre. Para quem estava com um pouco de febre e dores pelo corpo, sonhando com uma cama, a noticia não foi nada agradável.

Após enfrentar meia hora numa fila, consegui remarcar meu vôo para 21h40min. Então aproveitei o tempo vago para lanchar e ir no cinema do aeroporto. Assisti “A Proposta”, com Sandra Bullock. O filme até que é bonzinho, mas estava muito cansado e acabei cochilando um pouco. Após sair do cinema fui para o embarque torcendo que não cancelassem o vôo novamente. A chuva aumentou e quando deu o horário de embarque, nada do avião aparecer. Esperamos por mais uma hora e finalmente apareceu no painel que o vôo tinha cancelado. Dois cancelamentos num mesmo dia, para mim foi inédito. O jeito foi correr para a fila do chekin junto com mais umas duzentas pessoas.

Após uma hora de fila e de recuperar minha mala, ao fazer o novo chekin descobri que teria que dormir em Porto Alegre, embarcar para São Paulo na manhã seguinte e de lá para Curitiba. A essa altura tinha muita gente brava na fila, xingando, querendo brigar. Eu me mantive calmo, pois nada que fizesse iria mudar a situação. A única coisa estranha foi perceber que aviões da Gol e da Web Jet conseguiam pousar e decolar. Somente a Tam não conseguia. Após mais uma longa espera e alguns desencontros de informações, finalmente embarquei num micro ônibus e me deixaram com mais dez pessoas num hotel no centro da cidade. O hotel era antigo, mas mesmo assim ainda mantinha um certo ambiente luxuoso. Colocaram-me em um quarto de luxo, por falta de outro mais simples. Claro que não reclamei, pois a Tam é que ia pagar a conta. Até tomar banho, desfazer parte da mala e conseguir deitar pra dormir, já passava da uma da manhã. E o pior é que teria que levantar ás 05h00min para voltar ao aeroporto. Acabou sendo meio irônico ficar num quarto de luxo e poder dormir menos de quatro horas.

Acordei a duras penas e ás 05h30min saímos atrasados por culpa do micro ônibus e sob chuva seguimos para o aeroporto. Lá nos passaram para a frente da fila de chekin, que era gigatesca e embarcamos num avião que seguia para São Paulo, aeroporto de Congonhas. Pra variar o vôo saiu um pouco atrasado e foi uma viagem meio esquisita. Estava fazendo exatamente dois anos do acidente com o Airbus da Tam em Congonhas. E tinha sido num vôo na mesma rota e num aparelho igual ao que estávamos. Apenas o horário era diferente, mas mesmo assim o clima era muito esquisito. Pousar em Congonhas no sentido contrário ao avião acidentado dois anos antes e passamos por cima do local do acidente. Uma visão nada agradável logo pela manhã.

Em São Paulo aguardei por pouco mais de três horas na sala de embarque, para então seguir num vôo com destino a Curitiba, onde desembarquei ao meio dia. Foram 16 horas de atraso para chegar em Curitiba, após enfrentar muitos cancelamentos, filas, falta de informação e desorganização por parte do pessoal da Tam. Eles demoraram para solucionar o problema e a solução não era a melhor possível, pois desagradou a todos os passageiros. Depois dessa a Tam que era minha companhia aérea favorita, caiu muito em meu conceito.

Na Unisinos, treinamento do "Projeto Sinergia". (14/07/2009)
No Hotel em POA tentando dormir e embarque em Congonhas. (17/07/2009)
No Hotel em POA tentando dormir e embarque em Congonhas. (17/07/2009)

Caos aéreo…

Ao levantar ás 05h30min da madrugada e olhar pela janela do banheiro, o que vi me fez desanimar. Estava um nevoeiro forte e como tinha vôo marcado para Porto Alegre ás 07h00min, tudo indicava que o mesmo seria cancelado. Mas o jeito foi me arrumar e seguir para o aeroporto. La chegando me assustei com o caos que encontrei. Filas e mais filas, todos os vôos da manhã tinham sido cancelados. O jeito foi ir pra fila do chekin, onde permaneci por duas horas até chegar ao balcão. Com meu vôo cancelado fui remanejado para outro, sem previsão de embarque.

O nevoeiro não baixou e até ás 10h00min não dava pra enxergar a pista do aeroporto. Cada vez chegava mais gente e já não tinha lugar pra sentar e ficava difícil até mesmo caminhar. Pra circular um pouco o ar deixaram as portas de entrada totalmente abertas e como fazia muito frio o saguão parecia um freezer. O jeito foi ter paciência e tentar matar o tempo. Encontrei meus companheiros de trabalho, Henrique e Luis e ficamos andando, conversando e vez ou outra olhando o painel de embarque para saber noticias de nosso vôo.

Somente pouco antes do meio-dia é que nosso vôo foi confirmado e seguimos para a sala de embarque. O embarque demorou quase uma hora e a decolagem só foi realizada ás 13h00min, ou seja, com seis horas de atraso. Já estávamos cansados, stressados e com fome. A única noticia boa para mim foi que seguiríamos num vôo da Tam que ia para Buenos Aires, onde existem seis poltronas de classe executiva e fui colocado numa delas. Ao procurar meu lugar até achei que tinha me enganado, mas logo tive a confirmação que ia mesmo na executiva. Já voei muitas vezes, tanto para dentro do Brasil, como para o exterior, mas sempre expremido na classe econômica. Após seis horas de espera em pé, foi uma maravilha poder sentar na espaçosa e confortável poltrona da classe executiva. Meus amigos não tiveram a mesma sorte e foram se sentar no fundão da classe econômica.

O vôo até Porto Alegre foi tranqüilo, o dia estava bonito, com poucas nuvens e fui lendo e observando a paisagem. Após cinqüenta minutos de vôo chegamos a Porto Alegre e fomos de carro até a Unisinos, em São Leopoldo, para mais uma série de treinamentos do Projeto Sinergia. Acabei almoçando as 16h00min e não via à hora de tudo terminar e poder ir para o hotel descansar. E por falar em hotel, pra terminar bem o dia cheio de atrasos, ao chegar no hotel descobri que o elevador estava quebrado e tive que carregar minha mala até o quinto andar. Ao entrar no quarto fui direto pra cama e finalmente pude descansar após um dia que começou muito cedo e que foi bastante conturbado.

Saguão lotado e nevoeiro na pista. (13/07/2009)
Saguão lotado e nevoeiro na pista. (13/07/2009)
Painel com vôos cancelados e poltrona da classe executiva. (13/10/2009)
Painel com vôos cancelados e poltrona da classe executiva. (13/10/2009)

Webjet

Na última segunda-feira, final de tarde, fui para Porto Alegre com mais quatro companheiros de trabalho, para participar de um treinamento. Pela primeira vez viajei pela Webjet, empresa aérea que é relativamente nova e opera com aeronaves Boeing 737. Creio que todas as aeronaves foram compradas da antiga Varig e possuem um bom tempo de uso. Estava meio receoso por isso e para piorar, acho que embarcamos no pior avião da Webjet. Por fora o avião é bonito, pintura nova e tal, mas por dentro estava bastante judiado. A decoração meio gasta e encardida, as poltronas desbotadas e bastante antigas. E pra piorar ainda mais fomos no fundão, onde chacoalha mais e pegamos bastante turbulência. Passamos a ouvir ruídos diversos e estranhos, num nhec nhec que no inicio deu medo e depois virou motivo de piada. Teve um momento em que do fundo vinha um barulho que parecia uma buzina e brincamos  que era um avião da Tam querendo ultrapassar.

No fim entre chacoalhadas, nhec nhec e risadas para disfarçar o nervosismo, pousamos sãos e salvos em Porto Alegre. O retorno para Curitiba na quinta-feira a noite, também foi de Webjet e dessa vez o avião era mais bem conservado, o clima ajudou, não teve turbulência e como estávamos sentados na parte da frente, não ouvimos nenhum ruído estranho. Então acho que vale a pena dar um voto de confiança a Webjet e voar novamente por ela, pois a tarifa é baixa e os funcionários são atenciosos. Apenas precisam renovar um pouco a frota e se possível consertar (eliminar) os ruídos, pois a nove mil metros de altura eles são bastante assustadores.

Boeing 737 da Webjet.
Boeing 737 da Webjet.
No aeroporto de Porto Alegre, aguardando voo da Webjet para Curitiba. (18/06/2009)
No aeroporto de Porto Alegre, aguardando voo para Curitiba. (18/06/2009)

Férias 2009 – Rio de Janeiro (Parte III)

Na última visita que fiz ao Rio, em 2005, tentei visitar o Museu da República, mas estava fechado. Dessa vez a esse museu, foi á última coisa que fiz antes de retornar para Curitiba. E valeu muito a pena, pois o prédio onde está instalado o museu é muito bonito, a decoração é sensacional e está tudo bem preservado.

De tudo que vi, teve duas coisas de que gostei mais. A primeira foi poder ver “ao vivo” o quadro “a Pátria”, pintado por Pedro Bruno em 1919. Esse quadro além de ser muito bonito, era capa de um livro que utilizei durante o curso de História. Não sabia que esse quadro estava exposto ali e foi uma grata surpresa ao vê-lo na sala onde aconteciam as reuniões do Presidente com seus ministros. E a segunda coisa que gostei mais foi poder entrar no quarto onde Getulio Vargas se suicidou. Fiquei uma meia hora no quarto, observando cada detalhe. O quarto está praticamente igual como na noite em que Getulio se matou. O que aconteceu nesse quarto marcou profundamente a história e os rumos do Brasil.

Quando vou á algum lugar histórico, tenho o costume de tentar imaginar como o lugar era no passado, como eram as pessoas que por ali passaram. Na verdade tento fazer uma imaginaria viagem ao passado. É uma experiência muito bacana e meio maluca, típica de pessoas apaixonadas por história, como eu sou.

Museu da República (Palácio do Catete)

O Museu da República ocupa o antigo Palácio Nova Friburgo (no Império), depois Palácio do Catete (na República), que durante 63 anos foi o coração do Poder Executivo no Brasil. Foi inaugurado em 15 de novembro de 1960, após a transferência da capital para Brasília

O Palácio do Catete foi erguido no século XIX, no então chamado “Caminho do Catete”, atual bairro do Catete, região que surgiu com o aterramento de uma área coberta por mangues. Iniciada a construção do Palácio, o Barão de Nova Friburgo adquiriu novas terras, incorporando a área ao fundo do terreno e a aléia central do parque, onde já então havia as palmeiras existentes até hoje. Segundo alguns historiadores, tanto o jardim do Palácio quanto o do Palácio São Clemente, em Nova Friburgo, também de propriedade do Barão, teriam sido feitos pelo paisagista francês Auguste Marie Françoise Glaziou.

Acervo: O Palácio Nova Friburgo, atual Palácio do Catete, construído entre 1858 e 1867 pelo comerciante e fazendeiro de café Antônio Clemente Pinto, Barão de Nova Friburgo, consagrou-se como um monumento de grande importância histórica, arquitetônica e artística. Erguido no Rio de Janeiro, então Capital Imperial, tornou-se símbolo do poder econômico da elite cafeicultora escravocrata do Brasil oitocentista. Sua concepção em estilo eclético é resultado do trabalho de artistas estrangeiros de renome, como o arquiteto Gustav Waehneldt e os pintores Emil Bauch, Gastão Tassini e Mario Bragaldi. Em 1889, passados vinte anos da morte do Barão e de sua esposa, o Palácio foi vendido à Companhia do Grande Hotel Internacional e, posteriormente, antes que fosse instalada qualquer empresa hoteleira no imóvel, foi vendido ao maior acionista da Companhia, o conselheiro Francisco de Paula Mayrink. Em 18 de abril de 1896, durante o mandato do presidente Prudente de Moraes, à época exercido em caráter interino pelo vice Manuel Vitorino, o Palácio foi adquirido pelo Governo Federal para sediar a Presidência da República, anteriormente instalada no Palácio do Itamaraty.

Para receber os presidentes e seus familiares, ampla reforma foi executada sob a orientação do engenheiro Aarão Reis. Dela participaram importantes pintores brasileiros como Antônio Parreiras e Décio Villares e o paisagista Paul Villon, este responsável pela remodelação dos jardins. A instalação de luz elétrica no Palácio, desde então, acentuaria o brilho dos acontecimentos políticos e sociais que ali teriam lugar.

Também chamado de Palácio das Águias, o Palácio do Catete foi palco de intensas articulações políticas, como as declarações de guerra à Alemanha, em 1917, e ao Eixo, em 1942, e, nesse mesmo ano, a implantação do Cruzeiro como sistema monetário nacional. Entre os grandes acontecimentos sociais, destacam-se a recepção aos Reis da Bélgica, em 1920, e a hospedagem do Cardeal Pacelli, posteriormente Papa João XXIII, em 1934. Grande repercussão gerou o polêmico sarau organizado, em 1914, pela caricaturista Nair de Teffé, esposa do presidente Hermes da Fonseca, durante o qual foi executado o famoso “Corta- Jaca” de Chiquinha Gonzaga, compositora e maestrina carioca. Pela primeira vez a música popular era interpretada nos salões de um Solar aristocrático.

Do Palácio emergem, ainda, memórias de momentos de consternação e comoção nacional, como o velório do presidente Afonso Pena, em 1909, e o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, desfecho de uma das mais contundentes crises político-militares republicanas. No ano de 1938, durante o Estado Novo, o Palácio e seus jardins foram tombados pelo então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Sede do Poder Republicano por quase de 64 anos, 18 presidentes utilizaram suas instalações. Coube a Juscelino Kubitschek encerrar a era presidencial do edifício, com a transferência da Capital Federal para Brasília em 21 de abril de 1960. O Palácio do Catete, com base em Decreto Presidencial de 08 de março de 1960, passou então a ser organizado para abrigar o Museu da República, inaugurado a 15 de novembro do mesmo ano. 

Mais informações acessar: http://www.museudarepublica.org.br/principal2.html

Fachada e interior do "palácio do Catete". (13/05/2009)
Fachada e interior do “Palácio do Catete”. (13/05/2009)
Sala de reunião do Presidente com o Ministério e eu em frente o quadro "A Pátria". (13/05/2009)
Sala de reunião e eu em frente o quadro “A Pátria”. (13/05/2009)
O quarto de Getúlio Vargas, a arma e o projétil que o mataraam. (13/05/2009)
O quarto de Getúlio Vargas, a arma e o projétil que o mataram. (13/05/2009)

Férias 2009 – Rio de Janeiro (Parte II)

Nos “perdidos” que dei pelo centro do Rio (andar sem rumo, ás vezes sem saber onde estou e depois encontrando um lugar conhecido ou o caminho de volta), acabei encontrando sem querer algumas construções históricas bastante interessantes. Entre elas vale a pena citar: Casa do Marechal Deodoro, Casa do General Osório e Pantheon de Caxias.

Casa de Deodoro

Quando vi essa casa, na hora lembrei-me de um texto que o Professor Décio nos deu para estudar no curso de História e onde tinha uma gravura da casa. Essa casa encontrei totalmente sem querer e quando vi do que se tratava tentei me localizar geograficamente e então percebi que a Praça da Republica, que fica bem em frente, era o antigo Campo de Santana. Não cheguei a entrar na casa, pois já estava fechada, mas deu pra perceber que ela está bem conservada e virou Museu. A região onde ela está localizada, hoje em dia é muito movimentada, pois bem perto fica a Central do Brasil. Notei que milhares de pessoas passam em frente á Casa de Deodoro e quase ninguém olha para ela. Esse pessoal que passa apressadamente por ali não tem a mínima noção de que aquele imóvel tem uma enorme importância pra História do Brasil.

História da Casa de Deodoro

O sobrado número 197, da Praça da República, esquina com Rua Azevedo Coutinho, é um dos sítios históricos mais importantes da História política do Brasil. Além de servir de residência para o Marechal Deodoro da Fonseca, proclamador da República Brasileira, foi na Casa Histórica de Deodoro, chamada assim desde 1889, que foi decidido o primeiro Ministério Republicano, no dia 09 de novembro de 1889, assim como também nela decidiu-se como seria a Bandeira Nacional, no dia 19 de novembro do mesmo ano. 

A casa na qual o Marechal Deodoro residia, tinha como endereço na época o Campo da Aclamação, n° 99, Freguesia de Sant’Anna, tendo sido o imóvel alugado pelo Marechal por ocasião de seu retorno ao Rio de Janeiro, após a sua exoneração do cargo de Comandante das Forças de Terra e Mar da Província do Mato Grosso.

A Casa de Deodoro foi construída no início do século XIX, provavelmente entre 1808 e 1817.  Entretanto, os registros sobre o terreno são bem mais antigos. Como todas as residências construídas no início do século XIX, a Casa Histórica de Deodoro possui características típicas de um sobrado urbano residencial do período colonial.  Foi construída com pedra, cal e óleo de baleia, materiais fartamente utilizados pelos portugueses nas construções do período. Algumas paredes internas foram levantadas originalmente em taipa, pau-a-pique e madeira, mais tarde substituídas por paredes de tijolos, nas diversas reformas realizadas. Entretanto, sua fachada conserva as características originais, apresentando as ombreiras enquadradas em pedras e várias aberturas. Suas telhas foram feitas artesanalmente, moldadas “nas coxas” dos escravos. Assim como em todo sobrado do final do período colonial, a Casa tinha os seus dois pavimentos com funções bem definidas. O andar térreo era destinado à guarda dos carros puxados por animais (razão pela qual existe uma entrada central mais larga), como habitação para os escravos da família, ou mesmo para instalação de atividades comerciais. Portanto, constituía-se na parte menos nobre do imóvel, uma vez que era dedicada ao trabalho braçal, coisa desprezada pela sociedade da época. No andar superior ficava a verdadeira residência da família. Havia uma varanda na parte frontal, de onde podia se observar o movimento da rua; a sala de receber, constituída de poucos móveis; um corredor que fazia a ligação desta para as alcovas, que eram os quartos, os quais eram desprovidos de janelas para o exterior, característicos dos hábitos lusitanos de recato familiar; e finalmente, o principal ponto de reunião da família, a sala de jantar.

Em 1890, o Marechal Deodoro da Fonseca mudava-se, como Presidente da República, para o Palácio do Itamaraty. Ao mesmo tempo, a casa e seu terreno eram vendidos. Muito embora o imóvel continuasse a se constituir numa residência particular, a Intendência do Distrito Federal ordenou a fixação de uma lápide comemorativa na fachada da casa, que continha os seguintes dizeres: “Desta casa, residência do Mar. Deodoro da Fonseca saiu este grande Chefe Militar para proclamar na manhã de 15 de novembro de 1889, a República dos Estados Unidos do Brasil”.

Em 1899, a Casa é vendida por Dona Leonarda Alexandrina de Miranda a Manoel José de Magalhães Machado. Em 14 de janeiro de 1905, o imóvel era desapropriado pelo Governo Federal com a assinatura do Decreto n° 1.343 do Presidente da República. Entretanto, embora a documentação desse a entender que a desocupação do imóvel seria para transformá-lo numa espécie de sítio histórico, a Casa ficou entregue a particulares, notadamente a Oficiais do Exército em trânsito pelo Distrito Federal.

Em 1918, a Casa foi ocupada, ao que parece por caráter temporário, por um órgão assistencial: o Pritaneu Militar, uma espécie de colégio, cuja principal finalidade era a de proporcionar ensino aos filhos órfãos de militares. A 4 de janeiro de 1937, o imóvel foi recebido pelas autoridades para que nele se instalasse o Quartel General da Artilharia Divisionária, que ocupou a parte superior. Entretanto, esta Unidade só ocuparia tais aposentos até o ano de 1946, uma vez que em 2 de maio o Clube dos Oficiais Reformados e da Reserva das Forças Armadas (CORRFA), passou a residir no referido local.

A primeira medida visando a preservação da Casa, cujo interior foi bastante comprometido em face dos diversos ocupantes ao longo dos anos, ocorreu a 4 de junho de 1958, quando o imóvel foi tombado. Em 27 de janeiro de 1966, a Casa Histórica de Deodoro tornava-se sede provisória do Museu do Exército. A Casa receberia de imediato o acervo do Museu de Medicina Militar e da extinta Comissão Rondon. 

Em 1968 foram iniciadas as obras de restauração do Imóvel. As casas dos terrenos vizinhos foram demolidas, tendo as autoridades militares feito um esforço para adquirir os terrenos, que serviriam para acomodar um jardim com estátuas de Deodoro e seus irmãos. Entretanto, tal projeto não foi realizado. As obras realizadas no período foram extremamente necessárias, tendo em vista as várias agressões que o imóvel sofreu ao longo dos anos pelos variados inquilinos, bem como devido às demolições executadas pela SURSAN dos imóveis laterais vizinhos, que haviam sido desapropriados, as quais aumentaram o perigo de desabamento da Casa.

Assim, o Museu do Exército funcionou na Casa de Deodoro até o ano de 1987, quando o então Ministro do Exército, General Leônidas Pires Gonçalves, determinou sua extinção e a incorporação das instalações, a estrutura em pessoal e material e o acervo do Museu do Exército ao Patrimônio do Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana. Embora o Museu do Exército fosse extinto e recriado como Museu Histórico do Exército no Forte de Copacabana, a Casa continuou aberta à visitação até fevereiro de 1988, quando fortes chuvas atingiram a Cidade do Rio de Janeiro, causando vários danos à Casa Histórica de Deodoro, entre outros, às instalações elétricas e hidráulica afetadas, paredes com infiltração, madeiramento estragado e várias telhas originais quebradas. A fim de resolver tais problemas foram convocados técnicos do Departamento Geral de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura do Município. Após várias obras a Casa foi reinaugurada e aberta à visitação pública. Entretanto, os problemas estruturais voltaram a ocorrer, o que levou novamente ao fechamento da Casa ao público. No ano de 1998, após uma série de reformas e adaptações a Casa foi reaberta, no dia 24 de março, desta vez com um novo inquilino, o Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.  Pouco tempo depois, a exposição do acervo ao público foi mais uma vez cancelada, tendo em vista os crônicos problemas estruturais. Entretanto, o Instituto continuou em funcionamento.

A Casa foi reaberta ao público, no dia 15 de novembro de 2006, com uma exposição sobre o Marechal Deodoro da Fonseca. Um esforço da Diretoria de Assuntos Culturais e da Direção do Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana para tornar a Casa Histórica de Deodoro parte do roteiro cultural da Cidade do Rio de Janeiro.

 Mais informações acessar: 

 http://www.fortedecopacabana.com/modules/articles/article.php?id=3

Casa do Marechal Deodoro da Fonseca. (13/05/2009)
Casa do Marechal Deodoro da Fonseca. (13/05/2009)

 Casa Histórica de Osório

De grande importância histórica e arquitetônica, este prédio, provavelmente do final do Século XVIII, antiga residência do Marechal Osório, Ministro da Guerra de D. Pedro II, Patrono da Cavalaria do Exército Brasileiro, detentor do título de Marquês de Herval e Senador do Império, abrigou anteriormente o Museu do Exército. O Marechal Osório a ganhou de D. Pedro II. É uma das mais antigas casas residenciais do Estado do Rio de Janeiro, senão a mais antiga, provavelmente construída no século XVIII. 

O prédio tem fachada de cantaria e revestimento de azulejos raros, e à sua cobertura, marcada por forte platibanda, sobrepõe-se uma série de janelas com verga de arco pleno. O acesso à residência é feito por grandes portões colocados na lateral direita do prédio, aí também se repete o uso da verga de arco pleno. A casa durante largo período foi utilizada como moradia coletiva, deteriorando-se muito; posteriormente foi restaurada, para sediar o Museu do Exército. Atualmente nela funciona a Academia Brasileira de Filosofia.

 Mais informações acessar:

http://www.filosofia.org.br/html/mal_osorio.htm

Casa do General Osório. (12/05/2009)
Casa do General Osório. (12/05/2009)

Pantheon de Caxias

Localizado na Praça da República, em frente ao Palácio Duque de Caxias, o Pantheon é uma espécie de mausoléu destinado a abrigar os restos mortais do patrono do Exército Brasileiro, o Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. O Pantheon de Caxias foi construído em 1949 e inaugurado no dia 25 de agosto do mesmo ano. Sua construção tinha por objetivo comemorar os cem anos do nascimento de Caxias.

 Foi realizada uma cerimônia de exumação, no Cemitério do Catumbi e depois os restos mortais de Caxias e de sua esposa (Anna Luiza de Loreto Carneiro Vianna de Lima) foram colocados em caixetas e depositados em uma urna especial, a fim de serem transportados para a capela do Cemitério, onde ficaram sob guarda. No dia seguinte os despojos foram transladados sobre os ombros de oito praças do Batalhão de Guardas, em uniforme de Parada, até um veiculo que transportou os restos mortais até a Igreja de Santa Cruz dos Militares. Neste Local foi realizada uma missa solene e uma vigília cívica. Na manhã do dia 25, teve início o traslado dos restos mortais do Duque de Caxias e sua esposa para o Pantheon, em uma carreta. Em seguida foi inaugurado o Monumento ao Duque de Caxias no Pantheon, com a colocação dos restos mortais do Patrono do Exército e de sua esposa em seus locais de descanso definitivo.

 Mais informações acessar:

http://www.fortedecopacabana.com/modules/mastop_publish/?tac=29

Pantheon de Caxias. (13/05/2009)
Pantheon de Caxias. (13/05/2009)

Férias 2009 – Petropólis (Parte III)

Nessa minha segunda visita ao Museu Imperial, pude me deter por mais tempo observando alguns objetos que me chamaram atenção. E dessa vez pude visitar o andar superior, o que na primeira visita em 1996 não foi possível em razão de reformas no local. Muitos ambientes foram montados, mas sem objetos originais do Palácio. Pude perceber que poucas pessoas notam isso, talvez por distração, ignorancia ou por não observarem direito as placas informando sobre os objetos ali expostos, onde é possível ler que “tal” foi doado, que outro veio de “tal” lugar. O trono ali exposto é um exemplo disso, ele veio do Rio de Janeiro, de um outro Palácio.

Quando aconteceu a Proclamação da República e o banimento da Família Real, muitos objetos foram destruidos, outros retirados do local e acredito que alguns até foram roubados. Ali é possível observar um quadro que possui cortes provocados pela espada de algum republicano mais eufórico, que deve ter entrado no Palácio nos dias posteriroes a Proclamação da República. Mesmo nem tudo sendo original, a visita é valida, pois você pode entrar no clima do lugar e imaginar como era a vida palaciana  naquela época.

Dois objetos interessantes são as coroas de D. Pedro I e de D. Pedro II. A de D. Pedro I tem somente a carcaça de ouro, pois foi desmontada e teve suas jóais utilizadas para a confecção da coroa de D. Pedro II. Essa sim, está completa e é muito bonita.

Museu Imperial

Em 1822, D. Pedro I, viajando em direção a Vila Rica, Minas Gerais, para buscar apoio ao movimento da nossa Independência, encantou-se com a Mata  Atlântica e o clima ameno da região serrana. Hospedou-se na Fazenda do Padre Correia e chegou a fazer uma oferta para comprá-la. Diante da recusa da proprietária, D. Pedro comprou a Fazenda do Córrego Seco, em 1830, por 20 contos de réis, pensando em transformá-la um dia no Palácio da Concórdia. A crise política sucessória em Portugal e a insatisfação interna foram determinantes para o seu regresso à terra natal, onde ele viria a morrer sem voltar ao Brasil.  A Fazenda do Córrego Seco foi deixada como herança para seu filho, D. Pedro II, que nele construiria sua residência favorita de verão.

A construção do belo prédio neoclássico, onde funciona atualmente o MUSEU IMPERIAL, teve início em 1845, e foi concluída em 1862. Para dar início à construção, D. Pedro II assinou um decreto em 16 de março de 1843, criando Petrópolis. Uma grande leva de imigrantes europeus, principalmente alemães, sob o comando do engenheiro Júlio Frederico Koeler, foi incumbida de levantar a cidade, construir o Palácio e colonizar a região.

Criação do Museu Imperial

Com a Proclamação da República, em 1889, a Princesa Isabel alugou o  Palácio para o Colégio Notre Dame de Sion. Mais tarde, foi a vez do  Colégio São Vicente de Paulo ocupar o prédio. Entre seus alunos, havia um apaixonado por História: Alcindo de Azevedo Sodré. Graças a ele, que sonhava acordado nas noites silenciosas, com a transformação do seu colégio em um Museu Histórico, o presidente Getúlio Vargas criou em 29 de março de 1940 pelo decreto Lei n° 2096, o MUSEU IMPERIAL. Foi aberto à visitação pública três anos depois, a 16 de março de 1943, por ocasião do centenário da fundação de Petrópolis.

O acervo do Museu Imperial, formado pela transferência de coleções de outros órgãos culturais, além de compras e doações, reúne 7866 objetos representativos da cultura nacional e estrangeira do século XIX, entre numismática, armaria, heráldica, porcelanas e cristais, ourivesaria, viaturas, mobiliário, prataria, indumentária, objetos musicais, esculturas e pinturas. Dentre as peças únicas, destacam-se o cofre em porcelana de Sèvres e bronze da Princesa de Joinville e os objetos-símbolos da Monarquia Brasileira, como a coroa imperial de D. Pedro I, a coroa e os trajes majestáticos de D. Pedro II e o cetro dos dois imperadores.

Mais informações acessar:  http://www.museuimperial.gov.br/

Visita ao Museu Imperial. (12/05/2009)
Visita ao Museu Imperial. (12/05/2009)
Visita ao Museu Imperial. (12/05/2009)
Visita ao Museu Imperial. (12/05/2009)
Visita ao Museu Imperial. (12/05/2009)
Visita ao Museu Imperial. (12/05/2009)
Família Imperial, Trono e coroa de D. Pedro II. (12/05/2009)
Família Imperial, Trono e Coroa de D. Pedro II. (12/05/2009)

Férias 2009 – Petropólis (Parte II)

No segundo dia em Petrópolis levantei um pouco mais tarde, pois uma bolha no dedinho do pé esquerdo tinha infeccionado e com a dor ficava difícil de andar. Nesse dia me dediquei a três visitas especiais, que foram: Museu Casa de Santos Dumont, Museu Imperial e Arquivo do Museu Imperial, que fica ao lado do próprio Palácio, mas numa construção recente. 

Museu Casa de Santos Dumont, mais conhecida como “A Encantada”:

 A casa de verão de Santos Dumont, mais conhecida como “A Encantada”, foi construída em 1918 no antigo morro do Encanto, em Petrópolis. O nome da casa foi dado em homenagem a Rua do Encanto, onde ela estava localizada. Ali ele passou várias temporadas, até sua morte em 1932. A casa foi desenhada e planejada pelo próprio Santos Dumont, tendo auxilio do engenheiro Eduardo Pederneiras. É um chalé do tipo alpino, encravado em terreno íngreme, com detalhes curiosos, todos frutos do inventivo talento de Santos Dumont. Ela é fora de qualquer padrão de casas da época.

A casa é ao mesmo tempo simples e prática, sendo constituída de uma única peça edificada. Internamente não tem nenhuma divisória, possuindo três andares e um terraço. No primeiro andar (térreo), há um porão que servia de oficina.  No segundo andar, em uma única peça fica a sala de estar e jantar, com biblioteca e estúdio. E no pequeno terceiro andar, fica o quarto e o banheiro. Do quarto é possível atravessar uma pequena ponte e ir para a parte alta do terreno, que fica no nível do telhado. Ali existe um mirante para observações astronômicas, onde fica hasteada a Bandeira do Brasil.

No pavimento superior fica a escrivaninha que a noite servia de cama. Como Santos Dumont era pequeno, bastava colocar um colchão sobre a escrivaninha, que esta se transformava em cama. Outra praticidade que achei interessante foi seu guarda-roupas. Num espaço atrás da porta ele guardava a mala que utilizava em sua muitas viagens e três cabides, com três ternos. A casa não tinha cozinha e todas as refeições vinham do Palace Hotel, atual prédio da Universidade Católica de Petrópolis, do outro lado da rua. Outra curiosidade da casa é uma das últimas invenções de Santos Dumont, que é o chuveiro com água quente, o único do Brasil àquela época, sendo aquecido a álcool.

Existem duas escadas interessantes na casa, recortadas em forma de raquete. A que fica na entrada, obriga o visitante a sempre começá-la com o pé direito. E dentro da casa existe uma escada parecida, mas que obriga o visitante a começar com o pé esquerdo. Nessa casa Santos Dumont escreveu seu segundo livro, a autobiografia “O que eu vi. O que nós veremos”.

A casa vista pelo lado de fora. (12/05/2009)
A casa vista pelo lado de fora. (12/05/2009)
Casa, telefone, guarda roupas e ponte que leva ao terraço dos fundos. Ao fundo aparece uma escadinha que leva ao observatório. (12/05/2009)
Casa, telefone, guarda roupas e ponte que leva ao terraço dos fundos. Ao fundo aparece uma escadinha que leva ao observatório. (12/05/2009)
Escada da entrada, terraço, escada interna, escrivaninha/cama e chuveiro. (12/05/2009)
Escada da entrada, terraço, escada interna, escrivaninha/cama e chuveiro. (12/05/2009)

Férias 2009 – Petropólis

De Cabo Frio segui de ônibus para Petrópolis. O chato foi levantar de madrugada em plenas férias para pegar o único ônibus que liga estas duas cidades e que sai ás 06h15min. Por sorte a pousada onde estava hospedado ficava distante somente 200 metros da Rodoviária.

Estive em Petrópolis em julho de 96, numa visita rápida que durou menos de um dia. Daquela vez ficou uma sensação de quero mais, pois não foi possível visitar todos os pontos turísticos e principalmente a parte de cima do Palácio Imperial, que estava em reformas na época. Dessa vez iria dedicar quase dois dias para visitar a cidade e já tinha agendado uma visita ao acervo do Palácio Imperial, para obter informações e colher material para um projeto futuro.

Desembarquei em Petrópolis pouco antes das 10h00min e descobri que agora existe uma rodoviária nova que fica bem afastada da cidade. Por outro lado isso foi bom, pois tive que pegar um ônibus urbano que rodou por vários lugares da periferia da cidade e dessa forma pude ver muitas construções antigas e locais interessantes. Hospedei-me num hotel que fica em frente á antiga rodoviária, bem no centro da cidade. O hotel é de 1948 e parece não ter sofrido muitas reformas desde então. O ponto negativo foi o cheiro quase insuportável de cigarro no quarto.

Á tarde iniciei a visita pela cidade andando despreocupadamente pelo centro e depois passei por pontos turísticos que já conhecia e outros que não conhecia. Consegui um mapa num posto de informações turísticas e isso facilitou meu passeio, pois o mapa tinha boas indicações e principalmente porque a maioria dos locais que me interessava visitar ficavam próximos.

Os principais locais que visitei nesse dia foram:

Catedral de São Pedro de Alcântara = Sua pedra fundamental foi lançada em 1884 e sua construção é em estilo neogótico francês. Em seu interior, ao lado direito da porta de entrada fica a Capela Imperial, onde estão os restos mortais de D. Pedro II, de sua esposa Teresa Cristina, do Conde D´Eu e da Princesa Isabel. Quase fui preso ao visitar a Capela Imperial, pois ela é cercada por grades e ao tirar fotos resolvi subir na grade para ter um ângulo melhor. Alguns visitantes viram e foram dizer ao segurança que eu estava querendo pular a grade. Mas após as explicações tudo ficou bem.

Só pra constar, D. Pedro II e Dona Teresa Cristina morreram no exílio, na França. Foram sepultados em Portugal, no Panteão dos Bragança, no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa. Em 1922, com a Lei do Banimento sendo revogada, tiveram seus restos mortais enviados para o Brasil e em 1939 foram sepultados na Catedral de Alcântara. Um fato curioso é que D. Pedro II quando faleceu foi embalsamado e durante quase vinte anos seu corpo podia ser visitado do Panteão dos Bragança, pois o caixão tinha uma tampa de vidro. Em 1911 o corpo começou a se decompor e então resolveram cobrir a tampa de vidro.

Casa de Rui Barbosa = Residência onde Rui Barbosa escreveu muitas de suas obras e onde ele permaneceu até falecer.

Casa da Princesa Isabel = Comprada em 1876 pela princesa Isabel e o Conde D´Eu, nela residiram até a proclamação da República, quando então foram banidos do Brasil.

Casa do Barão de Mauá = Construção em estilo neoclássico foi residência do Barão de Mauá, importante empreendedor da época do Império e um dos mais famosos empresários na história do Brasil.

Palácio de Cristal = Foi construído na França em 1879, para a Associação Hortícola de Petrópolis, da qual era presidente o Conde D’Eu, marido da Princesa Isabel. Foi destinado a servir de local para exposições e festas. Foi inaugurado em 1884 e a mais bela festa realizada nele foi no domingo de Páscoa de 1888, na qual a princesa Isabel junto a seus filhos entregou cartas de alforria a escravos, a maioria indenizando os seus senhores com campanha de arrecadação desenvolvida na cidade. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, integra o conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça da Confluência.

Palácio Rio Negro = Em 1889 o Barão do Rio Negro comprou o terreno onde seria erguido o seu palácio de verão. Em fevereiro de 1896, o Palácio e a casa ao lado, pertencentes a um dos filhos do Barão, foram vendidos ao Estado do Rio de Janeiro para servir de residência oficial do governante. Em 1903, o Palácio foi incorporado ao Governo Federal e passou a ser residência oficial de verão dos presidentes da República. Desde então, por ali passaram Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Brás, Epitácio Pessoa, Artur Bernardes, Washington Luiz, Getúlio Vargas, Gaspar Dutra, Café Filho, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Costa e Silva. No verão de 1996/1997, quando o Palácio estava completando 100 anos na função de residência oficial do governo, a tradição foi reinventada. Através de um gesto ritual, a presidência da República voltou a se instalar no Palácio Rio Negro.

 

Catedral de Alcântara, Palácio de Cristal e Casa de Mauá.
Catedral de Alcântara, Palácio de Cristal e Casa de Mauá. (11/05/2009)

 

Catedral de Alcântara.
Catedral de Alcântara. (11/05/2009)
Capela Imperial, onde no meio estão D. Pedro II e Dona Teresa Cristina, do lado esqeurdo a Princesa Isabel e do lado direito o Conde D´Eu.
Capela Imperial, onde no meio estão D. Pedro II e Dona Teresa Cristina, do lado esquerdo a Princesa Isabel e do lado direito o Conde D´Eu. (11/05/2009)
Acima a "Casa de Rui Barbosa"  e abaixo o "Palácio Rio Negro". (11/05/2009)
Acima a “Casa de Rui Barbosa” e abaixo o “Palácio Rio Negro”. (11/05/2009)
Casa da Princesa Isabel. (11/05/2009)
Casa da Princesa Isabel. (11/05/2009)

Férias 2009 – Cabo Frio “Forte São Mateus”

Todo final de tarde eu ia até o forte São Mateus para ficar olhando o mar e o por do sol por sobre a cidade. A cada dia o por do sol era um espetáculo a parte. Atualmente o forte está bem cuidado e conservado e é uma atração a parte para quem visita a cidade de Cabo Frio.

O Forte de São Mateus localiza-se numa ilhota rochosa na extremidade nordeste da atual praia do Forte, na cidade de Cabo Frio. Em 1617, o governador e capitão-mor da capitania do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, que considerava o Forte de Santo Inácio do Cabo Frio excessivamente vulnerável, solicitou o seu desmantelamento e a construção de um novo forte para proteção da povoação de Santa Helena do Cabo Frio e da barra do canal da lagoa de Araruama (hoje canal do Itajuru). O Governador-geral do Brasil, D. Luís de Sousa, após consultar Lisboa, aprovou o projeto do Engenheiro-mor e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita e transferiu a responsabilidade das obras para o Capitão-mor de Cabo Frio, Estevão Gomes em 1618.

Uma carta do superior jesuíta do aldeamento indígena de São Pedro, enviada àquele governador do Brasil em 1620, revela que a nova fortificação do Cabo Frio já estava em funcionamento nesse ano. Nela, Estevão Gomes abrigava provisoriamente algumas dezenas de famílias de Tupiniquins que logo seriam transferidas para o aldeamento jesuíta de São Pedro do Cabo Frio, núcleo da atual cidade de São Pedro d’Aldeia.

No contexto da reconquista de Angola (e seu mercado de escravos) aos holandeses, Salvador Correia de Sá e Benevides retirou a artilharia e a guarnição do forte, deixando sem defesa os vinte e quatro moradores que permaneceram no Cabo Frio (1648). Em 1650, Estêvão Gomes reaparelhou-o para defesa da povoação, com os seus canhões servindo para sinalizar a passagem dos navios que iam para o Rio de Janeiro.

Durante o século XVIII, o Forte de São Mateus estava artilhado com sete peças antecarga, de alma lisa: uma de calibre 12 libras, dois de 8 e quatro de 6, sendo que a maior parte achava-se arruinada ao final desse período. Encontra-se relacionado no “Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças”, que integra as “Memórias Públicas e Econômicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos.

Em 1818, o naturalista Auguste de Saint-Hilaire descreveu o forte como uma “mesquinha casa a que é dado o nome pomposo de fortaleza”. Estava “guardado por seis soldados da milícia, que se renovam de quinze em quinze dias, e são mandados por um simples cabo. Este é obrigado a dar aviso ao coronel do distrito, da entrada e da saída de embarcações que passam pelo ancoradouro”. Vinte anos mais tarde, em 1838, o forte era comandado pelo 1º Tenente Antônio Joaquim Gago.

Relatório do General Antônio Eliziário (Tenente-general graduado Antônio Elzeário de Miranda e Brito) de 1841, informa que esta fortificação conservava quatro peças em suas três faces, sendo instaladas mais quatro em uma bateria na praia dos Anjos (Bateria da Praia dos Anjos) em Arraial do Cabo, como defesa complementar. O Imperador D. Pedro II, ao visitar a cidade de Cabo Frio em 1847, inspecionou o forte “onde foi recebido com uma salva imperial de artilharia” e recepcionado pelo Tenente Francisco José da Silva. Antes de ser deposto em 1889, o Imperador promoveu o rearmamento das fortalezas brasileiras, encomendando grande quantidade de peças de artilharia, entre elas, os cinco canhões de ferro de grosso calibre até hoje existentes nas suas dependências.

Do início do século XVIII ao final do século XIX, foram feitas algumas modificações na planta da fortificação, mas conservou-se o uso militar na defesa de Cabo Frio e seu porto – escoadouro da produção agrícola e extrativista regional para a capital do Rio de Janeiro. A partir de 1899, a edificação passou a ser utilizada pelas autoridades municipais como lazareto, abrigando os doentes terminais das graves epidemias que assolavam Cabo Frio à época.

No século XX, sem manutenção, o Forte de São Mateus, abandonado, encontrava-se em ruínas ao final da década de 1930. A estrutura abrigou nesse período um farol, demolido em meados do século pelo risco de desabamento que apresentava.

De propriedade da União, o imóvel, o penedo em que se ergue e a ponta da praia num círculo de quinhentos metros de raio a partir do centro do forte encontram-se tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a partir de 1956, passando a ser administrados pela Prefeitura do Município de Cabo Frio. Nesse mesmo ano sofreu a primeira intervenção de restauro, sob a direção técnica do Professor Adail Bento Costa.

Com o aumento do turismo na região a partir da década seguinte, a FLUMITUR – Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (depois TURISRIO) promoveu nova intervenção de restauro (1972), visando a instalação projetada de um museu. Esse projeto foi retomado a partir de 1977, na gestão do Prefeito José Bonifácio Ferreira Novellino, que criou um espaço cultural para exposição de artistas locais no Forte São Mateus, para o que lhe instalou luz e água, reparando o piso do caminho e construindo uma nova ponte de acesso. Entre 1983 e 1992, foram promovidas melhorias no seu entorno pelo governo do Prefeito Ivo Saldanha. Em 1989, com o apoio da Rede de Postos Itaipava foram restaurados os caibros do telhado, portas, janelas, ferrolhos e chaves. Nesse mesmo ano, procedeu-se o tombamento municipal do imóvel.

No início de 1993, durante a segunda administração do Prefeito José Bonifácio Ferreira Novellino encontrando-se o forte novamente semi-abandonado e bastante deteriorado, foi reafirmado o seu uso cultural. Com a aprovação e supervisão do Patrimônio Histórico, refez-se o telhado, substituíram-se e envernizaram-se as madeiras das portas e janelas, limpou-se, aterrou-se e nivelou-se o terrapleno, caiaram-se paredes, muralhas e guarita; retiraram-se acréscimos externos de cimento modernos, tendo-se melhorado a vigilância e limpeza do entorno.

Forte São Mateus. (09/05/2009)
Forte São Mateus. (09/05/2009)
Forte São Mateus. (10/05/2009)
Forte São Mateus. (10/05/2009)
Forte São Mateus. (11/05/2009)
Forte São Mateus. (11/05/2009)

Férias 2009 – Cabo Frio

Fiquei quatro dias em Cabo Frio, hospedado em uma pousada que no passado foi Albergue da Juventude e onde passei uma semana em 1996. Era o unico hospede, pois é baixa temporada, então minha estadia foi bem tranquila. Dormia até tarde e depois ia passear pela cidade. No meio da tarde ia para a praia caminhar e depois seguia até o Forte São Mateus (ver post especifico) onde ficava até o final da tarde, para ver o por do sol.

A primeira vez que estive em Cabo frio foi em 1990, depois voltei em 1996. Após treze anos da última visita, deu pra perceber que a cidade cresceu bastante. Ao mesmo tempo ela está mais suja, a praia também e as dunas que eram um atrativo a parte da cidade, tive a impressão de que encolheram. Talvez tal impressão seja em razão de várias construções feitas próximas as dunas.

A água da praia é muito gelada e não entrei na água nenhuma vez. A unica excessão foi durante um pesseio de barco que fiz e onde ele atracou por meia hora numa ilha distante da cidade. Então não resisti e mergulhei na água gelada e transparente.

Cabo Frio é uma cidade histórica, sendo o sétimo municipio criado no Brasil. Em 1503, a terceira expedição naval portuguesa para reconhecimento do litoral brasileiro, sofreu um naufrágio em Fernando de Noronha e a frota remanescente se dispersou. Dois navios, sob o comando de Américo Vespúcio, seguiram viagem até a Bahia e depois até Cabo Frio. Junto ao porto da barra de Araruama, os expedicionários construíram e guarneceram com 24 “cristãos” uma fortaleza feitoria para explorar o pau-brasil, abundante na margem continental da lagoa.

Em 1512, este estabelecimento comercial-militar pioneiro, que efetivou a posse portuguesa da “nova terra descoberta” e deu início a conquista no continente americano, e que foi destruído pelos índios tupinambás em função das “muitas desordens e desavenças que entre eles houve” em 1526. Os franceses traficavam pau-brasil e outras mercadorias com os índios, na costa brasileira, desde 1504. Durante as três primeiras décadas do século XVI, praticamente restringiram sua atuação ao litoral da região nordeste.

A partir de 1540, por causa do rigoroso policiamento naval português nestes mares, os franceses exploraram o litoral e levantaram os recursos naturais de Cabo Frio. Em 1556, construíram uma fortaleza-feitoria para exploração de pau-brasil, na mesma ilhota utilizada anteriormente pelos portugueses, junto ao porto da barra de Araruama. A “Maison de Pierre” cabofriense ampliou e consolidou o domínio francês no litoral sudeste, iniciado com o Forte Coligny no Rio de Janeiro, um ano antes.

Vários angulos de Cabo Frio. (maio/2009)
Vários angulos de Cabo Frio. (maio/2009)
Passeio de barco. (09/05/2009)
Passeio de barco. (09/05/2009)
Passeio de barco. (09/05/2009)
Passeio de barco. (09/05/2009)
Imagens de Cabo Frio e por último a "Pousada São Lucas", onde me hospedei. (09 e 10/05/2009)

Férias 2009 – Rio de Janeiro

Meu primeiro dia de férias foi em Curitiba mesmo, onde aproveitei para resolver assuntos pessoais. Já no segundo dia iniciei uma serie de viagens programadas para as férias. No meio da manhã do dia 7, quinta-feira, embarquei para o Rio de Janeiro num vôo da Tam. Com as tarifas das cias aéreas em promoção, em alguns casos fica mais barato viajar de avião do que de ônibus. E a diferença principal é que a viagem entre Curitiba e Rio de Janeiro de avião leva uma hora, enquanto de ônibus leva quase treze horas.

Após uma viagem tranqüila desembarquei no Rio de Janeiro, no  Aeroporto Santos Dumont, que fica no centro da cidade. A parte final do pouso é um pouco assustadora, pois o aeroporto fica ao lado do mar e o avião vai descendo sobre a água, se aproximando cada vez mais do mar. Se a pessoa não conhecer a localização do aeroporto  e olhar pela janela no momento do pouso, vai pensar que o avião esta caindo na água. O piloto era muito bom e o pouso foi macio. E por incrível que pareça sai de Curitiba com sol e calor, para chegar no Rio de Janeiro e pegar chuva.

Após uma passeio pelo centro da cidade meio sem destino, resolvi sair do Rio e ir para Cabo Frio, cidade praiana na Região dos Lagos, distante uns 120 km dali. Como era inicio de férias achei que seria melhor ir pra um lugar menos agitado onde pudesse descansar e desestressar. Então no final da tarde peguei um ônibus rumo a Cabo Frio, onde cheguei à noite, após uma viagem sossegada.

Quase chegando no Rio de Janeiro. (07/05/2009)
Quase chegando no Rio de Janeiro. (07/05/2009)
Sobrevoando a cidade do Rio de Janeiro. (07/05/2009)
Sobrevoando a cidade do Rio de Janeiro. (07/05/2009)
Pousando quase sobre as águas. (07/05/2009)
Pousando quase sobre as águas. (07/05/2009)

No meio do caminho tinha uma vaca…

No meio do caminho tinha uma vaca, tinha uma vaca do meio do caminho…

Drummond escreveu sobre a pedra que existia no meio do caminho, já no meu caso vou escrever sobre a vaca que tinha no meio do caminho (daquelas de quatro patas, par de chifres e rabo).

No último dia 17 estava indo de carro de Curitiba para Campo Mourão, por uma estrada que liga ás cidades de Reserva e Cândido de Abreu. A estrada é nova, com pouco trânsito e uma paisagem muito bonita, atravessando um longo trecho de serra. O único problema é que ela não tem acostamento. Já tinha passado por ali quatro vezes antes, mas nunca tinha notado as placas que informam sobre animais na pista. Achei até normal tal placa, pois ao lado da estrada existe muito pasto e criação de gado. Logo após passar pela primeira placa fiquei mais atento na estrada, mas após rodar uns 50 km acabei esquecendo. E foi ai que tudo aconteceu, ou melhor, quase aconteceu. Numa descida onde devia estar há uns 100 km/h ou 110 km/h, eis que uma vaca (de quatro patas) sai do meio do mato e entra na pista, bem na minha frente. Junto comigo seguia o Márcio, amigo de meu irmão que pegava carona até Campo Mourão. Ele deu um grito de alerta ao mesmo tempo em que eu vi a vaca e numa fração de segundos tive que decidir o que fazer. Frear não ia dar tempo, então ao mesmo tempo em que tirei o pé do acelerador, buzinei e desviei pela contra mão. A vaca parou sem saber o que fazer e por sorte não vinha nenhum carro em sentido contrário, pois senão eu teria que escolher entre bater de frente com o veiculo que viesse ou atropelar a vaca. Sair da estrada não seria aconselhável, pois ela não tem acostamento e no trecho onde estávamos é cercada por muitas árvores. No fim saímos ilesos e fora o enorme susto nada aconteceu. Atropelar uma vaca em velocidade razoável pode ser muito perigoso, pois em razão de sua altura e seu peso a tendência é que no momento do impacto ela seja jogada contra o pára-brisa ou para cima do carro, causando um acidente sério. Há uns 22 anos em Campo Mourão teve um caso de um  conhecido que morreu ao atropelar uma vaca e no impacto a cabeça da vaca foi parar dentro do carro e ele foi espetado pelo chifre bem no coração. Em 1995 o filho de minha ex-chefe atropelou uma vaca e quase morreu, ficou todo quebrado e o carro deu perda total. E em ambos os casos até hoje ninguém descobriu quem era o dono dos animais.

Quatro dias depois do quase atropelamento da vaca de quatro patas, eu e Márcio (nova carona) voltávamos para Curitiba pela mesma estrada e notamos que existiam muitas outras placas sobre animais na pista (com o desenho de uma vaca). Paramos para tirar fotos e então percebemos que essas placas são feitas de madeira, tipo chapas de compensando, enquanto as demais placas da estrada são feitas de metal. Deduzimos que já deve ter ocorrido algum acidente grave nessa estrada envolvendo boi, vaca, touro e até búfalo (vimos alguns nos pastos, pelo caminho) e depois fizeram essas placas de forma emergencial e colocaram em alguns trechos. O aviso é até válido, mas não resolve muito pois a vaca que cruzou nossa frente apareceu de repente, saindo do nada.

Existe uma lei que responsabiliza o dono de animais soltos em estradas, mas como a fiscalização é  insuficiente os bichos continuam soltos e os donos parecem que não estão preocupados. E quando ocorre algum acidente, principalmente com vitimas humanas é quase impossível de o dono aparecer. Num pais onde as leis não são fiscalizadas e cumpridas, fica difícil pedir que punam os donos de animais que andam soltos pelas estradas. Então cuidado, tanto com as vacas de quatro quanto com de de duas patas, pois elas podem causar sérios riscos a sua integridade física.

Vander e as vacas.
Vander e as vacas.
Vander procurando vacas e Márcio fazendo pose.
Vander procurando vacas e Márcio fazendo pose.

Mais uma viagem para Porto Alegre.

Ontem foi dia de madrugar e pegar o voo das 07h00min para Porto Alegre. Após uma hora de um vôo tranquilo, desembarquei no aeroporto Salgado Filho, onde tinha um carro esperando pra me levar a São Leopoldo, que fica na região metropolitana de Porto Alegre. Até o final de 2005 eu conhecia muitas cidades do Rio Grande do Sul, mas não conhecia Porto Alegre. A partir de então essa é  décima primeira vez que venho para cá a trabalho. Serão três dias de reuniões na Unisinos, o que fica longe de meu recorde de estadia na cidade. Ano passado cheguei a passar 15 e depois 17 dias direto por aqui.

Na plataforma de embarque do aerporto de Curitiba. (10/03/2009)
Na plataforma de embarque do aeroporto de Curitiba. (10/03/2009)
Bem acima das nuvens, voando de TAM rumo a Porto Alegre. (10/03/2009)
Bem acima das nuvens, voando de TAM rumo a Porto Alegre. (10/03/2009)