Na última visita que fiz ao Rio, em 2005, tentei visitar o Museu da República, mas estava fechado. Dessa vez a esse museu, foi á última coisa que fiz antes de retornar para Curitiba. E valeu muito a pena, pois o prédio onde está instalado o museu é muito bonito, a decoração é sensacional e está tudo bem preservado.
De tudo que vi, teve duas coisas de que gostei mais. A primeira foi poder ver “ao vivo” o quadro “a Pátria”, pintado por Pedro Bruno em 1919. Esse quadro além de ser muito bonito, era capa de um livro que utilizei durante o curso de História. Não sabia que esse quadro estava exposto ali e foi uma grata surpresa ao vê-lo na sala onde aconteciam as reuniões do Presidente com seus ministros. E a segunda coisa que gostei mais foi poder entrar no quarto onde Getulio Vargas se suicidou. Fiquei uma meia hora no quarto, observando cada detalhe. O quarto está praticamente igual como na noite em que Getulio se matou. O que aconteceu nesse quarto marcou profundamente a história e os rumos do Brasil.
Quando vou á algum lugar histórico, tenho o costume de tentar imaginar como o lugar era no passado, como eram as pessoas que por ali passaram. Na verdade tento fazer uma imaginaria viagem ao passado. É uma experiência muito bacana e meio maluca, típica de pessoas apaixonadas por história, como eu sou.
Museu da República (Palácio do Catete)
O Museu da República ocupa o antigo Palácio Nova Friburgo (no Império), depois Palácio do Catete (na República), que durante 63 anos foi o coração do Poder Executivo no Brasil. Foi inaugurado em 15 de novembro de 1960, após a transferência da capital para Brasília
O Palácio do Catete foi erguido no século XIX, no então chamado “Caminho do Catete”, atual bairro do Catete, região que surgiu com o aterramento de uma área coberta por mangues. Iniciada a construção do Palácio, o Barão de Nova Friburgo adquiriu novas terras, incorporando a área ao fundo do terreno e a aléia central do parque, onde já então havia as palmeiras existentes até hoje. Segundo alguns historiadores, tanto o jardim do Palácio quanto o do Palácio São Clemente, em Nova Friburgo, também de propriedade do Barão, teriam sido feitos pelo paisagista francês Auguste Marie Françoise Glaziou.
Acervo: O Palácio Nova Friburgo, atual Palácio do Catete, construído entre 1858 e 1867 pelo comerciante e fazendeiro de café Antônio Clemente Pinto, Barão de Nova Friburgo, consagrou-se como um monumento de grande importância histórica, arquitetônica e artística. Erguido no Rio de Janeiro, então Capital Imperial, tornou-se símbolo do poder econômico da elite cafeicultora escravocrata do Brasil oitocentista. Sua concepção em estilo eclético é resultado do trabalho de artistas estrangeiros de renome, como o arquiteto Gustav Waehneldt e os pintores Emil Bauch, Gastão Tassini e Mario Bragaldi. Em 1889, passados vinte anos da morte do Barão e de sua esposa, o Palácio foi vendido à Companhia do Grande Hotel Internacional e, posteriormente, antes que fosse instalada qualquer empresa hoteleira no imóvel, foi vendido ao maior acionista da Companhia, o conselheiro Francisco de Paula Mayrink. Em 18 de abril de 1896, durante o mandato do presidente Prudente de Moraes, à época exercido em caráter interino pelo vice Manuel Vitorino, o Palácio foi adquirido pelo Governo Federal para sediar a Presidência da República, anteriormente instalada no Palácio do Itamaraty.
Para receber os presidentes e seus familiares, ampla reforma foi executada sob a orientação do engenheiro Aarão Reis. Dela participaram importantes pintores brasileiros como Antônio Parreiras e Décio Villares e o paisagista Paul Villon, este responsável pela remodelação dos jardins. A instalação de luz elétrica no Palácio, desde então, acentuaria o brilho dos acontecimentos políticos e sociais que ali teriam lugar.
Também chamado de Palácio das Águias, o Palácio do Catete foi palco de intensas articulações políticas, como as declarações de guerra à Alemanha, em 1917, e ao Eixo, em 1942, e, nesse mesmo ano, a implantação do Cruzeiro como sistema monetário nacional. Entre os grandes acontecimentos sociais, destacam-se a recepção aos Reis da Bélgica, em 1920, e a hospedagem do Cardeal Pacelli, posteriormente Papa João XXIII, em 1934. Grande repercussão gerou o polêmico sarau organizado, em 1914, pela caricaturista Nair de Teffé, esposa do presidente Hermes da Fonseca, durante o qual foi executado o famoso “Corta- Jaca” de Chiquinha Gonzaga, compositora e maestrina carioca. Pela primeira vez a música popular era interpretada nos salões de um Solar aristocrático.
Do Palácio emergem, ainda, memórias de momentos de consternação e comoção nacional, como o velório do presidente Afonso Pena, em 1909, e o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, desfecho de uma das mais contundentes crises político-militares republicanas. No ano de 1938, durante o Estado Novo, o Palácio e seus jardins foram tombados pelo então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Sede do Poder Republicano por quase de 64 anos, 18 presidentes utilizaram suas instalações. Coube a Juscelino Kubitschek encerrar a era presidencial do edifício, com a transferência da Capital Federal para Brasília em 21 de abril de 1960. O Palácio do Catete, com base em Decreto Presidencial de 08 de março de 1960, passou então a ser organizado para abrigar o Museu da República, inaugurado a 15 de novembro do mesmo ano.
Mais informações acessar: http://www.museudarepublica.org.br/principal2.html