Henrique Paulo Schmidlin (Vitamina)

As peripécias de Henrique Schmidlin sobre as montanhas começaram bem cedo. O menino, nascido em 1930, costumava passar as férias escolares na casa da família de sua mãe, na região de Bocaiúva do Sul. Lá, por horas admirava o sobe e desce que os morros faziam ao redor do terreno da propriedade. Um dia seu tio resolveu levá-lo até um deles. A subida exigente para as pernas de 8 anos, a possibilidade de encontrar algum bicho no caminho, a luta por entre a vegetação para alcançar o ponto mais alto, todo o percurso foi fascinante. Era apenas um morro, mas para Henrique, admirador dos aventureiros personagens dos livros do alemão Karl May, parecia um gigante desafio. Depois da primeira subida, as férias do menino passaram a ser uma alegria só. Henrique gastava todo o tempo que podia explorando cada morro que encontrava na região. Mas, ao voltar para Curitiba, onde morava, limitava-se a alguns passeios com a família, além disso, era preciso se dedicar aos cadernos e livros do colégio católico em que estudava. E foi lá que Henrique, na década de 1940, viu algo que mudaria sua vida

Um dia, em um quadro no colégio, viu pendurada uma folha que estampava a figura de uma montanha. O menino parou, encantado com aquele desenho: no mesmo instante em que seus olhos se fixaram sobre a imagem, ele soube que precisava subir aquela montanha. Em cima do cartaz havia um nome:

“Marumby”, na grafia da época. Com o sangue aventureiro pulsando forte, Henrique, com um amigo, embarcou em um trem em Curitiba, para descer na estação Marumbi. Lá, os dois pegaram uma trilha e alcançaram o cume do Olimpo, na época, considerada a montanha mais alta do Sul do Brasil, com uma altitude atribuída de 1.810 metros, numa região não muito distante da capital. A mesma sensação encontrada nos morros, quando mais novo, capturou Henrique, mas de uma maneira tão maior quanto a montanha que havia agora encarado. Fim de semana após fim de semana, o jovem voltou a subir as elevações. Pelas trilhas do conjunto Marumbi, conheceu ilustres montanhistas, muitos deles que haviam, inclusive, sido os primeiros homens a tocarem o alto das elevações daquele conjunto.

Simpático e falante, Henrique logo já era amigo de todos, e, seguindo a tradição da época, ganhou o apelido que deixaria seu nome completo sempre em segundo plano. Em uma época na qual sardinha e carne eram os alimentos preferidos de muitos brasileiros, o jovem de descendência alemã levava para todos os seus passeios uma mochila farta de frutas e verduras, ricas em vitamina.

Pertencendo agora a um grupo de montanhistas que era motivado por aventuras e conquistas, Vitamina participava de desafios inventados pelo engenhoso colega de montanha Rudolfo Stamm. As propostas incluíam ver quem subia mais montanhas, quem conseguia subir por uma trilha, voltar por outra, escalar as paredes rochosas, entre outras aventuras. Um grande alvo surgiu quando o geógrafo Renhard Maack descobriu outro ponto culminante na serra, mais alto do que o Olimpo, e lhe deu o nome de Pico Paraná. Com altitude inicial calculada de 1.979 metros, o pico foi conquistado por uma expedição que contava com Reinhard Maack, Rudolfo Stamm, Alfredo Mysing, Josias Armstrong e Benedito Lopes de Castro, em 1941, e logo viraria febre entre os outros montanhistas, que lutavam para chegar ao cume, em uma época em que se aproximar da região daquelas montanhas já era uma aventura. Outras competições surgiram para tentar chegar aos cumes da Serra da Graciosa, Serra da Farinha Seca e da Serra da Prata. Em 1947, Rudolfo Stamm e outros montanhistas fundaram o famoso Círculo de Marumbinistas de Curitiba (CMC) e o nome de Vitamina aparecia como um dos primeiros integrantes.

Aos poucos, com a maioria das montanhas já conquistadas, o interesse começou a se voltar para os paredões rochosos, convidativos à prática da escalada. As primeiras subidas surgiram com a Via dos Bandeirantes e a Chaminé do Gavião, essa última considerada o marco inicial da escalada em rocha no Marumbi. Vitamina, os irmãos Curial, Tarzan e Sobanski logo foram enfeitiçados pela grandiosa parede norte da montanha Esfinge. Ali, passaram quase quatro anos investindo em escaladas para abrir uma via. Como se já não bastasse a imensidão daquela rocha, primeiro, era necessário caminhar por uma trilha durante quase duas horas para chegar até o início da parede. Sem esquecer de levar nas costas os pesados equipamentos para a escalada, que incluíam talhadeira, grampos e outros aparatos para abertura da via, além da corda de sisal, pesada, que fazia a “segurança” do escalador. A parede começou a ser desbravada em fevereiro de 1950, por Orisel e Osires Curial. No dia 26 de fevereiro de 1954 lá estavam Vita e Tarzan, ainda investindo nessa via. Os dois iniciaram as grampeações já a noite, com a ajuda de um precário lampião que a certa altura os deixou na mão. Mesmo assim prosseguiram, agarrando a parede, juntando[1]se a ela até tornar-se um só na imensa escuridão. Na metade da madrugada resolveram descansar, dormiram sobre as rochas. Com o despontar forte do sol, retomaram o trabalho, com pouca reserva de água potável. A cada grampo fixado ao grande paredão, um sentimento de vitória, a cada esforço que o braço já cansado lutava para fazer, os montanhistas ficavam mais próximos de concluir a via. Com sede e um grande cansaço de repente avistaram o cume da montanha e, finalmente, puderam nela pisar a partir de um caminho até então inexplorado. Até hoje, os 230 metros desse pare[1]dão são respeitados como uma escalada de dificuldade técnica ainda alta, mesmo com o uso de equipamentos mais modernos.

Não contente em subir e escalar as elevações rochosas, Vita também promovia diversas atividades pela região da Serra do Mar, para atrair as pessoas para perto das montanhas e da natureza. A tão famosa descida de boia realizada ainda hoje pelo curso do rio Nhundiaquara teve uma de suas primeiras edições com o “boia-cross” de Vitamina — um evento idealizado por ele que separou 400 boias para os participantes. No dia programado para a descida mais de mil pessoas compareceram. A descida com carrinho de rolamento pelas belas curvas da estrada da Graciosa também era outra tradição, que Vita organizou durante nove anos. Além disso, pescas, passeio de caiaque, prova de mergulho, de orientação e até corrida pelas montanhas ele inventou.

Chamadas quase todo fim de semana para resgatar novatos que se perdiam na mata. Para dar um fim ao problema, ele começou a pintar as trilhas do conjunto Marumbi, mas, a força da floresta logo fazia questão de sumir com a tinta. Quando um amigo lhe trouxe fitas de plástico, o montanhista encontrou a solução para sinalizar o caminho. Escolheu uma cor para simbolizar cada trilha, amarrou as fitas em árvores ao longo dos percursos e seus serviços como “socorrista de montanha”, para seu alívio, foram se tornando desnecessários. Curador do patrimônio natural do Paraná, logo na criação do cargo, nele permaneceu por quase 20 anos, ajudando a preservar, não somente as montanhas, como também outras belezas naturais do estado. São muitas as histórias desse inquieto aventureiro, mas elas ainda não terminaram. Aos, 84 anos, em 2014, ele continua ativo, desbravando as elevações que tanto o fascinam, trilhando novos caminhos, fazendo jus ao apelido que a montanha carinhosamente o deu.

O incansável Vitamina também prestou socorro a muitos que se perdiam pelas trilhas. Muito antes do Cosmo (Corpo de Socorro em Montanha) chegar ao Marumbi, o montanhista recebia chamadas quase todo fim de semana para resgatar novatos que se perdiam na mata. Para dar um fim ao problema, ele começou a pintar as trilhas do conjunto Marumbi, mas, a força da floresta logo fazia questão de sumir com a tinta. Quando um amigo lhe trouxe fitas de plástico, o montanhista encontrou a solução para sinalizar o caminho. Escolheu uma cor para simbolizar cada trilha, amarrou as fitas em árvores ao longo dos percursos e seus serviços como “socorrista de montanha”, para seu alívio, foram se tornando desnecessários. Curador do patrimônio natural do Paraná, logo na criação do cargo, nele permaneceu por quase 20 anos, ajudando a preservar, não somente as montanhas, como também outras belezas naturais do estado. São muitas as histórias desse inquieto aventureiro, mas elas ainda não terminaram. Aos, 84 anos, em 2014, ele continua ativo, desbravando as elevações que tanto o fascinam, trilhando novos caminhos, fazendo jus ao apelido que a montanha carinhosamente o deu.

Texto do livro: O Chamado da Montanha (Letícia Toledo)

Vitamina (Foto: Gazeta do Povo)

PS: O Vitamina está com 90 anos, e junto com o Cesar Fiore acaba de lançar o livro Puro Montanhimo – Os Conquistadores.

Viagens e Aventuras – 09

Hoje o programa Viagens e Aventuras recebeu o historiador Arléto Rocha, que entre outros assuntos falou sobre os Caminhos de Peabiru.

Para assistir ao programa na íntegra, basta acessar o link no vídeo abaixo:

https://www.facebook.com/radiolivefmbr/videos/200842085336080

André, Arléto e Vander.

Mickey’s Toontown Fair

Cresci lendo revistinhas em quadrinhos Disney. Na verdade comecei a ver as revistinhas Disney, anos antes de aprender a ler. Sempre fui fã dos gibis, filmes e personagens Disney. Em 2002 estive pela primeira vez na Disney de Orlando, o Magic Kingdom. Uma das atrações que mais gostei foi a Mickey’s Toontown Fair, onde ficava a Casa do Mickey. Dentro da casa, construída em tamanho real, eu me sentia dentro de uma das histórias em quadrinhos de que tanto gostava. Esta parte do parque foi construída em 1988, na comemoração de 60 anos do Mickey. Tudo na casa tinha tamanho infantil e se parecia com uma cena de desenho animado.

Faziam parte da Mickey’s Toontown Fair:

  • Mickey’s Country House: A casa de Mickey.
  • Goofy’s Wiseacres Farm: A fazenda do Pateta, tinha uma mini montanha russa, desenhada especialmente para crianças, chamada The Barnstormer.
  • Minnie’s Country House: A casa de Minnie, em azul e rosa bebê, mostrava os predicados da ratinha namorada do Mickey.
  • Toon Park: Playground para crianças pequenas.
  • Donald’s Boat: O barco do Pato Donald.

Em 2012 o Mickey’s Toontown Fair foi removido para dar lugar a novas atrações da Fantasyland. Deixou saudades!

Mickey’s Toontown Fair
Mickey’s Country House
Cozinha do Mickey.
Geladeira do Mickey.
Cama do Mickey.
Donald’s Boat
Goofy’s Wiseacres Farm
Pete’s Garage
Em uma de minhas visitas à casa do Mickey.

Viagens e Aventuras – 08

Hoje o programa Viagens e Aventuras recebeu o Paulo Weber, que nos contou sobre algumas de suas aventuras em montanhas e trilhas da serra do mar paranaense.

Para assistir ao programa na íntegra, basta acessar o link no vídeo abaixo:

https://www.facebook.com/radiolivefmbr/videos/108241961446319

Vander, Paulo Weber e André.

Livro: Puro Montanhismo

Encontra-se em fase de pré-lançamento o livro PURO MONTANHISMO – Os Conquistadores. Obra de Cesar Fiore e do Vitamina (Henrique Paulo Schmidlin), tem 365 páginas e muitas fotografias de época. O livro conta sobre todas as fases do Montanhismo Paranaense, desde a conquista do Marumbi, em 1879, até os dias atuais.

Interessados em adquirir o livro, entrem em contato com o Fiore pelo Facebook:

https://www.facebook.com/cesar.fiori

80 anos da conquista do Pico Paraná

Oitenta anos atrás, cinco aventureiros molhados até os ossos saem das barracas de lona sem forro, para contemplar um amanhecer espetacular de frente para o majestoso Pico Paraná. No dia anterior avançaram para o Pouso da Sorte (A1) com o tempo levemente melhorando depois de suportarem três dias e noites de feroz aguaceiro no cume do Caratuva.

Alfredo Mysing, Benedito Lopes de Castro, Josias Armstrong, Reinhard Maack e Rudolf  Stamm, se preparam para o ápice de sua jornada épica. A frente uma profunda e desconhecida grota os separa do gigante de pedra que se ergue altivo em direção ao céu. A estreita crista do Fio de Ligação é povoada por arbustos duros e retorcidos que lhes oferecem aguerrida resistência até o fundo da grota, quando enfim começa a escalada. Sobem pela parede quase vertical carregando pesados fardos com instrumentos de medição, agarrados em frágeis moitas de capim que se desprendem ao mais leve toque. Unhas cravadas nas saliências da pedra, o sangue quente pulsando nas veias, a morte lambendo seus calcanhares.

Lentamente vencem cada obstáculo que a natureza, rija e cruel daquele lugar lhes impõe. Vencem o desconhecido e o medo para ás 13h45min plantarem firmemente os pés sobre o falso cume onde o vento feroz já não encontra freios. Uma parede magnífica de pedra vertical ainda se ergue a frente e o cientista volta a se impor sobre o aventureiro Reinhard Maack, que imediatamente passa a operar seus equipamentos de medição, auxiliado por Josias Armstrong.

Cinqueta metros de pedra nua e vertical os separam da vitória definitiva. O castelo de cume os desafia com sua altivez. A mente de aventureiros natos ardem em desejos, as mãos coçam e partem resolutos para a luta contra seus mais profundos temores. Seremos capazes de vencer o gigante? Benedito Lopes de Castro retorna abatido pela fadiga, mas Alfred Mysing e Rudolf Stamm prosseguem resolutos.

Gritos de júbilo e o espocar de 2 rojões anunciaram a vitória sobre o ponto mais alto do Paraná (e do sul do Brasil). Estavam no dia 13 de julho de 1941.

Texto: Cesar Fiori

Grupo Trilhas do Paraná (Facebook)

Reinhard Maack
Rudolf Stamm
Vander Dissenha no cume do Pico Paraná.

80 anos da Primeira Ascensão do Pico Paraná

Hoje fazem 80 anos que o Pico Paraná foi conquistado pela primeira vez. A montanha mais alta do sul do Brasil, com 1.877 metros, foi conquistada em 13 de julho de 1941, por Rudolfo Stamm e Alfred Mysing. Tal conquista foi motivada pela pesquisa científica realizada pelo famoso geógrafo alemão Reinhard Maack, que desejava descobrir a verdadeira altitude da montanha, num capítulo em comum entre a história do montanhismo e das geociências.

Viagens e Aventuras – 06

O programa Viagens e Aventuras de hoje, recebeu Welisson Ribas para uma conversa descontraida sobre vários assuntos.

Para assistir ao programa na íntegra, basta acessar o link no vídeo abaixo:

https://www.facebook.com/radiolivefmbr/videos/348467753328267

Vander, Welisson e André.

Livro: Casa Ipiranga

LANÇAMENTO DO LIVRO HISTÓRICO DA CASA IPIRANGA

Será lançado, no dia 15 de junho, às 20 horas, o livro que resgata a história da Casa Ipiranga, o chalé mais charmoso da Serra do Mar.O evento será transmitido numa live pelo canal do YouTube, pesquisando pelo título do livro: Casa Ipiranga o Palácio da Serra do Mar.

Construído a 132 anos, em 1889, serviu de residência para o engenheiro Bruno Lange e sua família, responsável pela manutenção da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba, no trecho da Serra, nos seus primeiros anos de funcionamento. Convidado da família, o pintor Alfredo Andersen também morou por uns tempos na Casa. A sua presença no local, influenciou o surgimento do pintor Lange de Morretes, filho mais velho do engenheiro Lange.Chamado carinhosamente de Palácio da Serra, a Casa Ipiranga teve destino e ocupação até 1996. Ficou órfã durante o processo de privatização da Rede e, a partir daí, começou a ser destruída por vândalos.Hoje, o aspecto da Casa mais se parece com as ruinas de uma construção abalada num conflito militar.Passados 25 anos de abandono, eis que surge um grupo interessado na sua reconstrução. A criação da Associação SOS Casa Ipiranga vem realizando gestões para viabilizar o projeto. O livro, em lançamento, aborda toda a história deste Chalé, incluindo depoimentos e informações contidas em relatórios do Arquivo Histórico Nacional, da Rede e bibliografia que tratou do tema ao longo de décadas, além de depoimentos orais.Mais de 200 fotografias estão impressas na publicação, coloridas e em sépia, muitas inéditas , enriquecendo o seu conteúdo.O autor do livro, Rubens Habitzreuter , relata com detalhes o seu conhecimento da Casa, onde pernoitou muitas vezes, na década de 50, acompanhando o seu pai, que fazia a manutenção da pequena usina hidrelétrica existente no local.Parte da receita oriunda da venda do livro, será destinada à Associação SOS Casa Ipiranga, como donativo ao projeto para a sua reconstrução.

Caminho de Cora Coralina

O Caminho de Cora Coralina é uma trilha de longo curso com aproximadamente 300 quilômetros de extensão, que cruza as cidades históricas de Corumbá de Goiás, Pirenópolis, São Francisco de Goiás, Jaraguá e a Cidade de Goiás, abrangendo também os municípios de Cocalzinho de Goiás, Itaguari e Itaberaí. Idealizado em 2013, o projeto teve como propósito interligar os municípios, povoados, fazendas e atrativos, passando por antigos caminhos, numa rota turística para Caminhantes e Ciclistas.

Para a definição do traçado tomou-se como principais fontes documentais o relato de viagem “A Jornada a Goiás de Luís da Cunha Menezes, desde Salvador, em 1778”, quando este veio empossar-se no Governo da Capitania de Goiás; os livros “Viagem à Província de Goiás” e “Viagem ao Interior do Brasil” dos naturalistas Auguste de Saint’Hilaire e Johan Emanuel Pohl respectivamente, que passaram por esses caminhos entre 1818 e 1821; “Viagem às Terras Goyanas”, de Oscar Leal, extraordinário relato escrito nos anos 1880; e o “Relatório Cruls” – Relatório da Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil que explorou, entre 1892 e 1893, uma ampla região do entorno do Distrito Federal para definir a localização da nova Capital do Brasil.

Foi, também, de fundamental importância para a definição do traçado as informações obtidas de moradores locais que, em alguns casos, acompanharam a equipe de pesquisa de campo nas expedições exploratórias em busca de locais citados nos documentos, ou em longos bate-papos onde a tradição oral difundia fatos e feitos ocorridos na região.

Em 2017 foi retomada a implementação do Caminho de Cora Coralina pela Goiás Turismo – Agência Estadual de Turismo que ofereceu apoio em sua estruturação através do Programa Experiências na Natureza, viabilizando a inclusão dos Parques Estaduais e outras Unidades de Conservação no roteiro, mobilizando as comunidades locais e dando os primeiros passos para a organização da Associação Caminho de Cora Coralina. Ao mesmo tempo o ICMBio projetava os caminhos de longo curso pelo Brasil afora, contemplando o Caminho de Cora como a parte mais ocidental do Caminho dos Goyazes que ligará a Chapada dos Veadeiros a Cidade de Goiás num roteiro de mais de 1000 km.

Hoje o roteiro Caminho de Cora Coralina encontra-se consolidado, atendendo a caminhantes e ciclistas com pousos e alimentação ao longo de todo o seu percurso, tem uma associação formalizada com mais de 30 empreendedores e conta com mais de meia centena de colaboradores e voluntários que oferecem apoios em diversas áreas, cumprindo a missão de transformar o Caminho de Cora Coralina num roteiro de história, natureza, gastronomia e poesia. Um Caminho de Encontros!

Para maiores informações acesse o site http://www.caminhodecoracoralina.com.br

Viagens e Aventuras – piloto

Hoje foi ao ar o piloto do programa Viagens e Aventuras. A partir da próxima semana o programa será apresentado toda segunda-feira, das 21h00min às 22hoomin. Em cada programa receberemos um convidado.

No piloto de hoje, eu e o André Luiz tivemos uma conversa descontraida sobre algumas de nossas aventuras. Hoje o programa serviu para testarmos algumas situações, nem tinha sido divulgado.

www.livefm.com.br

Para assistir ao programa na íntegra, clique no link abaixo:

Pinheiro de Dom Pedro II

Na Estrada da Graciosa, próximo a cidade de Quatro Barras existe um marco de pedra que marca a passagem do Imperador Dom Pedro II, em 1880 a caminho de Curitiba. Nesse local existia um grande pinheiro e a comitiva do Imperador parou sob sua sombra, na localidade hoje denominada Florestal. O pinheiro (araucária) não existe mais, foi destruído por um raio há muitos anos.

Pintura retratando a passagem da comitiva imperial.
Antiga foto de pessoas visitando o pinheiro.
Foto colorizada, de pessoas visitando o famoso pinheiro.

Ímola 1994

Para quem igual a mim curte Fórmula 1, está sendo lançado o livro Ímola 1994. O livro foi escrito pelo Flavio Gomes, jornalista com 39 anos de profissão e que cobriu durante muitos anos as corridas de Fórmula 1. O Flavio Gomes estava presente em Ímola no dia 1 de maio de 1994, quando aconteceu o acidente que matou Ayrton Senna.

O livro está na fase de pré-venda, o que significa que não está sendo comercializado nos canais convencionais. É uma compra direto com o autor. Para saber mais informações e adquirir o livro, você pode escrever direto para o Flavio Gomes, no e-mail flaviogomes@warmup.com.br

ÍMOLA 1994 narra minha trajetória jornalística como correspondente de Fórmula 1 de vários veículos de imprensa entre o final dos anos 1980 e início da década de 1990 até a cobertura dos acidentes do fim de semana do GP de San Marino de 1994. São 27 capítulos contando histórias passadas em autódromos pelo mundo que retratam uma época em que o trabalho da imprensa era muito diferente de hoje. Não é meu primeiro livro com temática de Fórmula 1. Em 2005 lancei “O Boto do Reno”, com crônicas de viagem. Ele foi reeditado no começo de 2021, mas esgotou em 12 dias. Por isso, quem tiver interesse vai ter de esperar pela terceira, que devo lançar no segundo semestre.

ÍMOLA 1994 tem quase 300 páginas e foi produzido nos primeiros meses deste ano. São textos inéditos com relatos de episódios sobre os quais eu nunca tinha escrito antes, envolvendo os principais personagens de um momento muito específico da Fórmula 1. Gente como Senna, Prost, Mansell, Piquet, Schumacher, Barrichello, Jean-Marie Balestre, Bernie Ecclestone, Luca di Montezemolo, Flavio Briatore, Jean Todt e muitos outros. E fala também da imprensa — brasileira e estrangeira. ÍMOLA 1994, como definiu o escritor e jornalista Mário Magalhães no prefácio do livro, é uma obra sobre automobilismo, viagens, aventuras e, também, “uma história de paixão arrebatadora pelo jornalismo”.

Flavio Gomes

Oscar 2021

A exemplo do que faço há alguns anos, venho falar brevemente sobre os filmes concorrentes ao Oscar de Melhor Filme. Esse ano por culpa da Covid-19, a cerimônia de entrega do Oscar não aconteceu em fevereiro, como é tradição. Ela foi atrasada em dois meses e acontecerá no final de abril.

Pela primeira vez não vi no cinema nenhum dos concorrentes a melhor filme. Historicamente a maioria dos concorrentes não são exibidos em minha cidade. E dessa vez, para piorar as coisas alguns filmes concorrentes nem foram lançados no Brasil e tem filme que será lançado somente após a entrega do Oscar.

Três dos oito concorrentes a melhor filme, já estão disponíveis em plataformas de streaming há alguns meses. É o caso de Mank e de Os 7 de Chicago, que estão na Netflix. E o Som do Silêncio, que está no Amazon Prime. Os outros cinco filmes, para conseguir assistir tive que recorrer a meios escusos, os quais prefiro não mencionar.

Nesses anos todos que faço a postagem sobre os concorrentes a melhor filme, nunca o meu preferido venceu. Não sou nenhum especialista em cinema, vejo filmes desde criança por pura paixão. Então não ligo se o filme que mais gostei ganhou o Oscar ou não. O que vale é ver os filmes, falar sobre eles e torcer.

Esse ano acredito que o vencedor será Mank, que é justamente o filme que menos gostei entre os oito concorrentes. Os filmes vencedores são escolhidos por cerca de 8 mil membros da Academia de Cinema de Hollywood. E o pessoal da Academia costuma escolher filmes que falam sobre Hollywood, sua história, seus personagens marcantes. E Mank tem todos esses ingredientes que agradam a maioria dos membros da Academia. E ainda por cima foi gravado em preto e branco. Ou seja, é o tipo de filme feito para vencer o Oscar, independente de ser bom, de ter ido bem na bilheteria ou ter agradado aos consumidores comuns de filmes. Mank é chato, dá sono, mas acho que vai ganhar.

Os filmes concorrentes, na ordem de minha preferência e torcida:

1° – Minari

O filme se passa nos anos 1980 e conta a história de uma família de imigrantes coreanos que passa a viver numa área rural do Estado do Arkansas. O filme mostra a dificuldade de adaptação ao novo ambiente e idioma, onde para melhorar de vida é preciso arriscar sem ter certeza que as coisas vão dar certo.

Gostei de Minari, que apesar de ter muita coisa falada no idioma coreano é um filme totalmente produzido nos Estados Unidos. Ele não pode concorrer ao Globo de Ouro, pois diferente do Oscar, não aceita concorrentes que não sejam cem por cento falados na língua inglesa. A história do filme é baseada em eventos reais e gostei muito da família coreana, que apesar das dificuldades tenta se unir.

PS: Os fãs da série The Walking Dead, vão poder matar saudades de Steven Yeun, que fazia o personagem Glenn. Em Minari ele é o personagem principal, um típico pai de família coreano.

2° – Nomadland

Após uma cidade na zona rural de Nevada, nos Estados Unidos, praticamente falir após o fechamento de um grande indústria, uma mulher na faixa dos 60 anos passa a morar em sua van. Ela meio que não aceita ter que deixar o lugar onde morava. Passa então a viver para a estrada, vivendo e trabalhando um pouco em cada lugar como uma nômade moderna. 

Por muito pouco Nomadland não foi minha escolha como filme favorito. O que me desagradou no filme é que algumas passagens são um pouco monótonas. Ao mesmo tempo o filme despertou a parte nômade que existe em mim. Quem sabe daqui alguns anos eu siga o mesmo rumo que a personagem do filme, mas por motivos diferentes.

3° – Os 7 de Chicago

Baseado em uma história real, o filme conta sobre as manifestações contra a guerra do Vietnã que interrompeu o congresso do partido Democrata em 1968, nos Estados Unidos. Existiram muitos confrontos entre os participantes do congresso e a polícia. E meio como bodes expiatórios, 16 pessoas foram indiciadas como culpadas pelos confrontos. Boa parte do filme se passa dentro de um Tribunal, mostrando o julgamento dos indiciados.

Bom filme, ótimos atores, histórias real e interessante. Os fatos narrados no filme tem um link com os fatos narrados em Judas e o Messias Negro, então sugiro que vejam os dois filmes.

4° – Judas e o Messias Negro

Baseado em uma história real, o filme conta sobre a ascensão e queda de Fred Hampton, um ativista dos direitos dos negros e líder do partido dos Panteras Negras. Ele atrai a atenção do FBI, que infiltra William O’Neal nos Panteras Negras, causando o assassinato de Hampton.

Filme bem caracterizado nos anos 1960, conta sobre fatos importantes da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Aconselho a assistir antes Os 7 de Chicago, pois os fatos (reais) contados no filme, são mencionados em Judas e o Messias Negro. Filme bom, bem feito, bons atores, te prende a atenção.

5° – Bela Vingança

Uma mulher que carrega alguns traumas do passado, passa a frequentar bares a procura de homens mal-intencionados. Ela se aproxima desses predadores sexuais para aprontar com eles e de alguma forma aplacar sua sede de vingança.

Filme interessante, que começa meio chato mas logo prende a atenção. E o final me surpreendeu de forma positiva. E gostei de rever  Alison Brie, que é coadjuvante no filme. Gosto dela e não a via desde a última temporada da encerrada série Glow.

6° – Meu Pai

Meu Pai é a adaptação de uma peça teatral. O filme fala sobre temas como velhice, paternidade e deveres familiares. O personagem principal do filme começa a sofrer do Mal de Alzheimer, e num processo típico de quem é acometido pela velhice, ele se torna vítima de um sistema frio disfarçado de companhia. Muito boas as intepretações de Anthony Hopkins e Olivia Colman, dois de meus atores favoritos, que fazem os papéis de pai e filha no filme.

Apesar de muitos pontos positivos e de gostar dos atores principais, não gostei do filme. A história é interessante, mas achei um pouco confusa em alguns momentos. Simplesmente é um filme que não me agradou.

7° – O Som do Silêncio

Um baterista jovem começa a ficar surdo. Desesperado ele busca tratamento para sua doença e com isso precisa ficar afastado da namorada que tanto ama.  O medo de perder de vez a audição e sua namorada, trazem muita tensão e angústia para sua vida.

A premissa do filme é interessante, mas não gostei muito da forma como a história é contada.

8° – Mank

Baseado numa história real, o filme conta a história do roteirista Herman J. Mankiewicz e da obra-prima de Orson Welles, o filme Cidadão Kane (1941).  Acontece uma batalha entre Mankiewicz e Orson Welles pelo crédito do script do famoso filme.

Filme chato, que dá sono. Mas deve ganhar o Oscar de melhor filme, pois traz todos os ingredientes que agradam os membros (e votantes no Oscar) da Academiade Cinema de Hollywood. E foi o filme que teve maior número de indicações esse ano, sendo indicado em 10 categorias.

Morte do ex-jogador Alcântara

Faleceu hoje vítima de infarto, o ex-jogador Alcântara, aos 57 anos. Ele foi encontrado morto em seu sítio, em Santo Antônio da Platina. Alcantâra foi artilheiro do Campeonato Paranaense de 1991, com 30 gols, jogando pelo Sport Campo Mourão. No ano seguinte foi jogar no Paraná Clube, onde foi Campeão Brasileiro da Série B de 1992 e Campeão Paranaense de 1993.

Foi relevado no futebol paranaense no Matsubara, de Cambará. Em 1983, teve rápida passagem pelo Palmeiras. Também atuou por Taquaritinga-SP, Taubaté-SP, Esportivo-RS, Caxias-RS, Anapolina-GO, Hercílio Luz-SC, Platinense-PR, EC Corinthians, Maringá Atlético Clube, Sport de Campo Mourão, Paraná Clube, Patrocinense-MG, Marília-SP, Juventus-SC, Rio Branco-PR e encerrou a carreira no Londrina, em 1996.

Em 2003 quando morei em Orlando – USA, trabalhei junto e me tornei amigo do Guilherme, irmão do Alcântara. E em 2013 conversei com o Alcantâra durante o lançamento do livro “Nos Campos do Mourão”, quando ele veio até Campo Mourão para participar do lançamento do livro escrito pelo Raoni de Assis.

Vander e Alcântara (2013).

Canionismo rio São Jerônimo

No Feriado de Carnaval, segui com dois amigos para a cidade de Guarapuava. Lá encontramos o pessoal da Caête Vida ao Ar Livre, e seguimos para a região de Entre Rios, que é uma colônia de imigrantes alemães. Lugar muito bonito, onde tinha ido pela última vez há 40 anos. Na verdade fomos um pouco além de Entre Rios. Fomos no rio São Jerônimo, onde fizemos aquatrekking e canionismo em duas cachoeiras. Mesmo com sol passamos um pouco de frio, principalmente quando quase no final da tarde o tempo fechou e caiu uma fraca garoa. Essa foi mais uma aventura sencional!

Vander, Ione e André
Cachoeira São Jerônimo I
Cachoeira São Jerônimo I
André, Ione e Vander.
Borda do Infinito

Carta de um suicida

“Espero que compreendam que em cada mente habita um universo repleto de ideias, que cada escolha sempre trará uma consequência, e tive certeza daquilo que queria e de tudo que já não suportava. Saibamos reconhecer que dentre meus sorrisos sempre escondi a verdadeira sensação de insatisfação e desmazelo, que embora não seja compreensível, tive cansaço e desgaste de erros que me consumiram por inteiro. Gostaria que as coisas tivessem sido diferentes e por vezes até tentei, digo isto não por capricho, mas por exaustão. Não poderei deixar tantas dádivas como tantos que por aqui passaram, mas deixarei as mágoas de um peito cansado e atordoado pela injustiça que é habitar em uma mente e um coração tão intenso, e por falar em intensidade, me vejo perdido em meio a tanta gente rasa que se instalou em minha leviana vida como um parasita que absorve tudo de benéfico e depois descarta o hospedeiro num sepulcro de solidão e agonia. Peço perdão aos poucos e próximos que cultivei, saberão que a vida continua e que onde eu estiver, serei um hóspede para um novo ciclo, embora acredite que previra o sofrimento para que assim possa estar estabelecido todo discernimento que o umbral fará e resignará para a colheita esperada. Aos meus amores, em especial o último que consumi tanto em desespero para que não fosse desgarrado de seu seio, peço paciência e autoconhecimento para que não hajam culpas mentais e nem fadigas sentimentais de uma mente resumida em desistência. Assim eu espero que o tempo leve o que há de levar e cure o que preciso for. Aos meus familiares, sinto em vos dizer que minha ausência sirva de reconciliação e proximidade para outros que necessitam. Por fim rogo a Deus que não me esqueça, ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte. E para os que muito cansei nessa Terra, peço que me perdoem, que me compreendam, pois desta vida nada levamos e nada trazemos, sendo assim não é justo tanto julgamento de uma pessoa digna de pena, misericórdia e perdão. Sabeis que toda inconstância é resultado de desordem. Como poderia eu organizar tudo se sou tempestade? Peço aos que são calmaria, que cultivem o amor e o perdão, porque nenhuma mágoa e ódio vale tanto a pena assim…Somos instantes e num instante não somos nada.”

Fiquem com Deus a adeus!

João Ricardo Moreira Libório

**Essa carta de despedida foi escrita por um Polial Militar, que se enforcou na última segunda-feira, numa cidade no interior da Bahia. Não nos cabe jugar o seu ato, pois somente ele sabe realmente a razão de tal atitude que tomou. O que me chamou a atenção nessa carta foram suas plavras falando de amor e de perdão. E concordo com ele quando diz que somos instantes e num instante não somos nada. A vida passa rápido e o importante é procurar curtir os momentos e as pessoas que nos são importantes…

 

Biketour nas Cataratas do Iguaçu

O sábado foi dia de madrugar e pegar a estrada rumo à Foz do Iguaçu. Viajamos em três; eu, André e Eliane. E tivemos uma desistência de última hora, o nosso amigo Welison não conseguiu acordar às três da manhã. O motivo da viagem de quatro horas e 320 quilômetros, foi fazer o biketour dentro do Parque Nacional do Iguaçu. São 11 quilômetros de pedal entre o Centro de Visitantes e as Cataratas.  Em menos de um mês é a segunda vez que visito as Cataratas do Iguaçu. Não levamos as bikes, pois daria muita mão de obra. Foi mais fácil alugar, e mesmo não estando acostumados com as bikes, fizemos o biketour sem nenhum problema. É muito legal pedalar pela estrada que leva até as Cataratas, e tendo o risco de encontrar uma onça pela frente.

Após 11 quilômetros de pedal, deixamos as bikes em um bicicletário e fomos fazer a pé a trilha que leva até as passarelas. Tinha chovido nos últimos dias, e as quedas estavam com bom volume de água. E como ventava bastante, andar pela passarela era como andar na chuva. Como fazia bastante calor, se molhar com o spray da água foi algo gostoso. E descobrimos que a Eliane tem medo de altura, pois ela se recusava em ir nas partes das passarelas com maior altura.

Fizemos todo o circuito obrigatório de quem visita as Cataratas do lado brasileiro. Depois pegamos um dos muitos ônibus que circulam pelo Parque, e ele nos deixou no bicicletário, onde pegamos as bikes e pedalamos os 11 quilômetros de volta até o Centro de Visitantes. O passeio foi muito divertido e já estamos planejando retornar em breve para Foz do Iguaçu, dessa vez para atravessar Itaipu de bike.

Quem tiver interesse em fazer tal biketour, para alugar as bikes entrem em contato com o pessoal da Iguassu Bike Tour, pelo telefone (45) 99812-4602.

Vander, Eliane e André.

 

 

Centro de Visitantes do Parque Nacional do Iguaçu.

Pico Agudo – Sapopema

O despertador do celular me acordou às duas da manhã. Meu amigo André roncava ao lado, enrolado no meu saco de dormir, que ele tinha “roubado” durante a noite enquanto eu dormia. Fui ao banheiro fazer a higiene matinal e logo voltei para a barraca. Olhando em volta vi que mais algumas pessoas já tinham acordado no camping. Fui me vingar do André, que tinha me acordado quando chegou tarde da noite. Liguei a lanterna, virei a luz nele e comecei a gritar… Ele ficou puto, me xingou e tentou voltar a dormir, o que seria impossível. Ele sempre acorda mal humorado, e sendo acordado de uma forma tão delicada com certeza seu humor não seria dos melhores nas primeiras horas do dia.

Após pouco mais de meia hora todos estavam prontos e saímos em dois carros. Seguimos por uma estrada de terra cheia de curvas, subindo rumo aos pés do Pico Agudo. Há pouco mais de dez anos estive em outro Pico Agudo, que fica na região de Campos do Jordão, no Estado de São Paulo. O outro Pico Agudo possui plataformas para salto de asa delta, e do alto dele, onde se chega de carro por uma estrada ruim, se tem uma vista de 360 graus do Vale do Paraíba. Já o Pico Agudo paranaense, é considerado o pico mais alto do Norte do Paraná, com 1.100 metros de altitude. Do alto dele se tem uma vista muito bonita da região. Nos últimos anos ele se tornou um lugar bastante procurado, e meio que virou modinha tirar fotos no alto do pico. E como subir ele não é tão difícil, cada vez mais pessoas vão até seu cume.

Chegamos no posto de entrada do Pico Agudo pouco depois das três da manhã, e após preencher uma ficha de controle e pagar uma taxa de entrada, tivemos um pequeno briefing com o guia que nos acompanharia até o alto do pico. Eu que estava preocupado com meu joelho dolorido, me espantei com o mesmo não estar doendo e após andar um tempo no final do nosso grupo, passei a caminhar na frente logo atrás do guia. Segui num bom ritmo e não sentia nenhuma dor. Será que foi resultado da mina milagrosa do dia anterior? A primeira parte da subida foi tranquila, sem grandes dificuldades causadas pelo terreno e em muitos trechos a trilha era bem larga. Quando chegamos nos paredões, o problema maior foi o trânsito de pessoas subindo. Tinha muita gente, e alguns eram visíveis que tinham pouco preparo físico e iam subindo lentamente e muitas vezes parando pelo caminho, travando a subida de quem vinha atrás. O jeito foi negociar “ultrapassagens” e seguir paredão acima utilizando os degraus de ferro, cordas e correntes existentes na encosta do morro. Fui economizando a lanterna, apagando-a sempre que não via necessidade de ficar com ela ligada. A trilha para subir tem cerca de três quilômetros e meio, e com algumas paradas fizemos ela em uma hora e vinte minutos.

Chegamos no cume pouco depois das cinco da manhã e o sol começava a despontar no horizonte. Ao chegar no cume fiquei espantado com a quantidade de pessoas que estavam lá no alto. Já subi muitas montanhas em minha vida e nunca vi uma tão congestionada. Mal tinha lugar para se sentar e esperar o sol nascer. Fazia um pouco de frio, mas nada que um casaco não muito grosso não resolvesse. Conforme o sol foi levantando no horizonte a paisagem foi ficando cada vez mais bonita. Em alguns locais tinham filas para tirar fotos. Absurdo total! O lado onde fica o rio Tibagi, e que permite as fotos mais bonitas do alto do pico, infelizmente estava com muita neblina e não dava para ver quase nada daquele lado.

Tirei fotos minhas e dos amigos, andei de um lado a outro pelo cume, a procura de um novo ângulo para fotos ou observando algo novo na paisagem. E meu amigo Alemão me chamou para fotografar seu esperado pedido de casamento. Felizmente a Stefane mesmo ralada por conta da queda do cavalo no dia anterior, conseguiu subir o pico. Ele foi com ela até uma pedra que é famosa pelas belas fotos que proporciona lá do alto do pico. Mas por conta da neblina daquele lado, a paisagem não era das melhores. Lá na pedra ele se ajoelhou e fez o pedido de casamento. Fiquei de longe fotografando e foi difícil conseguir fotografar sem que não aparecesse mais ninguém além do novo casal de noivos. Algumas fotos ficaram com o pé de um cidadão aparecendo, pois não tinha mais o que fazer para evitar de que pessoas ou parte delas aparecessem nas fotos. Notei muita gente se arriscando na borda da montanha para tirar fotos. Infelizmente acho que não vai demorar para ver no noticiário que alguém despencou lá do alto…

Ficamos mais um tempo no alto do pico e finalmente revolvemos descer, pois tão cedo a neblina que existia do lado do rio não ia desaparecer. No caminho da descida encontramos alguns amigos da cidade de Peabiru. A descida foi bem travada, pois tinham muitas pessoas descendo e também subindo. Muitos que preferiram acordar mais tarde, estavam agora subindo. Sei que a descida demorou mais do que a subida, por conta do congestionamento na trilha. No final tiramos uma foto do nosso grupo reunido e partimos rumo ao camping.

Subir o Pico Agudo foi uma experiência boa e ao mesmo tempo frustrante. Não esperava o excesso de pessoas lá no alto. E a neblina de um dos lados no pico, acabou atrapalhando bastante. Pretendo voltar lá novamente, mas será no auge do inverno e durante a semana, para não correr o risco de encontrar novamente o cume do Pico Agudo super lotado.

De volta ao camping desmontamos acampamento e pegamos a estrada. A viagem de volta foi tranquila e fizemos uma breve parada em Londrina, para almoçar. Depois voltamos para a estrada e chegamos em casa no meio da tarde. Foi um final de semana gostoso e divertido, e valeu muito a pena ter ido para Sapopema, apesar das pequenas decepções. No geral foi muito valida a experiência!

Sapopema

Há tempos queria ir para Sapopema e visitar o Pico Agudo, local famoso pela vista encantadora que se tem do alto do seu cume. E após o Natal recebi um convite para ir com alguns amigos passar o final de semana num camping próximo a Sapopema. Mesmo com o joelho inchado e sofrendo com dores há vários dias, não pensei muito e aceitei o convite. E assim arrumei minhas coisas para o final de semana, e sem dormir parti rumo a Sapomema no meio da madrugada de sábado.

A viagem de pouco mais de 300 quilômetros foi tranquila. Apenas tivemos alguns perdidos ao passar por Londrina, mas de resto foi tudo bem. Chegamos na região de Sapopena nas primeiras horas do sábado, e fazia um dia ensolarado e com algumas nuvens no céu, mas nada que trouxesse chuva. Ficamos no camping de uma pousada rural. O local era muito bonito e tinha boa estrutura para camping. Tudo muito simples, mas que satisfazia nossas necessidades. Armei minha velha barraca, que estava completando 20 anos de ótimos e bons serviços prestados. Se essa barraca falasse, ela teria muitas e ótimas histórias para contar.

Ao todo nosso grupo era formado por 12 pessoas, sendo que conhecia mais da metade do pessoal. Dividi a barraca com meu amigo André Luiz. Após todos instalados no camping, o pessoal foi explorar a região e eu preferi ficar na barraca dormindo, pois tinha passado a noite sem dormir e também precisava repousar meu joelho machucado para a subida do Pico Agudo na madrugada seguinte.

Almoçamos na casa dos donos da Pousada, um almoço rural muito saboroso, onde exagerei um pouco nos torresmos. Depois de almoçar, para fazer a digestão fui dar uma volta com meu amigo Alemão. Ele foi me mostrar uma gruta, onde segundo a lenda local um curandeiro veio a morrer no local muitos anos atrás, onde existia uma pequena mina. Após sua morte algumas pequenas curas foram alcançadas ao usarem ou beberem a água da pequena mina, e no local construíram uma gruta. Como não custa acreditar, resolvi molhar meu joelho machucado com a água da mina, pois beber não dava, a água estava muito suja. O fato é que na madrugada seguinte consegui subir o Pico Agudo, andando na frente da maioria do pessoal e desde então meu joelho quase que parou de doer. Se foi resultado da água da gruta ou não, jamais saberei!

Quando voltamos do passeio ficamos sabendo que a Stefane, namorada do Alemão, tinha caído de um cavalo e se machucado um pouco. Ele ficou extremamente preocupado, pois pouco antes tinha me confidenciado que pediria a mão dela em casamento na manhã seguinte no alto do Pico Agudo. Caso ela não pudesse subir o Pico, os planos dele teriam literalmente caído do cavalo…

No meio da tarde fomos conhecer uma cachoeira bem famosa na região. O pessoal aproveitou para entrar na água e pular no rio do alto de uma rocha. Eu fui o único a não entrar na água e fiquei sentando num canto olhando o pessoal e preservando meu joelho, que até então estava bastante inchado e dolorido. No final da tarde demos uma volta pelas proximidades da cachoeira, e consegui furar minha mão em vários lugares ao me enroscar num espinheiro.

De volta ao camping, era hora de tomar banho, jantar e preparar as coisas para a subida do Pico, de madrugada. Alguns foram jantar na pequena comunidade que ficava próxima ao local onde estávamos acampados. Eu preferi ficar no camping e ir dormir cedo. Não eram nem oito horas e eu já estava dormindo o sono dos justos dentro da barraca. Acordei algumas horas depois quando meu amigo André chegou e me acordou ao entrar na barraca. Mas minha vingança viria pouco depois…

Stefane e o cavalo do qual caiu…

Aventuras & Aventureiros – Viagem de ônibus pela América do Sul

Hoje o programa Aventuras & Aventureiros, falou sobre uma viagem de ônibus que passou por alguns países da América do Sul. Quem contou sobre essa viagem foi o Rodrigo “Alemão” Weiss.

Você pode assistir ao programa na íntegra, pelo link abaixo:

Parque das Aves

Uma das poucas atrações de Foz do Iguaçu que eu ainda não conhecia é o Parque das Aves. Nunca tive interesse em conhecer o lugar, pois achava que não seria interessante. Grande engano! Dessa vez fui visitar o Parque das Aves porque minha sobrinha queria conhecer e acabei adorando o lugar. Achei muito interessante o trabalho que fazem no Parque e vale a pena conhecer a enorme quantidade de animais que são preservados. Se você passar por Foz do Iguaçu, faça uma visita!

O Parque das Aves é a única instituição do mundo focada na conservação das aves lindas e exuberantes da Mata Atlântica, oferecendo uma experiência de contato próximo, imersivo e encantador com elas. Visitando o Parque das Aves você também conhece o que fazemos para ajudar a reverter a crise de conservação que essas aves e a Mata Atlântica estão vivendo. Aqui você pode ter uma experiência completa de conexão e conhecimento sobre as aves e as suas florestas, um patrimônio natural de importância global ao seu alcance. As aves da Mata Atlântica são lindas, exuberantes e únicas, e o Parque oferece ao seus visitantes a oportunidade de viver uma experiência imersiva de conexão com elas e as florestas que habitam. Isso fez com que o Parque das Aves se tornasse o atrativo mais visitado de Foz do Iguaçu depois das Cataratas. O Parque das Aves trabalha por um mundo melhor, onde as pessoas possam viver em harmonia com a natureza. Para isso, mantém 16 hectares de Mata Atlântica e mais de 1.300 aves, de cerca de 130 espécies, sendo mais de 50% proveniente de apreensões. O Parque também participa de diversos programas de conservação.

De volta as Cataratas do Iguaçu

Após 10 anos voltei a visitar as Cataratas do Iguaçu, do lado brasileiro. Ano passado estive visitando o lado argentino, que para mim é mais bonito. Mas o lado brasileiro também teus seus encantos. Minha primeira visita foi há 35 anos, também em um mês de dezembro. Daquela época para cá muita coisa mudou para melhor no parque. E proibir a entrada dos carros dos turistas foi a melhor coisa que fizeram. Lembro que nessa primeira visita que fiz em 1985, tinha um carro caído dentro do rio. Para sorte do motorista o carro ficou enroscado numa pedras e não foi queda abaixo. Dessa vez levei minha sobrinha, que não conhecia as Cataratas do Iguaçu.

Com minha sobrinha, Erica.

Arvorismo

Estou passando uns dias em Foz do Iguaçu e tive a oportunidade de fazer arvorismo, que é algo que há muito tempo queria fazer. O arvorismo é uma prática esportiva de aventura que consiste na travessia de um percurso suspenso entre plataformas montadas nas copas das árvores. Esse percurso é preparado utilizando cabos de aço e cordas, com o objetivo maior de aumentar o desafio.

No Wish Resort, onde fiquei hospedado, era oferecida a pratica do arvorismo aos  hospedes e fui aproveitar a experiência. Quando olhei a estrutura montada no alto das árvores, imaginei que seria chato e sem emoção. Mas no final teve emoção e até um certo medinho em alguns momentos. Durou cerca de 25 minutos o percurso de arvorismo e foi uma experiência bastante interessante. Super recomendo!