Há tempos queria ir para Sapopema e visitar o Pico Agudo, local famoso pela vista encantadora que se tem do alto do seu cume. E após o Natal recebi um convite para ir com alguns amigos passar o final de semana num camping próximo a Sapopema. Mesmo com o joelho inchado e sofrendo com dores há vários dias, não pensei muito e aceitei o convite. E assim arrumei minhas coisas para o final de semana, e sem dormir parti rumo a Sapomema no meio da madrugada de sábado.
A viagem de pouco mais de 300 quilômetros foi tranquila. Apenas tivemos alguns perdidos ao passar por Londrina, mas de resto foi tudo bem. Chegamos na região de Sapopena nas primeiras horas do sábado, e fazia um dia ensolarado e com algumas nuvens no céu, mas nada que trouxesse chuva. Ficamos no camping de uma pousada rural. O local era muito bonito e tinha boa estrutura para camping. Tudo muito simples, mas que satisfazia nossas necessidades. Armei minha velha barraca, que estava completando 20 anos de ótimos e bons serviços prestados. Se essa barraca falasse, ela teria muitas e ótimas histórias para contar.
Ao todo nosso grupo era formado por 12 pessoas, sendo que conhecia mais da metade do pessoal. Dividi a barraca com meu amigo André Luiz. Após todos instalados no camping, o pessoal foi explorar a região e eu preferi ficar na barraca dormindo, pois tinha passado a noite sem dormir e também precisava repousar meu joelho machucado para a subida do Pico Agudo na madrugada seguinte.
Almoçamos na casa dos donos da Pousada, um almoço rural muito saboroso, onde exagerei um pouco nos torresmos. Depois de almoçar, para fazer a digestão fui dar uma volta com meu amigo Alemão. Ele foi me mostrar uma gruta, onde segundo a lenda local um curandeiro veio a morrer no local muitos anos atrás, onde existia uma pequena mina. Após sua morte algumas pequenas curas foram alcançadas ao usarem ou beberem a água da pequena mina, e no local construíram uma gruta. Como não custa acreditar, resolvi molhar meu joelho machucado com a água da mina, pois beber não dava, a água estava muito suja. O fato é que na madrugada seguinte consegui subir o Pico Agudo, andando na frente da maioria do pessoal e desde então meu joelho quase que parou de doer. Se foi resultado da água da gruta ou não, jamais saberei!
Quando voltamos do passeio ficamos sabendo que a Stefane, namorada do Alemão, tinha caído de um cavalo e se machucado um pouco. Ele ficou extremamente preocupado, pois pouco antes tinha me confidenciado que pediria a mão dela em casamento na manhã seguinte no alto do Pico Agudo. Caso ela não pudesse subir o Pico, os planos dele teriam literalmente caído do cavalo…
No meio da tarde fomos conhecer uma cachoeira bem famosa na região. O pessoal aproveitou para entrar na água e pular no rio do alto de uma rocha. Eu fui o único a não entrar na água e fiquei sentando num canto olhando o pessoal e preservando meu joelho, que até então estava bastante inchado e dolorido. No final da tarde demos uma volta pelas proximidades da cachoeira, e consegui furar minha mão em vários lugares ao me enroscar num espinheiro.
De volta ao camping, era hora de tomar banho, jantar e preparar as coisas para a subida do Pico, de madrugada. Alguns foram jantar na pequena comunidade que ficava próxima ao local onde estávamos acampados. Eu preferi ficar no camping e ir dormir cedo. Não eram nem oito horas e eu já estava dormindo o sono dos justos dentro da barraca. Acordei algumas horas depois quando meu amigo André chegou e me acordou ao entrar na barraca. Mas minha vingança viria pouco depois…