Caminhada Noturna São Francisco de Assis

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Nesse final de semana participei de uma caminhada noturna, que foi desafiadora, mas muito legal. Não era para eu ter caminhado, pois na noite anterior a caminhada, tinha ido parar no hospital com dores abdominais. O médico estava achando que era um começo de inflamação de apendicite. Perguntei a ele se sendo um começo de inflamação, eu deveria ficar em repouso. Ele respondeu que tanto fazia eu ficar em repouso, ou jogar futebol, pegar peso e etc. Que isso não iria impedir a inflamação de se tornar algo mais grave. Diante de tal resposta, mesmo com dor, fui participar da primeira Caminhada Noturna São Francisco de Assis.

Nos reunimos no final da tarde de sábado, em frente a Paroquia de São Francisco de Assis, em Campo Mourão. Seriam 21 participantes, sendo alguns vindos de outras cidades. Ali tiramos uma foto do grupo reunido e embarcamos em um ônibus rumo a região do Boi Cotó. Já estive algumas vezes no Boi Cotó, participando de caminhadas e outros eventos. É uma região muito bonita, com muitas subidas e matas, um local excelente para caminhar de noite. A caminhada seria de 40 quilômetros.

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Os participantes da caminhada reunidos.

Antes de iniciar a caminhada, foi servida uma deliciosa galinhada. Comi um pouco mais do que deveria, antes de uma longa caminhada. Mas é que estava tão bom, que não resisti e comi bastante. Então me dei conta de que tinha esquecido minha lanterna em casa. Caminhar durante a noite sem lanterna, seria meio problemático. Após todos comerem, tivemos um breafing, onde foi explicado como seria a caminhada, horários, paradas, carros de apoio, segurança. Em seguida tivemos um momento de oração e meditação.

Passava um pouco das 20h00min, quando iniciamos a caminhada. Segui conversando com alguns amigos e pegando carona na claridade da lanterna deles. Os primeiros quilômetros de caminhada, como esperado foram tranquilos e rolou muita conversa. Eu ia alternando as pessoas com quem caminhava ao lado e conversava. Enfrentamos algumas subidas bem pesadas, e descidas com pedras soltas, que dificultavam um pouco o caminhar. Mas nada disso era problema e a caminhada transcorreu bem em seus primeiros quilômetros.

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Fizemos uma parada mais longa no povoado de Silviolândia. Aproveitei para repor meu estoque de água e também para colocar micropóro no calcanhar direito, onde estava começando a surgir uma bolha. Após muito pensar nos dias anteriores, decidi caminhar de tênis e não de bota de caminhada. O solado do tênis era mais confortável para caminhadas longas, do que o solado da bota, que no caso da minha, era indicada para trilhas mais curtas. Se por um lado eu perdia a segurança do cano médio da bota, que reduzia o risco de virar os pés, por outro lado eu ganhava em leveza e conforto.

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Passando por Silviolândia.

Retornamos a caminhada e logo passamos da marca de 10 quilômetros. Até aqui tudo bem, eu não sentia dores e o temor de não conseguir terminar a caminhada que me acompanhou no início, foi desaparecendo. E a dor no abdômen que me levou ao hospital na noite anterior, talvez pelo efeito dos remédios que estava tomando, tinha diminuído. Era noite de lua crescente e quando ela ficou alta no céu, a noite ficou tão clara, que era possível caminhar sem utilizar a lanterna. Passamos por alguns lugares onde a paisagem noturna, iluminada pela luz da lua, era de uma beleza sem fim. Você via a estrada ao longe, a mata, morros próximos, e tudo isso envolto numa atmosfera meio que de mistério, entre a claridade e a escuridão. É uma pena que fotos e filmagens não sejam capazes de captar tão bela paisagem e cores, e principalmente a sensação de estar ali naquele lugar caminhando.

A região por onde caminhamos é conhecida por eventualmente ter onças. Mas acredito que ninguém tenha ficado com medo. A não ser quando escutávamos algum barulho estranho vindo da mata! Chegamos ao vigésimo quilômetro da caminhada e a partir daí é que as coisas começariam a complicar, pois seria o inicio das dores físicas. Cada um dos participantes tinha um condicionamento físico diferente e isso fez com que o pessoal se dispersasse. Alguns iam mais a frente e outros lá atrás. Fiquei na galera que seguia atrás, pois queria curtir a experiência e não caminhar quase correndo, pois não era uma competição. Para mim o importante era caminhar todo o percurso e chegar ao final, independente de ser o primeiro ou o último. Teve um pequeno trecho de lamaçal, onde atravessamos de carona com dois “gaioleiros” que nos acompanhavam como carros de apoio.

Passava das duas da manhã quando deixamos de caminhar por estradas de terra e passamos a caminhar pela recém recapada estrada do Barreiros das Frutas. Esse trecho é uma longa subida de uns três quilômetros. Nessa parte optei por caminhar sozinho, e meditei, conversei um pouco com Deus. Pedi uns conselhos, agradeci algumas coisas, fiz dois propósitos para 2020, lembrei de algumas coisas ruins do passado e de uma pessoa em especial, que mesmo estando próxima fisicamente, ficou muito distante de minha vida… Deixa pra lá! Eu estava muito preocupado com a possibilidade da suspeita de apendicite se tornar algo real, e eu ter que passar por uma cirurgia nos próximos dias. Para mim esse foi o momento mais especial da caminhada, pois me senti conectado com algo meio sobrenatural, uma coisa superior, algo difícil de explicar. Sei que de repente algumas lágrimas correram pelo rosto, meio que desabafando, descarregando coisas ruins… Isso me fez bem! Quando cheguei no final desse trecho de subida e voltamos a caminhar em estrada de terra, eu me sentia mais leve… E mais dolorido! Cada quilômetro a mais que percorria, se tornava mais difícil. Mas a partir daí parei de contar quantos quilômetros tinha percorrido e passei a contar os que faltavam para encerrar a caminhada. Psicologicamente isso ajudava e ver as luzes da cidade, cada vez mais próxima, dava uma motivação a mais.

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Pouco depois das três da madrugada, fizemos uma parada mais longa, para lanchar. O local era estratégico, ficava debaixo de uma placa enorme de publicidade, próximo ao anel viário da cidade. Mesmo tendo comido bastante no jantar, eu já estava faminto. Uma caminhada longa igual à que estávamos fazendo, consome muitas calorias. Depois do lanche papeamos um pouco e voltamos a caminhar. Acho que a parada não me fez muito bem, pois o corpo esfriou e passei a sentir ainda mais dores, principalmente nos pés. Segui conversando com alguns amigos, e seguindo outros amigos que pegaram o caminho errado, também erramos o caminho e tivemos que voltar até a estrada correta. No final esse perdido rendeu algumas boas piadas.

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Parada para o lanche da madrugada.

Conforme íamos nos aproximando da cidade e o dia começou a amanhecer, as dores nos pés e pernas aumentaram. Superação é a palavra que descreve para mim o que foram esses quilômetros finais. Venho de um problema no joelho e de uma tendinite no pé, que trato há meses e não sara. Somado a isso, as dores no abdômen, que me levaram ao hospital horas antes da caminhada. Ou seja, não era para eu estar caminhando a noite toda, era para estar na cama. Mas, se me convidam para algo que é difícil, que exige superação, sofrimento e que vou passar dor, tenha certeza que não recusarei o convite. Convivo há quase dez anos com dores crônicas, e nesse período realizei as viagens de aventura mais difíceis e inesquecíveis de minha vida. Aprendi que superar as dores, sejam físicas ou da alma, nos ajuda a evoluir como seres humanos, nos torna mais fortes.

A caminhada noturna acabou com o dia amanhecendo, na igreja onde nos reunimos no final da tarde do dia anterior. A caminhada que era para ter 40 quilômetros, acabou tendo 38,87 quilômetros. Até pensei em andar um pouco mais pelas ruas próximas para fechar os 40 quilômetros redondos. Mas o cansaço e as dores eram tamanhos, que desisti de tal ideia. Eu já tinha feito caminhadas de 50, 60 e até 70 quilômetros. Mas divididas em dois ou três dias. Os quase 40 quilômetros dessa caminhada noturna foi meu recorde de caminhada no mesmo dia. No salão paroquial da igreja, estava sendo servido um saboroso café para todos os caminhantes. Comi um pouco, me despedi do pessoal e fui para casa, pois estava sentindo muito sono. Passei o domingo na cama, dormindo a maior parte do tempo e sentindo aquela sensação gostosa de dever cumprido, de mais um desafio atingido.

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Segue um agradecimento especial ao Andrey e a Karina Legnani, que foram os idealizadores dessa primeira Caminhada Noturna São Francisco de Assis. E outras virão, pois ficou definido que essa caminhada passará a ser realizada todos os anos, no mês de outubro.

E meu problema no abdômen não era apendicite e não vou precisar passar por cirurgia. O problema é outro, não muito grave, mas que com os cuidados adequados será curado com o tempo. Então valeu ter conversado com Deus, e ter entrado num acordo com Ele sobre não precisar passar por cirurgia. Naquela noite de lua, caminhando sozinho na estrada, Deus estava de ouvidos bem abertos para minhas preces… Valeu Deus!

Caminhada na Natureza – Campo Mourão

Após um ano e meio sem participar do circuito de Caminhadas na Natureza, nesse final de semana voltei a participar de um caminhada, dessa vez em minha cidade. Essa foi a terceira edição do Caminhada na Natureza em Campo Mourão. Das vezes anteriores não participei, pois na primeira estava viajando e na segunda estava machucado.

O mais difícil da caminhada foi acordar às 5h30min da manhã num domingo frio, após ter dormido somente duas horas. Mesmo assim valeu a pena ter ido na caminhada. O trajeto era muito bonito e pude rever muitos amigos e também fiz novas amizades.

A caminhada foi realizada distante 22 quilômetros da cidade, na região conhecida como Barreiro das Frutas. O trajeto foi de quase onze quilômetros e teve alguns trechos de subida meio complicados para quem está fora de forma. Caminhei quase o tempo todo com um grupo de amigos e a conversa estava tão interessante, que às pouco mais de quatro horas de caminhada passaram rápido. E demos muitas risadas, principalmente na volta para casa.

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Aquecimento pré-caminhada.
Aquecimento pré-caminhada.
Passando sobre uma cerca.
Passando sobre uma cerca.
Longa estrada...
Longa estrada…
Subida sem fim...
Subida sem fim…
Bela paisagem!
Bela paisagem!
Percorrido mais da metade da caminhada.
Percorrido mais da metade da caminhada.
Caminhando na sombra.
Caminhando na sombra.
Colhendo poncã.
Colhendo poncã.
No caminho tinha uma placa...
No caminho tinha uma placa…
Chegada!!!
Chegada!!!
Cachoeira do Boi Cotó.
Cachoeira do Boi Cotó.
Momento de descanso após a caminhada.
Momento de descanso após a caminhada.

Uma irlandesa no Peabiru (Parte I)

Na semana que passou uma irlandesa esteve em Campo Mourão com a única finalidade de visitar alguns locais na região, por onde passava o histórico Caminho de Peabiru. Esse caminho ligava o litoral ao interior do continente e era utilizado pelos indígenas muito antes dos europeus chegarem ao Brasil. Depois do descobrimento ele foi utilizado pelos europeus para desbravar o interior da região sul do Brasil. Um ramal do Caminho de Peabiru passava pela região de Campo Mourão, onde próximo também existiu uma redução jesuíta.

A irlandesa Bebhinn Ramsay, que vive há alguns anos em Florianópolis é uma estudiosa do Caminho de Peabiru e veio conhecer um pouco do caminho que por aqui passava. Quem organizou a visita da irlandesa foi minha amiga Marilene, que é uma grande conhecedora e estudiosa do Caminho de Peabiru. Também fizeram parte do pequeno grupo que acompanhou a irlandesa, minha amiga de caminhadas Karina e o Wagner. Foram dois dias interessantes, caminhando, conhecendo pessoas e locais da região que eu não conhecia.

1º Dia – 25/09/2012

Partimos de Campo Mourão bem cedo numa manhã chuvosa. Nossa primeira parada foi na região conhecida como Barreiro das Frutas, onde em uma pequena reserva florestal existe uma trilha. No momento em que paramos em tal lugar chovia forte e preferi ficar dentro da caminhonete, pois ainda me recuperava de um problema no pé e caminhar no barro exige um esforço pelo qual eu não queria passar, para não forçar meu pé machucado. A Karina ficou comigo na caminhonete e ficamos conversando enquanto esperávamos nossos amigos. De ruim foi que estávamos estacionados ao lado de uma árvore conhecida como Pau D’alho e que exala um cheiro horrível de alho. Nossos amigos não demoraram muito a retornar e logo seguimos viagem.

Mesmo com chuva e barro a Marilene contrariou minha expectativa e se mostrou uma ótima motorista. Logo chegamos à cachoeira do Boi Cotó e a chuva deu uma trégua. Deixamos a caminhonete guardada na propriedade do seu Antonio Gancebo e seguimos a pé. Foi um pouco complicado caminhar no barro da estrada, pois a terra vermelha da região costuma grudar no calçado quando se transforma em barro. Percorremos um trecho plano e após passar por uma ponte e alguns trechos de mata, começamos a subir um morro. A Karina foi quem mais sofreu com a caminhada, pois estava um pouco fora de forma. E nossa nova amiga irlandesa se mostrou em total forma, pois em nenhum momento se cansava de caminhar. Subimos o morro onde no alto se acredita que no passado existia um cemitério indígena, pois no local foram encontrados alguns vestígios anos atrás. A vista do alto do morro era muito bonita e se podia enxergar a quilômetros de distância. Na volta encontramos um morador da região, que parou conversar conosco e contou algumas coisas sobre o local e inclusive nos mostrou ao longe uma antiga toca de onça. Até início dos anos setenta aquela região era de mata fechada e ali existiam muitos animais, inclusive onças. Logo deixamos o morro para trás e voltamos a caminhar pela estrada. Um ônibus da Prefeitura de Corumbataí do Sul passou por nós e ofereceu carona. Eu, Marilene e Karina aceitamos a carona. Bebhinn e Wagner seguiram caminhando. O ônibus nos deixou numa encruzilhada da estrada, ao lado de um marco do Caminho de Peabiru. A Marilene foi buscar a caminhonete e eu e Karina subimos um pequeno morro ao lado da estrada, onde no alto existe uma capela e uma imagem de São Tomé. No alto do morro eu e Karina descansamos um pouco, tiramos fotos e ficamos conversando. Logo chegaram Bebhinn e Wagner e descemos até a estrada para esperar a Marilene.

Não demorou muito e a Marilene chegou. Embarcamos na caminhonete e seguimos pela estrada rumo à fazenda onde almoçaríamos. No caminho paramos para ver uma árvore que tinha sido destruída por um raio quatro dias antes. A imagem era um pouco assustadora. Logo chegamos à casa do casal Nesão e Luceni, onde um saboroso almoço nos aguardava. Ali fiquei conhecendo a Vera, uma cachorra preta muito simpática e que tinha brigado com um Quati umas semanas antes e acabou levando a pior. Ela teve um olho furado e levou muitos cortes pelo corpo, sendo que muitas cicatrizes eram visíveis e ela andava toda torta. De qualquer forma a cachorra era simpática e foi com minha cara. Após o almoço me deitei em uma rede na varanda e logo peguei no sono.

Fui acordado pela Marilene, me chamando para caminhar. Deu vontade de ficar na rede, pois meu pé machucado doía um pouco. Mas reuni forças e segui meu grupo de amigos na caminhada da tarde. O tempo estava fechado e anunciava chuva. Na caminhada fomos seguidos pela Vera e por outro cachorro. A vera seguia caminhando ao nosso lado ou no meio de nós. Já o outro cachorro era mais tímido e nos seguida a uma curta distância. Após alguns quilômetros o seu Nezão passou por nós de moto e a Vera seguiu seu dono. O outro cachorro nos seguiu por mais um tempo, até que passamos por uma casa de onde saíram três cachorros e deram um carreirão nele. Fiquei de longe torcendo para que nosso pequeno amigo não fosse alcançado pelos três ferozes cachorros.

Chegamos num local onde tivemos que passar por duas cercas de arame farpado e entrar na mata. Logo chegamos até uma pedra, a qual possui marcas circulares. Tal pedra foi encontrada há alguns anos, soterrada no meio do mato. Ninguém sabe a origem de tais marcas na pedra, mas acredita-se que ela esteja diretamente relacionada ao Caminho de Peabiru e aos caminhantes que por ali passaram. Outras pedras com marcas e até espécies de mapas já foram encontradas próximas ao local por onde passava o Caminho de Peabiru. A Bebhinn ficou encantada com tal pedra. Ficamos ao lado da pedra conversando e chegamos à conclusão de que tal pedra ficava em pé, pois uma de suas extremidades é achatada. E outra conclusão foi de que alguém tinha tirado a pedra de seu lugar, para cavar embaixo, pois ela estava caída dentro de um buraco. A lenda do tesouro perdido dos jesuítas é bastante conhecida e muita gente já andou cavando locais próximos ao Caminho de Peabiru em busca de tal tesouro.

Deixamos a pedra para trás e fizemos o caminho de volta até a casa do seu Nezão. Quase chegando a casa começou a chover, mas não chegamos a nos molhar. A caminhada do dia estava encerrada e agora era descansar e se preparar para o dia seguinte. A dona Luceni nos esperava com um delicioso café com pãezinhos caseiros feitos na hora, que estavam um delicia. Após o café fui montar minha barraca na varanda. O Wagner resolveu dormir numa rede na varanda e as meninas iam dormir no interior da casa, em camas confortáveis. Estava faltando energia elétrica na casa e mesmo assim a Marilene resolveu ir tomar banho, frio. Logo que ela saiu do banho a energia voltou e todos os demais puderam tomar banho quente. Ficamos conversando na varanda e eu tentei consertar a câmera da Bebhinn, que tinha sido molhada pela chuva. Utilizei o secador de cabelos da dona Luceni para tentar secar o interior da câmera e a deixei pegando vento a noite toda para tentar secá-la por completo. Logo foi servida a janta e depois enquanto o pessoal foi ver a novela eu preferi me recolher ao interior de minha barraca e dormir, pois estava cansado e a noite fria e chuvosa era convidativa ao sono. Logo dormi e só fui acordar algumas horas depois com o barulho do vento. Ventava muito forte e agradeci pela barraca não estar armada ao ar livre, pois daí sim seria complicado dormir com vento tão forte.

Filhotes na fazenda do Sr. Antonio.
Cachoeira do Boi Cotó.
Marco do Caminho de Peabiru.
Atravessando ponte.
Marilene e Karina.
Local provável do antigo cemitério indígena.
Bebhinn, Wagner, Marilene, Karina e Vander.
Morador local que encontramos pelo caminho.
Capela de São Tomé.
Marco das quatro fronteiras.
Árvore destruída por um raio.
Amoras ao lado da estrada.
Comendo amoras.
Pedra com marcas circulares.
Bebhinn admirando a pedra.
A simpática Vera.
Minha barraca na varanda.

Caminhada no Barreiro das Frutas

O dia amanheceu sem chuva e com um sol bonitinho. Levantar foi complicado, mas como não tinha outra opção dei um jeito de sair de minha aconchegante barraca. O pessoal já estava tomando café, e me juntei a eles. Tomar café da manhã é algo que normalmente não faço, mas quando tem caminhada sempre procuro comer algo, para não caminhar de pança vazia. Comi um sanduba de queijo com presunto e bebi um copo de água. É que só tomo chá e não tinha chá. Preciso reclamar sobre isso com a Marilene, que foi quem organizou a caminhada. Mari, sei que você vai ler isso, então favor levar um caixinha de chá mate natural Leão na próxima caminhada. rs!!!

Antes de sair caminhar desmontamos as barracas, tiramos uma foto com todo nosso grupo e pouco antes das nove iniciamos a caminhada. O primeiro trecho tinha barro, em razão da chuva do dia anterior. E não demorou muito chegamos ao asfalto e seguimos por ele um bom tempo. O clima estava ótimo para caminhar, pois mesmo com sol não fazia muito calor. Como nosso grupo não era grande fomos caminhando próximos uns aos outros. E como é natural se formavam alguns grupinhos ou duplas que seguiam juntos caminhando. O trecho que percorremos no início eu já conhecia de outras caminhadas e passeios de bike. A região é bonita, com muito verde.

Menos de duas horas de caminhada e chegamos à ponte do Rio da Várzea. Depois da ponte enfrentamos a primeira grande subida da caminhada e o tempo fechou, começando a cair uma fina garoa. Mais um pouco caminhando e entramos num lugar de mata fechada, seguindo ao lado do rio e chegamos ao Salto Santa Amália. Pelo plano original, deveríamos atravessar o rio pouco abaixo do Salto Santa Amália e seguir por uma trilha do outro lado. Mas em razão da chuva dos últimos dias o rio estava muito cheio e com a correnteza forte. Então o jeito foi descansar um pouco ali e dar meia volta, seguindo pelo caminho de onde tínhamos vindo. Ao chegar novamente a ponte do Rio da Várzea começou a garoar e algum tempo depois começou a chover mais forte. Acabamos nos molhando, mas foi divertido.

Fizemos um trecho alternativo na volta, para não passar pelo mesmo caminho. Viramos em uma estrada de terra e após pular uma porteira e passar por um pasto cheio de vacas, entramos numa região de mata. A chuva parou e o sol voltou belo e formoso. Mas o barro permanecia e em alguns trechos foi complicado caminhar, pois o barro grudava no calçado e ficava pesado o movimento de levantar os pés ao dar as passadas. Passamos por algumas casas que estavam vazias, pulamos mais duas porteiras e logo chegamos próximo a uma aldeia indígena. Em seguida enfrentamos a maior subida da caminhada e com o sol do meio-dia, acabou sendo a parte mais complicada do caminho. No final da subida paramos sob a sombra de algumas árvores para descansar e parte do pessoal aproveitou para colher jabuticabas.

Após o breve descanso recomeçamos a caminhada e chegamos a Comunidade do Barreiro das Frutas. Nesse local pernoitamos em outubro do ano passado, durante uma caminhada do Caminho de Peabiru. Ali descansamos mais um pouco e voltamos a caminhar. Chegamos de volta ao local do acampamento pouco depois das três horas e um gostoso almoço nos esperava. Antes de comer fui ao lago tirar o barro de minhas botas e depois me sentei junto com alguns amigos ao lado de um córrego, onde colocamos os pés na água fria. Isso foi algo muito relaxante e logo as dores nos pés tinham desaparecido. Em seguida fui almoçar junto com o pessoal. Daí ficamos conversando um tempo e no final da tarde fomos embora. O acampamento e a caminhada foram muito bons e espero reencontrar o pessoal em breve, se não todos, ao menos alguns, para fazermos novas caminhadas e acampamentos.

Todos sorridentes, prontos para caminhar.
Completando o primeiro quilômetro de caminhada.
Caminhando no asfalto.
Ponte do Rio da Várzea.
Salto Santa Amália.
Local onde deveriámos atravessar o rio.
Caminhando sob chuva.
No meio do caminho tinha uma porteira...
Caminhando na mata.
Barro, muito barro...
Breve momento de descanso.
Marilene colhendo jabuticabas.
Momento relax após a caminhada.
Almoço no meio da tarde.

Acampamento no Barreiro das Frutas

Durante as semanas que fiquei fora do Brasil, senti muita saudade dos acampamentos e caminhadas. Eu via as fotos que os amigos postavam no Facebook e no Orkut e ficava com vontade de ter participado com eles de algumas caminhadas e de um acampamento que aconteceu no Morro dos Ventos, em Nova Tebas. E por sorte, tão logo voltei ao Brasil foi marcado um acampamento com caminhada, na região do Barreiro das Frutas.

Choveu muito no dia do acampamento, e mesmo assim a maioria do pessoal compareceu. Acampamos em uma chácara, e não demorou muito para que alguns dos amigos de Maringá chegassem, bem como o Pierin e sua família, que vieram de Cambé. Para a janta fizemos um churrasco, onde eu e o Doni sofremos para acender o fogo. Depois de jantarmos ficamos conversando. Alguns foram dormir cedo, e outros ficaram até tarde conversando. Parte do pessoal dormiu na casa da chácara, nos quartos e na sala. Eu e alguns outros armamos nossas barracas na varanda, para fugir da chuva.

Fui um dos últimos a ir dormir, fiquei conversando e zoando com o pessoal até tarde. Eram umas três da manhã quando entrei em minha barraca. Estava quase pegando no sono quando as nuvens de chuva dispersaram e surgiu uma lua muito clara no céu. Eu não tinha colocado a capa da barraca e a lua deixou a noite muito clara e tive dificuldades para dormir. De madrugada alguém foi ao banheiro e deixou a luz da varanda acesa, e essa luz batia em cheio no meu rosto. Acordei e demorei em pegar no sono. Daí finalmente dormi e nem mesmo ouvi o galo que alguns disseram ter cantado alto desde muito cedo. O chato foi acordar cedo após ter dormido poucas horas. Mas isso era um detalhe, o importante é que a chuva tinha ido embora e o dia prometia uma ótima caminhada, para eu matar minha saudade de andar pelo mato, no barro, sob sol, sob chuva. Essa é uma paixão que muitos não entendem, mas os que entendem e gostam sabem como é bom.

Churrasqueiros fajutos.
Pessoal chegando para jantar.
Me preparando para dormir.
Pessoal papeando.
O Doni trocou a barraca por um sofá.
O Valteco roncando.
Amanhecer no acampamento.