O Arco do Triunfo (Arc de Triomphe) foi construído em comemoração às vitórias militares de Napoleão Bonaparte, o qual ordenou a sua construção em 1806. Inaugurado em 1836, a monumental obra detém, gravados, os nomes de 128 batalhas e 558 generais. Em sua base, situa-se o túmulo do soldado desconhecido (1920). O arco localiza-se na praça Charles de Gaulle, no encontro da avenida Champs-Élysées. Nas extremidades da avenida encontram-se a Praça da Concórdia e, na outra, La Défense. Projetado pelo arquiteto francês Jean Chalgrin, o monumento tem 50 metros de altura por 45 metros de largura e 22 metros de profundidade.
O ponto alto na visita ao Museu do Louvre, foi ver o quadro da Mona Lisa. Foi um pouco difícil chegar ao local mais próximo onde é permitido chegar do quadro. Ele fica numa parede, em um painel protegido por um vidro a prova de balas, e cercado por seguranças. Para quem não conhece muito sobre o quadro, é decepcionante descobrir que ele é relativamente pequeno, medindo 77x53cm. Tive a disciplina de história da arte, quando fiz faculdade de história, então sabia bem o que teria pela frente. Com paciência consegui tirar algumas fotos legais do quadro e num momento raro, consegui tirar uma selfie onde não aparece nenhum segurança ao fundo. Fiquei algum tempo observando o quadro, o qual é considerado o mais importante do mundo. Desde criança que ouço falar da Mona Lisa, mas nunca tinha imaginado que um dia estaria frente a frente com ela. Foi uma experiência interessante, principalmente para alguém como eu que é apaixonado por história, por arte e coisas antigas.
Mona Lisa, originalmente La Gioconda (em italiano), é a obra mais célebre de Leonardo da Vinci. É uma pintura a óleo sobre madeira, e foi produzida entre os anos 1503 e 1506. Foi trazida da Itália para a França pelo próprio Leonardo da Vinci, em 1506, quando este foi convidado pelo rei Francisco I, para trabalhar na sua corte. Francisco I, teria então comprado a pintura, que passou a ficar exibida em Fontainebleau e, posteriormente, no Palácio de Versalhes. Ela chegou ao Museu do Louvre em 1797. Este quadro é provavelmente o retrato mais famoso na história da arte, senão, o quadro mais famoso e valioso de todo o mundo. Poucos outros trabalhos de arte são tão valiosos, elogiados, questionados, comemorados ou reproduzidos.
Em 1911 o quadro foi roubado do Museu do Louvre. Foi encontrado posteriormente na Itália, e foi devolvido ao Louvre. Em 1956, um psicopata jogou ácido sobre o quadro, danificando a parte inferior da obra, que depois foi restaurada. No mesmo ano, um boliviano jogou uma pedra contra a obra, estragando parte da sombra no olho esquerdo da Mona Lisa, sombra esta que é comumente confundida com uma sobrancelha, porção de pelos que a Mona Lisa não tem. Em 2009, uma mulher russa jogou uma xícara vazia de café contra o quadro. A pintura não foi danificada, pois a xícara quebrou na proteção de vidro à prova de balas que existe antes do painel. Por essas e outras que o quadro da Mona Lisa é tão protegido.
Tinha planejado acordar bem cedo, para aproveitar o dia de passeio por Paris. Acordar até que acordei, mas não consegui sair da cama e dormi por mais três horas. Levantei pouco antes das nove, tomei um banho rápido e fui tomar café. Não costumo tomar café da manhã, mas o café da manhã servido pelo hotel era tão bom, com tantos pães, frios e doces gostosos, que comi até não aguentar mais. O café da manhã acabou sendo um almoço adiantado.
Meu primeiro passeio seria uma visita ao Museu do Louvre. Peguei o metrô, depois de demorar um pouco para encontrar o que me levaria até uma estação próxima ao Louvre. Dentro do vagão notei que tinha muita gente me olhando com cara feia. Achei estranho, mas não me importei muito. Depois de alguns minutos vi meu reflexo no vidro e descobri o motivo dos franceses me olharem com cara feia. Eu estava usando uma camiseta com os dizeres “I Love London”. Existe uma rivalidade histórica de séculos entre franceses e ingleses, então utilizar em Paris uma camiseta dizendo que amava Londres, era meio que uma provocação aos franceses. Tenho certeza de que todos achavam que eu era inglês. Outra coisa que me chamou atenção dentro do vagão do metrô, foi a quantidade de perfumes diferentes que eu sentia no ar. Estando em Paris, praticamente todos usavam perfume francês, que são considerados os melhores do mundo. Mas não passei vergonha, já que também estava cheirosinho, pois usava um perfume da Lacoste. Ou seja, eu também usava perfume francês. Meu perfume tinha sido comprado no Paraguai, mas era Lacoste original.
Chegando ao Museu do Louvre, me espantei com a enormidade do lugar. E sofri um pouco até encontrar o local onde comprar o ingresso que dava acesso ao museu. E me assustei com o tamanho da fila. Realmente eu deveria ter levantado mais cedo! Depois de quase uma hora esperando na fila, finalmente entrei em um dos mais importantes e famosos museus do mundo. Eu que adoro visitar museus, estava radiante de alegria em estar ali. Para visitar todo o museu, é necessário no mínimo um dia inteiro. Eu não tinha todo esse tempo, poderia dispensar no máximo duas horas para conhecer o que fosse possível do Louvre. Com tão pouco tempo disponível, optei por conhecer as partes principais, as obras mais conhecidas em exposição no local. E a maior de todas, era o quadro da Monalisa.
Inaugurado a finais do século XVIII, o Museu do Louvre é o museu mais importante da França e um dos mais visitados do mundo. Atualmente recebe mais de oito milhões de visitantes a cada ano. Formado a partir das coleções da monarquia francesa e das espoliações realizadas durante o Império Napoleônico, o Museu do Louvre abriu as suas portas em 1793. O Museu do Louvre está instalado no Palácio do Louvre, uma fortaleza do século XII que foi ampliada e reformada em diversas ocasiões. Antes de que se tornasse um museu, alguns monarcas como Carlos V e Felipe II utilizaram o palácio como residência real onde acumulavam suas coleções artísticas. Em 1989 foi construída a pirâmide de cristal, que atualmente serve como porta de acesso.
A coleção do Louvre compreende cerca de 300.000 obras, das quais são expostas aproximadamente 35.000. A imensa coleção está organizada de forma temática em diferentes áreas: antiguidades orientais, antiguidades egípcias, antiguidades gregas, romanas e etruscas, história do Louvre e o Louvre medieval, pintura, escultura, objetos de arte, artes gráficas e arte do Islã.
As pinturas mais importantes do museu são:
Monalisa de Leonardo da Vinci.
A Liberdade Guiando o Povo de Delacroix.
As Bodas de Caná de Veronese.
As esculturas mais destacadas são:
Venus de Milo da Antiga Grécia.
O escriba sentado do Antigo Egito.
Vitória de Samotrácia do período Helenístico da Antiga Grécia.
Mona LisaVitória de Samotrácia do período Helenístico da Antiga GréciaVenus de Milo
O Metrô de Paris, conhecido localmente por Métropolitain ou pela abreviatura Métro de Paris, é o sistema de metrô de Paris e cidades vizinhas. Antigamente era chamado de Chemin de Fer Métropolitain (Estrada de ferro metropolitana). O sistema consiste em 16 linhas, identificadas por números de 1 a 14, com duas linhas menores, a 3 bis e a 7 bis, que se separam das linhas originais 3 e 7, respectivamente. É o quarto maior sistema de metrô da Europa. Tem 213 km de linhas, com mais de 300 estações. A distância média entre uma estação e outra é de aproximadamente 300 metros. As linhas 1 e 14 do sistema são completamente automáticas, ou seja, não têm condutor de cabine. Um único preço de passagem é aplicado em todos os horários, com conexões ilimitadas. O único limite é o uso por, no máximo, duas horas. Uma segunda rede de linhas expressas regionais, o RER (Réseau Express Régional), complementa a rede original do metrô desde a década de 1960.
A Linha 1 (Porte de Vincennes – Porte Maillot) foi inaugurada em 19 de julho de 1900, para servir aos Jogos Olímpicos de Paris de 1900. Pequenas seções das linhas 2 e 6 foram completadas no mesmo ano para servir a Feira Mundial. O sistema de transporte por metrô foi bastante reduzido com o início da Segunda Guerra Mundial; várias estações foram fechadas e algumas nunca reabertas, dando origem a estações-fantasma. Segundo dados de 2007 da RATP, a utilização diária do Metrô de Paris cifra-se em cinco milhões de pessoas.
Paris deve seu nome aos Parísios, um povo gaulês que habitava a região antes da chegada dos romanos. Após conquistá-los, os romanos rebatizaram seu assentamento como Lutécia Parisioro. Ao longo do século IX, essa denominação aos poucos, deu lugar ao nome atual. Paris é a capital econômica e comercial da França, onde os negócios da Bolsa e das finanças se concentram. A densidade da sua rede ferroviária, rodoviária e da sua estrutura aeroportuária, fazem-na um ponto de convergência para os transportes internacionais. Abrigando numerosos monumentos, por seu considerável papel político e econômico, Paris é também uma cidade importante na história do mundo. Símbolo da cultura francesa, a cidade atrai quase 30 milhões de visitantes por ano, ocupando também um lugar preponderante no mundo da moda e do luxo.
A posição de Paris numa encruzilhada entre os itinerários comerciais terrestres e fluviais no coração de uma rica região agrícola a tornou uma das principais cidades da França ao longo do século X, beneficiada com palácios reais, ricas abadias e uma catedral. Ao longo do século XII, Paris se tornou um dos primeiros focos europeus do ensino e da arte. Ao fixarem-se os Reis de França e, pois, também a corte (o que incluía grande parte da alta nobreza francesa), na cidade, sua importância econômica e política não cessou de crescer. Assim, no início do século XIV, Paris era a mais importante cidade de todo o mundo ocidental. No século XVII, era a capital da maior potência política europeia; no século XVIII, era o centro cultural da Europa e, no século XIX, era a capital da arte e do lazer, a Meca da Belle Époque. Mesmo invadida pelo exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi pouco destruída e conservou intactos seus principais monumentos.
Paris é hoje em dia a capital mais visitada do mundo. Mas ela é julgada como uma das mais caras e menos acolhedoras capitais. Suas principais atrações turísticas são: Torre Eiffel, construída em 1889, é considerada o principal símbolo da cidade. Avenida Champs-Élysées, uma das mais largas e famosas avenidas do mundo. Centro Georges Pompidou. Arco do Triunfo, construído por Napoleão Bonaparte em 1806, em homenagem às vitórias francesas e aos que morreram no campo de batalha. Museu do Louvre, famoso por abrigar importantes obras de arte, como o quadro mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Montmartre, uma área histórica da cidade onde se localiza a Basílica de Sacré Coeur e famosa pelos seus cafés, estúdios e clubes noturnos, como o Moulin Rouge. Catedral de Notre-Dame, famosa catedral gótica construída em 1163 no centro da cidade. Panthéon, uma antiga igreja, famosa por abrigar os restos mortais de vários franceses famosos. Quaid d´Orsay, um cais na margem esquerda do Rio Sena. Museu de Orsay, museu que reúne importante coleção de arte impressionista e foi no passado uma estação de trem. Cemitério do Père-Lachaise, onde estão enterradas pessoas famosas como Oscar Wilde, Édith Piaf, Chopin, Allan Kardec e o cantor Jim Morrison. Hôtel des Invalides, museu e necrópole militar. La Défense, o centro financeiro de Paris. Disneyland Resort Paris, complexo turístico do conglomerado Disney.
Ao fundo, o túnel onde a Lady Diana morreu.
Aí está guardada a taça da Copa de 98, que o Brasil perdeu a final.
A Torre Eiffel é o monumento pago mais visitado do mundo. Nomeada em homenagem ao seu projetista, o engenheiro Gustave Eiffel, foi construída como o arco de entrada da Exposição Universal de 1889 e também para comemorar o centenário da Revolução Francesa. A torre possui 324 metros de altura e fica cerca de 15 centímetros maior no verão, devido à dilatação do ferro. Foi a estrutura mais alto do mundo desde a sua conclusão até 1930, quando perdeu o posto para o Chrysler Building, em Nova York. A torre tem três níveis para os visitantes. A caminhada para o primeiro nível é superior a 300 degraus. O terceiro e mais alto nível só é acessível por elevador. Do primeiro andar vê-se a cidade inteira. Ela tem sanitários e várias lojas e o segundo nível tem um restaurante.
Peguei minha mochila, que foi liberada rapidamente e segui para o saguão do aeroporto. Por culpa da perda do voo em Madri, eu tinha perdido horas preciosas que passaria em Paris. Isso ia me custar deixar de conhecer lugares que planejava visitar na cidade. Mas não podia reclamar, pois apesar dos pesares e com atraso, eu estava em Paris. Então o jeito era curtir ao máximo minha curta permanência na cidade. Paris não fazia parte do projeto original da viagem pelo Caminho de Santiago. Na verdade a cidade fica bem distante do Caminho, que inicia no sul da França, centenas de quilômetros dali. Mas como eu ia para a Europa, ia para a França e sempre quis conhecer Paris, não podia deixar de fora uma visita à cidade, mesmo que rápida. Num primeiro momento após ver o custo de tal visita, pensei em desistir e seguir para o sul da França direto de Madri. Mas graças ao meu irmão que me disse que sonhos não tem preço, resolvi gastar algumas dezenas de euros a mais e visitar Paris. E não me arrependo de tal decisão, pois mesmo tendo durado pouco mais de um dia, a visita à Paris foi maravilhosa e inesquecível. Paris é Paris! Então vale a pena mesmo que seja uma hora apenas na cidade. E pretendo voltar um dia com mais tempo, para conhecer o que não foi possível dessa vez.
Segui para fora do aeroporto e logo encontrei uma rua lateral e um ponto de ônibus. Logo surgiu a primeira dúvida, para qual lado eu deveria pegar o ônibus. E para piorar, minha conexão de internet parou de funcionar e fiquei sem poder consultar o Google Maps. Antes de decidir sobre a direção a seguir, tratei de comprar a passagem para o ônibus. Ao lado do ponto tinha uma máquina, tipo caixa eletrônico de banco, que vendia as passagens. O valor era € 1,50 e o pagamento só era permitido utilizando cartão de crédito ou débito. Com a passagem comprada, fiquei esperando aparecer alguém para que eu pudesse pedir informação. Já sabia que franceses são mal humorados e evitam falar com estrangeiros em outro idioma. Logo surgiram duas jovens moças e me dirigi a elas perguntando em inglês, como deveria fazer para ir até a estação de Metrô mais próxima. Umas das moças era italiana e me respondeu misturando inglês e italiano. Não entendi completamente a informação, mas o mais importante foi descobrir que deveria pegar o ônibus no lado da rua onde estava. Fazia um pouco de frio e os minutos que fiquei esperando o ônibus foram um pouco desconfortáveis. Sem falar que o local era deserto e pouco iluminado, o que dava certa sensação de insegurança. Finalmente surgiu um ônibus pequeno e todo modernoso, que parou no ponto. Fiquei esperando as duas jovens embarcarem, para observar por qual porta deveria entrar e o que fazer com a passagem.
Andamos por ruas desertas e escuras e confesso que fiquei meio receoso com relação a assaltos. Andar por periferias de grandes cidades sempre é complicado. Mas com certeza se fosse a periferia de alguma grande cidade brasileira, o risco de algo ruim acontecer seria bem maior. Conforme íamos andando a paisagem em volta ia ficando mais cheia de casas e comércio, bem como mais pessoas iam embarcando no ônibus. Logo as duas moças que embarcaram junto comigo desceram em frente a uma grande loja do Supermercado Carrefour. Continuei atendo as paradas de ônibus e olhando em volta, em busca de alguma sinalização que indicasse o Metrô. Após cerca de meia hora de viagem, o ônibus parou em uma espécie de terminal e entendi que ali era seu ponto final. Esperei todos descerem e fui seguindo o fluxo de pessoas. Notei que a maioria seguia em direção a um corredor e fui atrás deles. Logo entraram numa pequena e escondida porta e finalmente vi uma placa dizendo que ali era uma estação do Metrô. Senti um misto de alivio e felicidade, pois não estava mais perdido. Talvez só um pouco perdido! Tive que comprar nova passagem em uma máquina parecida com a que vendia a passagem para o ônibus.
A estação de Metrô não era muito grande, mas tinha uns corredores vazios e um pouco assustadores. Olhando um mapa na parede descobri que pegando o Metrô ali onde estava, conseguiria chegar até perto do hotel em que tinha reserva, que ficava na região da Torre Eiffel. Mas teria que fazer uma troca um pouco mais à frente. Após dez minutos surgiu um trem do Metrô. Era bem antigo, na cor verde e branco. Quando parou fiquei observando que para entrar era preciso destravar uma espécie de tranca que fica do lado de fora da porta. Em países onde nunca estivemos, o segredo é observar ao máximo o que as pessoas fazem, e aprender com elas. Dentro o vagão era limpo, mas com aspecto de velho. Após algumas paradas chegou a estação onde eu teria que fazer baldeação. Após desembarcar, olhando o painel eletrônico da estação, descobri que teria que passar para o outro lado, para embarcar no Metrô que seguiria na direção que eu queria ir. Logo descobri que não tinha passagem direta para o outro lado. Eu teria que sair da estação, atravessar os trilhos por uma espécie de passarela e comprar nova passagem do outro lado. Nessa estação tinha bilheteria e tentei comprar a passagem, mas uma atendente mal humorada e exageradamente grossa, me fez entender falando em francês que eu teria que comprar a passagem utilizando a máquina de bilhetes ao lado, e pagando com cartão. Como não tinha outro jeito, peguei meu cartão e comprei a terceira passagem da noite. Se eu não tivesse cartão de crédito ou de débito, talvez estivesse até hoje perdido pela periferia de Paris!
Após comprar o novo bilhete do Metrô e entrar na estação, fiquei quase dez minutos esperando o trem do Metrô. Novo embarque e dessa vez já sabia como destravar a porta e entrar no vagão. Finalmente cheguei na estação Cambronne, meu local de desembarque. O hotel onde eu tinha reserva era um Ibis e ficava quase em frente à estação Cambronne. O Ibis é uma cadeia de hotéis espalhados pelo mundo e não é dos mais caros, sendo que possui um bom padrão de qualidade. Mas estava em Paris, onde o barato não é tão barato assim para nós brasileiros, filhos do Real, uma moeda que anda bastante desvalorizada. Se no Brasil o quarto mais barato em um hotel Ibis fica na faixa dos R$ 160,00 em Paris o valor do quarto mais barato era € 160,00 o que dava aproximadamente R$ 570,00. O preço era bem salgado, principalmente se levar em consideração que eu utilizaria o hotel somente para tomar banho, dormir algumas horas e tomar o café da manhã no dia seguinte. Eu até podia ter tentando reserva em um hotel mais barato e mais afastado do centro, ou então buscado uma vaga em um hostel, onde os quartos compartilhados saem mais barato. Mas eu não ficaria muito tempo em Paris, então ficar num hotel bem localizado, próximo aos principais pontos turísticos que eu queria visitar, até que era um ótimo custo benefício, mesmo o hotel sendo caro.
Entrando no hotel fui direto a recepção e fiquei esperando em pé enquanto a recepcionista atendia um casal de indianos. Logo chegou minha vez de ser atendido e mostrei a recepcionista um papel com o número de minha reserva que tinha sido feita pela internet, ainda quando estava no Brasil. Ela perguntou se eu falava francês e diante de minha resposta negativa ela começou a falar comigo em inglês. Logo veio um rapaz me atender, e ele falava o português de Portugal, que é um pouco diferente do português falado no Brasil, mas que é fácil entender. O recepcionista me entregou um cartão que serviria como chave para entrar em meu quarto, me indicou como chegar até o quarto no terceiro andar e por último me deu um mapa dos pontos turísticos de Paris, que seria muito útil no dia seguinte. Finalmente entrei no quarto, joguei a mochila no chão e me atirei sobre uma das duas camas de solteiro existentes no quarto e nela fiquei por uns dez minutos deitado sem me mover.
Criei coragem para levantar e desfiz minha mochila, tirando tudo de dentro e espalhando por sobre a outra cama existente no quarto. Em seguida fui tomar banho e tive problema com a ducha, que na França não é fixa igual aos chuveiros que estamos acostumados a utilizar no brasil, que ficam fixos no alto, geralmente no meio e você tem espaço para ficar debaixo da água que caí. A ducha francesa tinha que ficar segurando o que acaba atrapalhando o banho. Existia a possibilidade de travar a ducha em um suporte existente no alto, mas o problema é que tal suporte ficava preso na parede e a ducha de forma fixa derrama a água muito próxima a parede. Tive que tomar banho encostado na parede do banheiro, enquanto a água da ducha caía do alto pouco acima de minha cabeça. Era algo desconfortável, principalmente ficar com a bunda colada na parede gelada. Mesmo assim tomei um longo e demorado banho.
Saí do banho já pensando no que ia jantar. Me vesti rapidamente e desci para a recepção do hotel. Como não vi nada de comer no hotel, saí a rua. Passava um pouco das 23h00min e a rua em frente estava deserta. Fazia ainda mais frio e caía uma fina garoa. Segui caminhando pela direita da rua olhando atentamente a procura de algum local que estivesse aberto e tivesse comida. Em frente ao hotel tinha uma lanchonete, que servia diversos tipos de sanduíches. Segui em frente e passei por um mercadinho que ficava aberto 24 horas. Segui uns duzentos metros caminhando, até chegar na esquina de uma larga avenida. Parei alguns minutos na esquina e fiquei olhando em volta e pensando no que fazer. Também dei uma olhada para o alto em todas as direções a procura da Torre Eiffel, pois sabia que ela ficava ali perto, mas não sabia para qual lado. Acabei não vendo a torre, pois a garoa deixava a visão limitada a poucos metros. No dia seguinte descobri que a Torre Eiffel ficava do lado contrário de onde eu estava.
Decidi que ia comer algo na lanchonete em frente ao hotel e voltei pela rua escura por onde tinha caminhado. O local era pequeno, mas simpático. Tinha apenas duas mesas e me sentei a mesa que ficava mais distante da porta de entrada. Rapidamente optei por um hamburguêr com fritas, pois era melhor pedir algo que conhecia do que arriscar a pedir outro lanche que não sabia bem o que era e ter problema. Junto com o lanche vinha um refrigerante em lata, que eu podia escolher entre várias opções em uma geladeira no canto dos fundos da lanchonete. Abri a geladeira e vi alguns refrigerantes conhecidos e outros que não tinha a menor ideia do que eram. Como gosto de 7UP, que é um refrigerante de limão e não é mais fabricado no Brasil, essa foi minha opção. Mas vi que existia também 7UP de outro sabor, a 7UP Mojito. Eu sábia que Mojito era uma bebida cubana, mas não tinha ideia de que sabor tinha. Resolvi arriscar e me dei mal! O sabor era horrível e não consegui beber todo o conteúdo da latinha.
Meu lanche chegou e parecia apetitoso. Na bandeja vinha uma porção grande de batata frita e junto, sobre um guardanapo, um molho parecido com ketchup e que era um delicia. Saí da lanchonete e atravessei a rua em direção ao meu hotel. Entrei no meu quarto e a primeira coisa que fiz foi acessar a internet pelo celular e mandar notícias para casa, conversando com meu irmão pelo WhatsApp. Em seguida fui me ajeitar para dormir, mas antes tive a brilhante ideia de lavar a pouca roupa suja que eu tinha. Lavei tudo na pia do banheiro, usando sabonete e estendi no box do banheiro e em uma cadeira. Antes de me deitar tive a curiosidade de abrir a persiana e olhar pela janela. Descobri que a lanchonete onde tinha jantado, ficava exatamente em frente meu quarto. Até então eu nem tinha me dado conta de que meu quarto ficava de frente para a rua. Deitado na cama fiquei pensando sobre os acontecimentos das últimas vinte quatro horas e não parecia ser verdade que eu estava em Paris. E como disse meu irmão, sonhos não tem preço!
* Você leu um resumo…
Um dos antigos trens do Metrô de Paris.A deserta e assustadora Estação Nation.Meu quarto no Hotel Ibis.Rápido passeio pelas proximidades do hotel.Minha primeira refeição em Paris. Estava uma delícia!
Acordei pouco depois das 06h00mim no horário local, que é de quatro horas à frente do horário oficial de Brasília. Os meus vizinhos de poltrona espanhóis estavam acordados e antes que eu pedisse licença para poder sair de minha poltrona, eles se levantaram e me deixaram passar. Fui até o fundo do avião, e mesmo com boa parte dos passageiros ainda dormindo, tinha fila para utilizar os quatro banheiros do fundo. Aproveitei para me alongar, na esperança de que minha dor nas costas melhorasse um pouco. Fiz meu xixizinho matinal e escovei os dentes o mais rápido possível, pois estava ficando difícil ficar dentro do banheiro. Ao sair do banheiro tinha uma dona de meia idade esperando para entrar. Olhei para ela com uma cara de pena, pois ela mal sabia o que a esperava dentro daquele banheiro.
O café da manhã até que foi saboroso, sanduíche de presunto e queijo, mamão, biscoitos e suco de laranja. Após o café da manhã comecei a ver um filme no monitor a minha frente e dei uma rápida olhada pela janela. O GPS informava que estávamos entrando no espaço aéreo espanhol. Passou algum tempo e deram o aviso para apertar cintos e voltar ao lugar as poltronas que estavam inclinadas, pois logo começaria o procedimento para aterrissagem. Sabiamente a aterrissagem é a parte mais perigosa do voo e a que menos gosto. Até hoje não consigo acreditar como algo tão pesado igual ao avião consegue voar. Para mim isso sempre será algo insano. Parabéns aos irmãos Wright, os inventores do avião! Você vai discordar de mim e dizer que foi Santos Dumont que inventou o avião. Mesmo sendo brasileiro, discordo que tenha sido Santos Dumont. Eu e a maior parte do mundo discordamos, e damos o crédito da invenção do avião aos norte-americanos. Poucos países dão crédito pela invenção do avião a Santos Dumont. Entre eles estão Brasil, França, Portugal e a maioria dos países sul americanos. E só! Se você quiser saber mais sobre essa história e então tirar sua própria conclusão, pesquise, leia livros sobre o assunto. Tem livros interessantes sobre o tema.
Pouco antes das 10h00min horário do Brasil e 14h00min horário local (a partir daqui vou usar como referência somente a hora local), pousamos na cidade de Madri. A Espanha era o décimo país que eu ficava conhecendo, sem contar o Brasil. Avião parado na pista e uma eternidade para poder descer. Aquele monte de gente espremida no corredor, outros muitos sentados por não terem espaço para ficar em pé. Sempre acho essa parte chata e demorada, e em um avião com mais de trezentas pessoas a bordo, a demora é terrível. O desembarque em voos internacionais, sempre acontecem pela porta da frente. Fiquei imaginando se no caso de um pouso de emergência o pessoal seria tão lento para desembarcar igual estavam sendo naquele momento. Finalmente pés no chão! Ficar mais de dez horas trancado dentro de um avião é cansativo e desgastante. Após uma longa caminhada pelos corredores do aeroporto, cheguei ao local da imigração. A fila estava longa e eu começando a me preocupar com o horário de minha conexão. Eu não ficaria em Madri, seguiria para Paris, com escala em Barcelona.
Finalmente pude passar pela imigração, onde fui atendido por um funcionário bastante simpático. Sabendo da fama da imigração espanhola que costuma barrar brasileiros quando tem a mínima suspeita de que vão ficar ilegalmente na Europa, eu fui bem preparado para passar pela imigração. Levei cópia de minhas reservas de voos internos pela Europa, do hotel em Paris, de dois albergues no Caminho de Santiago, onde já tinha feito reserva. E levei meu passaporte vencido, que é cheio de carimbos e possui o visto norte americano valido, o que abre portas em quase todos os países pelo mundo. O funcionário da imigração perguntou qual eram meus planos na Europa. Respondi que seguiria dali para Paris e depois voltaria a Espanha para percorrer o Caminho de Santiago, sendo que posteriormente sairia da Europa via Portugal. Ele fez um sinal de afirmativo com a cabeça e carimbou meu passaporte. Agradeci e segui em frente!
Próximo passo for seguir para o setor de bagagens, para retirar minha mochila. E aí começou o pesadelo. Demorou muito para que as bagagens fossem liberadas. Por culpa do atraso, quando peguei minha mochila tive que sair correndo para pegar minha conexão rumo Barcelona. Mas por oito minutos apenas perdi o voo. Talvez devesse ter marcado passagem com uma folga maior de horário, já prevendo possíveis atrasos. Perguntei quem vendia passagem para Paris e fui atrás me informar. Só achei a Ibéria, mas eles não tinham mais voos naquele dia. Então entrei em contato via WhatsApp com meu irmão no Brasil e pedi ajuda. Ele rapidamente conseguiu marcar uma passagem pela internet, numa empresa de baixo custo, direto de Madri para Paris. O preço da passagem achei melhor nem perguntar. Precisava seguir para Paris de qualquer jeito, pois senão perderia também a reserva do hotel para aquela noite, e todo meu planejamento para os dias seguintes estaria comprometido.
Meu novo voo para Paris seria pela Transavia, uma companhia aérea de baixo custo que opera como uma empresa independente do Grupo Air France – KLM. Fiquei mais tranquilo quando soube que a empresa pertencia a um grupo grande, pois tenho trauma de companhias aéreas de baixo custo. Os maiores sustos que já tomei em voos, foram com a Web Jet e a Ocean Air, companhias aéreas de baixo custo que operavam no Brasil utilizando aviões velhos.
Pedi informações num balcão e não demorei para encontrar o balcão da Transavia e logo entrei na fila. Enquanto esperava fiquei observando as pessoas ao redor. Tinha gente de todas as cores, tipos e nacionalidades. Logo fiz o chekin, despachei a mochila grande e corri para encontrar o portão de embarque, pois o embarque para meu voo já estava liberado. Fui o último a embarcar e minha poltrona ficava no meio, na terceira fila do lado direito de quem entra no avião. Ao meu lado esquerdo estava sentada uma jovem, bela e cheirosa francesa, que durante o voo de pouco mais de duas horas, em nenhum momento tomou conhecimento de minha existência ou olhou para mim. Do meu lado direito ia sentado um francês jovem, feio e também cheiroso. Será que todos os franceses são cheirosos? Me lembrei da Florence, uma francesa que conheci no Peru em 2012, quando percorremos no mesmo grupo a Trilha Salkantay. Por ter morado na Guiana Francesa durante alguns anos e ter tido um namorado brasileiro, a Florence falava fluentemente o português e por isso conversávamos muito na trilha. Certa vez ela me disse que as francesas não precisam tomar banho, pois são cheirosas por natureza. Estava começando a acreditar na Florence!
O voo foi tranquilo e dormi quase todo o tempo, pois me sentia muito cansado. Devo ter roncado! Desceríamos no aeroporto de Orly, que fica no sul de Paris e é o segundo maior da França. O maior aeroporto francês também fica em Paris, é o Charles de Gaulle e fica do outro lado da cidade. Eu conhecia ambos os aeroportos somente de nome, principalmente porque trabalhei oito anos em uma agência de turismo em Curitiba. Mas o aeroporto de Orly eu tinha vivo na mente por outro motivo, algo bem trágico. Em julho de 1973, um voo da Varig partiu do Rio de Janeiro e seguia para Londres, na Inglaterra, com escala em Paris. Por culpa de um cigarro que um passageiro jogou aceso no lixo de um dos banheiros (naquela época era permitido fumar em aviões), um pequeno incêndio começou na parte traseira do avião, que foi todo tomado pela fumaça. Por culpa disso o ar ficou irrespirável dentro do avião e o piloto se viu forçado a fazer uma aterrissagem de emergência em uma plantação de repolhos existente há cerca de quatro quilômetros do aeroporto de Orly. O incêndio, a fumaça e a aterrissagem forçada causaram a morte de 123 pessoas, sendo sete tripulantes. Onze pessoas sobreviveram, sendo um passageiro e dez tripulantes. Caso queira saber mais sobre essa história, recomendo a leitura do livro “Caixa Preta”, de Ivan Sant’Anna, que detalha em pormenores tal acidente.
Depois de lembrar do acidente com o avião da Varig ocorrido perto de Orly, ainda tive tempo de lembrar de mais bobagem. Estiquei o pescoço para tentar enxergar a Torre Eiffel pela janela do avião, mas não a vi, talvez por estarmos voando sobre os subúrbios de Paris e não sobre o centro da cidade. Nesse momento me veio à mente o filme Impacto Profundo, mais precisamente a cena que mostra Paris e um meteoro derruba a Torre Eiffel. Acho que sou campeão em lembrar de bobagens e tragédias quando estou dentro de um avião. De qualquer forma a aterrissagem foi tranquila e o desembarque rápido. Ao pisar em solo francês, estava conhecendo meu décimo primeiro pais, sem contar o Brasil. Era o segundo pais no mesmo dia! Junto com Nova York e Londres, Paris sempre foi uma das cidades que sonhava conhecer desde muito jovem. Em Nova York já estive duas vezes, e Londres fica para a próxima viagem à Europa.
O dia de partida para minha segunda viagem à Europa foi bastante corrido. Era sábado e passei o dia arrumando coisas, definindo o que levaria ou não na viagem. Eu não podia levar muita coisa, pois como teria que carregar tudo durante a peregrinação pelo Caminho de Santiago, era necessário levar o menor peso possível. E fica difícil ser minimalista na hora de arrumar a mochila para uma viagem tão longa e tão distante. Graças a certa experiência que possuo em viagens ao exterior e também em cicloviagens, consegui definir o que era prioridade e dessa forma ajeitei as duas mochilas que levaria na viagem, uma grande e uma pequena. Mas tinha convicção de que algumas coisas eu não usaria e que sentiria falta de outras.
No início da noite meu irmão me levou até a rodoviária. Saí de casa ainda na dúvida sobre estar levando a blusa de frio correta. Levei uma mais fina e menos de uma semana depois me arrependeria amargamente de tal escolha. Na rodoviária embarquei em um ônibus da Brasil Sul, rumo São Paulo. Meu voo para a Europa, mais precisamente para Madri, na Espanha, seria na segunda-feira à noite, dali 48 horas. Queria aproveitar para passear por São Paulo e visitar amigos, por isso estava viajando antes. No início da viagem comecei a sentir dor nas costas e essa dor nos dias seguintes iria atrapalhar muito minha viagem.
Sei me virar bem em São Paulo e não tive dificuldade em pegar o Metrô, fazer conexão e desembarcar na estação Bresser-Mooca. Bem em frente à estação moram meus amigos Arthur e Bianca. Na portaria do prédio onde eles moram liguei para o Arthur e ele logo desceu para me receber. Já no apartamento encontrei a Bianca e depois de deixar minhas coisas em um quarto, ficamos conversando. Eles tinham ficado noivos na noite anterior e eu era o primeiro a saber do noivado. Nem mesmo a família deles sabia da boa nova. Conheci os dois quando namorei uma tia da Bianca e a amizade com eles foi tão forte que sobreviveu e até se fortaleceu após o fim do meu namoro. Passamos o domingo entre conversas, jogo de UNO, almoço no shopping e passeio pela Avenida Paulista, que atualmente é fechada para veículos aos domingos e os pedestres tomam conta. A noite jantamos pizza, jogamos mais um pouco de UNO e fomos dormir cedo.
Na segunda-feira peguei o Metrô e fui para o centro da cidade. Dei uma volta e peguei o Metrô e depois um trem para Santo André. Até então tinha andado de trem somente uma vez em São Paulo. Eu ia para Santo André encontrar a Andrea, uma carioca que conheci uns meses antes quando ela visitava a família em Fênix, uma cidade perto de Campo Mourão, onde moro. A Andrea mora em São Bernardo do Campo, mas trabalha em Santo André. Almoçamos num clube local, lugar agradável e comida saborosa. E foi ela que pagou o almoço! Depois demos uma volta e conversamos, ela me mostrou o local onde trabalha e em seguida me devolveu na estação de trem de Santo André.
De volta à São Paulo andei mais um pouco pelo centro, comprei uns itens de farmácia para levar na viagem e voltei para o apartamento do Arthur e Bianca. Conversamos, arrumei minhas coisas e acabei deixando com o Arthur alguns itens que eu tinha levado e que já achava dispensáveis para a viagem à Europa. Então o Arthur ficou encarregado de levar tais itens para mim em Campo Mourão na próxima vez que fosse para lá. Me despedi da Bianca e saí com o Arthur, ele ia me acompanhar até o aeroporto de Guarulhos. E melhor ainda, ele se ofereceu para carregar minha pesada mochila, pois percebeu que minha dor nas costas estava ficando séria. Pegamos o Metrô e depois um ônibus que nos levou até o aeroporto de Guarulhos. Eu ainda não tinha estado em Guarulhos após a ampliação realizada no aeroporto para a Copa do Mundo de 2014.
Já no aeroporto fiz o chekin automático em um terminal da Latam e despachei a mochila grande. Eu e Arthur demos uma volta e logo nos sentamos em uma mesa na lanchonete Rei do Mate que fica dentro do aeroporto. Fizemos um lanche leve e ficamos por mais de uma hora conversando. Foi um papo agradável e depois que o Arthur foi embora segui para o embarque onde fiz o processo migratório. Em Guarulhos existe uma Sala Vip da Amex, e como tenho cartão de crédito da Amex, tive acesso a essa Sala Vip. O lugar é grande e agradável com comida e bebida à vontade. Aproveitei para “jantar” e depois fiquei usando o wifi do local até o horário do meu embarque.
Segui para meu portão de embarque e com o meu cartão de crédito Tam Fidelidade, tive direito a embarque prioritário. Minha poltrona era no meio do avião, na janela. Logo me arrependi de ter escolhido janela, pois em voo longo igual eu iria enfrentar ficar na janela é desconfortável, pois fica chato ficar pedindo licença a todo momento para quem está ao lado, principalmente à noite quando estão dormindo. Levou cerca de uma hora para terminar o processo de embarque e iniciarmos a decolagem. Apesar de já ter voado muito na vida, não gosto de voar. E um voo com duração de quase dez horas e que sobrevoa o Oceano Atlântico, para mim não é dos programas mais agradáveis. Mas no momento tinha outra preocupação mais importante. Minha dor nas costas tinha aumentado e já começava a temer que tal dor pudesse comprometer a execução do principal motivo de tal viagem, que era percorrer o Caminho de Santiago de Compostela, de bicicleta.
O avião da Latam (união da Tam e Lan) era novo e muito confortável. O modelo era um Airbus A350-900, com capacidade para transportar 350 pessoas. Olhei em volta e até onde podia enxergar não vi nenhuma poltrona vazia. Ao meu lado estava sentado um casal de espanhóis na faixa dos sessenta anos. Como já é de praxe em voos internacionais, todas as poltronas tinham vídeo individual e nesse avião tinha uma centena de filmes disponíveis para assistir. Para passar tempo comecei a assistir um filme, e no meio do filme serviram o jantar. Após a refeição pedi licença ao casal de espanhóis e fui até o fundo do avião. Peguei um kit de higiene e fui ao banheiro escovar os dentes. Uma das coisas mais claustrofóbicas que conheço é banheiro de avião. Antes de voltar para minha poltrona peguei uma máscara para os olhos.
Consegui ver um segundo filme, até que o sono chegou. Me ajeitei da maneira mais confortável que consegui, coloquei a máscara para dormir e quando estava quase cochilando, a espanhola começou a roncar alto há cerca de dois palmos de meu ouvido direito. Olhei para o lado e vi que ela estava com a cabeça na minha poltrona e mais um pouco ela encostava em meu ombro. Estiquei o pescoço e vi que o espanhol roncava com a cabeça virada para o corredor. Eu não podia fazer nada e fiquei pensando na vida um bom tempo enquanto ouvia os roncos da coroa espanhola. Sei que dormi, só não sei quanto tempo fiquei acordado pensando na vida, sentindo o perfume agradável da espanhola e ouvindo seu ronco. Acordei algum tempo depois com uma enorme vontade de ir ao banheiro, mas minha educação não permitia acordar o casal de espanhóis que bloqueava meu caminho até o corredor que leva aos banheiros. O jeito foi me segurar e tentar voltar a dormir. Milagrosamente a espanhola não estava roncando. Me ajeitei em meu canto para tentar voltar a dormir e antes dei uma olhada no monitor a minha frente e vi no GPS onde estávamos. Naquele instante voávamos em algum lugar sobre o Atlântico, mais próximos da Europa do que do Brasil. Logo eu estaria desembarcando na Europa novamente, quinze anos após a primeira viagem que foi para a Alemanha. Dessa vez eu desembarcaria na Espanha e teria quase três semanas para conhecer além da Espanha, também França e Portugal.
Jogando UNO com Bianca e Arthur.Passeio de domingo na Av Paulista.Andrea e Vander, em Santo André.Vander e Arthur, no aeroporto de Guarulhos.
Todo os meus destinos irão aceitar aquele que sou eu. Então eu posso respirar. Todos com quem cruzei, pensam de mim e minhas viagens. Mas eu nunca sou o que eles pensaram. Eu tenho as minhas indignações, mas sou puro em todos os meus pensamentos. Eu estou vivo! Vento em meus cabelos, me sinto parte de todos os lugares. Eu conheci todas as regras, mas as regras não me conheceram.
A partir de hoje estou de férias e serão 31 dias livre por aí, conhecendo novos lugares e novas pessoas. Superando limites e aprendendo com o mundo, com as pessoas e comigo mesmo. Muitos não entendem os tipos de viagem que gosto de fazer e até me chamam de louco. Outros entendem e querem fazer algo igual. Mas não ligo para a opinião dos outros! Sou livre, dono do meu nariz e faço do jeito que gosto…
Hoje foi dia de participar novamente do Acqua Trekking na cidade de Peabiru. O tempo ajudou, foi um dia de sol quente. Quase 50 pessoas participaram, e no final foram quase nove quilômetros de caminhada por terra e por água, passando por seis cachoeiras. E não faltou o batismo com lama, que acontece até mesmo com aqueles que já fizeram outras vezes essa caminhada. Ninguém escapa, é lama na cara mesmo! Dessa vez sofri um pouco com meu tornozelo machucado, que doeu bastante e me fez tomar cuidado redobrado para não torce-lo ao pisar numa das milhares pedras soltas dentro e fora da água.
Hoje pela manhã tive uma grata surpresa no trabalho. Recebi a visita da amiga Christiane Knoener. Ela veio me trazer uma concha do Caminho de Santiago de Compostela. Essa concha ela ganhou de uma amiga, antes de percorrer o Caminho de Santiago, ano passado. É um costume que alguém que recebeu a concha, repasse para outra pessoa que vai percorrer o Caminho. A concha não deve ser comprada, mas sim ganha de alguém e depois repassada para outro peregrino. Como vou percorrer o Caminho daqui uns dias, a Chris veio repassar para mim a concha que ganhou. E uma coincidência é que embarco na mesma data que ela embarcou ano passado e início o Caminho também na mesma data que ela iniciou. Espero ter a mesma “sorte” que ela teve no Caminho. Essa história é melhor eu não contar aqui…
A Concha de Vieira, é o símbolo mais conhecido do Caminho de Santiago. Os peregrinos que regressavam de Finisterra (local distante 80 quilômetros de Santiago de Compostela, e que é o ponto mais a oeste da Europa e por isso antigamente era considerado o fim do mundo, ou fim da terra), mostravam aos seus familiares e amigos a concha como prova de que fizeram a peregrinação até Santiago de Compostela. Hoje a concha é um símbolo que todos carregam desde o início da caminhada, para indicar que estão fazendo a peregrinação até Santiago de Compostela. Ligado à Deusa Vênus, o símbolo da concha também representa o renascimento de uma pessoa. No caso do Caminho, todas as mudanças que ocorrem com a pessoa durante a jornada.
Após o show em Cruzeiro do Oeste, cheguei em casa de madrugada, tomei banho, peguei minhas coisas e meia hora depois passei na casa de uns amigos e sem dormir nadinha segui para a cidade de Turvo. Foram quase 170 km de estrada para participar de mais uma Caminhada Internacional na Natureza. Fazia alguns anos que tinha vontade de caminhar em Turvo, pois sei que a região é bonita e tem muita mata e cachoeiras. E dessa vez deu certo de ir pra lá, mesmo cansado e sem dormir.
A caminhada teve centenas de participantes e foi muito bem organizada. Foram quase 14 km de caminhada, principalmente no meio da mata, onde tinham muitas araucárias, minha árvore favorita. E passamos por cinco cachoeiras, sendo que uma delas tinha 37 metros de queda d’agua. Sofri um pouco, pois manquei boa parte da caminhada por culpa de um problema antigo no tornozelo e que só vem piorando. E fez bastante calor para um domingo de inverno, mas ao menos caminhar na sombra da mata amenizou um pouco o calor. Quase no final da caminhada eu estava bem exausto e passamos num local com casas de madeira em estilo europeu, onde moram algumas famílias com origem holandesa. Na frente de uma das casas estavam servindo aos caminhantes limonada e sopa. Provei a sopa que estava deliciosa e até repeti. Daí tive novo animo e forças para seguir até o final. Não sei o que tinha naquela sopa que me deu tanto energia. De repente é melhor nem saber!
De tanto que gostei da caminhada em Turvo, pretendo voltar outras vezes. O mais difícil foi a volta para casa, pois estávamos todos muito cansados. Para ficar acordado e não correr o risco de dormir ao volante, consegui um lugar para tomar banho e ingeri uma lata de energético com Coca-Cola. E boa parte do caminho de volta para casa viemos cantando no carro e rindo muito, o que ajudou a me manter acordado.
Gosto de música sertaneja e atualmente uma de minhas preferências são as músicas da Bruna Viola. Ela é uma cuiabana que toca muito bem viola, e que nos últimos dois anos tem feito bastante sucesso. Fazia algum tempo que eu queria ver um show dela, mas ela não vinha para o Paraná. E finalmente esse mês ela veio duas vezes fazer show no Paraná e um dos shows foi em Cruzeiro do Oeste, cidade distante 70 km de onde moro.
E parti com três amigos rumo à Cruzeiro do Oeste. A viagem era curta e foi divertida, pois rimos muito e cantamos bastante. E fomos presenteados com uma linda lua vermelha no céu, um fenômeno raro. O local do show estava lotado e tive que estacionar bem distante. O show foi muito bom e durou pouco mais de duas horas. Show bem produzido, animado, onde Bruna Viola cantou muitas de suas músicas e também muitos sucessos sertanejos. E gostei quando ela cantou o rock “Ana Julia”, tocando viola… E depois dos show tivemos acesso ao camarim e pudemos tirar fotos com a Bruna. Tietagem total!
Hoje está fazendo quarenta anos da morte de Elvis Presley. Ele era meu grande ídolo na infância e fiquei muito triste quando acordei numa manhã nublada quarenta anos atrás e uma prima veio me contar que Elvis tinha morrido.
Naquela época não existia videocassete, DVD, Tv a cabo, internet ou Netiflix, então conseguir ver um filme do Elvis era muito difícil, pois raramente passava na TV. Então quando passava algum filme eu ficava na maior expectativa esperando. E nos filmes ele sempre era o mocinho, era bom de briga e ficava com a moça mais bonita.
Quarenta anos depois já não sou mais aquele garotinho inocente do passado, mas ainda gosto de muitas músicas do Elvis. Já os filmes não tem tanta graça, hoje me parecem bobinhos demais. Mas marcaram um fase inesquecível de minha vida.
Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti…
Hoje foi dia de Acqua Trekking na cidade de Peabiru. Ou seja, dia de caminhada onde a maior parte do percurso é feito dentro da água. E foi uma caminhada muito legal, andando no meio da mata, por trilhas molhadas, atravessando o rio várias vezes, caminhando por dentro do rio, atravessando pinguela e visitando seis cachoeiras. Mesmo sendo um dia quente de inverno, a água estava bem gelada, mas isso não atrapalhou nem um pouco a aventura. Ao todo foram nove quilômetros de caminhada, e teve direito a batismo com lama…
Hoje o blog está completando nove anos no ar. Olhando em retrospectiva, muitas histórias, muitas viagens, muitas fotos e muitas bobagens foram postadas aqui. Foram muitos momentos bons e alguns ruins divididos com os leitores do blog, sejam os leitores permanentes ou os eventuais. E o hobby que começou sem grandes pretensões vai se mantendo e espero que tenha vida longa…
O letreiro de Hollywood há décadas desperta curiosidade de quem passeia por Los Angeles ou simplesmente o vê na TV, em filmes ou séries. A atração turística fica no parque Griffith, em uma cordilheira de quase 570 metros que separa o distrito de Hollywood e parte de Los Angeles do vale de San Fernando. A área da colina tem um terreno áspero e íngreme e, desde 2000, foi cercada pela polícia de Los Angeles, que instalou um sistema de última geração para coibir invasões e visitas sem autorização.
Inaugurado em 1923, o letreiro não foi feito para anunciar filmes e astros do cinema, mas para fazer os americanos comprarem imóveis. A peça foi criada pelo banqueiro canadense Hobart J. Whitley, conhecido como “pai de Hollywood” e fundador de dezenas de cidades americanas. Sua ideia era um divulgar um loteamento residencial próximo ao local. O nome do empreendimento: “Hollywoodland”. Era escrito assim o letreiro original. Quem assina o design é o inglês Thomas Fisk Goff, que foi contratado para construí-lo. Whitley já havia tido a ideia de usar um amplo letreiro para promover um empreendimento entre a avenida Highland e a rua Vine em Hollywood. Mas, pelo menos no Texas, há quem diga que a inspiração veio de lá, mais precisamente da minúscula Mineral Wells, onde viviam menos de 8.000 pessoas. Segundo esta versão, o cineasta David Griffith teria visitado o local no início dos anos 1920 e se encantado com o enorme letreiro que saudava os visitantes com a palavra “Welcome” (“bem-vindo”). De volta a Los Angeles, teria feito a sugestão a parceiros de negócio envolvidos no projeto de Whitley.
O “outdoor” deveria ter ficado lá por apenas 18 meses. Era um “brinquedo” caro, de dispendiosa manutenção. Custou US$ 21 mil (equivalente a atuais US$ 300 mil). Sua versão original era luminosa e um pouco maior, com letras de 9,1 metros de largura e 14 metros de altura. Com a Crise de 1929 e as dificuldades impostas pela Segunda Guerra Mundial, o empreendimento perdeu a iluminação e declarou falência na década de 1940, quando se tornou propriedade municipal. Em princípio, ele seria demolido, mas moradores protestaram. Ele viria a ser reformado pela primeira vez apenas em 1949, em parceria com a Câmara do Comércio. Foi aí que ganhou o atual formato de “Hollywood”.
Com o tempo o letreiro com suas placas metálicas e estrutura de madeira, foi se deteriorando. Na década de 1970, o primeiro “O” quebrou e o terceiro despencou, criando um bizarro sinal de “HuLLYWO D”. Em 1978, o letreiro voltou à vida graças ao apoio de celebridades como Hugh Hefner, dono da Playboy, que organizou um leilão em que a reforma de cada letra foi posta à venda. Bem-sucedida, a campanha resultou em ampla reforma e na declaração de monumento cultural e histórico.
Aproveitando que o frio deu um tempo, fui com alguns amigos visitar novamente o Parque Estadual Lago Azul. Percorremos a Trilha Aventura, que dessa vez não estava tão difícil em razão da água estar baixa, por culpa da falta de chuva. Foi uma caminhada agradável e de negativo somente eu ter torcido o pé após pisar numa pedra solta, e a noite tive que ir ao hospital por culpa desse incidente. Resultado, muita dor e alguns dias de atestado evitando colocar o pé no chão.
Gosto muito de séries de TV, e fico atento as novas séries lançadas e converso com amigos que acabam dando sugestão do que viram e gostaram. E foi através da sugestão de um conhecido que conheci The 100. Quando ele falou sobre a série, de cara achei que não ia gostar, pois não curto ficção cientifica. Mas ele insistiu e resolvi assistir aos dois primeiros episódios. Foi o suficiente para gostar e já estou terminando de assistir a terceira temporada e esperando o anúncio de quando começa a quarta temporada.
Baseada no livro homônimo “The 100” (2013), a primeira temporada teve 13 episódios e estreou em março de 2014. A série se passa 97 anos após uma guerra nuclear devastadora que dizimou quase toda a vida na Terra. Os sobreviventes conhecidos são os moradores de doze estações espaciais em órbita da Terra, que já viviam nesta antes do fim da guerra. As estações espaciais se uniram para formar uma única estação, chamada “Arca”, onde cerca de 2.400 pessoas vivem sob a liderança do Chanceler Jaha. Os recursos são escassos e todos os crimes, não importando sua natureza ou gravidade, são puníveis com a morte por ejeção ao vácuo (“flutuante”), a menos que o autor do crime seja menor de 18 anos. Depois dos sistemas de suporte de vida da Arca serem encontrados falhando criticamente, 100 prisioneiros juvenis são declarados “dispensáveis” e enviados para a superfície em uma última tentativa de determinar se a Terra é habitável novamente em um programa chamado “Os 100”, do qual a série recebe o nome. Confrontando os perigos deste mundo novo acidentado, eles lutam para formar uma comunidade experimental. No entanto, eles descobrem que nem toda a humanidade foi exterminada. Os 100 jovens enviados encontram vários sobreviventes da guerra nuclear. Os primeiros sobreviventes encontrados, vivem em uma forma de sociedade tribal e guerreira, e dispostos a defenderem seu território se tornam hostis. Enquanto isso, a “Arca” tenta monitorar os sinais vitais dos 100 enviados para descobrir se a terra é habitável, mas passa uma crise política interna, que se agrava conforme seus recursos de sobrevivência se tornam escassos. A descoberta se a terra é habitável e uma possível evacuação torna-se uma corrida contra o tempo, assim como a luta por sobrevivência dos 100, já em guerra com os “Terra-Firmes”.
Thoreau nasceu na cidade de Concord – USA, em 1817. Descendente de hunguenotes franceses, o menino Thoreau aprendeu a amar a natureza quando levava as vacas da família da mãe para pastar. Em 1837, formou-se em literatura clássica e línguas. Fundou junto com o irmão uma escola, em 1838. Fazia esporádicos trabalhos como agrimensor e como ensaísta, acreditando sempre que o homem devia ganhar somente o necessário para sobreviver. Apenas foi trabalhar na fábrica de lápis da família quando precisou ajudar a mãe e as irmãs, quando da morte do pai.
Thoreau mantinha-se eternamente insatisfeito com a vida na sociedade e com o modo como as pessoas viviam. Em 1845, com 27 anos, Thoreau foi morar no meio da floresta, em um terreno que pertencia a Ralph Waldo Emerson. Às margens do lago Walden construiu sua casinha e um porão para armazenar comida. Apesar de inexperiente como agricultor, tentou a auto-suficiência e, a longo prazo, teve algum sucesso, plantando batatas e produzindo o próprio pão. Segundo suas próprias palavras, ele foi morar na floresta porque queria “viver deliberadamente”. Queria se “defrontar apenas com os fatos essenciais da existência, em vez de descobrir, à hora da morte, que não tinha vivido”. Em seu período na floresta, ele queria “expulsar o que não fosse vida”. Baseado no relato e em todo o pensamento filosófico empreendido nos dois anos em que morou na floresta, Thoreau escreveu “Walden”, uma obra que se tornaria um referencial para a Ecologia e um de seus livros mais famosos. Além de descrever sua estadia na floresta, “Walden” analisa e condena a sociedade capitalista da época. E, convida a uma reflexão sobre um modo de vida simples, propondo novos olhares sobre o conceito de liberdade.
Insubmisso, Thoreau decide não pagar impostos porque acreditava ser errado dar dinheiro aos EUA, um país escravagista e em guerra contra o México. Não querendo financiar nem a escravidão nem a guerra, Thoreau foi preso enquanto se dirigia ao sapateiro local, foi abordado e preso e após solto retornou a sua vida a partir do ponto em que a interrompeu, lá regressando para ir buscar os sapatos que mandara arranjar. Inspirado pela noite na prisão, Thoreau escreveu o famoso “A Desobediência Civil”. Leon Tolstói, um dos mais famosos escritores do mundo venerava este ensaio e o recomendou, por carta, a um jovem indiano preso na África do Sul. Este jovem indiano era Mahatma Gandhi.
Thoreau, que havia saído das florestas a pedido do proprietário do lugar, passou o resto de sua vida empreendendo grandes passeios às florestas e aos campos e também escrevendo muito. Ele acabaria morrendo em 1862 de tuberculose. Encontra-se sepultado no Sleepy Hollow Cemetery, na cidade de Concord. A casa que construiu no lago Walden, hoje é um museu que possui uma estátua sua na entrada. A floresta em volta do lago virou área protegida. É considerado um dos grandes escritores norte-americanos.
Após indicação de amigos, comecei a assistir Orange is the New Black. Estou adorando a série, que tem seis temporadas e 65 episódios. Estou terminando de ver a segunda temporada e quanto mais assisto mais gosto da série, que tem o selo Netflix e é muito bem feita. Vale a pena assistir, principalmente por ser baseada numa história real.
Orange is the New Black baseia-se na história real de Piper Chapman, uma mulher cuja vida aparentemente perfeita é virada de cabeça para baixo, quando deve cumprir pena em um presídio feminino por crime de tráfico de drogas. O delito ocorreu dez anos antes do início da série e, no decorrer desse período, Piper seguiu sua vida tranquila entre a classe média-alta de Nova York. Já no alto dos seus trinta e poucos anos, desfruta de uma felicidade sem tamanho ao lado do seu noivo, deixando seu passado sombrio de lado, até ele resolver voltar para assombrá-la. Para pagar por seus crimes, Piper resolve se entregar e troca uma vida confortável pela prisão. Tragada por um universo completamente distinto do seu, acaba encontrando tensão e companheirismo num grupo de detentas desbocadas, em um local em que é impossível fugir, até de si mesma.
Bem no fundo
no fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas
Sou fã do livro e do filme Na Natureza Selvagem. E adoro a trilha sonora do filme, composta toda por Ed Vedder. A história contada no livro, á história com final infeliz de Chris McClandess, me tocou profundamente e identifiquei-me com o Chris imensamente. Sei que muita gente acha que ele foi um idiota e morreu de forma estúpida. E também sei que muita gente me acha um idiota por admirar Chris McClandess e pelo meu jeito de agir, de pensar e até pelo que posto aqui nesse blog. Mas não estou nem aí pra esse povo e a opinião deles!
Mas onde eu queria chegar quando comecei esse texto e fugi um pouco do contexto, foi falar sobre os livros que inspiraram Chris McClandess, os quais são citados no livro e no filme Na Natureza Selvagem. Dos livros mencionados eu tinha lido somente Caninos Brancos, de Jack London. E recentemente comecei a ler Walden, de Henry Thoreu. Alías, Thoreu logo vai merecer uma postagem exclusiva aqui no blog.
Os demais livros citados no livro Na Natureza Selvagem não fazem muito meu estilo de leitura, mas deixei alguns nomes anotados e quem sabe no futuro se sobrar tempo eu leia algum. Entre estes vale a pena citar: A Sonata a Kreutzer (Liev Tolstói), Felicidade Conjugal (Liev Tolstói), Guerra e Paz (Liev Tolstói), A Morte de Ivan Ilitch (Liev Tolstói), O Homem Terminal (Michael Crichton), O Chamado da Floresta (Jack London), A Desobediência Civil (Henry Thoreau), Doutor Jivago (Boris Pasternak), As Aventuras de Huckleberry Finn (Mark Twain) e Tarass Bulba (Nikolai Gogol). Se eu tinha lido apenas um livro dessa lista, ao menos vi três filmes baseados nesses livros. São eles: Guerra e Paz, Doutor Jivago e As Aventuras de Huckleberry Finn. E com relação a esse último, estive na ilha de Tom Swayer, que é citada no livro. Na verdade essa ilha que visitei fica no Disney World em Orlando, e foi criada por Walt Disney inspirado no livro, pois Disney era fã de Mark Twin, o autor do livro.
Tais livros serviram de inspiração e moldaram a personalidade de Chris McClandess, principalmente com relação á natureza. Sempre gostei do ar livre, da natureza e da sensação de liberdade que ela nos transmite. Já tive muitas “aventuras” junto á natureza e algumas vezes tais aventuras quase se transformaram em tragédia. Mas é assim mesmo, a natureza é poderosa e não perdoa os fracos, os desatenciosos, os mal preparados e distraídos. Das vezes que me dei mal e até me machuquei foi por culpa da distração. Mas é vivendo que se aprende, é se machucando que também se aprende a não se machucar mais. É assim que vivemos na natureza e nesse mundo selvagem que nos cerca…
“A felicidade só é verdadeira quando compartilhada”.
(frase do livro Na Natureza Selvagem)
Chris McClandess, Alasca 1992.Vander Dissenha, Canadá 2011.
Comecei a gostar de filmes em 1975, quando minha família comprou nossa primeira TV, ainda em branco & preto. Eu adorava assistir filmes de bang bang junto com minha mãe. E a primeira vez que fui ao cinema, foi em 1976. Fui com meus pais e minha irmã (meu irmão ainda não era nascido) assistir a um filme sobre a Família Robson. Meu primeiro cinema foi o Cine Plaza, o único de minha cidade natal, Campo Mourão – Pr. O cinema era enorme, com mais de mil lugares e aquele primeiro filme foi uma experiência incrível. Ainda em 1976 voltamos ao cinema, dessa vez para assistir ao sucesso King Kong. Esse foi um dos cinco filmes com maior público na história do cinema de minha cidade. E King Kong me rendeu muitos pesadelos nos dias seguintes, pois o macacão era assustador para um garoto de seis anos. Em compensação a loira do filme rendeu outros tipos de pensamento para o mesmo garoto de seis anos.
Durante muitos anos o Cine Plaza fez parte de minha vida. Inesquecível as muitas matines em que fui assistir a filmes dos Trapalhões. E foi nesse mesmo cinema onde levei minha primeira namorada, Roseli, para ver um filme no final de 1986. Só não lembro qual foi o filme! Mas lembro de que ela estava mais preocupada em comer pipoca do que me dar atenção. E nesse mesmo cinema assisti dezenas de filmes, muitos clássicos que entraram para a história. E muitas noites matei aula e pulei o muro do colégio para ir ver filmes no Cine Plaza.
O cinema ficava bem no centro da cidade, próximo da praça central. E numa época em que não existia internet, DVD ou TV a cabo, era no cinema e em frente a ele, que os jovens se reuniam nas noites de sábado e principalmente nas noites de domingo. Entre muitas histórias que vivi no cinema, tem duas que vale a pena mencionar. A primeira foi em 1987, quando num domingo a noite passou o filme sobre vampiros, A Hora do Espanto. O cinema estava tão cheio, que tinha muita gente vendo o filme em pé. Eu era um dos espectadores que estava em pé naquela noite, no corredor lateral direito do cinema. Ao meu lado duas belas moças, mais velhas do que eu. Em dado momento do filme tinha uma cena horrível, com vampiros derretendo ao serem expostos a luz do sol. Eu olhei para o chão, pois não queria ver tal cena. Um das moças, a mais bonita, ficou com tanto medo que me abraçou e me apertou. Aquele abraço inesperado foi um momento inesquecível para um garoto tímido como eu. Outro fato inesquecível foi em 1988, durante a exibição do filme A Volta dos Mortos Vivos. Era um sábado a noite e chovia forte. Tinha uma cena do filme que acontecia num cemitério, sob chuva. E no mesmo instante em que chovia no filme, começou a chover forte dentro do cinema, bem ao meu lado, por culpa de uma grande goteira. Aquilo parecia cinema 4D de tão real. Era até assustador! E nesse mesmo filme um rato passou correndo por cima do meu pé.
O Cine Plaza funcionou até o início dos anos noventa e o último filme que assisti nele foi O Exterminador do Futuro. Nesse filme estava acompanhado de meu irmão. Tempos depois o cinema fechou e desde então funciona no local uma Igreja Universal do Reino de Deus. Mas sempre que passo em frente ao antigo cinema, lembro-me das muitas experiências que vivi ali e das pessoas que conviveram comigo naquele cinema, algumas delas já falecidas. E pra finalizar, mais uma historinha desse cinema. Em meados de 1987 fiz amizade com um dos projetistas do cinema. Ele algumas vezes me deixava entrar escondido por uma porta existente ao lado da porta principal do cinema e que levava até a sala de projeção. Ali eu assistia filmes pornográficos da sessão das dez, em pé, olhando por uma das janelinhas da sala de projeção. Na época eu era menor de idade e não podia entrar no cinema para ver tais filmes. Assistir aos filmes proibidos, escondido na sala de projeção era uma grande aventura. Boas lembranças, doces histórias, muita saudade de um tempo que se foi…
Meu domingo foi movimentado, pois acordei de madrugada, no frio para ir participar de uma caminhada de 14 km. Voltei para casa no meio da tarde, resolvi alguns assuntos e parti para Maringá, para ir na Expoingá. Alguns passeio por lá, brincadeiras no parque de diversões e para fechar a noite show com Jorge & Mateus.
Em 2012 eu tinha assistido a um show de Jorge & Mateus, também na Expoingá. O show de 2012 já tinha sido muito bom, e o desse ano foi ainda melhor. Foi uma hora e meia de show, onde mesclaram músicas antigas e novas. E teve participação do Rodolfo, da dupla Israel & Rodolfo, que cantou a música Marca Evidente, em dupla com o Jorge. O pavilhão de shows estava lotado, uma plateia comportada e que interagiu muito com o show. O difícil foi pegar estrada para ir pra casa, chegar em casa ás quatro da manhã e levantar cedo na segunda-feira para ir trabalhar. Mesmo assim valeu muito o domingo movimentado!
Após uma ausência de meses, hoje voltei a participar de uma Caminhada Internacional na Natureza. A etapa de hoje da caminhada foi em Campo Mourão, minha cidade. Era para ser 12 km de caminhada, mas na verdade o trecho foi de 14 km. A paisagem muito bonita, a organização muito boa e o café da manhã excelente. Não almocei no local da caminhada, pois precisava voltar urgente para casa em razão de outros compromissos assumidos. E o mais legal foi que encontrei muitos amigos, o que tornou a caminhada prazerosa e divertida.
Descobri que os livros que escrevi sobre algumas de minhas viagens estão sendo pirateados. Tem sites distribuindo os livros em versão e-book de forma gratuita. Me senti importante! Se um autor é pirateado, isso é sinal de que sua obra tem algum valor. E não me importo com isso, pois nunca escrevi meus livros visando lucro. O importante é que eles sejam lidos! E também já piratiei livros, então não posso reclamar do que estão fazendo com os meus livros…
Desde criança eu era louco pelas pastilhas de chocolate Confeti, fabricadas pela Lacta. Mas há alguns anos a Lacta mudou a fórmula do Confeti e achei o novo sabor horrível. Logo conheci as pastilhas de chocolate da M&M´s e meu problema foi resolvido. E ainda por cima são bem mais saborosos que o Confeti. No início eu comprava M&M´s norte americanos, vendidos no Paraguai. Depois começaram a ser fabricados no Brasil. Mas o sabor entre o norte americano e o brasileiro é ligeiramente diferente. Você tem que provar os dois juntos para sentir a diferença. O norte americano é mais saboroso. No período que morei nos Estados Unidos e em outras viagens que fiz ao exterior, pude conhecer outros produtos M&M´s. O que mais gostei foram os sorvetes, principalmente o que vem no meio de dois cookies cheio de pastilhas de M&M´s.
M&M’s são pequenos pedaços de chocolate ao leite populares em vários países. Os M&M’s foram criados em 1941 quando Forrest Mars viu soldados espanhóis comerem pedaços de chocolate cobertos de açúcar, para o chocolate não derreter nos dedos, durante a Guerra Civil Espanhola. Foi em 1940 que os primeiros M&M’s foram vendidos nos Estados Unidos. Na altura em que os americanos entraram na Segunda Guerra Mundial, os soldados recebiam do exército estes snacks devido à sua conveniência de transporte em qualquer tipo de clima; pouco depois disto o doce foi publicitado e tornou-se num grande sucesso de vendas.
O nome M&M’s surgiu de “Mars & Murrie” (o parceiro de negócios de Mars era Bruce Murrie, filho de William Murrie, rival de William S. Hershey). Os M&M’s logo viraram um sucesso porque, na época, o ar condicionado ainda não era muito encontrado em lojas, casas e automóveis e o derretimento das barras de chocolate tornou-se um problema, mas os M&M’s não derretiam por causa de seu revestimento de açúcar.
Em 1954, o sabor de amendoim foi introduzido. Naquele mesmo ano, os personagens da marca e o slogan “The milk chocolate melts in your mouth, not in your hand” (em português, “O chocolate ao leite derrete na sua boca, não na sua mão”) foram registrados. Os doces possuíam originalmente seis cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, castanho e violeta (os de amendoim possuíam as mesmas cores, exceto o violeta). O vermelho foi eliminado da mistura na década de 1970, por causa de preocupações se o corante usado era saudável. Apesar de que os M&M’s não possuíam este tipo específico de corante, os vermelhos foram removidos do produto, para satisfazer os consumidores. Em 1987, o vermelho voltou à tradicional mistura de cores, atendendo a intensos pedidos dos consumidores. A cor violeta também foi retirada da mistura e foi trocada por dourado em 1949, mas esta cor não era muito popular e também foi retirada das opções.
Em 1993, a Mars fez uma pesquisa com os consumidores nos Estados Unidos perguntando que cor eles preferiam que fosse introduzida: azul, rosa ou roxo. O azul ganhou e foi adicionado um tempo depois. Na mesma época, M&M’s novos foram disponibilizados em lojas especializadas em 24 cores diferentes. Em Junho de 2004, o M&M’s ganhou mais fama quando o piloto da SpaceShipOne, Mike Melvill, abriu um pacote da marca ao atingir a fronteira do espaço, mostrando a leveza do ar enquanto os pedaços flutuavam na cabine.
Recentemente estive jogando pebolim, após mais de um ano sem brincar tal jogo. Esse é um dos poucos jogos em que sou realmente bom, modéstia a parte. E já fui melhor, é que ando meio fora de forma. Até medalha de campeão de pebolim eu já ganhei. Desde moleque gostava de jogar pebolim, mas foi nos dois anos em que estive no Exército que joguei muito pebolim e fiquei bom no jogo. Fazia dupla com meu amigo José Mario dos Prazeres, e se não éramos a melhor dupla de nossa Cia, com certeza estávamos entre as melhores. Jogar pebolim era um dos poucos passatempos que tínhamos no quartel, então em alguns dias passávamos horas jogando. Chegava a formar calos nas palmas das mãos.
Origem do Pebolim
O futebol de mesa, popularmente conhecido como totó epebolim, é um jogo inspirado no futebol, que consiste em manipular bonecos presos a manetes, possibilitando “jogar futebol” numa mesa. Inventado na Europa, há registros de patentes de jogos de futebol de mesa no início do século passado na Alemanha, na Inglaterra e na Espanha. Segundo a versão dos espanhóis, o jogo teria sido inventado pelo espanhol Alexandre de Fisterra, ferido em 1936 durante a Guerra Civil Espanhola. No hospital em que ficou internado, em Montserrat, conheceu muitas crianças também feridas e impossibilitadas de jogar futebol. Ele, então, teria se inspirado no tênis de mesa para criar o futebol de mesa. A partir das instruções de Fisterra, seu amigo Francisco Javier Altuna desenvolveu a ideia construindo a mesa e os componentes de madeira e metal que integram o jogo. A invenção foi patenteada em 1937, mas, após escapar do facismo na França, Finisterre perdeu os papéis da patente. Depois de ter se exilado na América do Sul, introduziu algumas alterações, como as barras de aço e divulgou o jogo pelo continente. O jogo rapidamente se espalhou pela Europa. Tanto que, na década de 1960, quando Alexandre de Fisterra regressou à Espanha, o jogo encontrava-se já largamente divulgado, embora muito do crédito desta divulgação se deva ao fato dos fabricantes valencianos o assumirem como jogo nacional. Contudo, essa versão da origem do futebol de mesa é contestada pelos alemães, que garantem que o jogo foi criado por Broto Wachter, que teria comercializado uma mesa de futebol já em 1930. A diferença é que todos os objetos eram de madeira, incluindo as barras, e os “jogadores” não tinham forma de bonecos, sendo pequenos triângulos. Hoje em dia, o futebol de mesa é muito popular e as mesas mais modernas possuem barras de titânio, bonecos de plástico e até placar eletrônico.
Jogando pebolim após um longo tempo…Mesa clássica de pebolim.
Sou um confesso apaixonado pela história do Brasil, principalmente da época do Império. E sou fã de D. Pedro II. Nos últimos dias estou lendo sobre o pai de D. Pedro II, no caso D. Pedro I, o responsável pela independência do Brasil. O livro que estou lendo foi publicado em 2015 e se chama D. Pedro: A História não Contada. Estou quase no fim do livro e estou achando ele muito interessante. Baseado em muita pesquisa de documentos, o livro revela muita coisa que eu não sabia ou que sabia vagamente. Para quem gosta de história do Brasil, aconselho a ler tal livro.
Muito se fala do grito às margens do Ipiranga, da sexualidade exacerbada e do jeito impaciente que lhe rendeu a pecha de monarca difícil e de pouco tato político. Mas quase duzentos anos depois de sua morte, pouco ainda se sabe do homem de personalidade complexa que se dispunha a morrer por uma causa; do pai que queria para os filhos a educação que reconhecia falhar em si próprio; do governante que foi protagonista na transição do absolutismo ao liberalismo e ao regime constitucional no Brasil. Foi para preencher as inúmeras lacunas sobre nosso primeiro imperador que este livro foi escrito. Eis, enfim, a história não contada de d. Pedro. Ao morrer, d. Pedro deixou para as futuras gerações de brasileiros uma difícil tarefa: entender as muitas contradições da sua vida e extrair das suas memórias uma imagem fiel de sua personalidade, suas ideias, angústias e ambições. Até hoje, esta tarefa não havia sido bem cumprida. Em meio a um emaranhado de especulações e distorções históricas, restava ainda a interrogação: quem foi o primeiro imperador do Brasil? Foi para responder a essa pergunta que Paulo Rezzutti recorreu a uma ampla gama de fontes primárias e documentos originais que revelam uma miríade de facetas desconhecidas de d. Pedro, e que lhe deram acesso à história não contada do nosso primeiro monarca. Em lugar da caricatura que tomou conta do imaginário nacional, o autor nos apresenta o homem por trás do imperador, com todas as contradições e riqueza de personalidade que o transformam em um dos personagens mais interessantes da nossa história – um homem que, para além das muitas amantes, dos filhos ilegítimos e da fama de turrão, nos deixou como legado uma história de sacrifícios em prol da unidade nacional; um homem repleto de defeitos morais e contradições políticas, mas que esteve ligado a grandes passagens da história do liberalismo mundial, e que, acima de tudo, viveu uma vida intensa e repleta de humanidade.
Estou assistindo uma nova série da Netflix, após uma amiga ter comentado que estava vendo tal série e estava gostando. Assisti metade do primeiro episódio por curiosidade e também gostei. Daí não parei mais! Ainda bem que a série é curta e tem somente uma temporada. É que ando sem tempo para ficar vendo séries, filmes e TV em geral.
O nome da série é 13 Reasons Why (Os 13 Porquês, em português). A série é adaptada do livro homônimo de Jay Asher, publicado em 2007. Tal livro é um grande sucesso. O tema geral da série é cyberbullying e depressão. A personagem principal da história é Hannah Baker, uma adolescente que antes de cometer suicídio, envia fitas a pessoas que supostamente tem a ver com sua morte. São 13 gravações relatadas ao longo de 13 episódios. Vale a pena assistir!
Sinopse
A série gira em torno de Clay Jensen, um estudante tímido do ensino médio, que encontra uma caixa na porta de sua casa. Ao abri-la, ele descobre que a caixa contém sete fitas cassete gravadas pela falecida Hannah Baker, sua colega que cometeu suicídio recentemente. Inicialmente, as fitas foram enviadas para um colega, com instruções para passá-las de um estudante para outro. Nas fitas, Hannah explica para treze pessoas como eles desempenharam um papel na sua morte, apresentando treze motivos que explicam porque ela se matou. Hannah deu uma cópia das fitas para Tony, um de seus colegas da escola, que avisa para as pessoas que, se elas não passarem as fitas, as cópias vazarão para todo mundo, o que poderia levar ao constrangimento público e vergonha de algumas pessoas, enquanto outros poderiam ser ridicularizados ou presos.
Hoje estava lendo a Gazeta do Povo Online e ao ver uma foto do Colégio Medianeira de Curitiba, me bateu uma saudade… Faz quase sete anos que saí do Medianeira, por culpa de problemas de saúde que me fizeram deixar Curitiba para não mais voltar. Ao todo foram sete anos no Medianeira, somando as duas vezes em que lá trabalhei. O intervalo entre estas duas vezes foi de apenas cinco meses.
Nos sete anos de Medianeira aprendi muito e fiz muitas amizades. O Medianeira incentivava seus funcionários a estudar, e eu aproveite ao máximo esse incentivo. Além de reuniões de estudo semanais e seminários internos, também participei de encontros jesuítas fora de Curitiba. E durante alguns anos fiz parte de um projeto que me fez viajar quase todo mês e onde aprendi muitas coisas que são uteis até hoje. E ainda por cima pagaram metade da minha faculdade. Graças a isso serei sempre grato ao Medianeira.
Talvez eu não tenha sido tão grato no passado, mas o momento era outro e eu andava totalmente perdido, sem rumo na vida e me guiando pela cabeça dos outros. Se pudesse voltar atrás teria feito diferente! Talvez nunca tivesse saído do Medianeira, pois gostava muito de lá. Amava caminhar após o expediente pelas ruas internas do colégio, o bosque, o lago e tudo mais que lá existe. E eu morava bem em frente ao Medianeira, e quando estava em casa a vista principal que via da janela era a frente do colégio. Saudade, saudade!
Fachada do Colégio Medianeira. (Foto: Rogerio Theodorovy/Gazeta do Povo)
Ontem a noite fui em culto, cujo pregador foi o Pastor Marcelo Gomes. Ele é bastante conhecido por suas pregações, por seus textos na rádio, por seus livros e vídeos no youtube. A pregação foi muito legal e até divertida! E não tem como você não prestar atenção e não sair um pouco mudado, para melhor…
Se a sua fé for só em você, você terá muita dificuldade quando você falhar. Se a sua fé for nos seus amigos, você terá muita dificuldade quando eles faltarem. Se a sua fé for só no dinheiro, você terá muita dificuldade quando o dinheiro não puder comprar. Mas quando a fé está em Deus, é difícil nós nos frustrarmos pois Deus não se esgota, Deus não muda, Ele vai estar sempre lá mesmo quando todos faltarem.
Pr. Marcelo Gomes
Marcelo Gomes é teólogo, pastor da 1ª IPI (Igreja Presbiteriana Independente) de Maringá, e escritor, autor dos livros “Aprenda a Lidar com a Ansiedade”, “Deus em Pessoa”, “Fé para Transformar a Vida” e “Sabedoria para Viver e Ser Feliz”, dentre outros.
Resiliência é a capacidade de se recuperar de situações de crise e aprender com elas. É ter a mente flexível e o pensamento otimista, com metas claras e a certeza de que tudo passa.
Resiliência significa a habilidade de persistir nos momentos difíceis mantendo a esperança e a saúde mental. Pessoas altamente resilientes, tornam-se mais fortes após situações difíceis. Porquê isso acontece? Porque elas desenvolvem confiança em si mesmas aprendendo novas formas de lidar com os eventos.
Em geral, a resiliência depende de algumas condições psicológicas internas e externas. No nível interno, são favorecidas as pessoas otimistas, que assumem a responsabilidade pelas próprias escolhas, que prezam a autonomia, que estabelecem vínculos sociais e familiares positivos e que são flexíveis no que diz respeito à mudança de posicionamentos, sentimentos e pensamentos. Ao nível das condições externas estão as relações positivas, àquelas que promovem suporte afetivo/material, acolhimento e cumplicidade.
Um outro aspecto externo fundamental para o desenvolvimento da resiliência é a existência de pessoas que acreditem na nossa capacidade de superação das adversidades e, por isso mesmo, nos incentivem. Da mesma forma, oportunidades para nos envolvermos em atividades significativas – que nos permitam desenvolver a auto-estima e nos sentirmos produtivos e relevantes – contribuem para a resiliência, ou seja, para a superação das adversidades.
Aprender, adaptar-se…isso é ser resiliente. Em última instância, é dispor-se para a mudança.
Aproveitando o feriado de Tiradentes, fui com alguns amigos do Grupo Sou Bike fazer um pedal de nível médio. Fomos até a cidade de Mamborê, distante 35 quilômetros de minha cidade. Saímos com chuva fina e um pouco de frio, pegamos sol, mais chuva, vimos arco-íris e no final do dia um belo por do sol. O plano era voltar antes de escurecer, mas por culpa de dois pneus furados de amigos do grupo, acabou atrasando a volta, que aconteceu no escuro. No total foi 70 km de pedal, o que me deixou com ameaça de câimbras. Passei frio, pois não estava vestido adequadamente para pedalar a noite e no frio. Mas mesmo assim valeu muito a pena! Foi um pedal divertido e fazia pouco mais de um ano que não fazia um pedal tão longo. E o principal foi poder curtir um feriado me movimentando e não ficando dentro de casa vendo TV. E o arco-íris e o por do sol que pude admirar, serviu para ver como a natureza é bela, como Deus nos presenteia com coisas maravilhosas e que pouca gente vê ou admira.
Quem pedala seus males espanta.Pit stop na Praça de Pedágio.Trevo de entrada da cidade de Mamborê.Amigos do Grupo Sou Bike.Arco-íris e por do sol, presentes de Deus.
Estava lendo um artigo na internet e uma foto me chamou a atenção, principalmente por suas cores fortes. Gosto muitos de fotografia e procuro aprender sobre o tema e também conhecer um pouco sobre os grandes fotógrafos atuais. E descobri que a foto que me despertou curiosidade é de uma fotógrafa. Julia Fullerton-Batten, nasceu na Alemanha em 1970. Ela se tornou conhecida mundialmente como fotógrafa de belas artes. Suas fotos são poderosas e seu estilo é único e cheio de cores requintadas. Abaixo segue uma pequena mostra do trabalho de Julia Fullerton-Batten.