ES-PE-RAN-ÇA…

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E — ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança…
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…

Mario Quintana

Sem título

 

Chamas do Destino

Chamas do Destino é uma série da Netflix, baseada na história real do incêndio no Bazar de la Charité (veja postagem anterior). Depois do terrível incêndio em Paris, em 1897, a vida de três mulheres sofre reviravoltas com traições, mentiras e conflitos amorosos. A série não é fiel ao trágico incêndio, ela se torna uma mistura entre ficção e realidade. Mas é muito bem feita e vale a pena assistir aos oito episódios de quase uma hora de duração.

A série foi gravada em 2019 e o nome original é Le Bazar de la Charité, que no Brasil teve o nome mudado para Chamas do Destino. Igual acontece com a maioria dos filmes, aqui no Brasil costumam mudar os nomes originais de muitas séries.

images

0233086

5344224.jpg-r_640_360-f_jpg-q_x-xxyxx

Bazar de la Charité

Em 4 de maio de 1897, ocorreu em Paris um incêndio durante um bazar de caridade que entrou para a história da cidade. O Bazar de la Charité era um conhecido evento que marcava o início da temporada de verão da elite parisiense, desde 1885. Nesse bazar beneficiente, objetos diversos eram vendidos e a renda era revertidda em benefício dos pobres. Pessoas de baixa classe social, religiosos e crianças ajudavam na organização do evento, cujo responsável principal era o Barão de Mackau.

Para o bazar de 1897, o Barão de Mackau alugou um terreno vago, e num edifício temporário foram construídas 22 cabines de madeira, onde seriam vendidos os produtos do bazar. O prédio usado no evento não era muito grande e tinha sido  feito de madeira de pinho. O tema foi Idade Média, e decoraram o local para se parecer com uma rua de Paris daquela época. O interior tinha telas pintadas e tecidos que cobriam o teto. A principal atração era uma novidade para a época; a projeção cinematográfica. O cinema era um invenção rescente, dos franceses irmãos Lumière.

O primeiro dia do bazar foi de relativo sucesso de público. E no dia do incêndio cerca de  1.700 visitantes se encontravam no local, quando aconteceu um inesperado acidente. Uma das lâmpadas de éter utilizadas para iluminar o cinema explodiu, causando um incêndio que se espalhou rapidamente pelo teto coberto de tecidos. Em poucos minutos 126 pessoas morreram no local do bazar e nos dias seguintes outras mais morreram nos hospitais. Alguns sobriviventes ficaram com cicratizes causadas pelo fogo, para o resto de suas vidas.

Algumas pessoas pobres que ajudaram no resgate dos ricos, receberam medalhas. E muita gente se perguntava se o incêndio não foi um castigo divino dirigido aos ricos. Os  dois técnicos do cinema, causadores do acidente que provocou o incêndio, foram condenados à prisão. Mas o grande escândalo foi a constatação de que morreram muito mais mulheres do que homens. Testemunhas contaram que os nobres cavalheiros parienses, para fugir pela unica saída do bazar abusaram da brutalidade, socos, chutes e bengaladas contra as indefesas mulheres. A bengala era um item que os ricos usavam na época.

No local do desastre, posteriormente foi construída uma capela. A Capela Notre-Dame-de-Consolation de Paris, foi inaugurada em maio de 1900. No seu interior os nomes de 126 vítimas estão inscritos em seis placas de mármore preto, com letras de ouro. No Cemitério do Père-Lachaise, que é considerado o mais famoso do mundo, existe uma sepultura onde foram enterrados os corpos não reconhecidos na tragédia. Numa época em que não existia exame de DNA, o reconhecimento de vitímas de incêndio era uma tarefa bastante difícil.

unnamed
Interior do Bazar de la Charité.

154647

4523

789

458

120520518

baz

01
Túmulo das vitímas não reconhecidas. (Cemitério do Père-Lachaise)

Túnel do tempo: Ilha do Mel

O Túnel do Tempo de hoje é para lembrar dos anos românticos da Ilha do Mel. No final dos anos 80, a ilha era bem tranquila, não tinha tantas pousadas e bares. Naquela época não existia o trapiche, onde você desembarca sem molhar os pés. Você descia do barco longe da margem e algumas vezes com a água batendo no peito. E tinha que carregar suas coisas sobre a cabeça para não molhar. A gruta de Encantadas não tinha a escadaria que descaracterizou o local. A noite tinha uma animada lambateria, onde os casais tentavam se formar antes das 22h00min, pois a energia era na base do gerador e tinha horário para ser desligada. Depois que tudo ficava escuro, quem tinha encontrado uma paquera, procurava um canto sossegado para namorar. Também foi nessa época que tive pela última vez problema com bicho de pé. Peguei três de uma vez só e no mesmo pé. E também foi aí que tive bicho geográfico, que demorou três meses para ser curado e me fez perder todas as unhas do pé direito. Saudade da Ilha do Mel daquela época, quando ela se parecia mais com uma ilha, meio selvagem.

f9ff5042-758a-4fa7-9455-3e662fcd2e04

e9272355-e5da-49f2-a205-ede3855e3568

4eccd477-9a7b-4df1-a63d-6147dbf00f69

 

Victor Noir e o culto sexual em sua sepultura

Em 10 de janeiro de 1870, o jornalista Victor Noir foi morto por Pierre-Napoléon Bonaparte, primo do imperador Napoleão III. Após a morte, Victor Noir se tornou um símbolo de oposição ao regime imperial. Passados 21 anos de sua morte, os restos mortais de Victor Noir foram transferidos do cemitério de Neuilly para o de Père Lachaise, em Paris. Sobre o túmulo foi colocada uma escultura muito bonita, feita por Jules Dalou. O detalhe é que a escultura tem uma notável protuberância nas calças, o que originou o culto sexual ao personagem décadas depois.  Noir foi morto por razões políticas, quando foi junto com um amigo marcar um duelo para outro amigo. Ocorreu uma discussão, onde Noir levou um tapa no rosto e em seguida um tiro, vindo a falecer. Seu assasino alegou legitima defesa e foi liberado no julgamento. Numa época em que o imperador já era impopular, a absolvição de seu primo Pierre pela acusação de assassinato, causou enorme indignação pública e várias manifestações violentas. Em 4 de setembro de 1870 ocorreu a derrubada do regime do imperador e o estabelecimento da  Terceira República.

O túmulo de Victor Noir tornou-se um símbolo de fertilidade. A escultura sobre o túmulo apresenta em certos lugares da anatomia (nariz, pés e sexo em particular), uma perda de sua oxidação verdigris. Isso acontece porque o túmulo de Victor Noir é objeto de um verdadeiro culto sexual. Diz a lenda que, ao esfregar a mão ou as partes intimas no local do sexo do falecido, é recuperada a fertilidade para as mulheres e a virilidade para os homens. Tocar nos pés permite que você encontre o amor da sua vida. E para trazer de volta o amor perdido, você tem que beijar seu nariz, queixo e lábios. Flores frescas são sempre colocadas no túmulo. Acontece mesmo de se encontrar sapatos de bebê no túmulo, provavelmente para agradecer a Victor Noir por permitir uma maternidade. Em 2004, uma cerca foi erguida ao redor da sepultura, para impedir que as pessoas tocassem na escultura. No entanto, devido a supostos protestos da “população feminina de Paris”, a tal cerca foi retirada.

Esse culto sexual existe de fato apenas desde os anos 1960, quando foi criado do zero por estudantes. No entanto, a tumba foi anteriormente objeto de um culto, mas este, um culto republicano.

lpdp_85790-20

lpdp_88748-16
Victor Noir em seu leito de morte. (Foto: Yvan Salmon)

00000

maxresdefault

Père-Lachaise – o cemitério mais famoso do mundo

O Cemitério de Père-Lachaise, também chamado de “Cemitério do Oriente”, é o maior cemitério de Paris e abrange 43 hectares. Ele é considerado o cemitério mais famoso do mundo em razão da grande quantidade de personagens históricos que nele estão sepultados. O cemitério de Père-Lachaise faz parte dos parques e jardins sob a administração da prefeitura de Paris. É um lugar único que convida a contemplação e devaneio, impregnado de arte, cultura e história, onde você viaja por seu labirinto de pedras e vegetação. Mais de 3 milhões de visitantes de todo o mundo o visitam todos os anos.

São 70.000 concessões funerárias. Muitas personalidades entre artistas, músicos e escritores estão sepultados no local: Frédéric Chopin, Rossini, Jim Morrison, Edith Piaf, Alain Bashung, Maria Callas, Sarah Bernhardt, Molière, Balzac, Colette, Marcel Proust, Jean de la Fontaine, Oscar Wilde, Allan Kardec, Isadora Duncan e muitos outros.

A origem do cemitério remonta ao século XII, quando o terreno estava repleto de vinhas pertencentes à Igreja. Em 1430 um comerciante adquiriu as terras e construiu uma residência pomposa, até que a propriedade passou para as mãos dos jesuítas no século XVII. Após a expulsão dos jesuítas, o terreno passou para as mãos da cidade de Paris graças a Napoleão Bonaparte, e assim foi construído o cemitério, inspirado no estilo dos jardins ingleses. O cemitério recebeu a sua denominação em homenagem a um sacerdote católico, François d’Aix de La Chaise (1624-1709), dito le Père La Chaise (“o padre La Chaise”), confessor do rei Luís XIV da França, sobre quem exerceu influência moderadora na luta contra o jansenismo.

No início do século XIX, vários novos cemitérios substituíram as antigas necrópoles parisienses. Fora dos limites da cidade foram criados o cemitério de Montmartre ao norte, o cemitério do Père-Lachaise a leste, o cemitério de Montparnasse no sul e o cemitério de Passy ao oeste. A concepção do Père-Lachaise foi confiada ao arquiteto neoclássico Alexandre Brongniarte em 1803 e, desde a sua abertura, o cemitério conheceu cinco ampliações: em 1824, 1829, 1832, 1842 e 1850, passando de 17 hectares para 44 hectares.

Em 21 de maio 1804, o cemitério foi oficialmente aberto para o sepultamento de uma menina de cinco anos, Adélaïde Paillard de Villeneuve. No início, os parisienses não aceitavam de bom grado a necrópole, localizada distante do centro, numa zona pobre e de difícil acesso. Esta situação só mudaria quando para lá foram transferidas ossadas de importantes personalidades, apaziguando as críticas da elite parisiense.

Ao sul do cemitério encontra-se o Muro dos Federados, contra o qual 147 dirigentes da Comuna de Paris foram fuzilados em 28 de maio de 1871.

Fontes: https://pere-lachaise.com/ e https://pt.wikipedia.org/

1200px-The_Montparnasse_cemetery

Main_gate_of_the_Père-Lachaise_Cemetery,_Paris_13_June_2014

img_0077

DSC03961-1

Tombe_Vivant-Denon

unnamed

DSC03904-1

81338428
Victor Noir.
frederic-chopin-grave-pere-lachaise-cemetery-paris-fresh-flowers-tomb-famous-composer-frederic-chopin-pere-176386941
Chopin.
83f4b451608a52f410b2bd694737e558
Allan Kardec.
ob_17d41b_img-1006
Jim Morrison.

O Chamado da Floresta

Vejo muito filmes, mas só posto aqui no blog sobre filmes que gostei muito. E O Chamado da Floresta é um desses casos. O filme é obra da Disney, baseada no clássico livro de Jack London, de 1903. É o sétimo filme baseado no livro nos últimos 100 anos. O detalhe é que os efeitos digitais atuais permitiram fazer um cachorro, que é o personagem principal do filme, que age igual ao cachorro do livro. Com cachorros de verdade, por mais que fossem treinados, não era possível chegar próximo ao cachorro do livro. Quem gosta de cachorros vai amar o filme…

O Chamado da Floresta narra as aventuras de Buck, o privilegiado cão doméstico de uma família californiana. Em meio à febre do ouro, Buck é roubado de seu ambiente e contrabandeado para o Alasca. No caminho, sofre uma série de maus-tratos, até que encontra refúgio em uma irmandade de cães e, assim como os corajosos garimpeiros, vê-se na necessidade de se adaptar à vida selvagem. Buck entra em contato com sua natureza primitiva, em uma jornada de autoconhecimento, e redescobre seus instintos

Fonte: http://www.listasliterarias.com/2013/01/7-livros-de-jack-london-para-ter-na.html

95554063_10157416937243067_11920174923907072_o

Outro detalhe sobre o filme, é que o livro em que ele foi baseado é um dos livros que serviram de inspiração para Christopher McCandless realizar a aventura pelo Alasca, que custou sua vida. Essa história é bem conhecida através do livro e filme Na Natureza Selvagem.

Para saber mais sobre a história de Christopher McCandless , veja as postagens aqui no blog, que você encontra nos links abaixo:

Na Natureza Selvagem

Into the Wild

Mais sobre “INTO THE WILD”

+ Into The Wild

Documentário sobre Into The Wild

Assistindo novamente “Into The Wild”

Christopher McCandless

De volta à Natureza Selvagem

The Wild Truth

O homem que encontrou o corpo de Chris McCandless

https://vanderdissenha.wordpress.com/2017/05/17/a-felicidade-so-e-verdadeira-quando-compartilhada/