Curitibano

A filha chega em casa, em prantos, e diz para a mãe:
– Mãe, mãe, fui violentada por um curitibano!
– Mas… como sabes que era um curitibano?
– Ele me obrigou a agradecer.

Qual é a diferença entre os curitibanos e os terroristas?
– Os terroristas têm simpatizantes.

Qual é a semelhança entre um curitibano humilde e o Super-Homem?
– Nenhum dos dois existe.

Numa ensolarada manhã em Curitiba, um turista comenta:
– Que manhã bonita!
O curitibano que passava ao lado responde:
– Graças a nós, que fazemos o que podemos fazer de melhor.

Como se reconhece um curitibano numa livraria?
– É o que pede o mapa-múndi de Curitiba.

Um curitibano estava sendo entrevistado na TV. Perguntaram-lhe:
– Qual a pessoa que mais admira?
– Deus!
– E por quê?
– Bem, foi Ele quem me criou!

O que se deve atirar a um curitibano que está se afogando?
– O resto da família.

O que é o ego?
– O pequeno curitibano que vive dentro de cada um de nós.

Qual é o negócio mais lucrativo do mundo?
– Comprar um curitibano pelo que ele vale e vendê-lo pelo que ele pensa que vale.

O curitibanozinho fala com o pai:
– Papai, quando eu crescer quero ser como você.
– Por quê, piá?! – pergunta o orgulhoso curitibano.
– Para ter um piá como eu.

Por que há tantos partos prematuros em Curitiba?
– Nem as mães aguentam um curitibano por nove meses!

Por que os curitibanos, em geral, preferem não se casar?
– Porque nunca encontram uma mulher que os ame mais do que eles se amam.

Por que não há terremotos em Curitiba?
– Porque nem a terra os engole…

Sabem o que dá do cruzamento de um argentino com um curitibano?
– Um porteiro que pensa que é síndico.

Se você não reenviar esta mensagem a 10 brasileiros, é porque é mais um sacana dum CURITIBANO.


MANIA DE CURITIBANO

FALA:

  • Chama cachorro-quente de vina.

  • Chama Fusca de fuque.

  • Chama semáforo de sinaleiro.

  • Diz bolacha em vez de biscoito.

  • Diz piá em vez de menino.

  • Diz guria em vez de menina.

  • Diz bexiga em vez de balão.

  • Diz setra em vez de estilingue.

  • Diz dolé em vez de picolé.

  • Atende o telefone com escute.

  • Chama as coisas pela marca (Kiboa, Bombril, Royal…).

  • Acha que não tem sotaque.

  • Ri do sotaque de todo mundo (paulista, carioca, mineiro, gaúcho etc.), achando que todos deveriam falar como ele.

CLIMA:

  • Fala sobre o tempo para puxar conversa.

  • Admira diariamente o lindo céu cinza de Curitiba.

  • Enfrenta sol, chuva, frio e calor no mesmo dia – e acha legal.

  • Mantém as janelas do ônibus fechadas, faça frio ou calor.

  • Sai todo agasalhado de manhã e tira quase tudo até o fim do dia.

  • Lava e encerra o carro no fim de semana, mas sempre chove quando vai passear.

PRAIA:

  • Fala que vai pra praia, sem especificar qual.

  • As mulheres vão à praia de joias e maquiadas.

  • Passa a temporada em Caiobá ou Guaratuba, mesmo que chova mais do que faça sol.

  • Vê o Oil Man desfilando de sunga no calçadão em Caiobá – e depois, o ano todo, em Curitiba.

ESQUISITICES:

  • Faz fila para tudo (ônibus, mercado, banheiro, elevador…).

  • Repara nas pessoas como se fossem de outro planeta.

  • Cumprimenta o vizinho de anos com um simples oi ou tchau.

  • Espera a semana inteira pelo fim de semana… e quando chega, não faz nada.

  • Separa o lixo que não é lixo.

  • Anda com o bolso cheio de papéis de bala até achar uma lixeira.

  • Demora para arrancar o carro quando o sinal fica verde.

  • Acha que tudo em Curitiba é melhor do que em qualquer outra cidade – mesmo sem nunca ter saído de lá.

  • Frequenta o Clube Curitibano, Graciosa ou Santa Mônica, e a cada 15 dias se esbalda no Baile do Pato em Pinhais.

  • Não aceita que falem que curitibano é fechado.

  • Convida: Passa lá em casa – mas nunca dá o endereço.

  • Chama o povo do interior do Paraná de pé-vermelho.

  • Usa pastinhas falsificadas do Positivo.

  • Reclama que a cidade não é mais a mesma por causa da “invasão” de gente de outros estados.

  • Come pastel e caldo de cana nas feiras.

  • Nas festas juninas chama vinho quente de quentão.

  • Pega o mesmo ônibus todo dia, no mesmo horário, sem cumprimentar motorista nem cobrador.

  • Acha que quem não é daqui é quem joga lixo no chão.

PRINCIPAL:

  • Ri de si mesmo ao perceber que tudo acima é a mais pura verdade…

A verdadeira Antardida é aqui...
A verdadeira Antartica é aqui…
Super-Heróis curitibanos (Gralha e Oil Man).
Super-Heróis curitibanos (Gralha e Oil Man).
Oil Man
Oil Man

Amyr Klink

Participei de outra palestra no SEBRAE, desta vez com o Amyr Klink, de quem sou admirador confesso. Não sou chegado a tietagens nem a frescuras do gênero, mas desde que li o primeiro livro do Amyr, em 1991, tornei-me um grande admirador do seu trabalho, de suas viagens e de suas ideias. Desde então, tenho acompanhado sua carreira, lido seus livros e acompanhado seus projetos.

A palestra foi bastante interessante e divertida, pois as histórias que ele conta, as experiências que viveu, muitas vezes acabam sendo engraçadas. Eu já havia assistido a uma palestra dele em 2000, por ocasião do lançamento do livro Mar Sem Fim. Naquela ocasião, consegui apenas um autógrafo no livro, cumprimentei com um aceno de cabeça e nada mais. Já desta vez, consegui autógrafo em dois livros, tirei uma foto e ainda conversei um pouco com ele, que me deu uma excelente dica sobre um plano futuro. Só não conversei mais porque a fila para falar com ele estava enorme e, como eu estava demorando, o pessoal já começava a olhar torto.


Breve biografia de Amyr Klink

Natural de São Paulo, filho de pai libanês e mãe sueca, começou a frequentar a região de Paraty (RJ) com a família quando tinha apenas dois anos de idade. Essa cidade histórica do litoral brasileiro foi o lugar que o inspirou a viajar pelo mundo. Casou-se em 1996 com Marina Bandeira, com quem teve as filhas gêmeas Tamara e Laura, nascidas em 1997, e a caçula Marininha, nascida em 2000.

Desde 1965, é colecionador de canoas antigas, tendo ajudado a fundar o Museu Nacional do Mar, em São Francisco do Sul (SC). No terreno esportivo, foi remador pelo Clube Espéria, em São Paulo, de 1974 a 1980. Em 1978, realizou sozinho a travessia Santos–Paraty em canoa. Dois anos depois, fez os percursos Paraty–Santos e Salvador–Santos em catamarã, viagem que durou 22 dias. Em 1982, velejou de Salvador até a Guiana Francesa, passando por Fernando de Noronha, pesquisando correntes para o projeto seguinte: a travessia do Atlântico Sul a remo, em solitário.

Também percorreu mais de dois mil quilômetros em um pequeno barco a motor na Amazônia, seguindo o curso dos rios Negro e Madeira. De moto, foi até a Patagônia, e aos 19 anos escalou a cordilheira dos Andes, percorrendo todo o território do Chile.

Em 1984, realizou a primeira travessia do Atlântico Sul a remo em solitário, viagem relatada no livro Cem Dias entre Céu e Mar. Em 1986, iniciou uma viagem preparatória à Antártica e ao Cabo Horn, a bordo do veleiro polar Rapa Nui.

Em dezembro de 1989, iniciou o Projeto de Invernagem Antártica, em solitário, a bordo do veleiro polar Paratii. Foram 27 mil milhas da Antártica ao Ártico, percorridas em 642 dias. Os livros Paratii – Entre Dois Pólos e As Janelas do Paratii relatam e ilustram este projeto.

Em 1992, participou do projeto Faróis do Brasil – navegação terrestre pela costa brasileira, em equipe com Klever Kolberg e André Azevedo. No ano seguinte, viajou novamente pela costa, desta vez pilotando um trike (asa-delta motorizada).

Em janeiro de 1997, voltou à Antártica como consultor de uma equipe de filmagem para captação de imagens de alpinistas em icebergs.

Em 31 de outubro de 1998, iniciou o projeto Antártica 360 – uma volta ao mundo pela rota mais difícil: a circunavegação em torno do continente gelado. Durante 79 dias, Amyr enfrentou sozinho os mares mais temperamentais do planeta e inúmeros icebergs. Essa viagem está registrada no livro Mar sem Fim.

No ano 2000, começou a desenvolver um projeto de construção de cais flutuantes adequados às condições brasileiras, para uso em marinas e portos de lazer. No mesmo ano, participou do Rally Paris–Dakar–Cairo como navegador da equipe brasileira Troller, a bordo de um veículo 100% nacional, conquistando o 6º lugar na categoria novatos.

Em 2001, após oito anos de planejamento, ficou pronto o veleiro polar Paratii 2. Idealizado por Amyr para ser uma “plataforma de trabalho”, foi construído no mesmo estúdio que projetou o Seamaster (antigo Antarctica). Em dezembro, ele viajou à Espanha com o novo barco para a instalação dos dois mastros “aerorig”, produzidos em Palma de Mallorca.

Em 2002, concluiu a etapa experimental do Projeto Viagem à China, que previa a volta ao mundo por uma rota inédita, no Círculo Polar Ártico. Entre 30 de janeiro e 6 de abril, Amyr e sua tripulação ultrapassaram o Círculo Polar Antártico, visitaram a Baía Margarida e alcançaram o Mar de Bellingshausen, extremo sul navegável da península antártica. De lá, partiram para a Geórgia do Sul antes de regressar ao Brasil.

Entre 2003 e 2004, realizou uma reedição da circunavegação polar com o Paratii 2. Na primeira viagem, com o primeiro Paratii e em solitário, não conseguiu registrar imagens. Desta vez, com cinco tripulantes, foi possível documentar tudo em um documentário e em uma série de quatro episódios produzida pelo National Geographic Channel. A viagem durou cinco meses, sendo 76 dias para completar a volta ao mundo, o que consagrou o Paratii 2 como o veleiro polar mais eficiente de que se tem notícia.

Esse projeto encerrou um ciclo de viagens experimentais que tinham como objetivo validar novos conceitos construtivos e aplicar técnicas inovadoras em produtos de uso cotidiano, submetidos a condições extremas e sempre com preocupação ambiental.

Formado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduado em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie, Amyr Klink é diretor da Amyr Klink Planejamento e Pesquisa Ltda. e da Amyr Klink Projetos Especiais Ltda. É também sócio-fundador do Museu Nacional do Mar (São Francisco do Sul, SC) e da revista Horizonte Geográfico.

Membro da Royal Geographical Society e assessor de expedições da revista National Geographic Brasil, Amyr Klink ministra palestras para empresas, escolas, universidades, instituições e associações, abordando temas como planejamento estratégico, gerenciamento de risco, qualidade e trabalho em equipe.

Fonte: www.amyrklink.com.br

Com Amyr Klink durante palestra do Sebrae.
Com Amyr Klink durante palestra do Sebrae.
Amyr Klink
Amyr Klink
Outra foto com Amyr, mas o flash não funcinou.
Outra foto com Amyr, mas o flash não funcionou.

Palestra com Maurício Kubrusly

Essa é a semana do empreendedor e o SEBRAE, que é um órgão que auxilia as pequenas empresas, está promovendo aqui em Curitiba a Semana do Empreendedor. São vários cursos e palestras, além de algumas palestras-chave, com convidados ilustres. Dentre as palestras, houve uma que participei, com Maurício Kubrusly, repórter da Rede Globo e apresentador do quadro “Me Leva Brasil” do Fantástico. A palestra foi bem interessante, pois, além de contar histórias dos bastidores de reportagens — muitas vezes mais interessantes do que as próprias reportagens que vão ao ar —, ele utiliza reportagens apresentadas no “Me Leva Brasil” para falar sobre empreendedorismo (lembre-se, estamos na Semana do Empreendedor). No fim, essa palestra acabou sendo um programa muito divertido e interessante.me-leva

Uniforme

Essa semana comecei a usar uniforme no trabalho. Eu, que não gostava de roupa social nem de sapato, tive que me adequar e agora ando de social. O pessoal estava acostumado a me ver sempre de jeans, tênis, agasalho e camiseta, e estranhou quando me viram de social. Alguns fizeram piadinhas dizendo que pareço cobrador de ônibus ou porteiro de edifício. Mas a maioria elogiou, principalmente as mulheres. Recebi muitos elogios da ala feminina e até pedidos para fazer uma “voltinha”.

Estou me acostumando com a nova forma de vestir, mas, no fundo, ainda prefiro jeans, camiseta e tênis. Como o chefe mandou usar uniforme, não teve jeito e nem adiantou reclamar.

Uniforme.
Uniforme.

Dia da Bandeira

Hoje é o Dia da Bandeira e quase ninguém lembra. Aqui no colégio onde trabalho, não houve nem hasteamento nem hino da bandeira. Nos meus tempos de colégio, datas como esta eram lembradas. Vivíamos numa ditadura, com governo militar, mas ao menos o patriotismo era mais nítido; não acontecia apenas em época de Copa do Mundo.

Acho o hino da bandeira muito bonito. Quem fez a letra do hino, Olavo Bilac, estava inspiradíssimo. Lembro bem do Dia da Bandeira em 2002. Eu estava nos Estados Unidos e, pela manhã, seguia numa van com mais doze pessoas, entre brasileiros e hispano-falantes, indo de Orlando para Cocoa Beach. Na época eu trabalhava no hotel Holiday Inn de Cocoa Beach. No meio da viagem lembrei que era Dia da Bandeira no Brasil e comentei isso com o “Honey”, amigo brasileiro que estava sentado ao meu lado. No mesmo instante, sem combinar nada, começamos a cantar o hino da bandeira ali mesmo dentro da van. Os hispano-falantes não entenderam direito o que estávamos fazendo e, depois que contamos, acharam bonito o nosso gesto.

Quando estamos longe de nosso país é que sentimos mais saudades dele e onde os símbolos nacionais fazem mais sentido. Parece estranho, mas na verdade somos mais patriotas quando estamos longe do Brasil.

A bandeira acima é um protesto pelos dias atuais, onde a fome, a desordem, o crime e a corrupção imperam no Brasil. Acho que deveríamos mesmo trocar a frase positivista de “Ordem e Progresso” pela frase realista “Caos e Fome”.

A bandeira brasileira deveria ser essa...
A bandeira brasileira deveria ser essa…

Ciclismo no Caminho do Vinho

Na sexta-feira, vi a previsão do tempo, que indicava um sábado de sol e calor. Resolvi então fazer algo que há tempos queria: ir de bike até o Caminho do Vinho. Convidei dois amigos, mas ambos não puderam ir. Decidi, então, encarar o pedal sozinho.

O sábado amanheceu com um sol maravilhoso e muito quente. Saí de casa às 9h30 e segui em direção a São José dos Pinhais, pela Avenida Salgado Filho, que é menos movimentada. Os primeiros quilômetros foram os mais difíceis, pois os músculos ainda não estavam aquecidos e as pernas doíam. Depois de um tempo, pedalar se tornou muito mais agradável. A parte mais tensa foi atravessar o viaduto que divide Curitiba e São José. A mureta está toda destruída e precisei pedalar por uma passarela estreita, de cerca de um metro, sem nenhuma proteção lateral. Qualquer desequilíbrio poderia me fazer cair lá embaixo, onde passam uma avenida movimentada e o trilho do trem. Para quem tem labirintite, como eu, o risco parecia ainda maior. Mas, no fim, tudo correu bem. Logo atravessei São José dos Pinhais e segui em direção às colônias italianas de Murici e Mergulhão.

Após 23 km de pedalada, cheguei ao portal que marca o início do Caminho do Vinho. A região é formada por vários sítios que cultivam frutas, verduras e, claro, uvas. Há muitos restaurantes de comida típica, cafés coloniais e venda de queijos e vinhos — um roteiro gastronômico clássico. Pedalei 4,5 km pelo trajeto e parei em um restaurante onde já havia almoçado alguns meses antes. Em frente, há um gramado com árvores e um lago, um lugar muito bonito.

Estava faminto e me fartei com a comida caseira feita em fogão a lenha. Tinha polenta branca com molho, polenta frita, frango, risoto, linguiça e muito mais. De sobremesa, sagu e pudim de leite. Só não comi mais por receio de passar mal na volta. Depois do almoço, deitei no gramado à sombra de uma árvore e tirei um cochilo. Passado algum tempo, já sentindo a digestão feita, peguei o caminho de volta.

A volta foi mais cansativa: além de já ter pedalado bastante, o sol estava muito quente e a barriga, cheia. Segui em ritmo lento, mas constante, e pouco antes das 17h já estava em casa. No meio do caminho, parei na casa da Claudinha — minha grande amiga e quase prima — para reabastecer a garrafinha de água. No total, foram 55 km pedalados, com 4h30 de pedalada efetiva (meu marcador só conta o tempo em movimento, pausando quando paro).

Somente em casa percebi que as partes das pernas expostas ao sol, que a bermuda não cobria, estavam vermelhas e queimadas. No banho, senti o quanto as queimaduras ardiam. Mas tudo bem: no fim das contas, foi um passeio ótimo. Aos poucos estou aumentando minhas quilometragens de bike. A ideia é encarar percursos cada vez maiores, melhorando o condicionamento físico e, de quebra, queimando calorias.

Portal que marca o inicio do "Caminho do Vinho".
Portal que marca o início do Caminho do Vinho.
Pedalando pelo "Caminho do Vinho".
Pedalando pelo Caminho do Vinho.
Merecido descanso após o almoço.
Merecido descanso após o almoço.
Uma das muitas antigas casas preservadas.
Uma das muitas antigas casas preservadas.
Com Claudinha, pit stop para beber água.

Retorno as Corriddas de Rua

Após onze meses sem participar de corridas de rua — por falta de tempo, contusão e também de motivação —, eis que voltei (nem tão triunfalmente assim) aos asfaltos curitibanos. O retorno aconteceu justamente na etapa de Curitiba do Circuito de Corridas da Caixa. Curiosamente, foi em uma prova desse mesmo circuito que comecei a correr, em 2005, de forma mais frequente. Desde então, em todas as quatro edições realizadas em Curitiba, estive presente.

O mais difícil dessa vez foi acordar às 6h para retirar o chip de cronometragem antes da largada. Mas valeu o sacrifício: foi muito bom sentir novamente a energia de correr no meio do pessoal. O clima também ajudou — nublado, com uma garoa leve que aparecia de vez em quando, refrescando sem atrapalhar.

Comecei num ritmo tranquilo e sofri um pouco nos primeiros quilômetros, até as pernas “destravarem”. A parte mais puxada foi a subida da OAB, que tem quase um quilômetro. Ali, me arrastei literalmente, mas consegui completar a prova correndo, sem precisar parar ou caminhar. Meu tempo final foi de 1h06min. Não foi o melhor que já fiz nos 10 km, mas também não foi dos piores.

Depois da chegada, reencontrei velhos amigos de corrida, Jeferson e Dionísio. Nos conhecemos na São Silvestre de 2005 e, desde então, já dividimos várias provas. Agora a meta é voltar ao ritmo: não pretendo correr todas as provas como em 2007, mas também não quero repetir o hiato de 2008. O objetivo é participar de pelo menos uma corrida por mês, para manter o condicionamento e, claro, rever os amigos.

Após a corrida, com Jeferson e Dionisio.
Vander, Jeferson e Dionisio.

Caratuva

Já fui várias vezes para a Serra do Mar, na região do Marumbi, e por três vezes cheguei até o cume do Olimpo. Já a região do Pico Paraná (o mais alto do Sul do Brasil), que também fica na Serra do Mar, mas em outra direção, eu nunca tinha visitado. Não era por falta de vontade, mas sim de tempo e companhia, pois lá não é aconselhável andar sozinho.

Até que alguns colegas de trabalho resolveram marcar uma “expedição” para a região do Pico Paraná, com a intenção de subir o Itapiroca, um dos picos existentes ali e de mais fácil acesso. Então, num sábado gelado e meio nublado, nos reunimos bem cedinho no Medianeira (eu, Tati, João Paulo, Paulinha e Cássio, marido dela) e pegamos a estrada em direção a São Paulo. Após uns 40 km rodando pela Régis Bittencourt, entramos à direita em uma estradinha de chão e, depois de mais 7 km em um trecho difícil, chegamos à Fazenda Pico Paraná. É dentro dessa fazenda que fica o acesso aos vários picos que fazem parte do complexo.

Fizemos o registro com o pessoal do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), pagamos uma taxa de R$ 5,00 para manutenção do local e, por volta das 9h30, iniciamos a subida rumo ao Itapiroca (êita nominho feio). A primeira meia hora foi a mais difícil: o ar estava muito gelado, a respiração ficava pesada e o peito doía. O caminho, no entanto, não era dos mais complicados — até me surpreendi, pois, acostumado à região do Marumbi, esperava no mínimo uma dificuldade semelhante. Logo chegamos ao primeiro mirante, uma pedra enorme de onde a vista já era estupenda. Dava para ver longe: muita mata, a Régis Bittencourt com os carros passando e a Represa Capivari–Cachoeira. Após tanta beleza, já imaginava o quanto a paisagem ficaria ainda mais incrível conforme subíssemos.

Após um rápido descanso, recomeçamos a subida. Em pouco tempo chegamos a um local cheio de pedras, com vegetação diferente. Ventava muito, as nuvens estavam baixas e caía uma garoa fina. Minha camisa, que estava molhada de suor, logo secou e fiquei congelado. Para nossa sorte, as nuvens foram se dissipando e o sol apareceu, sinal de que possivelmente teríamos uma vista linda lá do alto.

Depois de mais algumas fotos e descanso, seguimos pela parte mais difícil. Logo chegamos a uma bifurcação: para a direita seguia a trilha do Itapiroca e, para a esquerda, a do Caratuva. Ficamos na dúvida e acabamos indo para o lado errado, sem perceber.

Essa parte lembrava a trilha do Marumbi, com subidas íngremes e pedras lisas. A diferença é que havia algumas descidas também. Não tivemos grandes problemas, apenas estranhamos o fato de nunca chegarmos ao topo, já que a informação era de que a subida até o Itapiroca levava em média duas horas. Após quase três horas, avistamos o cume do morro e, depois de atravessar uma vegetação estranha, estávamos literalmente acima das nuvens. A vista era fabulosa e tiramos muitas fotos.

Percorremos os últimos metros até o topo e lá encontramos algumas pessoas que, para nossa surpresa, informaram que estávamos no Caratuva — e não no Itapiroca. Sem perceber, havíamos subido um morro mais alto e de acesso mais difícil. No fim, ficamos felizes, pois vencemos uma dificuldade maior do que a esperada. A única decepção foi que o lado oposto estava coberto por nuvens. Justamente dali a vista é ainda mais bonita, pois se pode ver o mar e ter uma visão frontal do Pico Paraná.

Fizemos uma parada de uma hora para descanso e lanche e, pouco depois das 13h, iniciamos a descida. Lógico que descer é mais fácil do que subir, mas o cuidado precisa ser redobrado, já que o terreno úmido facilita escorregões. Eu caí sentado nas pedras, mas sem maiores consequências — e não fui o único. Após cerca de duas horas de caminhada, chegamos ao ponto de partida, já com o tempo fechado de vez. Ficamos um tempo sentados na grama, descansando e conversando. Foi gostosa aquela sensação de missão cumprida. É sempre prazeroso atingir uma meta, e em um lugar tão lindo é ainda mais fácil sentir a presença de Deus.

Fomos embora já fazendo planos para a conquista de novos morros. A meta principal agora é o Pico Paraná. Mas aí a brincadeira é mais complicada: são cerca de dez horas entre subida e descida, em um caminho bem mais exigente. Ainda assim, com treinamento, perseverança e força de vontade, chegaremos lá.

No final da tarde, já estava de volta à minha casa. As pernas doíam um pouco, mas menos do que eu esperava. Acho que as corridas e pedaladas dos últimos dias ajudaram no condicionamento físico, e por isso não sofri tanto na caminhada. Como ponto negativo, apenas o descuido com os lábios e orelhas: não passei protetor e, nos dias seguintes, sofri com bolhas nos lábios e descamação nas orelhas. Lição aprendida: da próxima vez, cuidarei melhor da proteção contra o sol.

Subindo o Caratuva.
Subindo o Caratuva.
Acima das nuvens.
Acima das nuvens.
Quase no topo do Caratuva.
Quase no cume do Caratuva.
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Vander, Tati, João, Paulinha e Cássio.
Descansando no alto do Caratuva
Descansando no alto do Caratuva
Cássio, João e eu, observando a paisagem.
Cássio, João e Vander, observando a paisagem.