Morretes

Estivemos visitando Morretes, uma cidade que acho muito simpática. Fazia alguns anos que não visitava a cidade e me espantei com o aumento do número de restaurantes. Sendo o prato típico local o Barreado, muita gente visita a cidade exclusivamente para comer tal iguaria. Não é meu caso, pois não curto carne cozida e da vez que experimentei o Barreado não gostei.

A chuva acabou encurtando nosso passeio por Morretes, mas mesmo assim valeu a pena as poucas horas que ficamos na cidade.

De volta ao Caratuva

No feriado de 15 de novembro, estive pela segunda vez no cume do Pico Caratuva, que é a segunda montanha mais alto do sul do Brasil, com 1.860 metros de altitude. A outra vez que estive nessa montanha foi em novembro de 2008. Na época eu ainda morava em Curitiba, então era mais fácil ir até a Fazenda Pico Paraná e iniciar a subida da montanha, pois a distância da fazenda até minha casa era de apenas 50 quilômetros. Atualmente moro a 500 quilômetros de distância, então a ida até lá demandou uma certa organização, tempo e gastos.

Saímos de Campo Mourão em dois carros, com quatro ocupantes cada um. Pegamos estrada no início da tarde de sábado, com um calor na casa dos 30 graus. Chegamos na Fazenda Pico Paraná a noite e com uma temperatura de 14 graus. Nós ficaríamos alojados em um chalé na Chácara Rio das Pedras, que fica ao lado da Fazenda Pico Paraná. Lá nos esperavam mais dois caras de Joinville – SC, que subiriam a montanha conosco e um amigo deles que não subiria. A viagem foi cansativa e após ajeitarmos as coisas e comermos, fui dormir.

Acordei às 02h30min, após ter dormido pouco mais de três horas. Fiz uma descoberta nem um pouco agradável. Cometi um erro de iniciante, esquecendo minhas botas. Tinha levado apenas um tênis velho, cujo solado estava completamente liso. Subir com aquele tênis por trilhas molhadas e cheia de barro era algo perigoso. Por alguns momentos cogitei desistir de subir o Caratuva, mas resolvi arriscar, sabendo que sofreria muitos escorregões com aquele par de tênis liso e teria que tomar muito cuidado para não sofrer nenhuma queda.

Fazia ainda mais frio. Rapidamente me arrumei e saí com os outros nove integrantes do grupo, rumo a montanha. O plano era ver o sol nascer lá do alto. O início da caminhada sempre é difícil, pois o corpo está meio frio e travado. Tinha chovido durante a semana naquela região e encontramos muito barro pelo caminho. Após duas horas de caminhada, um dos companheiros desistiu, devido a dores no joelho e deu meia volta. Começou a ventar forte e cair uma fina garoa.

A subida não foi das mais fáceis, mas seguimos em frente e nosso grupo acabou se separando, pois alguns seguiam mais rápidos e outros menos. Eu era um dos que ficou no grupo mais lento, pois desde o início vinha fechando o grupo. Devido a trilha ruim que encontramos, logo que o dia começou a clarear percebemos que não conseguiríamos chegar ao cume antes do nascer do sol. Logo baixou uma neblina densa o que era sinal de que no alto da montanha devia estar com o tempo fechado e não seria possível ver o sol nascer.

Quase que exatamente às 07h00min, atingimos o cume do Caratuva. Lá em cima estava tudo branco pela neblina, ventava e fazia muito frio. Após 13 anos eu voltava ao cume e encontrava o tempo igual da vez anterior. A vista lá do alto quando o dia está limpo é muito bonita, mas com o tempo fechado como estava não dava para ver nada. Estranhamos em não ter encontrado no cume quatro companheiros que tinham seguido na frente. Será que se perderam pelo caminho?

Ficamos uma hora no cume esperando para ver se o tempo limpava e que no mínimo pudéssemos ver o Pico Paraná lá do alto. Mas nada de o tempo limpar e ficar parado causava frio, então resolvemos descer. Na parte de trás da montanha, pelo caminho onde tínhamos subido, o tempo estava limpando e era possível ver a bela paisagem onde se destaca a Represa do Capivari. Ficamos alguns minutos admirando a paisagem e nos aquecendo ao sol.

Começamos a descer, o que teoricamente é mais fácil. Mas devido a trilha molhada e enlameada, não foi tão fácil a descida. Sem contar que ela estava mais perigosa. Era muito fácil escorregar e sofrer uma queda. Após pouco mais de uma hora de iniciarmos a descida, escorreguei e ao tentar me segurar numa árvore um pedaço de pau atravessou um dedo de minha mão esquerda. Saiu muito sangue e senti uma dor terrível. Fui socorrido pelos amigos Welison e Paulo, sendo que esse improvisou um curativo. Se a descida já estava difícil, com uma mão imobilizada e sentindo dor, o resto da descida foi ainda mais complicado. Mas ficar parado não era uma opção e o jeito foi seguir em frente.

Começamos a encontrar muita gente na trilha. Em razão do feriado, muitas pessoas tinham optado em seguir para as montanhas. Após passar frio de madrugada e no início da manhã, agora era vez de sofrer com o sol quente quando chegamos na região do Getúlio, onde a maior parte da trilha não é protegida pela sombra das árvores. Pouco antes do meio dia chegamos na Fazenda Pico Paraná e seguimos para nosso chalé. Me sentia muito cansando, com muita dor nas pernas e no dedo machucado.

Chegando no chalé, descobrimos que o Roberto, Ronaldo, Vitor e André, tinham errado a trilha e foram parar na montanha errada. Eles acabaram indo parar no Taipa. Tal erro foi motivo de muita zoação, principalmente com o Ronaldo e o André, que já tinham o histórico de ter tido problemas no Pico Paraná. Eles foram considerados pé frios de montanha.

Tomei um longo banho quente, limpei o dedo ferido e fiz um curativo mais caprichado. Fiz um lanche rápido e fui dormir. Dormi o resto do dia e a noite levantei para comer e conversar um pouco com o pessoal. O dedo machucado tinha inchado e estava latejando. Cogitei ir até um hospital em Curitiba, para dar uma olhada melhor no ferimento. Meu receio era de que alguma sujeira ou pedaço de madeira tivesse ficado dentro do dedo.

Nessa viagem o Roberto, que está fazendo um curso noturno de cozinha no Senac, foi nosso cozinheiro. Ele caprichou nas refeições e confesso que nunca comi tanto e tão bem durante uma viagem as montanhas. Ele se mostrou bem preocupado com meu dedo machucado e a noite tive tratamento vip por parte dele. A todo momento ele vinha me trazer churrasco e refrigerante, queria saber como estava meu dedo, perguntava se eu queria ir para um hospital e muita coisa mais.

Dormi cedo, tinha esfriado bastante e meu saco de dormir colocado em cima de um colchão no chão, estava bastante acolhedor. No dia seguinte levantamos cedo, arrumamos nossas coisas e pegamos a estrada de volta para casa. Meu dedo estava ainda mais inchado e doendo, o que me fez tomar alguns comprimidos para dor. Não vi necessidade de parar num hospital em Curitiba. Só fui buscar tratamento médico no dia seguinte, quando já estava em minha cidade e acordei com o dedo roxo, muito inchado e ainda mais dolorido. Tive que tomar antibióticos durante uma semana e também tomar vacina para tétano. A vacina (pra variar) me deu reação e fiquei um dia e meio muito mal, com dores pelo corpo, febre e desanimo. Mas no fim tudo deu cedo e o dedo está curado.

Essa foi uma viagem e uma aventura muito legal e nosso grupo se mostrou divertido e a parceria foi total. Agora que venham as próximas montanhas…

 

 

Vitor, Ronaldo e Cris.
Ao fundo a Represa do Capivari.
André, Vander, Roberto e Welison.

 

Sargento Fahur

O Sargento Gilson Cardoso Fahur é paranaense, natural de Londrina, casado, católico e por 35 anos atuou como policial militar rodoviário. Foi integrante da Rotam (Rondas Ostensivas Tático Metropolitanas) da 4ª Companhia da Polícia Rodoviária Estadual do Paraná (PRE), cuja lotação é na cidade de Maringá.

Ele se tornou nacionalmente conhecido pelo sucesso nas operações que liderou e também pela linha dura em sua atuação como policial militar rodoviário quando, juntamente com sua equipe, realizou grandes apreensões de entorpecentes que ganharam o noticiário local e nacional. Somado a isso, também se tornou notório por suas declarações enérgicas contra criminosos em entrevistas a reportagens jornalísticas que viralizaram pelas redes sociais, particularmente aquelas contra o narcotráfico. Frequentemente, Sargento Fahur se declara contra a legalização das drogas, a favor da pena de morte e defende o direito da população civil a ter posse e porte de armas.

Em suas páginas no Facebook, ele conta atualmente com mais de 2 milhões de seguidores, além de possuir outras dezenas de milhares no Twiter, Instagram e YouTube. Em suas postagens nas redes sociais, ele costuma publicar frequentes mensagens contra criminosos.

Em junho de 2013, Sargento Fahur e sua equipe foram homenageados pela Câmara Municipal de Vereadores de Maringá pelos serviços prestados à corporação e ao Estado, com a entrega do título Mérito Comunitário e Brasão do Município.

Nas eleições de 2014, Sargento Fahur foi candidato a Deputado Federal representando o Estado do Paraná, quando obteve 50.608 votos (0.89%) e, embora não eleito, tornou-se primeiro suplente na respectiva coligação.

Em maio de 2015, o programa humorístico Pânico na Band apresentou o personagem cômico “Sargento Fagur”, em referência ao policial paranaense, sendo interpretado pelo humorista Márvio Lúcio, o “Carioca”. Em abril de 2017 o personagem voltou a aparecer na atração.

Em 2017, com a aposentadoria compulsória prevista na legislação estadual do Paraná, entrou para a Reserva Remunerada da Polícia Militar do Estado do Paraná, após 35 anos servindo na corporação.

Em março de 2018, com pretensões a uma cadeira na Câmara dos Deputados, filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD). Inicialmente, era previsto que Fahur se filiasse ao Partido Social Liberal (PSL), mas, segundo Fahur, essa opção foi vetada por dirigentes deste partido por razões de estratégia eleitoral, o que fez então a sua escolha recair sobre o PSD, partido liderado no Paraná por Ratinho Junior, embora o sargento da reserva continue a apoiar o Presidente da República eleito, Jair Bolsonaro.

Em outubro de 2018 foi eleito Deputado Federal pelo estado do Paraná. Foi o candidato mais votado para o cargo no Paraná, com 314.963 votos.

Fonte: Wikipédia

BIOGRAFIA

  • Nome Civil: GILSON CARDOSO FAHUR
  • Nascimento: 06/11/1963
  • Naturalidade: Londrina , PR
  • Profissões: Policial
  • Filiação: Amin Fahur e Aparecida Cardoso
  • Escolaridade: Ensino Fundamental

Mandatos na Câmara dos Deputados:

Deputado Federal – 2019-2023, PR, PSD

Data de posse: 01/02/2019

CÂMARA DOS DEPUTADOS – 56ª Legislatura:

COMISSÃO PERMANENTE:
Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional – CREDN: Suplente, 10/03/2021 – , Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado – CSPCCO: Titular, 12/03/2019 – 03/02/2020, 10/03/2021 .

COMISSÃO ESPECIAL:
PL 1645/19 – PROTEÇÃO SOCIAL DOS MILITARES: Suplente, 21/08/2019 – 10/12/2019, PL 1595/19 – AÇÕES CONTRATERRORISTAS: Suplente, 23/06/2021.

Atividades Profissionais e Cargos Públicos:

1º Sargento da Policia Militar do Paraná, Governo do Estado do Paraná / PMPR, Maringá , PR, 1983 – 2017.

Para saber mais sobre o Sargento Fahur, visite seu canal no Youtube, no link abaixo:

https://www.youtube.com/c/SargentoFahur1

Biketour nas Cataratas do Iguaçu

O sábado foi dia de madrugar e pegar a estrada rumo à Foz do Iguaçu. Viajamos em três; eu, André e Eliane. E tivemos uma desistência de última hora, o nosso amigo Welison não conseguiu acordar às três da manhã. O motivo da viagem de quatro horas e 320 quilômetros, foi fazer o biketour dentro do Parque Nacional do Iguaçu. São 11 quilômetros de pedal entre o Centro de Visitantes e as Cataratas.  Em menos de um mês é a segunda vez que visito as Cataratas do Iguaçu. Não levamos as bikes, pois daria muita mão de obra. Foi mais fácil alugar, e mesmo não estando acostumados com as bikes, fizemos o biketour sem nenhum problema. É muito legal pedalar pela estrada que leva até as Cataratas, e tendo o risco de encontrar uma onça pela frente.

Após 11 quilômetros de pedal, deixamos as bikes em um bicicletário e fomos fazer a pé a trilha que leva até as passarelas. Tinha chovido nos últimos dias, e as quedas estavam com bom volume de água. E como ventava bastante, andar pela passarela era como andar na chuva. Como fazia bastante calor, se molhar com o spray da água foi algo gostoso. E descobrimos que a Eliane tem medo de altura, pois ela se recusava em ir nas partes das passarelas com maior altura.

Fizemos todo o circuito obrigatório de quem visita as Cataratas do lado brasileiro. Depois pegamos um dos muitos ônibus que circulam pelo Parque, e ele nos deixou no bicicletário, onde pegamos as bikes e pedalamos os 11 quilômetros de volta até o Centro de Visitantes. O passeio foi muito divertido e já estamos planejando retornar em breve para Foz do Iguaçu, dessa vez para atravessar Itaipu de bike.

Quem tiver interesse em fazer tal biketour, para alugar as bikes entrem em contato com o pessoal da Iguassu Bike Tour, pelo telefone (45) 99812-4602.

Vander, Eliane e André.

 

 

Centro de Visitantes do Parque Nacional do Iguaçu.

Pico Agudo – Sapopema

O despertador do celular me acordou às duas da manhã. Meu amigo André roncava ao lado, enrolado no meu saco de dormir, que ele tinha “roubado” durante a noite enquanto eu dormia. Fui ao banheiro fazer a higiene matinal e logo voltei para a barraca. Olhando em volta vi que mais algumas pessoas já tinham acordado no camping. Fui me vingar do André, que tinha me acordado quando chegou tarde da noite. Liguei a lanterna, virei a luz nele e comecei a gritar… Ele ficou puto, me xingou e tentou voltar a dormir, o que seria impossível. Ele sempre acorda mal humorado, e sendo acordado de uma forma tão delicada com certeza seu humor não seria dos melhores nas primeiras horas do dia.

Após pouco mais de meia hora todos estavam prontos e saímos em dois carros. Seguimos por uma estrada de terra cheia de curvas, subindo rumo aos pés do Pico Agudo. Há pouco mais de dez anos estive em outro Pico Agudo, que fica na região de Campos do Jordão, no Estado de São Paulo. O outro Pico Agudo possui plataformas para salto de asa delta, e do alto dele, onde se chega de carro por uma estrada ruim, se tem uma vista de 360 graus do Vale do Paraíba. Já o Pico Agudo paranaense, é considerado o pico mais alto do Norte do Paraná, com 1.100 metros de altitude. Do alto dele se tem uma vista muito bonita da região. Nos últimos anos ele se tornou um lugar bastante procurado, e meio que virou modinha tirar fotos no alto do pico. E como subir ele não é tão difícil, cada vez mais pessoas vão até seu cume.

Chegamos no posto de entrada do Pico Agudo pouco depois das três da manhã, e após preencher uma ficha de controle e pagar uma taxa de entrada, tivemos um pequeno briefing com o guia que nos acompanharia até o alto do pico. Eu que estava preocupado com meu joelho dolorido, me espantei com o mesmo não estar doendo e após andar um tempo no final do nosso grupo, passei a caminhar na frente logo atrás do guia. Segui num bom ritmo e não sentia nenhuma dor. Será que foi resultado da mina milagrosa do dia anterior? A primeira parte da subida foi tranquila, sem grandes dificuldades causadas pelo terreno e em muitos trechos a trilha era bem larga. Quando chegamos nos paredões, o problema maior foi o trânsito de pessoas subindo. Tinha muita gente, e alguns eram visíveis que tinham pouco preparo físico e iam subindo lentamente e muitas vezes parando pelo caminho, travando a subida de quem vinha atrás. O jeito foi negociar “ultrapassagens” e seguir paredão acima utilizando os degraus de ferro, cordas e correntes existentes na encosta do morro. Fui economizando a lanterna, apagando-a sempre que não via necessidade de ficar com ela ligada. A trilha para subir tem cerca de três quilômetros e meio, e com algumas paradas fizemos ela em uma hora e vinte minutos.

Chegamos no cume pouco depois das cinco da manhã e o sol começava a despontar no horizonte. Ao chegar no cume fiquei espantado com a quantidade de pessoas que estavam lá no alto. Já subi muitas montanhas em minha vida e nunca vi uma tão congestionada. Mal tinha lugar para se sentar e esperar o sol nascer. Fazia um pouco de frio, mas nada que um casaco não muito grosso não resolvesse. Conforme o sol foi levantando no horizonte a paisagem foi ficando cada vez mais bonita. Em alguns locais tinham filas para tirar fotos. Absurdo total! O lado onde fica o rio Tibagi, e que permite as fotos mais bonitas do alto do pico, infelizmente estava com muita neblina e não dava para ver quase nada daquele lado.

Tirei fotos minhas e dos amigos, andei de um lado a outro pelo cume, a procura de um novo ângulo para fotos ou observando algo novo na paisagem. E meu amigo Alemão me chamou para fotografar seu esperado pedido de casamento. Felizmente a Stefane mesmo ralada por conta da queda do cavalo no dia anterior, conseguiu subir o pico. Ele foi com ela até uma pedra que é famosa pelas belas fotos que proporciona lá do alto do pico. Mas por conta da neblina daquele lado, a paisagem não era das melhores. Lá na pedra ele se ajoelhou e fez o pedido de casamento. Fiquei de longe fotografando e foi difícil conseguir fotografar sem que não aparecesse mais ninguém além do novo casal de noivos. Algumas fotos ficaram com o pé de um cidadão aparecendo, pois não tinha mais o que fazer para evitar de que pessoas ou parte delas aparecessem nas fotos. Notei muita gente se arriscando na borda da montanha para tirar fotos. Infelizmente acho que não vai demorar para ver no noticiário que alguém despencou lá do alto…

Ficamos mais um tempo no alto do pico e finalmente revolvemos descer, pois tão cedo a neblina que existia do lado do rio não ia desaparecer. No caminho da descida encontramos alguns amigos da cidade de Peabiru. A descida foi bem travada, pois tinham muitas pessoas descendo e também subindo. Muitos que preferiram acordar mais tarde, estavam agora subindo. Sei que a descida demorou mais do que a subida, por conta do congestionamento na trilha. No final tiramos uma foto do nosso grupo reunido e partimos rumo ao camping.

Subir o Pico Agudo foi uma experiência boa e ao mesmo tempo frustrante. Não esperava o excesso de pessoas lá no alto. E a neblina de um dos lados no pico, acabou atrapalhando bastante. Pretendo voltar lá novamente, mas será no auge do inverno e durante a semana, para não correr o risco de encontrar novamente o cume do Pico Agudo super lotado.

De volta ao camping desmontamos acampamento e pegamos a estrada. A viagem de volta foi tranquila e fizemos uma breve parada em Londrina, para almoçar. Depois voltamos para a estrada e chegamos em casa no meio da tarde. Foi um final de semana gostoso e divertido, e valeu muito a pena ter ido para Sapopema, apesar das pequenas decepções. No geral foi muito valida a experiência!

Sapopema

Há tempos queria ir para Sapopema e visitar o Pico Agudo, local famoso pela vista encantadora que se tem do alto do seu cume. E após o Natal recebi um convite para ir com alguns amigos passar o final de semana num camping próximo a Sapopema. Mesmo com o joelho inchado e sofrendo com dores há vários dias, não pensei muito e aceitei o convite. E assim arrumei minhas coisas para o final de semana, e sem dormir parti rumo a Sapomema no meio da madrugada de sábado.

A viagem de pouco mais de 300 quilômetros foi tranquila. Apenas tivemos alguns perdidos ao passar por Londrina, mas de resto foi tudo bem. Chegamos na região de Sapopena nas primeiras horas do sábado, e fazia um dia ensolarado e com algumas nuvens no céu, mas nada que trouxesse chuva. Ficamos no camping de uma pousada rural. O local era muito bonito e tinha boa estrutura para camping. Tudo muito simples, mas que satisfazia nossas necessidades. Armei minha velha barraca, que estava completando 20 anos de ótimos e bons serviços prestados. Se essa barraca falasse, ela teria muitas e ótimas histórias para contar.

Ao todo nosso grupo era formado por 12 pessoas, sendo que conhecia mais da metade do pessoal. Dividi a barraca com meu amigo André Luiz. Após todos instalados no camping, o pessoal foi explorar a região e eu preferi ficar na barraca dormindo, pois tinha passado a noite sem dormir e também precisava repousar meu joelho machucado para a subida do Pico Agudo na madrugada seguinte.

Almoçamos na casa dos donos da Pousada, um almoço rural muito saboroso, onde exagerei um pouco nos torresmos. Depois de almoçar, para fazer a digestão fui dar uma volta com meu amigo Alemão. Ele foi me mostrar uma gruta, onde segundo a lenda local um curandeiro veio a morrer no local muitos anos atrás, onde existia uma pequena mina. Após sua morte algumas pequenas curas foram alcançadas ao usarem ou beberem a água da pequena mina, e no local construíram uma gruta. Como não custa acreditar, resolvi molhar meu joelho machucado com a água da mina, pois beber não dava, a água estava muito suja. O fato é que na madrugada seguinte consegui subir o Pico Agudo, andando na frente da maioria do pessoal e desde então meu joelho quase que parou de doer. Se foi resultado da água da gruta ou não, jamais saberei!

Quando voltamos do passeio ficamos sabendo que a Stefane, namorada do Alemão, tinha caído de um cavalo e se machucado um pouco. Ele ficou extremamente preocupado, pois pouco antes tinha me confidenciado que pediria a mão dela em casamento na manhã seguinte no alto do Pico Agudo. Caso ela não pudesse subir o Pico, os planos dele teriam literalmente caído do cavalo…

No meio da tarde fomos conhecer uma cachoeira bem famosa na região. O pessoal aproveitou para entrar na água e pular no rio do alto de uma rocha. Eu fui o único a não entrar na água e fiquei sentando num canto olhando o pessoal e preservando meu joelho, que até então estava bastante inchado e dolorido. No final da tarde demos uma volta pelas proximidades da cachoeira, e consegui furar minha mão em vários lugares ao me enroscar num espinheiro.

De volta ao camping, era hora de tomar banho, jantar e preparar as coisas para a subida do Pico, de madrugada. Alguns foram jantar na pequena comunidade que ficava próxima ao local onde estávamos acampados. Eu preferi ficar no camping e ir dormir cedo. Não eram nem oito horas e eu já estava dormindo o sono dos justos dentro da barraca. Acordei algumas horas depois quando meu amigo André chegou e me acordou ao entrar na barraca. Mas minha vingança viria pouco depois…

Stefane e o cavalo do qual caiu…

Parque das Aves

Uma das poucas atrações de Foz do Iguaçu que eu ainda não conhecia é o Parque das Aves. Nunca tive interesse em conhecer o lugar, pois achava que não seria interessante. Grande engano! Dessa vez fui visitar o Parque das Aves porque minha sobrinha queria conhecer e acabei adorando o lugar. Achei muito interessante o trabalho que fazem no Parque e vale a pena conhecer a enorme quantidade de animais que são preservados. Se você passar por Foz do Iguaçu, faça uma visita!

O Parque das Aves é a única instituição do mundo focada na conservação das aves lindas e exuberantes da Mata Atlântica, oferecendo uma experiência de contato próximo, imersivo e encantador com elas. Visitando o Parque das Aves você também conhece o que fazemos para ajudar a reverter a crise de conservação que essas aves e a Mata Atlântica estão vivendo. Aqui você pode ter uma experiência completa de conexão e conhecimento sobre as aves e as suas florestas, um patrimônio natural de importância global ao seu alcance. As aves da Mata Atlântica são lindas, exuberantes e únicas, e o Parque oferece ao seus visitantes a oportunidade de viver uma experiência imersiva de conexão com elas e as florestas que habitam. Isso fez com que o Parque das Aves se tornasse o atrativo mais visitado de Foz do Iguaçu depois das Cataratas. O Parque das Aves trabalha por um mundo melhor, onde as pessoas possam viver em harmonia com a natureza. Para isso, mantém 16 hectares de Mata Atlântica e mais de 1.300 aves, de cerca de 130 espécies, sendo mais de 50% proveniente de apreensões. O Parque também participa de diversos programas de conservação.

Parque Natural Municipal São Francisco da Esperança

Após realizar o rapel no Salto das Pombas (postagem anterior), estivemos visitando o Parque Natural Municipal São Francisco da Esperança. O parque é muito bonito e por vários aspectos achei ele parecido com o Parque do Caracol, que fica na cidade de Canela – RS.

A principal atração do parque é o Salto São Francisco. Ele está localizado na serra da Boa Esperança, na tríplice fronteira entre as cidades de Prudentópolis, Turvo e Guarapuava. Com 196 metros, o Salto São Francisco é uma das maiores cachoeiras do sul do Brasil.

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Parque Natural Municipal São Francisco da Esperança.

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Salto São Francisco.

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Salto dos Cavalheiros.

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Aventuras & Aventuteiros – Travessias Serra do Mar Paraná

O programa Aventuras & Aventureiros de hoje, teve a participação do turismólogo Marcelo Knieling. E o tema do programa foram travessias na serra do mar parananese. O progama também teve a participação via live do experiente montanhista Paulo Weber.

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Marcelo Knieling, Vander Dissenha e Paulo Weber.

Abaixo o link para assistir ao programa na íntegra:

Túnel do tempo: Ilha do Mel

O Túnel do Tempo de hoje é para lembrar dos anos românticos da Ilha do Mel. No final dos anos 80, a ilha era bem tranquila, não tinha tantas pousadas e bares. Naquela época não existia o trapiche, onde você desembarca sem molhar os pés. Você descia do barco longe da margem e algumas vezes com a água batendo no peito. E tinha que carregar suas coisas sobre a cabeça para não molhar. A gruta de Encantadas não tinha a escadaria que descaracterizou o local. A noite tinha uma animada lambateria, onde os casais tentavam se formar antes das 22h00min, pois a energia era na base do gerador e tinha horário para ser desligada. Depois que tudo ficava escuro, quem tinha encontrado uma paquera, procurava um canto sossegado para namorar. Também foi nessa época que tive pela última vez problema com bicho de pé. Peguei três de uma vez só e no mesmo pé. E também foi aí que tive bicho geográfico, que demorou três meses para ser curado e me fez perder todas as unhas do pé direito. Saudade da Ilha do Mel daquela época, quando ela se parecia mais com uma ilha, meio selvagem.

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Freya Kreiling

Freya Kreiling era uma estudante de Santa Catariana, que morreu afogada aos 16 anos, na Serra do Mar paranaense. O acidente fatal aconteceu em 12 de março de 1944. Para comemorar sua formatura, Freya foi com alguns amigos percorrer trilhas na Serra do Mar. Ao atravessar o rio Ipiranga próximo ao Salto do Feitiço, ela caiu no rio. Devido a calça comprida que usava ter “inflado” com a água, ela com vergonha, largou a corda de segurança para segurar a calça e foi arrastada pela correnteza. Seu corpo foi encontrado somente quatro dias após o acidente. A operação de resgate do corpo mobilizou militares e experientes montanhistas, e foi destaque nos jornais da época. No local próximo onde encontraram o corpo, foi colocada uma cruz e uma placa, que até hoje estão lá e lembram a tragédia. A Cruz está próxima a um local conhecido como Salto Inferno.

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Freya Kreiling

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Esse postal antigo mostra Freya  Kreiling e outro turista que também morreu na Serra do Mar.

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Cruz em homenagem a Freya Kreiling.

De volta ao Pico Paraná – Parte 2

“Depois de termos conseguido subir a uma grande montanha, só descobrimos que existem ainda mais grandes montanhas para subir.”

NELSON MANDELA

O pessoal levantou pouco depois das quatro da manhã e partiu rumo ao cume do Pico Paraná, pois queriam ver o sol nascer lá do alto. Resolvi dormir mais meia hora e depois seguir sozinho, pois não teriam pessoas na trilha e isso evitaria filas em alguns pontos, e consequentemente a lentidão. E também estaria menos frio e mais claro, eu não precisaria utilizar lanterna na trilha e isso seria mais seguro. Eu já tinha visto o sol nascer uma vez no alto do Pico Paraná, então não fazia questão de ver novamente, podia fazer o ataque ao cume mais tarde. Dormi mais um pouco e quando acordei o dia estava começando a clarear. Me arrumei rapidamente e saí da barraca. Não fazia tanto frio igual na noite anterior. Vi que um companheiro também tinha ficado dormindo e fui chamá-lo para subir comigo. Ele disse que não dava, que sentia muita dor no joelho e se tentasse ir até o cume, talvez não tivesse condições físicas para fazer a trilha de volta mais tarde. Então subi sozinho!

No inicio senti fortes dores nas costas, culpa da noite dormida no chão duro. Mas felizmente, conforme o corpo foi esquentando, as dores sumiram. O que incomodava muito desde a metade do dia anterior, era meu joelho esquerdo, que carece de cirurgia há tempos. Evitei ao máximo forçar tal joelho. O caminho até o cume era basicamente de subida, e segui rápido, tendo encontrado apenas cinco pessoas pelo caminho. Acabei errando a trilha e fui parar num canto do paredão da montanha, um lugar com a vista muito bonita. Tirei algumas fotos no exato momento que o sol surgiu e retornei em busca da trilha correta. Passaram alguns minutos e pouco antes de chegar ao facãozinho, que é uma parte da trilha ao mesmo tempo bonita e perigosa por ser estreita, encontrei três membros do meu grupo. Eles tinham desistido de tentar o cume e estavam voltando ao acampamento. Tentei argumentar que estavam bem próximos, mas os três estavam decididos a desistir e achei melhor não insistir. Segui em frente e após quatorze minutos cheguei ao cume do Pico Paraná, pela segunda vez em minha vida. Encontrei o restante do meu grupo lá em cima, todos radiantes de alegria.

No cume ventava e fazia um pouco de frio, mas nada comparado ao frio que encontrei da outra vez que lá estivera, seis anos antes. Curti um pouco do visual em volta, tirei fotos sozinho e com o pessoal, e depois de quase uma hora começamos a descida. Vim no final do grupo, curtindo ainda a paisagem. Ao passar numa parte estreita da trilha, deixei minha mochila de hidratação cair debaixo de umas pedras. Fiquei na dúvida se seria possível resgatar a mochila. Acabei encontrando um caminho para descer, mas antes pedi para um cara do grupo de Florianópolis esperar eu voltar. Quando cheguei ao lugar onde a mochila estava, olhei em volta e no meio das pedras estava cheio de buracos. Fiquei com receio de que fossem tocas de cobra e dei um jeito de pegar a mochila e sair dali o mais rápido possível. A rapidez e medo foi tanta, que ao sair do buraco onde estava, bati forte com o joelho machucado numa pedra, e descolei uma unha da mão esquerda. Acho que esse foi o pior momento do final de semana, por culpa do medo e das dores que senti. E o jeito foi seguir em frente, morro abaixo. Trinta minutos depois estava de volta ao acampamento e comecei a desmontar a barraca.

Iniciamos a descida com sol a pino e bastante calor. Nem parecia que há poucas horas fazia um frio medonho. Na descida demoramos um pouco para passar pela carrasqueira, pois mesmo com sol, tinha muito barro nos degraus. A partir dali foi mais tranquilo e seguro a caminhada e logo entramos no primeiro trecho de mata. O calor fez todos consumirem muita água, e logo tivemos que racionar. Pouco antes de chegarmos ao acampamento A1, ouvimos o helicóptero dos bombeiros, que tinha vindo resgatar a garota de Florianópolis que se machucou no dia anterior. Por muito pouco não presenciamos o resgaste.

Após uma parada mais longa antes de entramos na parte mais extensa da mata, lanchamos e tiramos fotos do Pico Paraná ao longe. No dia anterior ele estava encoberto pelo nevoeiro quando passamos por esse local. De onde estávamos também era possível ver o mar, distante alguns quilômetros. Entramos na mata, e mais uma vez foi difícil vencer esse trecho cheio de galhos, troncos e barro. Meu joelho esquerdo doía muito, e tive que tomar cuidado em não forçar ele. Procurava sempre colocar a perna direita primeiro como apoio. Isso dificultou bastante a caminhada e também me cansou muito. Quase no final da mata paramos numa mina d´água e ali bebi quase dois litros de água. Seguimos em frente, saímos da mata e passamos pelo Morro do Getúlio. Depois a maior parte da trilha foi de descida. Mas o sol e o calor judiaram bastante, bem como a ansiedade de terminar logo a descida. A mochila nas costas parecia estar cada vez mais pesada.

No fim tudo deu certo e todos chegaram bem na Fazenda Pico Paraná. Depois foi hora de tomar banho, lanchar e arrumar as coisas para a longa viagem de volta para casa. Alguns diziam que nunca mais subiriam outra montanha, outros já queriam marcar uma data para subir nova montanha. No geral todos estavam cansados, um pouco doloridos, mas felizes pela aventura e conquista. Com certeza todos lembrarão por muitos anos desse final de semana, onde o grupo todo se uniu em torno de um objeto comum. E muitos membros do grupo tiveram que superar seus medos, limitações físicas e encontrar forças para seguir em frente… Valeu pessoal!

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O sol nascendo.

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Facãozinho.

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Meditando no cume.

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No cume do Pico Paraná. (03/11/2019)

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Bando de loucos!

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Lucas Spider-Man.

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Contemplação…

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Vander e Roberto.

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Descendo a carrasqueira.

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Pico Paraná e a direita o mar…

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Com a Amanda, que foi guerreira…

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Vander, Taise e Ronaldo, quase do fim da aventura.

 

De volta ao Pico Paraná – Parte 1

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Com 1.877 metros de altitude, o Pico Paraná é a montanha mais alta da Região Sul do Brasil. Está situado entre os municípios de Antonina e Campina Grande do Sul, no conjunto de serra chamado Ibitiraquire. Foi descoberto pelo pesquisador alemão Reinhard Maack que entre 1940 e 1941, efetuou diversas incursões à Serra do Ibitiraquire com o objetivo de obter medições e anotações sobre a fauna e a geomorfologia da região. Maack juntamente com os alpinistas Rudolf Stamm e Alfred Mysing e com auxílio de tropeiros da região, partiu em 28/06/1941 com o objetivo de conquistar o cume da montanha. Rudolf Stamm e Alfred Mysing conseguiram chegar ao cume da montanha no dia 13/07/1941.

Após pouco mais de seis anos, voltei ao Pico Paraná. Fomos num grupo de 12 pessoas, onde o único que já tinha subido uma montanha antes, era eu. Nosso grupo era composto por nove homens e três mulheres. Quarenta dias antes tínhamos iniciado o projeto de subir o Pico Paraná. Nesses 40 dias algumas pessoas entraram e outras saíram do grupo. O pessoal também aproveitou para treinar, pois desde o início deixei claro que a empreitada não era nem um pouco fácil. Também treinei bastante, e só não treinei ainda mais, por culpa de dores no meu joelho esquerdo bichado e da tendinite no pé direito, que trato há quase um ano e não quer sarar. Mesmo com as limitações causadas pelas dores físicas, cheguei bem fisicamente no dia de subir o Pico Paraná. E eu podia contar com algo que os demais não tinham, que era a experiência.

Após uma longa noite de viagem numa van não muito confortável, chegamos em Curitiba e já começou a chover. Felizmente a chuva durou pouco e quando chegamos na Fazenda Pico Paraná, o sol estava alto e quente no céu. Tivemos um pouco de dificuldade para encontrar a entrada da Fazenda, mas no fim deu tudo certo. Logo que desembarcamos, já começamos a nos preparar para subir o morro. Cerca de uma hora depois já nos encontrávamos em fila indiana subindo os primeiros metros da trilha. Nosso grupo era formado por: Vander, Krisley, Igor (irmão do Krisley), Marilda (tia do Krisley e do Igor), Roberto, Lucas, Wellison, André, Amanda, Sidinei, Ronaldo e Taise (noiva do Ronaldo). O grupo era bastante heterogêneo, com idades que iam dos 17 aos 49 anos. Mas mesmo com suas diferenças, desde o início nosso grupo foi bastante unido e aguerrido. O tempo todo um ajudava ao outro, e essa união fez nossa jornada ser muito mais fácil.

Sempre achei o início da caminhada a parte mais difícil, pois o corpo está frio, a mochila parece mais pesada do que realmente está, e o lado psicológico joga contra nós. Você se sente mal e extremamente cansado logo no início, então acaba achando que não vai conseguir caminhar por várias horas e quer desistir logo no início. Tivemos tal problema com um integrante de nosso grupo, mas com a união de todos e um pouco de conversa, o problema se resolveu e ninguém desistiu. Felizmente o sol deu uma trégua após meia hora de caminhada e isso facilitou as coisas. Pelo caminho encontramos um grupo de 17 pessoas, vindas de Florianópolis, e nas horas e no dia seguinte, tivemos contato mais próximo com muitas pessoas pertencentes a esse grupo de catarinenses. Após quase duas horas de caminhada chegamos ao Morro do Getúlio e ali fizemos uma longa parada para lanche. Depois seguimos em direção a mata fechada e boa parte da tarde ficamos subindo e descendo morro em meio a galhos, raízes de árvores, rochas, riachos e muita lama. Tinha chovido na mata e a trilha ficou lisa e perigosa. Quando saímos da mata, não era possível ver o Pico Paraná, pois ele estava encoberto por um denso nevoeiro.

Ainda no meio do nevoeiro, iniciamos a parte mais complicada e perigosa da subida, que é superar a carrasqueira, um longo paredão de rocha, com degraus e correntes que ajudam a subida. Como estava tudo molhado, os degraus ficavam com um pouco de barro que tinha soltado dos calçados do que passaram antes por ali, então isso aumentava o perigo. Qualquer descuido poderia causar algum acidente grave. No fim tudo correu bem, os que tiveram mais dificuldade em subir esse trecho, foram auxiliados pelos demais. A união do grupo fez uma enorme diferença nessa parte da subida. Depois tivemos mais um longo trecho de caminhada e finalmente chegamos ao A2, acampamento onde passaríamos a noite.

Tinham mais pessoas acampadas no A2, então o lugar onde montamos nossas barracas não era dos melhores. Alguns saíram buscar água numa mina próxima e a maioria preferiu descansar. Após tomar um banho de gato utilizando lenços umedecidos e colocar roupas limpas, aproveitei para dormir um pouco. Tinha dormido pouco na viagem e depois do esforço do dia ao percorrer quase nove quilômetros com mochila nas costas, eu estava exausto. No final da tarde vimos um helicóptero dos bombeiros passar pelo acampamento. Depois ficamos sabendo que ele tinha tentado resgatar uma moça do grupo de Florianópolis, que machucou o pé gravemente e estava esperando resgate no A1. Por culpa do mal tempo, não conseguiram realizar o resgaste, o que só foi feito no final da manhã do dia seguinte.

A noite chegou no acampamento e com ela o frio e muito nevoeiro. Aproveitei para “jantar” uma lata de salsichas e mais algumas guloseimas. Fui fazer xixi num matinho ao lado da barraca, e deu para ter noção do quanto tinha esfriado. O nevoeiro deixava o acampamento com um visual incrível, mas achei melhor voltar logo para a barraca e tentar me aquecer. Tinha gente no grupo passando frio, pois é natural que algumas pessoas sintam mais frio que outras. Como tenho boa resistência ao frio, talvez por já ter passado muito frio na vida e também por ter quase certeza de que fui um urso polar em outra encarnação (detesto calor e amo o frio!), emprestei minha blusa para a Amanda. Mesmo sentindo um pouco de frio, e com o desconforto da barraca, pois para eliminar peso optei por não levar saco de dormir e isolante térmico, consegui dormir muitas horas. O plano era levantar pouco antes do sol nascer e partir para o ataque ao cume do Pico Paraná.

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Em pé: Wellison, Vander, Ronaldo, Taise, Marilda, Igor, Amanda e Roberto. Agachados: Krilsley, Lucas, Sidinei e André.

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Primeira longa parada para descanso.

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Almoço no Getúlio.

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Começando a difícil parte da floresta.

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Kit alimentação.

 

Caminhada na Natureza – Janiópolis

Domingo nublado, clima ameno, levantei não tão cedo, e fui com dois amigos participar da Caminhada na Natureza, na cidade de Janiópolis. Tinha bastante gente a após um breve aquecimento começou a caminhada. No início estava meio travado, ficávamos mais parados do que caminhando. Mas aos poucos a caminhada foi evoluindo e tudo ficou melhor. O clima ajudou, caiu uma pequena garoa e refrescou bastante. A caminhada foi de 8,5 quilômetros e serviu como treino para a subida do Pico Paraná daqui uns dias. No geral essa caminhada foi legal. De negativo é o pessoal que leva som alto para caminhar. Isso acaba incomodando, pois quem vai caminhar na natureza quer é paz e silêncio.

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Caminhada na Natureza – Iretama

Mais um domingo levantando cedo para ir numa caminhada. Dessa vez foi na cidade de Iretama. Essa caminhada era para ter acontecido no dia 2 de junho, mas foi adiada por causa da chuva. Eu e alguns amigos pegamos carona no ônibus do grupo de caminhadas da cidade de Peabiru. Foi mais uma caminhada divertida, passando por locais muito bonitos, conhecendo gente, conversando e rindo muito. O clima ajudou e o sol apareceu somente depois do meio da caminhada. Mais 12 km pra conta!

 

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Itaipu Binacional

Aproveitando a visita à Foz do Iguaçu, estive visitando Itaipu pela quarta vez. E dessa vez dei sorte de ver o vertedouro aberto, algo que acontece poucas vezes durante o ano. O passeio por Itaipu é sempre interessante e impressiona o tamanho da hidrelétrica.

Usina Hidrelétrica de Itaipu 

É uma usina hidrelétrica binacional localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. A barragem foi construída pelos dois países entre 1975 e 1982. A Itaipu Binacional, operadora da usina, é a líder mundial em produção de energia limpa e renovável, tendo produzido mais de 2,5 bilhões de megawatts-hora (MWh) desde o início de sua operação. O seu lago possui uma área de 1.350 km2, indo de Foz do Iguaçu, no Brasil e Ciudad del Este, no Paraguai, até Guaíra e Salto del Guairá, 150 km ao norte.

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Templo Budista de Foz do Iguaçu

Pela segunda vez estive visitando o Templo Budista, na cidade de Foz do Iguaçu. O local é muito bonito e transmite muita paz. Fui com alguns amigos que não conheciam o local e todos gostaram do passeio.

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O Templo Budista fica localizado em uma privilegiada região alta da cidade, onde pode se ter uma visão de parte do centro da cidade de Foz do Iguaçu e de Ciudad del Este (Paraguai). A beleza do local permite um contato mais próximo com a filosofia Budista, e um momento de descanso. O local foi construído em 1996, e hoje, nos jardins do templo existem mais de 120 estátuas, cada uma com o seu significado, sendo os destaques, uma estátua de Buda de sete metros de altura, e um templo que cria um ambiente bastante especial para o local.

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Caminhada na Natureza – Etapa Mamborê

Após uma longa ausência por culpa de problemas físicos, voltei a participar de uma Caminhada na Natureza. Dessa vez a caminhada foi na cidade de Mamborê, na Comunidade do Gavião. Tenho um carinho enorme pela região do Gavião, pois esse foi o local onde meus pais foram morar após de casarem em 1967. Inclusive a lua de mel deles foi na estrada que leva até o Gavião, dentro de um caminhão quebrado e com um tio meu ao lado. Quando criança fui algumas vezes ao Gavião, pois meu avô paterno tinha um compadre que vivia lá e eles faziam expedições de caça. Nessa época, em meados dos anos setenta, a região tinha muita mata, muitas Araucárias e também veados e onças em certa abundância. Hoje em dia quase tudo por lá foi tomado por plantações de soja.

Até Mamborê fui de carro, e junto comigo foram os fiéis parceiros Alemão e Laine, e um novo amigo, o André. No centro da cidade pegamos um ônibus com mais alguns caminhantes e rodamos 14 quilômetros por estrada de chão, até chegar na Comunidade do Gavião. Após tomar o café da manhã, fizemos inscrição para a caminhada. Depois teve aquecimento e o início da caminhada.

O trecho percorrido foi bem legal, passamos por rios, pequenas cachoeiras e muitos trechos de mata. Ainda existem algumas Araucárias sobreviventes no local. No meio da caminhada comecei a sentir dor no pé direito por culpa de uma tendinite que não quer sarar e manquei os quilômetros finais. Apesar das dores e de ser um dos últimos a chegar ao fim, foi uma caminhada muito legal, um pequena visita ao meu passado, a minha história.

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Rota da Fé

A Rota da Fé, é um evento que acontece há alguns anos em minha cidade, e em outras cidades próximas. Ela envolve curtas caminhadas, missas, visitas a locais religiosos e não religiosos. É um tipo de evento de turismo religioso que tem crescido a cada ano. São realizadas mais de uma Rota da Fé por ano, sempre com bastante participantes, de todas as idades.

Fazia bastante tempo que eu queria participar de uma Rota da Fé. Mas sempre ia adiando, algumas vezes em razão de outros compromissos, às vezes por culpa do clima e até mesmo por preguiça. Até que um amigo me convidou para participar da última Rota da Fé que seria realizada em 2018, na cidade de Mariluz, distante cerca de 80 quilômetros de minha cidade. Como estou passando por um momento complicado por culpa de doença na família, não pensei duas vezes e aceitei o convite. Seria bom ter um dia dedicado a religião, a oração e a meditar um pouco.

E num domingo quente, levantei cedo e fui pegar o ônibus que me levaria até a cidade de Mariluz. Na praça da matriz encontrei três amigos e embarcamos num dos oito ônibus que levariam os participantes da minha cidade até o local do início da Rota da Fé. Dormi o caminho todo e chegando em Mariluz, percebi que tinham ônibus de muitas outras cidades. Não sei precisar o número de participantes, mas sei que tinha muita gente. O evento iniciou com uma missa na igreja local, que não comportou todos os participantes. Eu e meus amigos optamos por ficar sentados na praça em frente à igreja, batendo papo. Sei que isso é feio, mas quem nunca fugiu da missa que atire a primeira pedra…

Após a missa teve uma procissão de pouco mais de dois quilômetros, até uma outra igreja, onde teve uma missa mais curta. Dessa vez não fugi, e fiquei boa parte da missa em pé na porta da igreja, do lado de fora. O calor estava forte e depois embarcamos nos ônibus para seguir até o local do almoço. Eu achei que seria num local perto, mas como não tive curiosidade de ler a programação do evento, não tinha a mínima ideia de onde seria o almoço. Me ajeitei sozinho numa das poltronas do ônibus e em pensamento agradeci pela invenção do ar condicionado. Logo peguei no sono e acordei cerca de uma hora depois, quando o ônibus parou numa igreja ao lado da estrada. Achei que ali seria o local do almoço, mas assim que acabei de desembarcar, o pessoal já estava voltando para dentro dos ônibus. Mais um tempo de viagem por estrada de chão e com muita poeira e paramos novamente. O local do almoço era em um assentamento do MST – Movimento dos Trabalhares sem Terra. Foi meio que uma surpresa para mim, que sempre ouvi falar dos acampamentos e assentamentos do MST, mas nunca estive em algum.

Dei uma volta pelo local, que era pequeno e com pouca estrutura. Teve uma apresentação, a qual não assisti e depois foi servido o almoço, o qual dispensei. Seria servido uma canja, e como não gosto canja e muito menos de frango cozido, preferi comprar um pacote de bolinhos que eram vendidos por mulheres de uma associação do assentamento. Depois dei algumas voltas curtas pelo local e fiquei conversando com os amigos. E aproveitamos para tirar fotos em frente a uma grande bandeira do MST. Vale registrar que não sou de esquerda. Na verdade, em termos de política sou neutro. Voltamos para dentro do ônibus e do maravilhoso ar condicionado, e seguimos em frente. Mais alguns quilômetros de estrada poeirenta, e paramos no maior ponto turístico da região, o Salto Paiquerê. Tinha muita gente no local, e enfrentei uma fila enorme para poder descer uma escadaria e apreciar a beleza do Salto Paiquerê. O lugar é muito bonito! Voltamos para o ônibus, e pegamos estrada novamente. Fazia muito calor, e aproveitei para dormir no frescor do ar condicionado.

Nova parada, dessa vez numa pequena comunidade, onde existia uma igrejinha. Parte do pessoal, os mais devotos, seguiram para uma curta missa. Os demais ficaram perambulando pelo local. Depois foi servido um farto café, composto principalmente por pão com salsicha e pão com carne moída. Comi vários, pois estava faminto em razão de não ter almoçado. Após o café foi encerrada a Rota da Fé e embarcamos no ônibus de volta para casa. Foi um dia gostoso e interessante, mas fiquei com a consciência pesada em razão de ter fugido da missa principal, no início da manhã. Espero participar de nova Rota da Fé, assim que possível.

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Caminhada na Natureza – Etapa Sertãozinho

Hoje foi dia de levantar cedo e pegar estrada, para participar de mais uma etapa do circuito Caminhada na Natureza. Esse ano estou meio devagar com as caminhadas, por culpa de um problema no joelho que me incomoda há alguns meses. A caminhada de hoje era a etapa de Engenheiro Beltrão, que dessa vez aconteceu no distrito de Sertãozinho. Então vou chamar a caminhada como etapa de Sertãozinho.

Sertãozinho é um pequeno distrito, que fica ao lado da BR que vai de minha cidade, Campo Mourão, até Maringá. Passo por Sertãozinho há quase cinquenta anos, desde que me conheço por gente e nunca tinha “entrado” na pequena cidade. Hoje foi a primeira vez que entrei em Sertãozinho, justamente por culpa da Caminhada na Natureza. De casa até lá são 20 quilômetros de estrada. Tinha muita neblina na estrada, mas mesmo assim cheguei rápido. Dessa vez fui sozinho, pois meu habituais companheiros de caminhada preferiram ficar dormindo.

A caminhada começou com atraso, o que é até normal nesse tipo de evento. Tinha chovido bastante nos dias anteriores, e por conta disso tinha muito barro pelo caminho. No início caminhamos com bastante neblina, o que dava um ar meio sinistro a caminhada, e deixava bonita a paisagem. A caminhada em si teve 9,5 quilômetros de extensão, e foi a mais curta de que participei até hoje. Tiveram que mudar o caminho, excluindo uma cachoeira que estava na rota original, mas que teve as trilhas que levam até ela destruídas pelas chuvas recentes.

Passamos por algumas paisagens interessantes, e também caminhamos um pouco pela margem de um rio. Próximo ao rio passamos por uma trilha em meio a mata, que estava cheia de lama e escorregadia, e onde vi algumas pessoas sofrerem quedas. Após essa trilha tinha um morro enorme para subir, e sofri um pouco para vence-lo, o que comprova que estou bastante fora de forma após quase cinco meses sem praticar atividades físicas com regularidade. Mesmo fora de forma, caminhei em um bom ritmo e terminei a caminhada muito antes do que imaginava. Sendo assim voltei para casa e tive tempo de lavar calçado e roupas enlameadas e ir almoçar na casa de meus pais.

No geral a caminhada de Sertãozinho foi bem organizada e interessante. Espero voltar no próximo ano e que tenha sol e possa conhecer a cachoeira que dessa fez ficou de fora do roteiro da caminhada.

 

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Prova Rústica Tiradentes 2018

Hoje foi dia de levantar cedo, pegar estrada e viajar quase 90 km até Maringá, para participar da Prova Rústica Tiradentes. Foi a segunda vez que corri essa prova, a outra vez foi em 2005. O que percebi foi que a prova cresceu, tanto em participantes, quanto em organização. Dessa vez, mesmo sofrendo com dores no joelho direito, curti muito ter participado. Corri devagar, cuidando do joelho e consegui cruzar a linha de chegada, mancando…

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Caminhada na Natureza: Quinta do Sol

Mais um domingo acordando cedo, reunindo os amigos e pegando a estrada rumo a uma etapa do circuito Caminhada na Natureza. Dessa vez a caminhada foi na cidade de Quinta do Sol. Tinha chovido muito no dia anterior, então o caminho tinha muito barro. Mas isso não atrapalhou a caminhada, que passou por locais muito agradáveis e paisagens bonitas.

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Caminhada na Natureza: Farol

Domingo de sol, foi dia de participar de mais uma caminhada do circuito Caminhada na Natureza. Dessa vez a caminhada foi próximo a cidade de Farol. O percurso foi de 12 km e tinha muitos participantes. Alguns trechos bonitos, incluindo um bela cachoeira, onde era opcional descer até ela e mais opcional ainda subir pela lateral dela. De negativo somente muitos trechos de caminhada no meio de plantações, o que é algo monótono.

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Caminhada na Natureza: Engenheiro Beltrão

Hoje foi dia de caminhar na natureza. Após dois anos voltei a participar de uma caminhada em Engenheiro Beltrão. Na verdade a caminhada é na região de Ivailândia, alguns quilômetros após Engenheiro Beltrão. Esse ano mudou um pouco o trajeto e ficou bem mais longo e melhor, passando por muitos trechos em meio á mata e ao lado do rio Ivaí. Foram 15 km de caminhada, boa parte com tempo nublado e depois com um sol escaldante. Estávamos em uma turma bem animada e isso fez a caminhada ser ainda mais prazerosa e divertida. Sei que ri muito!

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Caminhada na Natureza: Turvo

Após o show em Cruzeiro do Oeste, cheguei em casa de madrugada, tomei banho, peguei minhas coisas e meia hora depois passei na casa de uns amigos e sem dormir nadinha segui para a cidade de Turvo. Foram quase 170 km de estrada para participar de mais uma Caminhada Internacional na Natureza. Fazia alguns anos que tinha vontade de caminhar em Turvo, pois sei que a região é bonita e tem muita mata e cachoeiras. E dessa vez deu certo de ir pra lá, mesmo cansado e sem dormir.

A caminhada teve centenas de participantes e foi muito bem organizada. Foram quase 14 km de caminhada, principalmente no meio da mata, onde tinham muitas araucárias, minha árvore favorita. E passamos por cinco cachoeiras, sendo que uma delas tinha 37 metros de queda d’agua. Sofri um pouco, pois manquei boa parte da caminhada por culpa de um problema antigo no tornozelo e que só vem piorando. E fez bastante calor para um domingo de inverno, mas ao menos caminhar na sombra da mata amenizou um pouco  o calor. Quase no final da caminhada eu estava bem exausto e passamos num local com casas de madeira em estilo europeu, onde moram algumas famílias com origem holandesa. Na frente de uma das casas estavam servindo aos caminhantes limonada e sopa. Provei a sopa que estava deliciosa e até repeti. Daí tive novo animo e forças para seguir até o final. Não sei o que tinha naquela sopa que me deu tanto energia. De repente é melhor nem saber!

De tanto que gostei da caminhada em Turvo, pretendo voltar outras vezes. O mais difícil foi a volta para casa, pois estávamos todos muito cansados. Para ficar acordado e não correr o risco de dormir ao volante, consegui um lugar para tomar banho e ingeri uma lata de energético com Coca-Cola. E boa parte do caminho de volta para casa viemos cantando no carro e rindo muito, o que ajudou a me manter acordado.

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Show da Bruna Viola

Gosto de música sertaneja e atualmente uma de minhas preferências são as músicas da Bruna Viola. Ela é uma cuiabana que toca muito bem viola, e que nos últimos dois anos tem feito bastante sucesso. Fazia algum tempo que eu queria ver um show dela, mas ela não vinha para o Paraná. E finalmente esse mês ela veio duas vezes fazer show no Paraná e um dos shows foi em Cruzeiro do Oeste, cidade distante 70 km de onde moro.

E parti com três amigos rumo à Cruzeiro do Oeste. A viagem era curta e foi divertida, pois rimos muito e cantamos bastante. E fomos presenteados com uma linda lua vermelha no céu, um fenômeno raro. O local do show estava lotado e tive que estacionar bem distante. O show foi muito bom e durou pouco mais de duas horas. Show bem produzido, animado, onde Bruna Viola cantou muitas de suas músicas e também muitos sucessos sertanejos. E gostei quando ela cantou o rock “Ana Julia”, tocando viola… E depois dos show tivemos acesso ao camarim e pudemos tirar fotos com a Bruna. Tietagem total!

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Tietando a Bruna Viola.

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Acqua Trekking

Hoje foi dia de Acqua Trekking na cidade de Peabiru. Ou seja, dia de caminhada onde a maior parte do percurso é feito dentro da água. E foi uma caminhada muito legal, andando no meio da mata, por trilhas molhadas, atravessando o rio várias vezes, caminhando por dentro do rio, atravessando pinguela e visitando seis cachoeiras. Mesmo sendo um dia quente de inverno, a água estava bem gelada, mas isso não atrapalhou nem um pouco a aventura. Ao todo foram nove quilômetros de caminhada, e teve direito a batismo com lama…

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De volta ao Lago Azul

Aproveitando que o frio deu um tempo, fui com alguns amigos visitar novamente o Parque Estadual Lago Azul. Percorremos a Trilha Aventura, que dessa vez não estava tão difícil em razão da água estar baixa, por culpa da falta de chuva. Foi uma caminhada agradável e de negativo somente eu ter torcido o pé após pisar numa pedra solta, e a noite tive que ir ao hospital por culpa desse incidente. Resultado, muita dor e alguns dias de atestado evitando colocar o pé no chão.

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Morretes debaixo d’água

Por culpa do excesso de chuva nos últimos dias, a bela e histórica cidade de Morretes está debaixo d’água. Morretes fica no litoral paranaense, aos pés da Serra do Mar e distante alguns poucos quilômetros das praias paranaenses. É uma cidade muito simpática e bonita, e uma das cidades de que mais gosto no Paraná. Espero que as chuvas não causem muitos danos a população local e as construções históricas da cidade.

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Morretes antes da chuva.

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Morretes após a chuvarada dos últimos dias.

 

 

 

Antiga Rodoviária de Maringá

Estive na cidade de Maringá recentemente e ao parar em um semáforo no centro da cidade, olhei para um enorme terreno ao lado. Demorei alguns segundos para lembrar o que existia em tal local, que agora é um feio estacionamento público. Nesse terreno ficava a antiga Rodoviária de Maringá, que foi construída no anos sessenta. Durante muitos anos a rodoviária funcionou no centro da cidade e foi palco de milhares de histórias alegres e tristes. E tal rodoviária também faz parte de minha história, principalmente em minha infância e adolescência. Muitas vezes passei a noite na antiga Rodoviária, pois costumava ir para Maringá visitar amigos, ir em festas, assistir partidas de futebol e shows. E durante muitos anos o meio de transporte para ir de minha cidade, Campo Mourão, até Maringá, eram os ônibus que entravam e saiam da antiga Rodoviária da cidade. E muitas vezes era necessário pernoitar na antiga rodoviária, para esperar o primeiro ônibus no dia seguinte e voltar para casa. Era mais seguro esperar dentro da Rodoviária!

Nos quase dois minutos que fiquei parado no semáforo ao lado do local onde existia a antiga Rodoviária, pude lembrar de muitas histórias engraçadas e interessantes que vivi naquele local. A maioria delas foi na companhia de amigos. E ali também aconteceu uma dolorida despedida de uma linda carioca loira de olhos claros (um verde e outro azul), em meados de 1990.

Não sei ao certo qual o motivo de demolirem o antigo prédio da rodoviária, após terem construído uma outra rodoviária maior e mais moderna em outro local. Mas sei que tal demolição ocorreu em 2010 e que foi conflituosa. Tentaram fazer com que o prédio fosse tombado, por ser histórico. Mas no final prevaleceu a vontade do Prefeito da época, que era demolir o prédio o mais rápido possível. Tal decisão foi lamentável, pois o prédio histórico poderia muito bem ter sido restaurado e servido para outros nobres fins.

Infelizmente no Brasil não existe a cultura de preservar e conservar prédios históricos. Aqui o velho é considerado feio e sem importância, então decidem demolir e construir outra coisa no local. E muitas vezes a decisão de destruir construções histórias é tomada em razão de interesses econômicos obscuros. No caso da demolição da antiga Rodoviária de Maringá, não sei ao certo qual era o real interesse. Mas sei que se passaram mais de cinco anos e no local da antiga Rodoviária existe uma “vazio” bem no coração da cidade, onde atualmente existe um feio estacionamento.

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Cartão Postal da antiga Rodoviária de Maringá.

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Antiga rodoviária. (Foto: Gazeta de Maringá)

Demolição da Fábrica da Mate Leão

No tempo em que morei em Curitiba, costumava caminhar ou andar de bicicleta pelo bairro Rebouças. Esse bairro durante mais de um século foi a área industrial de Curitiba. Algumas industrias ainda permanecem no local, mas a maioria mudou-se dali. Para mim andar por essa parte do Rebouças, era como viajar ao passado. O local tinha um ar diferente… Sei lá! Difícil explicar a sensação que eu tinha quando passava pelas velhas construções. A sensação era de que naquele lugar Curitiba tinha parado no tempo.

Os prédios onde funcionavam as antigas fábricas, muitos foram demolidos ou descaracterizados. E um desses casos é a demolição da sede histórica da Matte Leão. A indústria ocupava mais de um quarteirão na altura das avenidas Getúlio Vargas com João Negrão. O terreno de 16,3 mil metros quadrados foi vendido pela família Leão para a Igreja Universal do Reino de Deus, no início de 2010. No local será construída uma nova Catedral da Fé.

A Matte Leão foi criada em 1901 e funcionou durante mais de um século no bairro Rebouças. Em 2007 foi vendida para a Coca-Cola e posteriormente sua fábrica foi transferida para o município de Fazenda Rio Grande. O prédio do Rebouças ficou abandonado durante um tempo, até ser vendido para a Igreja Universal, por cerca de R$ 7 milhões. Mesmo sendo um prédio histórico, não era considerado unidade de preservação e isso possibilitou sua venda e posterior demolição.

História

A Leão Junior foi fundada em maio de 1901 por Agostinho Ermelino de Leão Junior, tornando-se protagonista do Ciclo da Erva-Mate, a principal riqueza do estado no século XIX e que foi determinante para a independência do Paraná da província de São Paulo. Não é portanto por acaso que as folhas de erva mate estão na bandeira do Paraná.

Com a morte de Agostinho em 1908, sua viúva, Maria Clara de Abreu Leão, toma a frente dos negócios em fevereiro de 1908, assumindo uma posição rara para mulheres na época. Em 1926 a Leão concluía a construção do prédio no bairro Rebouças. A fábricca contava inclusive com um ramal ferroviário que permitia o escoamento da produção diretamente para o Porto de Paranaguá.

Em 1938 a empresa cria um ícone do imaginário paranaense: o chá Matte Leão, na época em latas. Dessa época vem os slogans: “Já vem queimado” e o nacionalmente conhecido “Use e Abuse”. Em 1969 é lançado o Matte concentrado em garrafas. Em 1973 surgem os saches de chá Matte Leão nos sabores natural e limão.

Em 1983 lança a sua linha de chás de ervas, antecipando-se a moda das bebidas naturais, nos sabores camomila, cidreira, erva-doce, boldo, hortelã, frutas, flores e também, o chá preto. Em 1987 nasce outra sucesso: o Matte Leão pronto para beber em copinhos (alguém se lembra da propaganda na praia com a música: “Olha o Matte! Matte Leão!!”?). O produto em princípio focado no mercado carioca, rapidamente alcançou o Brasil todo.

Em 2003 inaugura sua fábrica no Rio de Janeiro. Tendo a posição de liderança nacional no seu ramo, a centenária empresa paranaense é vendida para a Coca-Cola do Brasil, rebatizando suas linhas por Chá Leão, ganhando o mundo. Em 2009 a nova fábrica na Fazenda Rio Grande é inaugurada, desativando definitivamente a fábrica no Rebouças, selando seu triste destino nas barbas de todos que viveram essa história de dentro ou como consumidores e nas barbas dos que deveriam proteger um patrimônio da história política e social do Paraná, quer por conivência, distração ou desinteresse.

Fonte: www.circulandoporcuritiba.com.br

Antigas latas de Matte Leão.
Antigas latas de Matte Leão.

Matte Leão, anos 20/30.
Matte Leão, anos 20/30.

Matte Leão, anos 2000. (Foto: Washington Takeuchi)
Matte Leão, anos 2000. (Foto: Washington Takeuchi)

Industria antes da demolição. (Foto: Washington Takeuchi)
A fábrica antes da demolição. (Foto: Washington Takeuchi)

Matte Leão após demolição. (Foto: Gazeta do Povo)
Matte Leão sendo demolida. (Foto: Gazeta do Povo)

Demolição da Matte leão. (Foto: Washington Takeuchi)
Demolição da Matte leão. (Foto: Washington Takeuchi)

Túnel do Tempo: Usina Mourão

No Túnel do Tempo de hoje, uma foto da Usina Mourão, que fica há cinco quilômetros de Campo Mourão. Essa foto é do ano que nasci, 1970 e mostra a recém terminada Usina Mourão. Na foto a estrada asfaltada ainda não estava terminada, nem a nova ponte.

É visível a cachoeira que hoje faz parte do Parque Estadual Lago Azul. Na foto aparecem poucas árvores, no local que sofreu uma grande mudança para melhor e foi bastante arborizado, tendo se tornado um Parque Estadual e área de preservação permanente.

Usina Mourão (1970).
Usina Mourão (1970).

Fazendo Trilha no Parque

No final de semana estive mais uma vez percorrendo a Trilha Aventura, no Parque Estadual Lago Azul, em Campo Mourão. Fazia muito calor e foi muito bom caminhar pela mata, tomar banho de rio e caminhar pela água. O passeio era guiado e tinha trinta pessoas, sendo várias de outras cidades.

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Museu Alfredo Andersen

O Museu Alfredo Andersen (MAA), é uma instituição administrada pelo poder público estadual, vinculada a Coordenadoria do Sistema Estadual de Museus (COSEM) da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Paraná (SEEC-PR). Tem sua origem na “Sociedade de Amigos” criada por pessoas que conviveram e admiravam Alfredo Andersen. Essa Sociedade, instituída em 3 de novembro de 1940, tinha por objetivo primeiro criar na edificação onde Andersen viveu e trabalhou como artista e educador (localizada na Rua Mateus Leme, número 336, do bairro São Francisco), uma unidade museológica para preservação de sua obra e para dar continuidade aos seus ideais. Tomando por base o desejo dessa Sociedade, em 1947 o Deputado Estadual Rivadávia Vargas formalizou proposta ao Poder Público para início de um processo de desapropriação do imóvel para ser utilizado na preservação da memória de Andersen. Essa proposição foi concretizada em 1959, com a abertura da “Casa de Alfredo Andersen – Escola e Museu de Arte”. Finalmente, em 1979, essa instituição passou a ser denominada “Museu Alfredo Andersen”.

O edifício que hoje é a sede do Museu Alfredo Andersen remonta ao final do século XIX. Esta é uma edificação eclética, com características do estilo neoclássico desenvolvido pelos imigrantes alemães que se fixaram em Curitiba. Composta de dois pavimentos e confeccionada em alvenaria de tijolos, possui uma fachada principal simétrica, na qual se destacam os elementos decorativos bastante estilizados, uma pequena varanda de peitoril metálico, e a placa alusiva a Alfredo Andersen criada por João Turin. Antes de se tornar a sede do Museu Alfredo Andersen, essa edificação abrigou diferentes instituições. Foi originalmente construída para o funcionamento de uma sociedade recreativa alemã; depois transformou-se na residência, atelier e escola de artes de Alfredo Andersen, e de 1935 a 1964 foi a residência, atelier e escola de artes de seu filho, Thorstein Andersen. Durante anos Thorstein manteve as funções do espaço estabelecidas por seu pai, mas ampliou a edificação para se tornar mais apta as suas próprias necessidades. Essa edificação, desapropriada e restaurada parcialmente em 1959, só foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1971. Entre 1988 e 1989 foi totalmente restaurada e ganhou o aspecto que mantém até hoje.

Assim como Alfredo Andersen é uma personalidade de destaque na história da arte do Paraná, o Atelier de Arte do Museu Alfredo Andersen e o do Centro Juvenil de Artes Plásticas o são na história do ensino de artes nesse estado. Isso porque esses dois centros de educação, durante todos os anos de suas existências, têm estado à frente de atividades de ensino e discussões sobre arte, e porque entre aqueles que foram seus alunos ou docentes encontram-se personalidades de relevância para a história da cultura paranaense.

Biografia

Alfred Emil Andersen nasceu em Christianssand, capital do condado de Vest-Agder, sul da Noruega, em 3 de novembro de 1860, como o único filho homem dentre os cinco do casal Tobias Andersen e Hanna Carina Andersen. Sua formação artística se deu toda na Europa, em ateliês particulares da Noruega e Dinamarca, e na Academia Real de Belas Artes de Copenhagen, tendo sido aluno de artistas e decoradores de destaque em seu tempo como Wilhelm Krogh e Carl A. Andersen.

Entre as décadas de 1880 e 1890, Andersen atuou como artista profissional na Noruega e na Dinamarca, desempenhando atividades de pintor (realizando mostras individuais em Oslo e Copenhagen), professor, cenógrafo e jornalista. Aqueles eram anos conturbados no norte da Europa, particularmente para a Noruega, que após anos de dominação dinamarquesa e sueca conquistava sua independência política e cultural. Um grande movimento nacionalista e de busca por elementos que caracterizassem a identidade norueguesa impulsionou a criação artística, e definiu essas décadas como uma das mais profícuas nas artes na Noruega. É nesse contexto que encontramos aqueles que são considerados alguns dos maiores artistas noruegueses: o compositor Edvard Grieg (1843-1907), o dramaturgo Henrik Ibsen (1828-1906) e o escritor Knut Hamsun (1859-1952). Andersen foi impregnado por esse espírito nacionalista romântico e enriquecido nele pelos contatos que teve com Hamsun e com o pintor regionalista Olaf W. Isaachsen (1835-1893). Sendo filho de um capitão da marinha mercante, Andersen teve a oportunidade de visitar vários locais do mundo, e devido a essa facilidade em 1889 foi enviado a Paris para fazer a cobertura jornalística do Salão Oficial de Belas Artes, no ano em que a Torre Eiffel foi inaugurada como um marco da Exposição Universal de Paris.

Em 1892, após um longo período de viagens pela Europa e América, Andersen desembarcou no Paraná, fixando residência em Paranaguá, num período tenso da história do Brasil, marcado pela consolidação do regime republicano, e por motins e levantes populares como a Revolução Federalista. Apesar do desconhecimento da língua portuguesa e das diferenças culturais, Andersen se adaptou a sociedade brasileira. Primeiramente se estabeleceu no litoral do Paraná, e lá residiu por cerca de dez anos, vivendo da feitura de retratos sob encomenda e de decorações cênicas para casas. Aos quarenta e dois anos, pouco tempo após casar com a parnanguara Anna de Oliveira (1882-1945), Andersen mudou-se para Curitiba. Na capital do Paraná abriu um atelier na Rua General Deodoro (atual Marechal Deodoro) no espaço antes ocupado pelo fotógrafo alemão Adolpho Volk. Nos anos em que manteve seu atelier nesse local, Andersen retomou suas atividades profissionais mais próximo o possível ao que fazia na Europa, realizando exposições individuais de seu trabalho, participando de mostras coletivas, e retomando seu papel como professor de desenho e pintura. Naqueles anos Andersen também buscou incentivar o desenvolvimento do mercado de obras de arte, entretanto, Curitiba ainda se encontrava muito aquém das localidades por onde havia passado. Esta era uma cidade em processo de implantação de infra-estrutura urbana (poucas ruas com pavimentação, com fornecimento deficitário de luz elétrica, onde o transporte de pessoas, bens e produtos era feito basicamente por tração animal), cuja população se dividia entre agricultores (imigrantes de diferentes etnias assentados em colônias), comerciantes (que negociavam muitos produtos vindos de outras localidades), industriais (relacionados ao processo de produção de mate e produtos alimentícios, ou à indústria gráfica e metalúrgica), políticos, religiosos, profissionais liberais e manufatureiros.

Na década de 1910, Andersen, então pai de três filhos, alargou seu campo de atuação. Passou a lecionar desenho em instituições de ensino formal da cidade, como a Escola Alemã, o Colégio Paranaense, e a Escola de Belas Artes e Indústrias (primeira instituição voltada para o ensino de técnicas artísticas aberta no Paraná e que em 1893 causou grande impacto em Andersen). Além disso, estreitou seus laços com o Governo do Estado, executando o primeiro projeto para o brasão do Estado do Paraná. Naquela década, mais precisamente em 1915, um ano após o nascimento de sua última filha, Andersen mudou seu atelier-escola para a edificação em que hoje se encontra o Museu Alfredo Andersen, localizada na então Rua Assunguy, atual Mateus Leme.

Nos anos que seguiram aos daquela década o trabalho de Andersen como pintor, educador e agente cultural foi extremamente rico, e sua reputação profissional se solidificou, demonstrando como a classe burguesa que se estabelecia em Curitiba mantinha um gosto enraizado nas tradições artísticas européias do século XIX. Em 1927, Andersen retornou à Noruega numa viagem de visita a família e amigos, reencontrando seu antigo professor Wilhelm Krogh. Apesar de receber um convite do governo norueguês para ficar e dirigir a Escola de Belas Artes de Oslo, Andersen declinou e retornou ao Brasil. Os últimos anos de vida de Andersen foram marcados pelo reconhecimento e por homenagens, como o título de “Cidadão Honorário de Curitiba” que recebeu em 1931 da Câmara Municipal de Curitiba. O pintor, já então chamado de “Alfredo” Andersen, faleceu em Curitiba no dia 9 de agosto de 1935.

FONTE: http://www.maa.pr.gov.br/

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Alfredo Andersen.

Fachada do  Museu Alfredo Andersen.
Fachada do Museu Alfredo Andersen.

Museu  Museu Alfredo Andersen.
Museu Alfredo Andersen.

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Interior do Museu.
Interior do Museu.

Objetos originais de Alfredo Andersen.
Objetos originais de Alfredo Andersen.

Obras em exposição.
Obras em exposição.

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Quadros em exposição.

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Detalhe do interior do prédio do Museu.

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Quadro: Intimidade II.

Livro: As Montanhas do Marumbi

Para aqueles que gostam de montanhas e principalmente para aqueles que conhecem as montanhas do Paraná, segue a dica de um livro que fala sobre o tema. O livro As Montanhas do Marumbi é muito bem escrito e possui belas fotos. Tenho o livro há pouco mais de três anos e através dele aprendi muitas coisas sobre um dos locais que mais gosto no Brasil.

Aos cinco anos de idade vi pela primeira vez as montanhas da Serra do Mar paranaense, ao descer de caminhão com meu pai pela BR-277, para descarregar uma carga de soja no porto de Paranaguá. Fiquei encantando ao ver as altas montanhas cobertas pela mata e fiquei me perguntando como seria estar no alto de uma montanha daquelas. Levei vinte e três anos para saber a resposta! Em novembro de 1998 cheguei pela primeira vez ao cume do Olimpo, no Marumbi. Na descida sofri uma queda e me ralei todo, tendo que ser socorrido pela enfermeira do trem, na volta à Curitiba. Mas isso não me assustou e acabei voltando muitas outras vezes a região e subindo outras vezes ao cume do Olimpo, bem como outras montanhas menores. Na região do Marumbi passei muitos momentos bons, tanto sozinho, quanto na companhia de amigos e de amores. Namorar dentro de uma barraquinha montada no camping do Marumbi, numa noite fria de inverno e ouvindo o apito do trem é uma experiência surreal e inesquecível.

As Montanhas do Marumbi, de Nelson Luiz Penteado Alves, o Farofa, é um dos livros mais importantes do Paraná lançados neste ano (2008). E pode figurar, com certeza, entre os melhores, mais ricos e bem fundamentados livros sobre o montanhismo de todo o planeta.

É uma obra exemplar, porque representa, diante da extensão da pesquisa histórica, da preciosa documentação fotográfica e do cuidado técnico-científico, o esforço, o ideal e o amor de várias gerações pela prática deste esporte. Foi nestas célebres montanhas paranaenses, com a primeira conquista liderada por um farmacêutico nascido na baía de Antonina, Joaquim Olympio “Carmeliano” de Miranda, em 21 de agosto de 1879, que nasceu o montanhismo brasileiro.

O livro é igualmente importante por revelar muitas qualidades da natureza humana, hoje cada vez mais escassas e difusas. Que podem se traduzir de muitas maneiras, mas, do modo marumbinista, pelo desafio da conquista, o prazer juvenil da aventura, o estímulo do espírito de irmandade e pelo respeito voluntário à natureza.

Não é por nada que Farofa levou 40 anos para escrever e publicar este livro. Na acepção da palavra, ele disseca as montanhas do Marumbi e sua história. Tudo com o entusiasmo do montanhista iniciante, o fôlego de um maratonista e a preocupação do professor catedrático. Sem deixar de ser espontâneo e didático e mediar os 12 capítulos com histórias alegres e as minúcias de um ourivesador.

Compartilha as conquistas, na escrita, com seus companheiros de jornadas e outros amantes do Marumbi e da exuberante natureza da Serra do Mar. Este olhar especializado, abordando áreas como geologia, clima, rios, orquídeas, samambaias, bromélias, mamíferos, aves, anfíbios e répteis, amplificam o livro, mostrando toda a riqueza deste fantástico microcosmo natural, hoje felizmente preservado como Parque Estadual Pico do Marumbi (1990), numa área de 2,3 mil hectares.

Figuras humanas de todo o tipo e de todas as classes sociais subiram o Marumbi. Mas, no momento de percorrer as trilhas, escalar os monumentais paredões de pedra, transpor a bruma e enfrentar o perigo e as intempéries, Farofa mostra que as diferenças tão complexas e peculiares de cada indivíduo tornam-se secundárias. Na busca dos desafios, dos mistérios da montanha e do desfrute da natureza, prevalece um objetivo muito acima das idiossincrasias humanas. Esta é uma grande lição deste livro.

Além do pioneiro “Carmeliano”, Farofa revela muitos personagens marcantes dessa história. Como Rudolfo Augusto Stamm (1910-1959), eletricista de profissão, natural de Joinville (SC), que viveu toda a sua vida num quarto da Pensão Otto, em Curitiba. Desde que pisou pela primeira vez na Serra do Mar, em 1935, este célebre montanhista parece que viveu só pelo Marumbi. Em 1950, completou a sua centésima escalada ao Olimpo, o pico mais alto.

As suas extraordinárias contribuições como desbravador e os registros precisos e abrangentes que deixou mostram que o gosto pelo desafio e o prazer de estar junto à natureza também revelam grandes homens.

Outro deles é Henrique Paulo Schmidlin, o Vitamina, que continua liderando empreitadas aos cumes da Serra do Mar, em dias de sol ou chuva, e emprestando o seu carisma e experiência para as causas marumbinista e da natureza.

Organizador dedicado de caminhadas na floresta e de escaladas na montanha, incentivador nato das boas companhias e cantorias, Vitamina, com sua energia e crença fervorosa nesse estilo de vida, é um exemplo emocionante da tão necessária preocupação com a ligação social e cultural entre as gerações do passado e do presente, pensando no futuro.

O trem! Seriam muito diferentes as montanhas do Marumbi sem esta incrível linha férrea, que desafiou a Serra do Mar. Obra de arte da engenharia da era do vapor, ponto privilegiado de visão e instigador de sonhos românticos e juvenis, o trem cativou milhares de adeptos para este esporte e lazer, ao apresentá-los às montanhas, na Estação do Marumbi, por muitos e muitos anos, nas alegres manhãs ensolaradas dos sábados.

Farofa consegue transmitir justamente este estado de espírito em seu trabalho, que até pode parecer um pouco nostálgico, mas é essencial para a alma humana, em todos os tempos. Suas fotos preciosas e mesmo o sintético registro histórico sobre o trem não deixam de ser eloqüentes. Quem sabe, sem a maria-fumaça, Alfredo Andersen (1860-1935) e outros pintores paranaenses com o gabarito de Theodoro de Bona (1904-1990) não tivessem eternizado as paisagens e as montanhas nos seus óleos sobre tela.

Neste aspecto, cabe uma menção muito especial ao lendário Erwin Gröger, o Professor, próximo de completar 100 anos de idade, que Farofa também dá o merecido destaque no livro. Marumbinista também pioneiro, o Professor tem se dedicado a pintar as cálidas montanhas do litoral paranaense há décadas, tanto em óleos como em aquarelas.

Apaixonado orquidófilo, é um mestre que registra principalmente em aquarelas estas belas e exóticas plantas. Erwin Gröger é uma dessas figuras raras que, pelo seu elevado espírito humano e simplicidade, é merecedor de grande admiração.

O paranaense Waldemar Niclevicz, o maior montanhista brasileiro, primeiro a levar a bandeira do Brasil aos sete cumes do mundo, é seguidor desta geração. Conquistou o Everest porque aprendeu com os mais antigos escaladores da Serra do Mar a sempre persistir.

Henrique Paulo Schmidlin, o Vitamina, aos 78 anos, diz: “o mais importante de tudo é que o Marumbi o ensinou a nunca desistir. Tanto na luta pela natureza como (e muito mais) pelas causas da justiça e da dignidade do ser humano”.

Nelson Luiz Penteado Alves deixou registrado, para todos nós, este e outros testemunhos históricos de muito valor.

Eduardo Sganzerla (Gazeta do Povo – 26/10/2008)

Livro: AS Montanhas do Marumbi
Livro: As Montanhas do Marumbi

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Uma irlandesa no Peabiru (Parte II)

2º Dia – 26/09/2012

Fui acordado às 05h30min pela Marilene.  A chuva tinha parado e o sol despontava no horizonte, mas fazia frio e ventava muito, um vento gelado que chegava a “doer”. Foi difícil sair de dentro da barraca e ainda mais difícil desmontar a barraca e guardar tudo na mochila. Enquanto o pessoal tomava café da manhã, eu que não costumo tomar café da manhã aproveitei para arrumar minhas coisas lentamente. A câmera da Bebhinn tinha secado por completo e voltado a funcionar, sinal de que fiz um ótimo conserto.

Pouco antes das 7h00min nos despedimos dos donos da casa, que tinham nos recepcionado muito bem. Tiramos uma foto com eles e guardamos nossas coisas na carroceria da caminhonete. Por culpa do frio e da bateria meio baleada, a caminhonete não pegou e foi preciso empurrar. Por sorte a caminhonete estava estacionada num local alto e após ter sido empurrada um pouco ela embalou e a Marilene conseguiu fazê-la dar partida, mesmo tendo dificuldade em conseguir dar o tranco de ré. Todos embarcados e partimos rumo à cidade de Corumbataí do Sul, pois tinha um pneu murcho que precisava ser calibrado.

Foi a primeira vez que estive em Corumbataí do Sul, uma cidade pequena e simpática. Após pedir informações encontramos uma borracharia, que ainda estava fechada, pois era muito cedo. Por sorte o dono da borracharia era também dono de uma padaria que ficava ao lado e estava aberta. Enquanto enchiam os pneus da caminhonete eu fui “guiado” para dentro da padaria graças ao delicioso cheiro de pão fresquinho. Não resisti e comprei alguns pães de queijo quentinhos, que ajudaram a combater o frio. O vento estava congelante e logo voltei para o interior da caminhonete. Não demorou muito e pegamos a estrada rumo à cidade de Fênix.

Percorremos algumas estradas de terra e chegamos a um local isolado, onde além de plantações, gado e alguma mata, não existia mais nada. Ficamos um bom tempo sem avistar casas ou pessoas. Teve uma parte da estrada que era ruim e cheia de buracos e a Marilene teve que mostrar suas habilidades de motorista. Fora um ou outro buraco em que ela passava rápido, até que ela se mostrou boa motorista. Teve um momento em que uma vaca atravessou a estrada e meio que empacou, mas logo o dono apareceu e tirou o animal do caminho. E alguns quilômetros depois foi a vez de um cavalo aparecer na estrada e assustado correr um bom tempo em frente à caminhonete. Ele não sabe o perigo que correu!!!

Logo na entrada de Fênix resolvemos fazer um desvio e visitar uma igreja que fica no alto de um morro. Já visitei tal igreja anos atrás e a mesma estava abandonada e deteriorada. Existem algumas duvidas sobre a origem e ano de construção de tal igreja. Já ouvi relatos infundados de que ela era centenária, outros de que ela tinha sido construída pelos jesuítas no século XVII. A verdade é que tal igreja não é tão velha assim e parece que foi construída no final dos anos sessenta, início dos anos setenta do século passado. Ou seja, ela não deve ter mais de cinquenta anos. Ao chegar à igreja vi que a mesma estava sendo reformada. Uma igreja daquelas deveria é ser restaurada, mas pelo que vi ninguém se preocupou com qualquer tipo de restauração.  O que estão fazendo é um reforma que mais parece uma reconstrução da igreja, rebocando com cimento todas as paredes e já fizeram um novo piso de cimento, bem como trocaram o telhado. Quando visitei essa igreja anos antes, o piso tinha sido destruído e possuía muitos buracos, sinal de que pessoas sem noção e mal informadas tinham escavado o piso da igreja em busca do lendário tesouro perdido dos jesuítas. Se tais pessoas soubessem que a igreja não foi construída pelos jesuítas e que ela não é tão antiga, talvez eles não tivessem perdido tempo e principalmente destruído parte de uma igreja, um local sagrado que deveria ser respeitado. Não demoramos muito na igreja, pois a mesma não desperta mais nenhum tipo de interesse para turistas.

Atravessámos a cidade de Fênix e fomos até o Parque Estadual de Vila Rica do Espirito Santo. No parque existe uma grande reserva florestal nativa e as ruínas da redução jesuíta de Vila Rica. O parque é bonito, mas está precisando de algumas reformas. Parece que o governo do Estado não tem se preocupado com tal patrimônio histórico e o dinheiro que envia para o parque mal da para sua conservação. Outro problema do parque é que as escavações que foram iniciadas na região onde ficava a antiga redução de Vila Rica, estão abandonadas há muito tempo por falta de dinheiro. Visitamos o pequeno museu que existe na recepção do parque e depois fomos caminhar por seu interior. Seguimos por uma antiga estrada que atravessa o parque e chega até a margem do rio Ivaí. No passado existiu uma balsa na margem do rio, a qual foi desativada depois que o local foi transformado em parque estadual, bem como a estrada também foi desativada. Pelo caminho fomos observando a mata e avistamos algumas árvores centenárias, inclusive algumas figueiras enormes. Chegando ao final da estrada tiramos algumas fotos em frente ao rio Ivaí, descansamos um pouco e fizemos o caminho de volta. A antiga vila jesuíta ficava nesse local, mas não é possível visualizar nada. As ruínas existentes ficam no meio do mato e como as construções eram de pau a pique, é preciso um trabalho de escavação feito por arqueólogos para que se possa avistar alguma coisa. E não estávamos autorizados a visitar as ruínas ou mexer em algo que avistássemos, então não saímos da estrada.

Antes de ir embora do parque, resolvemos seguir por uma trilha estreita no meio da mata e ir até um lago que foi construído nos anos cinquenta. O local é bonito e possui uma área de repouso com bancos e mesas. Ao chegar ao lago aconteceu uma cena engraçada, quando a Karina se deparou com um lagarto e deu um grito tão alto que o bichinho deve estar correndo até agora mata adentro. Foi difícil saber quem se assustou mais com tal encontro, se a Karina ou o pobre lagarto! E como a Karina num passado recente matou uma aranha enorme com um grito, esse lagarto deve se dar por satisfeito por ainda estar vivo. Descansamos um pouco no lago e logo voltamos à trilha e retornamos a recepção do parque. Não demoramos muito e partimos dali rumo à Fênix.

Fizemos uma rápida parada no centro de Fênix, em frente à catedral. Na fachada da igreja existe uma bela pintura, que mostra os jesuítas batizando os índios da região num rio. Do outro lado da rua existe um monumento de gosto duvidoso, que mostra uma ave (Fênix) no alto de um pedestal e no chão algumas bolas que parecem ser ovos. Achei o monumento curioso, mas não bonito. Após tirarmos algumas fotos da igreja e do monumento em frente, embarcamos na caminhonete e saímos da cidade. Seguimos alguns quilômetros por uma estrada asfaltada, até entramos numa estrada de terra e seguir até uma antiga fazenda de café, que atualmente é um hotel fazenda.

O Hotel Fazenda Água Azul (http://www.aguaazul.com.br/), funciona em uma antiga fazenda de café. As antigas casas da colônia onde moravam os trabalhadores foram transformadas em quartos e suítes para receber os hóspedes. A fazenda possui uma enorme área de mata nativa e é possível percorrer parte do interior da mata através de algumas trilhas. Na fazenda existe também um museu que guarda muitos objetos da época que a fazenda plantava somente café e muitos outros objetos que foram trazidos de viagens feitas por membros da família dona da fazenda. O museu é muito bem organizado e seu acervo bastante interessante. Fomos acompanhados numa rápida visita pelo hotel fazenda e percorremos uma das trilhas curtas do lugar. Em seguida fomos almoçar no restaurante do hotel fazenda. A comida estava muito tão boa que acabei comendo demais. Após o almoço ficamos em uma varanda conversando com os donos do hotel fazenda e ouvindo histórias do local.

Á tarde, visitamos o museu, numa visita guiada. Depois fomos ver os novos chalés que estão sendo construídos em outra área da fazenda. Por último percorremos uma trilha pelo meio da mata e passamos por lugares muito bonitos e preservados. Dois dias antes tinha sido avistado nos arredores um casal de onça parda com um filhote. Isso mostra como a mata em torno da fazenda é preservada. Em 1967 o sueco Johan Gabriel Berg von Linde, patriarca da família dona do hotel fazenda, comprou tais terras para cultivar café e decidiu preservar parte da mata, deixando a mesma intacta e proibindo a caça e a pesca no local. Na época ele foi taxado de insano, pois a prática vigente era derrubar toda a mata existente para plantar café e outros tipos de cultura. Naquela época não existia nenhuma preocupação com a ecologia e com a preservação de mata nativa e animais.  O senhor von Linde era um visionário e graças a sua consciência em preservar o meio ambiente e parte da mata nativa de suas terras, hoje é possível admirar e visitar a reserva florestal existente nas terras da família von Linden. Após terminar de percorrer a trilha existente no meio da mata, descansamos um pouco e fomos embora da Fazenda Água Azul.

Marilene, Wagner e Bebhinn seguiram a pé pelos cerca de doze quilômetros até uma outra fazenda, onde pernoitaríamos. Eu e a Karina seguimos na caminhonete. Eu bem que gostaria de ter feito o trajeto final caminhando, mas meu pé machucado tinha inchado bastante e passei a sentir muita dor. Seguimos direto até a fazenda e quando chegamos a Karina ficou conversando com a Dona Penha e eu fiquei dormindo na caminhonete. Eram quase 19h00min quando a Karina foi me chamar para irmos atrás de nossos amigos caminhantes. Tínhamos combinado com a Marilene que se eles não chagassem à fazenda até escurecer, era para irmos buscá-los na estrada. Nem chegamos a sair da fazenda e encontramos o pessoal, então demos meio volta e retornamos à casa da Dona Penha e do Seu Manoel. Fiquei um tempo conversando com o Seu Manoel, que me contou sobre como era a fazenda trinta e poucos anos antes, quando ele começou a trabalhar ali. Naquela época existiam cerca de cinquenta famílias trabalhando e morando nas terras da fazenda. Atualmente existem apenas seis famílias. Isso comprova como foi grande o êxodo agrícola que ocorreu no Paraná nos anos oitenta e que levou muitas famílias a deixarem o campo e irem morar na cidade.

Era para dormirmos na fazenda e percorrer mais um pedaço de estrada na manhã seguinte, mas a Bebhinn mudou seus planos. Ela ficou sabendo sobre inscrições em pedras que existem na região por onde passava o Caminho de Peabiru na cidade de Pitanga e resolveu ir até Pitanga no dia seguinte. Então resolvemos não mais pernoitar na fazenda e regressamos para Campo Mourão após o jantar. Mesmo com nosso “passeio” encurtado, valeu a pena os dois dias que passamos percorrendo trechos por onde passava o lendário Caminho de Peabiru. Conhecemos lugares bonitos, pessoas legais e fizemos novos amigos.

Marilene, Luceni, Wagner, Nesão, Bebhinn, Karina e Vander.

Pegando no tranco.

Igrejinha sendo reformada próximo à Fênix.

Museu do Parque de Vila Rica.

Maquete da antiga redução jesuíta de Vila Rica.

Caminhando pelo interior do Parque Estadual de Vila Rica.

Às margens do Rio Ivaí, no interior do Parque de Vila Rica.

Lago no interior do Parque de Vila Rica.

Catedral de Fênix e a bela pintura em sua fachada.

Monumento de gosto duvidoso.

Um dos chalés do Hotel Fazenda Água Azul.

Museu do Hotel Fazenda Água Azul.

No Hotel Fazenda Água Azul.

Descanso após trilha no interior da Fazenda Água Azul.

Eu e o neto da Dona Penha e Seu Manoel.

Uma irlandesa no Peabiru (Parte I)

Na semana que passou uma irlandesa esteve em Campo Mourão com a única finalidade de visitar alguns locais na região, por onde passava o histórico Caminho de Peabiru. Esse caminho ligava o litoral ao interior do continente e era utilizado pelos indígenas muito antes dos europeus chegarem ao Brasil. Depois do descobrimento ele foi utilizado pelos europeus para desbravar o interior da região sul do Brasil. Um ramal do Caminho de Peabiru passava pela região de Campo Mourão, onde próximo também existiu uma redução jesuíta.

A irlandesa Bebhinn Ramsay, que vive há alguns anos em Florianópolis é uma estudiosa do Caminho de Peabiru e veio conhecer um pouco do caminho que por aqui passava. Quem organizou a visita da irlandesa foi minha amiga Marilene, que é uma grande conhecedora e estudiosa do Caminho de Peabiru. Também fizeram parte do pequeno grupo que acompanhou a irlandesa, minha amiga de caminhadas Karina e o Wagner. Foram dois dias interessantes, caminhando, conhecendo pessoas e locais da região que eu não conhecia.

1º Dia – 25/09/2012

Partimos de Campo Mourão bem cedo numa manhã chuvosa. Nossa primeira parada foi na região conhecida como Barreiro das Frutas, onde em uma pequena reserva florestal existe uma trilha. No momento em que paramos em tal lugar chovia forte e preferi ficar dentro da caminhonete, pois ainda me recuperava de um problema no pé e caminhar no barro exige um esforço pelo qual eu não queria passar, para não forçar meu pé machucado. A Karina ficou comigo na caminhonete e ficamos conversando enquanto esperávamos nossos amigos. De ruim foi que estávamos estacionados ao lado de uma árvore conhecida como Pau D’alho e que exala um cheiro horrível de alho. Nossos amigos não demoraram muito a retornar e logo seguimos viagem.

Mesmo com chuva e barro a Marilene contrariou minha expectativa e se mostrou uma ótima motorista. Logo chegamos à cachoeira do Boi Cotó e a chuva deu uma trégua. Deixamos a caminhonete guardada na propriedade do seu Antonio Gancebo e seguimos a pé. Foi um pouco complicado caminhar no barro da estrada, pois a terra vermelha da região costuma grudar no calçado quando se transforma em barro. Percorremos um trecho plano e após passar por uma ponte e alguns trechos de mata, começamos a subir um morro. A Karina foi quem mais sofreu com a caminhada, pois estava um pouco fora de forma. E nossa nova amiga irlandesa se mostrou em total forma, pois em nenhum momento se cansava de caminhar. Subimos o morro onde no alto se acredita que no passado existia um cemitério indígena, pois no local foram encontrados alguns vestígios anos atrás. A vista do alto do morro era muito bonita e se podia enxergar a quilômetros de distância. Na volta encontramos um morador da região, que parou conversar conosco e contou algumas coisas sobre o local e inclusive nos mostrou ao longe uma antiga toca de onça. Até início dos anos setenta aquela região era de mata fechada e ali existiam muitos animais, inclusive onças. Logo deixamos o morro para trás e voltamos a caminhar pela estrada. Um ônibus da Prefeitura de Corumbataí do Sul passou por nós e ofereceu carona. Eu, Marilene e Karina aceitamos a carona. Bebhinn e Wagner seguiram caminhando. O ônibus nos deixou numa encruzilhada da estrada, ao lado de um marco do Caminho de Peabiru. A Marilene foi buscar a caminhonete e eu e Karina subimos um pequeno morro ao lado da estrada, onde no alto existe uma capela e uma imagem de São Tomé. No alto do morro eu e Karina descansamos um pouco, tiramos fotos e ficamos conversando. Logo chegaram Bebhinn e Wagner e descemos até a estrada para esperar a Marilene.

Não demorou muito e a Marilene chegou. Embarcamos na caminhonete e seguimos pela estrada rumo à fazenda onde almoçaríamos. No caminho paramos para ver uma árvore que tinha sido destruída por um raio quatro dias antes. A imagem era um pouco assustadora. Logo chegamos à casa do casal Nesão e Luceni, onde um saboroso almoço nos aguardava. Ali fiquei conhecendo a Vera, uma cachorra preta muito simpática e que tinha brigado com um Quati umas semanas antes e acabou levando a pior. Ela teve um olho furado e levou muitos cortes pelo corpo, sendo que muitas cicatrizes eram visíveis e ela andava toda torta. De qualquer forma a cachorra era simpática e foi com minha cara. Após o almoço me deitei em uma rede na varanda e logo peguei no sono.

Fui acordado pela Marilene, me chamando para caminhar. Deu vontade de ficar na rede, pois meu pé machucado doía um pouco. Mas reuni forças e segui meu grupo de amigos na caminhada da tarde. O tempo estava fechado e anunciava chuva. Na caminhada fomos seguidos pela Vera e por outro cachorro. A vera seguia caminhando ao nosso lado ou no meio de nós. Já o outro cachorro era mais tímido e nos seguida a uma curta distância. Após alguns quilômetros o seu Nezão passou por nós de moto e a Vera seguiu seu dono. O outro cachorro nos seguiu por mais um tempo, até que passamos por uma casa de onde saíram três cachorros e deram um carreirão nele. Fiquei de longe torcendo para que nosso pequeno amigo não fosse alcançado pelos três ferozes cachorros.

Chegamos num local onde tivemos que passar por duas cercas de arame farpado e entrar na mata. Logo chegamos até uma pedra, a qual possui marcas circulares. Tal pedra foi encontrada há alguns anos, soterrada no meio do mato. Ninguém sabe a origem de tais marcas na pedra, mas acredita-se que ela esteja diretamente relacionada ao Caminho de Peabiru e aos caminhantes que por ali passaram. Outras pedras com marcas e até espécies de mapas já foram encontradas próximas ao local por onde passava o Caminho de Peabiru. A Bebhinn ficou encantada com tal pedra. Ficamos ao lado da pedra conversando e chegamos à conclusão de que tal pedra ficava em pé, pois uma de suas extremidades é achatada. E outra conclusão foi de que alguém tinha tirado a pedra de seu lugar, para cavar embaixo, pois ela estava caída dentro de um buraco. A lenda do tesouro perdido dos jesuítas é bastante conhecida e muita gente já andou cavando locais próximos ao Caminho de Peabiru em busca de tal tesouro.

Deixamos a pedra para trás e fizemos o caminho de volta até a casa do seu Nezão. Quase chegando a casa começou a chover, mas não chegamos a nos molhar. A caminhada do dia estava encerrada e agora era descansar e se preparar para o dia seguinte. A dona Luceni nos esperava com um delicioso café com pãezinhos caseiros feitos na hora, que estavam um delicia. Após o café fui montar minha barraca na varanda. O Wagner resolveu dormir numa rede na varanda e as meninas iam dormir no interior da casa, em camas confortáveis. Estava faltando energia elétrica na casa e mesmo assim a Marilene resolveu ir tomar banho, frio. Logo que ela saiu do banho a energia voltou e todos os demais puderam tomar banho quente. Ficamos conversando na varanda e eu tentei consertar a câmera da Bebhinn, que tinha sido molhada pela chuva. Utilizei o secador de cabelos da dona Luceni para tentar secar o interior da câmera e a deixei pegando vento a noite toda para tentar secá-la por completo. Logo foi servida a janta e depois enquanto o pessoal foi ver a novela eu preferi me recolher ao interior de minha barraca e dormir, pois estava cansado e a noite fria e chuvosa era convidativa ao sono. Logo dormi e só fui acordar algumas horas depois com o barulho do vento. Ventava muito forte e agradeci pela barraca não estar armada ao ar livre, pois daí sim seria complicado dormir com vento tão forte.

Filhotes na fazenda do Sr. Antonio.

Cachoeira do Boi Cotó.

Marco do Caminho de Peabiru.

Atravessando ponte.

Marilene e Karina.

Local provável do antigo cemitério indígena.

Bebhinn, Wagner, Marilene, Karina e Vander.

Morador local que encontramos pelo caminho.

Capela de São Tomé.

Marco das quatro fronteiras.

Árvore destruída por um raio.

Amoras ao lado da estrada.

Comendo amoras.

Pedra com marcas circulares.

Bebhinn admirando a pedra.

A simpática Vera.

Minha barraca na varanda.

Parque Estadual do Marumbi

Todos nós temos nossos locais preferidos, seja um restaurante, um bar, um cinema, uma praça. No meu caso, um dos lugares que mais gosto no  mundo (e olha que conheci muitos lugares!!) é o Parque Estadual do Marumbi, uma cadeia de montanhas na Serra do Mar paranaense. A primeira vez que passei por esse lugar foi em 1989, de trem. E a primeira vez que coloquei os pés na região do Marumbi foi em 1995. A partir daí voltei várias vezes ao lugar e subi algumas vezes até o topo do Olimpo, que é um dos picos do conjunto Marumbi.

Acampei muitas vezes no camping próximo a Estação Marumbi, e passei ali a virada de ano de 1999 para 2000. Era a virada do milênio, todo mundo querendo festar e eu preferi me isolar e passei o réveillon sozinho no Marumbi, com muita chuva e frio. Foi um réveillon inesquecível em vários aspectos!

E além de meus momentos solitários no Marumbi, também tive momentos acompanhados por lá. Levei meu irmão e alguns amigos até o alto da montanha, com direito a muitas risadas e também alguns sustos. O Luis Cesar que o diga, pois ele quase morreu por lá!! E também levei alguns amores, com os quais passei momentos agradáveis e inesquecíveis tendo como testemunha o Marumbi. Mas sobre isso é melhor não contar aqui, pois esses amores hoje em dia estão casadas e são mães…

Atualmente vivendo no interior do Paraná, distante da Serra do Mar e das montanhas que tanto gosto, sinto falta de passar alguns momentos naquele lugar paradisíaco. Mas tenho certeza de que voltarei muitas vezes lá, pois quando gostamos de algo ou de alguém, sempre achamos um jeito de ficar perto do que gostamos.

Marumbi.

Estação Marumbi.

Sede do Parque Estadual do Marumbi.

Vander, tendo ao fundo o Marumbi.

IAP e ao fundo o Marumbi.

Estação Marumbi, vista do alto do Rochedinho.

Subindo o Rochedinho.

Mapa do Conjunto Marumbi.

Subindo o Olimpo.

Descansando na subida do Olimpo.

Camping do Marumbi.

Camping.

Fazendo almoço no camping.

Estação Marumbi.

Litorina chegando na Estação Marumbi.

Reveillon no Marumbi, 01/01/2000.

No alto do Olimpo, em 07/01/2001.

Rodeios e Farra do Boi

Uma coisa é matar animais para que sirva de alimento, outra coisa bem diferente é judiar e matar animais por pura diversão. Nos últimos anos estive em algumas festas de peão e não assisti aos rodeios, pois não gosto de ver os animais sendo maltratados. E sempre sou a favor do touro, quando ouço que em alguma tourada o toureiro foi chifrado.

E acho a tal da Farra do Boi, em Santa Catarina um grande absurdo. Meu pai é catarina, tenho muitos amigos catarinas, já tive namorada em Santa Catarina e não tenho nada contra o pessoal de lá. Inclusive o último reveillon passei em Florianópolis. Mas acho um absurdo, uma covardia o povo de lá ficar correndo atrás e maltratando bois por culpa de uma tradição antiga e idiota.

Ainda não consegui virar vegetariano, mas tenho diminuído meu consumo de carne que já devo estar “economizando” um boi por ano.

Farra do Boi.

Farra do Boi.

Itaipu Binacional

Outro  passeio   interessante   que  fizemos  na  região  de  Foz  do Iguaçu,   foi  visitar a  Itaipu Binacional. Já estive em Itaipu duas vezes, nos anos de 1985 e 1986. Dessa vez pude perceber que muita coisa mudou para melhor, que a represa está finalizada e que o passeio por ela agora é mais organizado e com ônibus próprio. Mesmo pagando ingresso, vale a pena fazer tal passeio. Após assistirmos um vídeo informativo sobre Itaipu, embarcamos num ônibus sem teto e fomos passear pela represa, fazendo paradas em pontos estratégicos. De frustrante foi constatar que o vertedouro não estava jorrando água. O vertedouro jorrando água é com certeza o fato mais bonito no passeio por Itaipu. O guia nos informou que o vertedouro jorra água somente durante dois meses por ano. Das duas vezes anteriores que estive ali estava jorrando água, então devo ter tido sorte. De qualquer forma o passeio valeu á pena. Mesmo sendo uma obra de engenharia sem fins turísticos, o passeio pelo local é interessante e tudo é bonito, limpo e organizado. 

História: Itaipu Binacional é a empresa que gerencia a maior usina hidrelétrica em funcionamento e em capacidade de geração de energia no mundo. É uma empresa binacional construída pelo Brasil e pelo Paraguai no rio Paraná, no trecho de fronteira entre os dois países, 15 km ao norte da Ponte da Amizade. O projeto vai de Foz do Iguaçu, no Brasil, e Ciudad del Este, no Paraguai, no sul, até Guaíra e Salto del Guairá, no norte. A capacidade instalada de geração da usina é de 14 GW, com 20 unidades geradoras fornecendo 700 MW cada. No ano de 2008, a usina geradora atingiu o seu recorde de produção, com 94,68 bilhões de quilowatts-hora (kWh), fornecendo 90% da energia consumida pelo Paraguai e 19% da energia consumida pelo Brasil.

A Usina de Itaipu é resultado de intensas negociações entre os dois países durante a década de 1960. Em 22 de julho de 1966, os ministros das Relações Exteriores do Brasil e do Paraguai, assinaram a “Ata do Iguaçu”, uma declaração conjunta de interesse mútuo para estudar o aproveitamento dos recursos hídricos dos dois países, no trecho do rio Paraná “desde e inclusive o Salto de Sete Quedas até a foz do Rio Iguaçu”. Em 1970, o consórcio formado pelas empresas PNC e ELC Electroconsult (da Itália) venceu a concorrência internacional para a realização dos estudos de viabilidade e para a elaboração do projeto da obra. O início do trabalho se deu em fevereiro de 1971. Em 26 de abril de 1973, Brasil e Paraguai assinaram o Tratado de Itaipu, instrumento legal para o aproveitamento hidrelétrico do rio Paraná pelos dois países. Em 17 de maio de 1974, foi criada a entidade binacional Itaipu, para gerenciar a construção da usina. O início efetivo das obras ocorreu em janeiro do ano seguinte. Um consórcio liderado pela construtora Mendes Júnior, executou o projeto. Para a construção foram usados 40 mil trabalhadores diretos. Para o material foi usado 12,57 milhões de m³ de concreto (o equivalente a 210 estádios do Maracanã) e uma quantidade de ferro equivalente a 380 Torres Eifell. Comparando a construção da hidrelétrica de Itaipu com o Eurotúnel (que liga França e Inglaterra sob o Canal da Mancha) foram utilizados 15 vezes mais concreto e o volume de escavações foi 8,5 vezes maior. No dia 14 de outubro de 1978 foi aberto o canal de desvio do rio Paraná, que permitiu secar um trecho do leito original do rio para ali ser construída a barragem principal, em concreto. O reservatório da usina começou a ser formado em 12 de outubro de 1982, quando foram concluídas as obras da barragem e as comportas do canal de desvio foram fechadas. Nesse período, as águas subiram 100 metros e chegaram às comportas do vertedouro às 10 horas do dia 27 de outubro, devido às chuvas fortes e enchentes que ocorreram na época. Em uma operação denominada Mymba Kuera (que em tupi-guarani quer dizer “pega-bicho”), durante a formação do reservatório, equipes do setor ambiental de Itaipu esforçaram-se em percorrer a maior parte da área que seria alagada para salvar centenas de exemplares de espécies de animais da região.

Quando a construção da barragem começou, cerca de 10.000 famílias que viviam às margens do rio Paraná foram desalojadas, a fim de abrir caminho para a represa. Muitas dessas famílias se refugiaram na cidade de Medianeira, uma cidade não muito longe da confluência dos rios Iguaçu e Paraná. Algumas dessas famílias vieram, eventualmente, a ser membros de um dos maiores movimentos sociais do Brasil, o MST. O espelho d’água da usina alagou diversas propriedades de moradores do extremo oeste do Estado do Paraná. As indenizações foram suficientes para que os agricultores comprassem novas terras no Brasil. Sendo as terras no Paraguai mais baratas, milhares emigraram para esse país, criando o fenômeno social dos brasiguaios – brasileiros e seus familiares que residem em terras paraguaias na fronteira com o Brasil.

Em 5 de maio de 1984, entrou em operação a primeira unidade geradora de Itaipu. As 20 unidades geradoras foram sendo instaladas ao ritmo de duas a três por ano. As duas últimas das 20 unidades de geração de energia elétrica começaram a funcionar entre setembro de 2006 e março 2007, elevando a capacidade instalada para 14.000 MW, concluindo a usina. Este aumento da capacidade permitiu que 18 unidades geradoras permaneçam funcionando o tempo todo, enquanto duas permanecem em manutenção. Devido a uma cláusula do tratado assinado entre Brasil, Paraguai e Argentina, o número máximo de unidades geradoras autorizadas a operar simultaneamente não pode ultrapassar 18. A potência nominal de cada unidade geradora (turbina e gerador) é de 700 MW. No entanto, porque diferença entre o nível do reservatório e o nível do rio ao pé da barragem que ocorre realmente é maior do que a projetada, a energia disponível for superior a 750 MW por meia hora para cada gerador. Cada turbina gera cerca de 700 megawatts, para comparação, toda a água das Cataratas do Iguaçu teria capacidade para alimentar somente dois geradores. A Itaipu produz uma média de 90 milhões de megawatts-hora (MWh) por ano. Com o aumento da capacidade e em condições favoráveis do rio Paraná (chuvas em níveis normais em toda a bacia) a geração poderá chegar a 100 milhões de MWh. Embora seja apenas o sétimo do Brasil em tamanho, o reservatório de Itaipu tem o maior aproveitamento em relação à área inundada. Para a potência instalada de 14.000 MW, foram alagados 1.350 quilômetros quadrados. Os reservatórios das usinas de Sobradinho, Tucuruí, Porto Primavera, Balbina, Serra da Mesa e Furnas são maiores do que o Itaipu, mas todos perdem na relação área inundada/capacidade instalada.

Vertedouro sem água.
Vertedouro sem água.

Mirante em Itaipu.

Vertedouro.

Barragem.

Desvio.