V encontro da Família Caminhos de Peabiru

Domingo de sol forte, aconteceu na cidade de Peabiru o, V Encontro da Família Caminhos de Peabiru. Foi a segunda vez que participei de tal encontro, eu que sou meio que agregado da família. O encontro foi animado, até o Prefeito de Peabiru participou. Foi um dia de comilança, confraternização, risadas e piscina.

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Incêndio no Monumento à Cidade de Salvador

O Monumento à Cidade de Salvador, foi construído em 1970 e ficava na Praça Cairu, em frente ao Elevador Lacerda. Com 16 metros de altura, a peça foi feita com fibra de vidro e metal. Obra do artista baiano Mário Cravo Júnior. Tirei a foto abaixo em 2010. Hoje tal monumento pegou fogo e foi destruído. Sinceramente, acho que o local vai ficar até mais bonito sem o monumento…

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Foto: Vander Dissenha 27/09/2010.

Show do Loubet

Após o evento de palestras que participei em Peabiru, permaneci na cidade com alguns amigos e após lanchar fomos assistir ao show do cantor Loubet. O show foi gratuito, em praça pública, em comemoração ao aniversário de 67 anos de Peabiru. Pena que começou a chover forte bem no início do show, e a maioria do público foi embora. Eu e meus amigos ficamos num local abrigado da chuva, e somente quase no final do show, quando a chuva deu uma trégua, é que fomos assistir ao show. Detalhe, esse é o segundo show do Loubet em que vou, e que chove forte e não posso ver o show por completo. A outra vez foi em 2015, em Campo Mourão. Acho que eu e o Loubet “juntos” no mesmo local, atraímos chuva…

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Palestras: Por que trilho?

Hoje a noite aconteceu na cidade de Peabiru, o evento: Por que Trilho? Na Casa da Cultura da cidade, teve exposição de fotos e palestras. As fotos eram sobre viagens e paisagens relacionadas a natureza. E as palestras foram sobre viagens pelo Caminho da Fé, Caminho da Luz, Caminho do Itupava, Vale Europeu, Machu Picchu e Caminho de Santiago de Compostela. Foi um evento interessante, principalmente para quem gosta de viagens. Sempre aprendemos um pouco ouvindo histórias de outros viajantes. Fui um dos palestrantes da noite, e contei um pouco sobre minhas duas viagens para Machu Picchu, e também sobre sua história e seu descobrimento cientifico em 1911.

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Caminhada Noturna São Francisco de Assis

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Nesse final de semana participei de uma caminhada noturna, que foi desafiadora, mas muito legal. Não era para eu ter caminhado, pois na noite anterior a caminhada, tinha ido parar no hospital com dores abdominais. O médico estava achando que era um começo de inflamação de apendicite. Perguntei a ele se sendo um começo de inflamação, eu deveria ficar em repouso. Ele respondeu que tanto fazia eu ficar em repouso, ou jogar futebol, pegar peso e etc. Que isso não iria impedir a inflamação de se tornar algo mais grave. Diante de tal resposta, mesmo com dor, fui participar da primeira Caminhada Noturna São Francisco de Assis.

Nos reunimos no final da tarde de sábado, em frente a Paroquia de São Francisco de Assis, em Campo Mourão. Seriam 21 participantes, sendo alguns vindos de outras cidades. Ali tiramos uma foto do grupo reunido e embarcamos em um ônibus rumo a região do Boi Cotó. Já estive algumas vezes no Boi Cotó, participando de caminhadas e outros eventos. É uma região muito bonita, com muitas subidas e matas, um local excelente para caminhar de noite. A caminhada seria de 40 quilômetros.

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Os participantes da caminhada reunidos.

Antes de iniciar a caminhada, foi servida uma deliciosa galinhada. Comi um pouco mais do que deveria, antes de uma longa caminhada. Mas é que estava tão bom, que não resisti e comi bastante. Então me dei conta de que tinha esquecido minha lanterna em casa. Caminhar durante a noite sem lanterna, seria meio problemático. Após todos comerem, tivemos um breafing, onde foi explicado como seria a caminhada, horários, paradas, carros de apoio, segurança. Em seguida tivemos um momento de oração e meditação.

Passava um pouco das 20h00min, quando iniciamos a caminhada. Segui conversando com alguns amigos e pegando carona na claridade da lanterna deles. Os primeiros quilômetros de caminhada, como esperado foram tranquilos e rolou muita conversa. Eu ia alternando as pessoas com quem caminhava ao lado e conversava. Enfrentamos algumas subidas bem pesadas, e descidas com pedras soltas, que dificultavam um pouco o caminhar. Mas nada disso era problema e a caminhada transcorreu bem em seus primeiros quilômetros.

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Fizemos uma parada mais longa no povoado de Silviolândia. Aproveitei para repor meu estoque de água e também para colocar micropóro no calcanhar direito, onde estava começando a surgir uma bolha. Após muito pensar nos dias anteriores, decidi caminhar de tênis e não de bota de caminhada. O solado do tênis era mais confortável para caminhadas longas, do que o solado da bota, que no caso da minha, era indicada para trilhas mais curtas. Se por um lado eu perdia a segurança do cano médio da bota, que reduzia o risco de virar os pés, por outro lado eu ganhava em leveza e conforto.

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Passando por Silviolândia.

Retornamos a caminhada e logo passamos da marca de 10 quilômetros. Até aqui tudo bem, eu não sentia dores e o temor de não conseguir terminar a caminhada que me acompanhou no início, foi desaparecendo. E a dor no abdômen que me levou ao hospital na noite anterior, talvez pelo efeito dos remédios que estava tomando, tinha diminuído. Era noite de lua crescente e quando ela ficou alta no céu, a noite ficou tão clara, que era possível caminhar sem utilizar a lanterna. Passamos por alguns lugares onde a paisagem noturna, iluminada pela luz da lua, era de uma beleza sem fim. Você via a estrada ao longe, a mata, morros próximos, e tudo isso envolto numa atmosfera meio que de mistério, entre a claridade e a escuridão. É uma pena que fotos e filmagens não sejam capazes de captar tão bela paisagem e cores, e principalmente a sensação de estar ali naquele lugar caminhando.

A região por onde caminhamos é conhecida por eventualmente ter onças. Mas acredito que ninguém tenha ficado com medo. A não ser quando escutávamos algum barulho estranho vindo da mata! Chegamos ao vigésimo quilômetro da caminhada e a partir daí é que as coisas começariam a complicar, pois seria o inicio das dores físicas. Cada um dos participantes tinha um condicionamento físico diferente e isso fez com que o pessoal se dispersasse. Alguns iam mais a frente e outros lá atrás. Fiquei na galera que seguia atrás, pois queria curtir a experiência e não caminhar quase correndo, pois não era uma competição. Para mim o importante era caminhar todo o percurso e chegar ao final, independente de ser o primeiro ou o último. Teve um pequeno trecho de lamaçal, onde atravessamos de carona com dois “gaioleiros” que nos acompanhavam como carros de apoio.

Passava das duas da manhã quando deixamos de caminhar por estradas de terra e passamos a caminhar pela recém recapada estrada do Barreiros das Frutas. Esse trecho é uma longa subida de uns três quilômetros. Nessa parte optei por caminhar sozinho, e meditei, conversei um pouco com Deus. Pedi uns conselhos, agradeci algumas coisas, fiz dois propósitos para 2020, lembrei de algumas coisas ruins do passado e de uma pessoa em especial, que mesmo estando próxima fisicamente, ficou muito distante de minha vida… Deixa pra lá! Eu estava muito preocupado com a possibilidade da suspeita de apendicite se tornar algo real, e eu ter que passar por uma cirurgia nos próximos dias. Para mim esse foi o momento mais especial da caminhada, pois me senti conectado com algo meio sobrenatural, uma coisa superior, algo difícil de explicar. Sei que de repente algumas lágrimas correram pelo rosto, meio que desabafando, descarregando coisas ruins… Isso me fez bem! Quando cheguei no final desse trecho de subida e voltamos a caminhar em estrada de terra, eu me sentia mais leve… E mais dolorido! Cada quilômetro a mais que percorria, se tornava mais difícil. Mas a partir daí parei de contar quantos quilômetros tinha percorrido e passei a contar os que faltavam para encerrar a caminhada. Psicologicamente isso ajudava e ver as luzes da cidade, cada vez mais próxima, dava uma motivação a mais.

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Pouco depois das três da madrugada, fizemos uma parada mais longa, para lanchar. O local era estratégico, ficava debaixo de uma placa enorme de publicidade, próximo ao anel viário da cidade. Mesmo tendo comido bastante no jantar, eu já estava faminto. Uma caminhada longa igual à que estávamos fazendo, consome muitas calorias. Depois do lanche papeamos um pouco e voltamos a caminhar. Acho que a parada não me fez muito bem, pois o corpo esfriou e passei a sentir ainda mais dores, principalmente nos pés. Segui conversando com alguns amigos, e seguindo outros amigos que pegaram o caminho errado, também erramos o caminho e tivemos que voltar até a estrada correta. No final esse perdido rendeu algumas boas piadas.

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Parada para o lanche da madrugada.

Conforme íamos nos aproximando da cidade e o dia começou a amanhecer, as dores nos pés e pernas aumentaram. Superação é a palavra que descreve para mim o que foram esses quilômetros finais. Venho de um problema no joelho e de uma tendinite no pé, que trato há meses e não sara. Somado a isso, as dores no abdômen, que me levaram ao hospital horas antes da caminhada. Ou seja, não era para eu estar caminhando a noite toda, era para estar na cama. Mas, se me convidam para algo que é difícil, que exige superação, sofrimento e que vou passar dor, tenha certeza que não recusarei o convite. Convivo há quase dez anos com dores crônicas, e nesse período realizei as viagens de aventura mais difíceis e inesquecíveis de minha vida. Aprendi que superar as dores, sejam físicas ou da alma, nos ajuda a evoluir como seres humanos, nos torna mais fortes.

A caminhada noturna acabou com o dia amanhecendo, na igreja onde nos reunimos no final da tarde do dia anterior. A caminhada que era para ter 40 quilômetros, acabou tendo 38,87 quilômetros. Até pensei em andar um pouco mais pelas ruas próximas para fechar os 40 quilômetros redondos. Mas o cansaço e as dores eram tamanhos, que desisti de tal ideia. Eu já tinha feito caminhadas de 50, 60 e até 70 quilômetros. Mas divididas em dois ou três dias. Os quase 40 quilômetros dessa caminhada noturna foi meu recorde de caminhada no mesmo dia. No salão paroquial da igreja, estava sendo servido um saboroso café para todos os caminhantes. Comi um pouco, me despedi do pessoal e fui para casa, pois estava sentindo muito sono. Passei o domingo na cama, dormindo a maior parte do tempo e sentindo aquela sensação gostosa de dever cumprido, de mais um desafio atingido.

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Segue um agradecimento especial ao Andrey e a Karina Legnani, que foram os idealizadores dessa primeira Caminhada Noturna São Francisco de Assis. E outras virão, pois ficou definido que essa caminhada passará a ser realizada todos os anos, no mês de outubro.

E meu problema no abdômen não era apendicite e não vou precisar passar por cirurgia. O problema é outro, não muito grave, mas que com os cuidados adequados será curado com o tempo. Então valeu ter conversado com Deus, e ter entrado num acordo com Ele sobre não precisar passar por cirurgia. Naquela noite de lua, caminhando sozinho na estrada, Deus estava de ouvidos bem abertos para minhas preces… Valeu Deus!

Norte Verdadeiro – Peary, Cook e a Corrida ao Polo

Pouco mais de dez anos após ter lido o livro; Norte Verdadeiro – Peary, Cook e a Corrida ao Polo, resolvi reler tal livro. Sempre faço isso com livros de que gosto muito, guardo eles na estante, e anos depois releio. Após dez anos, muita coisa já não lembrava mais, e fica parecendo que nunca tinha lido o livro.

Sou apaixonado pelas histórias sobre a conquista do Polo Sul. Li cerca de quinze livros sobre o assunto, ou seja, todos que consegui encontrar que foram publicados no Brasil. Alguns desses livros eram os diários de viagem das expedições comandadas pelo norueguês Roald Amundsen e pelo inglês Robert Falcon Scott. Os dois comandaram expedições na famosa “corrida” pela descoberta do Polo Sul, sendo que os noruegueses foram vencedores e os ingleses derrotados vieram a morrer no retorno do Polo. A história do Polo Sul tem outros nuances e personagens interessantes, mas nela ficou bem claro quem foi o “descobridor”. Já no caso do Polo Norte, até hoje não se tem certeza de quem foi realmente o “descobridor”.

Dois norte-americanos reivindicaram ser o primeiro homem a colocar os pés no Polo Norte. Um levou os créditos, mas fica claro que ele mentiu. Também a história do “derrotado” Frederick Cook tem algumas controvérsias e mentiras. Documentos encontrados nas últimas décadas deixam mais claro que Peary mentiu mais do que Cook. Peary era militar da Marinha, era amigo de políticos poderosos na época e por isso praticamente todos acreditaram nele, que acabou levando a fama.

Nos livros de história hoje consta que o Polo Norte geográfico foi conquistado pelo americano Robert Edwin Peary, no dia 6 de abril de 1909. Mas nesses mesmos livros de história, não consta que tal conquista aconteceu não no gelo, mas nos tribunais. Para que seu feito fosse reconhecido, Peary teve de realizar uma monumental campanha de difamação contra Frederick Cook. Foi uma campanha suja, cheia de truques e artimanhas.

No livro que estou relendo; “Norte Verdadeiro – Peary, Cook e a Corrida ao Polo”, ao saber, voltando do Ártico, que Cook clamara ter estado no polo quase um ano antes dele, em 21 de abril de 1908, Peary mobilizou aliados políticos, forjou relatos de esquimós -além do próprio diário de viagem-, ameaçou gente de confiança de Cook e, segundo o autor do livro, até pagou um ex-companheiro de alpinismo do rival para que desse falso testemunho sobre uma conquista anterior deste. As histórias tanto de Peary quanto de Cook, na época foram tão mal contadas, que fica difícil escapar à conclusão de que a controvérsia jamais se encerrou, e de que possivelmente ambos os exploradores mentiram. E que jamais saberemos com absoluta certeza qual dos dois foi o primeiro a pisar no Polo Norte.

Após a leitura do livro acima citado, que estou relendo e de outros artigos sobre a conquista do Polo Norte, eu particularmente acho que o primeiro homem a pisar no Polo Norte, foi Cook. Inclusive anos atrás quando li o livro, fiquei tão puto com Peary, que jurei que se pudesse, um dia iria urinar no túmulo dele. Fiz isso movido pela emoção do momento! Kkk… Quando fiz tal “promessa” não tinha a mínima ideia de qual era o local onde ele tinha sido sepultado. E muito menos que um dia eu teria a chance de cumprir o que prometi. Mas nessas voltas que a vida faz, não é que numa visita a cidade de Washington – USA, em 2011, acabei visitando o Cemitério Nacional de Arlington, onde (descobri um pouco antes) Peary está sepultado. Arlington é o cemitério militar mais tradicional e conhecido dos Estados Unidos, onde foram sepultados seus maiores heróis e também soldados de todas as guerras que os Estados Unidos participaram. Por ser considerado o descobridor do Polo Norte, e por ser militar da Marinha, Peary está sepultado em Arlington. Quando entrei no cemitério fiquei pensando na promessa idiota que fizera anos antes e se teria coragem de cumprir o que prometi. Costumo cumprir minhas promessas! Meu maior risco era ser visto pelos seguranças do cemitério e acabar sendo preso por vandalismo e ato obsceno em público. Felizmente, para minha sorte acabei não vendo o túmulo de Peary. O cemitério é muito grande, e você precisa quase que de um dia inteiro para visitá-lo por completo. Eu e meu irmão passamos pouco mais de uma hora e meia andando pelo cemitério e não vi a sepultura de Peary, que devido a sua construção diferente da maioria das sepulturas do lugar -que possuem apenas uma cruz branca- ela seria visível de longe. Mas mesmo olhando com atenção por onde passei, não encontrei a sepultura de Peary e não precisei me arriscar para cumprir a promessa idiota que fiz. Melhor assim!

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Túmulo de Peary, no Cemitério Nacional de Arlington.
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Eu, no Cemitério Nacional de Arlington. (2011)

 

Ps: Caso queira saber mais sobre o Cemitério Nacional de Arlington, segue abaixo o link para ver a postagem sobre a visita que fiz ao cemitério em 2011:

Cemitério de Arlington