OSCAR 2025

Como faço nos últimos anos, estou escrevendo sobre os filmes que concorrem ao Oscar de Melhor Filme. Este ano, consegui assistir ao último filme concorrente três dias antes da cerimônia de entrega do Oscar. Bem melhor do que no ano passado, quando vi o último filme faltando apenas uma hora para a cerimônia.

Novamente, tive bastante dificuldade para assistir a alguns filmes. No cinema da minha cidade, a maioria ainda não foi exibida, e alguns nem chegarão a ser. Dos dez filmes concorrentes, assisti a um no cinema, a outro no avião durante uma viagem e aos outros oito em casa, na TV, por meio de diversos serviços de streaming.

Diferentemente do ano passado, quando havia muitos filmes bons entre os dez concorrentes, este ano achei a maioria dos filmes bastante fraca. E, como acontece todo ano, minha lista de preferências foi mudando à medida que eu assistia aos filmes. Pela primeira vez desde que comecei a postar sobre os concorrentes ao Oscar, acredito que minha primeira opção será a vencedora na categoria de Melhor Filme.

Os filmes concorrentes, na ordem de minha preferência:

1° – O brutalista

A trama explora a vida de um controverso arquiteto e suas criações que desafiam as normas sociais. O arquiteto e sua esposa fogem da Europa devastada pela guerra em busca de um novo começo na América. Na jornada da reconstrução do legado, eles passam a testemunhar o surgimento da América moderna e se deparam com uma oportunidade que pode mudar suas vidas para sempre.

O filme é longo, com mais de três horas de duração. Em alguns cinemas, há um intervalo de 15 minutos no meio da exibição para que o público possa ir ao banheiro. Achei o filme muito interessante, com algumas cenas bastante fortes. Foi bom ver Guy Pearce de volta a um grande papel. Acredito que o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante deve ficar com ele ou com Edward Norton.

2° – Um completo desconhecido

Biografia sobre a vida de Bob Dylan. Situado na cena musical de Nova York do início dos anos 1960, Dylan, o jovem músico de Minnesota, tem apenas 19 anos e caminha rumo à sua ascensão na música. Passando de cantor folk, para as salas de concerto e ao topo das paradas, culminando em sua performance inovadora de rock and roll elétrico no Festival Folclórico de Newport em 1965, definindo um dos momentos mais transformadores da música do século XX.

Foi o último dos dez filmes que assisti. Achei bem feito e bem ambientado na década de 1960. A história de Bob Dylan, cantor de quem conheço poucas músicas, é envolvente e agradável de assistir. Na tela, vê-se o talento superando as dificuldades e alcançando o sucesso. Demorei para reconhecer o Edward Norton no filme. Ele está bastante envelhecido. Para quem já fez o papel do Incrivel Hulk, fica estranho ver ele envelhecido no filme. O pior é que ele é somente um ano mais velho do que eu…

3° – Ainda estou aqui

Este drama brasileiro, dirigido por Walter Salles, narra a luta de uma mulher em busca de seu marido desaparecido durante a ditadura militar no Brasil. Ainda Estou Aqui se passa no Brasil, em 1970 e é uma adaptação do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva. A dona de casa se vê obrigada a virar ativista de direitos humanos após o desaparecimento de seu marido.

Fernanda Torres é uma excelente atriz e está muito bem no filme. Mas, apesar de torcer por ela, não acredito que vença o Oscar de Melhor Atriz. Na minha opinião, o prêmio vai para Demi Moore. Também não acho que o filme vencerá na categoria de Melhor Filme, mas acredito que tenha boas chances de ganhar como Melhor Filme Internacional – e digo isso mesmo sem ter assistido aos outros concorrentes da categoria.

No geral, gostei do filme, que, sendo uma produção nacional, é muito bom – algo raro de acontecer. Além disso, gosto de Marcelo Rubens Paiva, autor do livro no qual o filme foi baseado. A história gira em torno do pai do escritor. Já li outros livros dele, e todos foram ótimos.

No entanto, o filme tem seus problemas, pois é enviesado. Até mataram um cachorrinho na história para sensibilizar o público. A trama retrata uma família burguesa, de um ex-deputado da época, que morava em frente à praia e até possuía telefone – algo surreal para a maioria das pessoas naqueles tempos. Além disso, colocaram uma empregada branca, o que não era comum na época. Será que fizeram isso para ser politicamente corretos? Pesquisei, mas não consegui descobrir a verdadeira cor da pele da empregada.

Outro ponto é que o filme só mostra um lado da história. Ele retrata os militares como monstros – o que, de fato, eram –, mas não menciona que os militantes de esquerda também cometeram abusos. Os grupos de esquerda sequestraram, mataram, roubaram bancos, explodiram bombas e atacaram instalações militares e policiais. Era uma guerra, com exageros e violência de ambos os lados. Quem tinha mais poder, sofria menos. No caso da história contada no filme, quem sofreu foi Rubens Paiva e sua família.

Se, por um milagre, o filme vencer como Melhor Filme, acredito que será um tipo de protesto contra o crescimento da direita no mundo – especialmente nos Estados Unidos, terra do Oscar e da maioria dos membros da Academia, que votam e escolhem o vencedor. Da lista de dez filmes, foi o único que vi no cinema.

4° – A substância

Este filme de terror psicológico explora os limites da mente humana e as consequências de experiências científicas não convencionais. Uma celebridade em declínio que enfrenta uma reviravolta inesperada ao ser demitida de seu programa fitness na televisão. Desesperada por um novo começo, ela decide experimentar uma droga do mercado clandestino que promete replicar suas células, criando temporariamente uma versão mais jovem e aprimorada de si mesma.

Foi o primeiro dos dez filmes concorrentes que assisti. É um filme um pouco complexo, mas interessante. Ele mostra até que ponto certas pessoas, que não aceitam as marcas do tempo em seus rostos e corpos, chegam para tentar permanecer jovens — algo impossível. O filme me fez lembrar das notícias que surgem frequentemente no noticiário, mostrando pessoas que morreram ao fazer cirurgias plásticas ou outras intervenções na busca por melhorar seus corpos. Essas pessoas arriscam a saúde e até a vida para ficarem mais bonitas e, muitas vezes, acabam perdendo a vida nesse processo. Achei o final péssimo e de muito mau gosto. Se o filme tivesse terminado cinco minutos antes, teria sido melhor. E quem é fã da Demi Moore, vai curtir, pois ela fica nua boa parte do filme.

5° – Conclave

O filme mergulha nos bastidores da eleição de um novo Papa, revelando intrigas e segredos do Vaticano. Um arcebispo é escolhido a dedo pelo papa anterior antes de morrer, como o encarregado de conduzir esse processo confidencial, o conclave. Sem entender o motivo, o cardeal acaba no centro de uma conspiração e de um choque de interesses que não só abalarão sua fé, mas também os alicerces da Igreja Católica.

Achei que não ia gostar, mas acabei gostando do filme, que mostra o processo altamente secreto da escolha de um Papa. Só não gostei do final; achei que ele estragou o filme. Ao ver os cardeais no filme discutindo, destilando vaidade e tentando puxar o tapete uns dos outros na busca pelo poder, lembrei-me dos sete anos em que trabalhei com os padres jesuítas. No trabalho com os padres, cansei de ver atitudes iguais às que vi no filme. Onde há poder e dinheiro, até mesmo religiosos podem acabar deixando Deus de lado, na busca de mais poder.

6° – Anora

A jovem e bela Anora é uma trabalhadora do sexo da região do Brooklyn, nos Estados Unidos. Em mais uma noite de trabalho, a garota descobre que pode ter tirado a sorte grande, uma oportunidade de mudar o seu destino: ela acredita ter encontrado o seu verdadeiro amor após se casar impulsivamente com o filho de um oligarca, o herdeiro russo Ivan.

Nem sei o que dizer sobre esse filme. Hoje li em um site que ele está despontando de última hora como um sério concorrente ao Oscar de Melhor Filme. A atriz principal abusa das cenas de nudez, e a história é meio bobinha e sem graça. Talvez o filme esteja cheio de mensagens que o pessoal da Academia do Oscar consegue captar e adorar, assim como os críticos de cinema gostam de comentar. Eu, no entanto, não vi nada além de um filme fraco e sonolento.

7° – Nickel boys

O filme aborda as injustiças sofridas por jovens afro-americanos em uma escola reformadora no sul dos Estados Unidos. Dois jovens negros norte-americanos, Elwood e Turner, tornam-se melhores amigos enquanto vivem uma das experiências mais cruéis de sua juventude: a detenção em um reformatório no ápice da aplicação das leis segregacionistas.

Quando li a sinopse do filme e vi que era baseado em uma história real, fiquei animado para assistir. Mas, ao ver o filme, foi uma grande decepção. Simplesmente não gostei do que vi. Além disso, tentaram um enquadramento diferente ao gravar muitas cenas, e, em vários momentos, dá a impressão de que o cinegrafista filmou estando deitado no chão. Filme ruim!

8° – Wicked

É uma adaptação do famoso musical da Broadway, o filme reimagina a história das bruxas de Oz antes da chegada de Dorothy. O filme conta a inesperada amizade entre Glinda e Elphaba, antes de serem conhecidas por toda Terra de Oz como a Bruxa Boa e a Bruxa Má do Oeste. No início de suas juventudes, cada uma está à procura dos próprios desejos, mas caminhos tão diferentes podem trazer olhares distintos sobre a verdade. Essa é a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste.

Filme meio bobinho, com um toque de musical cansativo. Foi difícil assistir até o final, e acabei cochilando algumas vezes. Acredito que também esteja cheio de mensagens subliminares, inclusive sobre racismo, já que uma das personagens principais é verde e sofre discriminação por isso. No entanto, não percebi nem entendi nenhuma mensagem subliminar ou explícita no filme.

9° – Emilia Pérez

O filme conta a história de uma mulher transgênero enfrentando desafios pessoais e sociais. Tudo muda quando uma proposta indispensável surge para a advogada Rita: ajudar um temido chefe de cartel a sumir por definitivo e viver seu verdadeiro eu fora do radar das autoridades.

Sinceramente, não entendo como esse filme conseguiu 13 indicações ao Oscar. É péssimo! Um meio musical, com várias músicas ruins sendo cantadas ao longo da trama. Para piorar, assisti dentro de um avião, sobrevoando o Atlântico, em meio a muita turbulência. Detestei tanto a experiência quanto o filme!

10° – Duna: Parte 2

É a sequência da épica saga de ficção científica, que continua a jornada de Paul Atreides em um deserto cheio de perigos e intrigas políticas. Paul Atreides se une a Chani e aos Fremen enquanto busca vingança contra os conspiradores que destruíram sua família.

Já não gostei do primeiro filme, e a continuação me pareceu ainda pior. Não tenho nada a acrescentar, exceto um conselho: não assista, não perca seu tempo!

 

Viagem Europa 2025: Ingalterra – Dia 5

Após dormir até um pouco mais tarde, chegou a hora de levantar e terminar de arrumar minhas coisas para ir embora. Após vários dias de viagem, já estava sentindo saudades de casa, principalmente da minha cama, pois há dias vinha sentindo dores nas costas por não ter me adaptado às camas onde dormi.

Tudo ajeitado e, pouco antes do meio-dia, fizemos o check-out no hotel. Antes de seguir para o aeroporto, resolvemos almoçar em um Nando’s, que é um restaurante que serve comida indiana. Por ser hora do almoço, o restaurante estava cheio; inclusive, havia alguns indianos de turbante almoçando no local. Na Inglaterra, vivem muitos indianos que, por vários motivos, se mudaram para a terra de seus colonizadores. Para evitar surpresas, olhei o cardápio de ponta a ponta duas vezes e escolhi um sanduíche. Como sou muito chato para comer, prefiro não arriscar em lugares onde vou comer pela primeira vez.

Após almoçar, atravessamos a rua em frente e entramos na estação de metrô Southwark. Até o aeroporto de Heathrow, foi quase uma hora de viagem, e tivemos que trocar de metrô em uma estação quase no meio do caminho. Para evitar problemas, sempre procuramos chegar bem cedo aos aeroportos.

Fomos para a fila de check-in da Latam e ficamos quase uma hora esperando abrir. Então, fizemos o check-in, despachamos nossas malas e fomos passar pela imigração. Sair de um país sempre é mais fácil do que entrar, então não tivemos problemas. Em seguida, fomos para a sala VIP da British Airways, que é parceira da Latam. Ficamos o resto da tarde e o começo da noite na sala VIP, conversando, descansando, comendo e bebendo. Tínhamos à disposição vários freezers de bebidas, principalmente latas de refrigerante pequenas, de 150 ml. Eu e o Wagner bebemos várias latas. Acabei provando uma Ginger Ale cítrica. Adorei esse refrigerante e só não bebi mais porque não tinha espaço no estômago. A Ginger Ale é um refrigerante à base de gengibre. As opções de comida disponíveis eram bem inglesas, e provei algumas com moderação. Acabei gostando de um feijão enorme, com carne de ovelha, que mais parecia uma feijoada feita com feijão marrom. Exagerei e, depois, fiquei passando mal antes, durante e após o voo.

Pouco antes das 21 horas, horário local, embarcamos no avião. Mais uma vez, viajaríamos na classe executiva. Dessa vez, fiquei em um canto, bem no final da classe executiva, e meu irmão ficou em uma poltrona à minha frente. A viagem até o Brasil teria duração de onze horas, o que, mesmo na classe executiva, é desgastante. Serviram o jantar menos de duas horas após a partida. A sobremesa, assim como na ida, era sorvete. Só que, dessa vez, não era Häagen-Dazs. Como eu era o último da fila, não tive opção de escolher o sabor, e me trouxeram um sorvete de chocolate com pedaços de laranja, de uma marca inglesa cujo nome não lembro. O sorvete era horrível, e não sei por que comi tudo. Eu, que já estava mal do estômago, fiquei ainda pior. Não conseguia dormir e vi dois filmes e seis episódios de uma série. Só consegui dormir quando começamos a sobrevoar o Brasil. E justo quando comecei a dormir, iniciou-se uma turbulência severa.

O resto da viagem se resume ao desembarque em São Paulo e, depois, pegar um voo de conexão para Maringá. Lá, passei o resto do dia e, no começo da noite, peguei meu carro, que tinha ficado na garagem do prédio do meu irmão, e segui para minha cidade, minha casa, meus gatos e minha cama querida…

Essa minha terceira viagem para a Europa foi muito legal. Conheci muitos lugares interessantes, conheci pessoas legais, provei comidas novas e diferentes. No geral, não tenho nada a reclamar. Só tenho a agradecer a Deus por tudo ter dado certo, mesmo com os pequenos perrengues que passei, e ao meu irmão pelo convite para viajar com ele, mesmo que tenha sido meio de última hora. No geral foi uma viagem inesquecível!

Deixando o hotel em Londres.
O sanduiche indiano do Nando´s.
E estação Southwark, que ficava quase ao lado do hotel.
A caminho do aeroporto.
No aeroporto de Heathrow.
Fazendo o chek-in.
Lanche na sala Vip da British.
A Ginger Ale que me conquistou.
Pronto para uma viagem de 11 horas.

Viagem Europa 2025: Ingalterra – Big Ben

Big Ben é um grande sino instalado na torre noroeste do Palácio de Westminster, sede do Parlamento Britânico, localizado em Londres. O nome oficial da torre era originalmente Clock Tower, mas foi renomeada como Elizabeth Tower em 2012 para marcar o Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II. A torre foi inaugurada durante a gestão de Sir Benjamin Hall, ministro de Estado da Inglaterra, em 1859.

A torre abriga o maior relógio de quatro faces do mundo e é a décima quarta torre de relógio mais alta do planeta. Construída em estilo neogótico, possui 96 metros de altura, tendo sido concluída em 1858 e iniciando suas atividades em 7 de setembro de 1859.

A Torre do Big Ben é um ícone cultural britânico, um dos símbolos mais proeminentes do Reino Unido, frequentemente presente em filmes, séries de televisão e documentários ambientados em Londres.

Em 15 de fevereiro de 1952, o sino tocou 56 vezes, uma por minuto, durante o funeral do Rei Jorge VI, falecido aos 56 anos. Em 27 de julho de 2012, tocou por 3 minutos (das 8h12 às 8h15) para anunciar a abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 2012. Essa foi a primeira vez que o sino tocou fora de sua programação normal desde o funeral de Jorge VI.

História e Construção

A Elizabeth Tower, anteriormente chamada Clock Tower e popularmente conhecida como Big Ben, foi erguida como parte do projeto de Charles Barry para a reconstrução do Palácio de Westminster, após um incêndio devastador em 16 de outubro de 1834. Barry, o arquiteto-chefe, contou com a colaboração de Augustus Pugin para o projeto da torre do relógio, inspirado nos trabalhos anteriores de Pugin, como Scarisbrick Hall, em Lancashire. Esse foi o último projeto de Pugin antes de sua morte.

A torre possui uma estrutura de 96 metros de altura. Os primeiros 61 metros são compostos de alvenaria revestida de calcário Anston, enquanto o restante da torre é de ferro fundido. A base da torre é quadrada, com 15 metros de lado e feita de concreto com 3 metros de espessura, situando-se a 4 metros abaixo do nível do solo. Os mostradores do relógio estão localizados a 55 metros do chão, e o volume interno da torre é de 4.600 metros cúbicos.

Apesar de ser uma das atrações turísticas mais famosas do mundo, o interior da torre não está aberto a visitantes estrangeiros. Apenas residentes do Reino Unido podem agendar visitas através de seus parlamentares. A torre também não possuía elevador, mas um está sendo instalado, eliminando a necessidade de subir seus 334 degraus.

Inclinação da Torre

Devido a mudanças nas condições do solo, a torre sofreu uma ligeira inclinação para o noroeste. Em outubro de 2011, a inclinação era de 0,26 graus, resultando em um desvio de meio metro entre a base e o topo. Especialistas indicam que a inclinação aumentou desde 2003, sem razão aparente. No entanto, autoridades britânicas afirmam que levaria cerca de 10 mil anos para que a torre atingisse uma inclinação crítica semelhante à da Torre de Pisa.

O Relógio

Os quatro mostradores do relógio foram projetados por Augustus Pugin. Cada um tem 7 metros de diâmetro e contém 312 peças de vidro opaco, similares a vitrais. As molduras das bases são douradas, e na base de cada marcador há a inscrição em latim: “DOMINE SALVAM FAC REGINAM NOSTRAM VICTORIAM PRIMAM” (“Deus Salve Nossa Rainha Vitória I”).

O mecanismo do relógio foi projetado pelo horologista Edmund Beckett Denison e pelo astrônomo real George Airy, e construído pelo relojoeiro Edward John Dent. A precisão do relógio é ajustada adicionando ou removendo moedas de cobre no pêndulo. Cada moeda altera a velocidade em 0,4 segundos por dia. O relógio é manualmente acionado três vezes por semana, levando cerca de 1,5 horas.

O Sino Big Ben

O sino original, fundido em 1856 pela John Warner & Sons, pesava 16 toneladas, mas rachou antes de ser instalado. O sino atual, fundido em 1858 pela Whitechapel Bell Foundry, pesa 13,76 toneladas e tem 2,74 metros de diâmetro. Foi erguido na torre em uma operação de 18 horas. Em setembro de 1859, o sino rachou novamente. Para repará-lo, um pedaço de metal foi removido e o martelo foi reposicionado. Desde então, o som do sino é ligeiramente diferente.

Impacto Cultural e Manutenção

O Big Ben é um dos símbolos mais icônicos do Reino Unido. Seu som é transmitido pela BBC Radio 4 desde 1923. A torre passou por uma grande restauração entre 2017 e 2021, com um orçamento que ultrapassou 80 milhões de libras. As obras incluíram a remoção de telhas de ferro fundido, instalação de um elevador e restauração da cor original azul da Prússia nos mostradores do relógio.

Após quatro anos de trabalho, a torre foi reinaugurada em novembro de 2021, a tempo para as festividades de Ano Novo. O Big Ben continua sendo um dos monumentos mais reconhecidos e admirados no mundo inteiro.

 

Viagem Europa 2025: Ingalterra – Dia 4

Saímos cedo do hotel e fomos pegar o metrô na estação ao lado. Fazia mais um dia de frio e céu nublado. Eu queria visitar a casa do Capitão Scott, o explorador polar que morreu na volta do Polo Sul. Em Londres, as casas onde personagens famosos da história moraram são sinalizadas com uma placa azul. Existe um aplicativo que mostra, num mapa da cidade, onde ficam essas casas.

A casa de Scott era a única que me interessava visitar. Na verdade, a visita se resumia a tirar uma foto em frente à casa, pois entrar nela estava fora de questão, já que foi modificada e tem novos moradores, que com certeza não devem gostar de visitantes estranhos. Pegamos o metrô até perto do local onde a casa ficava e depois um Uber.

Desci em frente à casa, tirei algumas fotos e fiquei observando-a por uns dois minutos, tentando imaginar o que se passava pela cabeça do Capitão Scott quando saiu dali pela última vez, em 1910, para seguir rumo à Antártica numa expedição de três anos da qual não voltou. O local devia ser um pouco diferente e mais calmo do que é atualmente.

Notei que, um pouco antes da casa do Capitão Scott, havia uma plaquinha na porta de outra casa informando que Bob Marley morou ali. Como não gosto de Bob Marley nem de suas músicas, não tive o menor interesse em tirar uma foto da casa onde ele viveu em 1977. Depois dessa visita, voltamos a estação do metrô e fomos rumo ao Palácio de Buckingham.

Descemos numa estação próxima ao Palácio de Buckingham. Atravessamos um grande parque e chegamos em frente ao Palácio, bem na hora da troca da guarda. O local estava cheio de gente, a maioria turistas. Também havia muitos policiais. O Palácio de Buckingham é ao mesmo tempo escritório e residência da família real quando eles estão em Londres. O Palácio também sedia cerimônias oficiais, como banquetes para chefes de Estado visitantes. Cerca de 500 pessoas trabalham no Palácio, incluindo funcionários para assuntos oficiais e domésticos do Rei Charles. A casa original que existia no local foi transformada em Palácio entre 1820 e 1830. A Rainha Vitória foi a primeira monarca a morar no Palácio, de 1837 a 1901.

Assistimos à troca da guarda e tiramos fotos em frente aos enormes portões do Palácio. Depois, ficamos um tempo em uma pequena praça em frente, onde existem muitas esculturas, inclusive uma da Rainha Vitória. Seguimos nosso passeio e fomos caminhando até a Abadia de Westminster. A Abadia é o lugar de descanso final da maioria dos monarcas britânicos e onde se realizam também as coroações e outros grandes eventos que envolvem a família real. Para entrar na Abadia, havia uma fila gigantesca e desistimos de visitá-la. Do outro lado da rua, em frente à Abadia, há uma praça repleta de estátuas de figuras importantes. Gostei muito da estátua de Gandhi. Havia uma manifestação nos arredores, com muitos carros travando o trânsito e um buzinaço sem fim.

Seguimos nosso passeio e chegamos à esquina do Parlamento. Há mais de 500 anos o Palácio de Westminster é a sede das duas Casas do Parlamento: a dos Lordes e a dos Comuns. Seria algo parecido com a nossa Câmara dos Deputados e o Senado, mas o sistema inglês é o parlamentarismo, que é bastante diferente do nosso sistema presidencialista. Num dos cantos do prédio do Palácio de Westminster fica o famoso Big Ben.

O Big Ben é um grande sino instalado na torre noroeste do Palácio de Westminster. O nome oficial da torre em que o Big Ben está localizado era originalmente Clock Tower, mas ela foi renomeada como Elizabeth Tower em 2012 para marcar o Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II. A torre foi inaugurada durante a gestão de Sir Benjamin Hall, ministro de Estado da Inglaterra, em 1859. A torre do Big Ben é um ícone cultural britânico, um dos símbolos mais proeminentes do Reino Unido e frequentemente aparece em cenas de filmes, séries de televisão, programas ou documentários ambientados em Londres. O sino do Big Ben toca a cada hora, e quatro sinos menores soam a cada quinze minutos.

Um pouco à frente do Parlamento, do outro lado da rua, nas margens do rio Tâmisa, fica a London Eye, uma roda-gigante enorme. Tiramos fotos em frente a ela e só. Meu irmão já tinha dado uma volta nela em uma viagem anterior e disse que demora muito. Eu tenho um trauma de infância com relação a rodas-gigantes, então não tinha o mínimo interesse em andar nela.

Pegamos o metrô na Estação Westminster, que ficava próxima de onde estávamos, e fomos até Piccadilly Circus. Andamos um pouco pela região e também próximo à Trafalgar Square. Fomos até Chinatown. A história desse lugar remonta à década de 1950. A comunidade chinesa da Londres do pós-guerra tinha poucos recursos, e muitos não tinham um lugar para morar, encontrando na área aluguéis baratos. Aconteceu que os soldados britânicos que voltavam do Oriente se apaixonaram pela culinária chinesa e, por isso, surgiram tantos supermercados e restaurantes. Seu sucesso atraiu mais empresários chineses do East End em busca de fortuna, e foi se formando uma reputação de vida noturna.

Após caminhar um pouco pela região, ficamos com fome, pois já era meio da tarde. Paramos numa churrascaria brasileira que fica em Chinatown e ali almoçamos um belo churrasco. Depois, fomos andar pelo Soho e voltamos a Piccadilly Circus, onde entramos em algumas lojas. Anoiteceu, esfriou e resolvemos voltar para nosso hotel. Precisávamos arrumar nossas malas, pois no dia seguinte, ou melhor, na noite seguinte, embarcaríamos de volta ao Brasil.

Antes de ir para o hotel, passamos no Tesco, que fica ao lado da estação do metrô, e fizemos algumas compras, inclusive a nossa janta. Minha janta se resumiu a quatro cupcakes com cobertura de chocolate e uma garrafa de Coca-Cola. Gosto de cupcakes e, no Brasil, nunca encontrei nenhum tão saboroso quanto os que comia nos Estados Unidos, quando lá vivi. Descobri que os cupcakes ingleses eram tão bons quanto, ou até melhores do que, os norte-americanos.

Algo que me chamou atenção tanto em Portugal quanto na Inglaterra é que as garrafas PET, sejam de água, suco ou refrigerante, ficam com as tampas presas à garrafa. Elas não se soltam totalmente, como as garrafas PET no Brasil. Depois, fiquei sabendo que, na Europa em geral, as tampas de garrafas PET ficam presas às garrafas. Isso tem por objetivo garantir que a tampa seja reciclada junto com a embalagem e também evitar que a tampa seja perdida após a abertura da garrafa, reduzindo o risco de serem jogadas em rios ou praias. Achei isso bastante interessante, e tal prática bem que podia ser adotada no Brasil.

Após comer, tomar banho e arrumar minha mala e mochila, foi hora de procurar nos bolsos moedas e notas de libras. As notas não são problema se sobrarem, pois podem ser trocadas no Brasil. Já as moedas não são trocadas e acabam se perdendo, gerando um certo prejuízo. Nas últimas semanas, tinha andado com notas de euro e de libras na carteira. Agora, tinha que me livrar delas para, em breve, voltar a ter na carteira somente as desvalorizadas notas de real.

O local onde Scott morava.
Casa do Capitão Scott.

Policial londrina.
Palácio de Buckingham.
Troca da guarda.
Em frente aos portões do Palácio de Buckingham.

Palácio de Buckingham.
Estátua da Rainha Vitória.
Palácio de Buckingham.
Palácio de Buckingham.
Abadia de Westminster.
Ao fundo o Big Ben.
Estátua de Gandhi.
Wagner, tendo ao fundo o Parlamento.
London Eyes.

Chinatown.
Churrascaria brasileira em Chinatown.
Soho.
Confeitaria no Soho.
Jantando cupcakes e Coca-Cola.
Garrafa com tampa presa.
Euros e Libras que sobraram na carteira.

Viagem Europa 2025: Ingalterra – Dia 3

Dormimos até um pouco mais tarde. Alguns podem achar estranho que viajamos para o exterior e, em vez de levantar cedo e ir passear, ficamos dormindo. Explico que, além de ser cansativo andar o dia todo, havia o fator frio, que era muito desgastante. Então, preferimos dormir um pouco mais, pois também não aguentaríamos passar o dia todo na rua. Já fiz muito disso no passado, de andar quilômetros e mais quilômetros quando ia para uma cidade que não conhecia. Na primeira vez que estive em Nova York, no segundo dia na cidade, caminhei cerca de 21 quilômetros. Hoje estou mais velho e não aguento tais exageros, então prefiro descansar bastante e assim aproveitar melhor os passeios quando saio à rua.

Fazia sol, o céu estava limpinho, mas o frio tinha aumentado. Quando saímos do hotel, fazia 3 graus, com sol. Pegamos o metrô na estação próxima de onde estávamos e, após uma viagem curta, descemos, caminhamos um pouco e entramos em outra estação de metrô. Ali pegamos o metrô rumo a Greenwich. Saímos da estação e pegamos um ônibus de dois andares. Sentamos no terceiro banco, mas logo fomos para o primeiro banco da frente, na parte de cima do ônibus. Foi interessante viajar ali e observar o movimento do bairro em sua rotina matinal.

Descemos próximo ao Greenwich Park, que é um dos Parques Reais de Londres, um antigo parque de caça e um dos maiores espaços verdes da cidade. Ele foi o primeiro da cidade a ser fechado, isso em 1433. Logo na entrada, passamos pelo Cutty Sark, que é um clíper (veleiro) britânico. Da classe “extreme clipper”, ele é a última das embarcações de transporte de chá, preservada como símbolo de uma era. Foi construído em 1869. Perto do Cutty Sark, há um túnel subterrâneo que liga Greenwich à Isle of Dogs.

No parque também fica o Observatório Real, onde estão expostos instrumentos científicos. Nele também está a Queen’s House, construída entre 1614 e 1617, sendo um dos mais importantes edifícios da história da arquitetura britânica e o primeiro edifício conscientemente clássico a ser construído na Grã-Bretanha.

Greenwich Park é famoso por lá se situar o Observatório Real de Greenwich, a partir do qual é definido o Meridiano de Greenwich, onde, por definição, a longitude é 0º 0′ 0″ E/W, e que serviu de base para a definição do tempo médio de Greenwich (GMT). Você estudou sobre isso na quinta série. Achei o máximo estar em tal lugar. Andamos por entre as várias construções do parque e algumas partes reconheci de ter visto em filmes. Num canto, vi um pequeno monumento, na verdade um jardim, em homenagem aos mortos no naufrágio do Titanic. Lembro que o navio afundou quando ia da Inglaterra para os Estados Unidos, em 1912.

Sem querer, acabei descobrindo algo que me deixou muito feliz. No parque funcionava o Museu Marítimo Nacional, dedicado à Marinha do Reino Unido, sendo o maior do mundo nesse estilo. Foi inaugurado em 27 de abril de 1937 e recentemente passou por uma reforma completa. Sou um apaixonado pelas aventuras e histórias dos navegadores James Clark Ross, Ernest Shackleton, Robert Falcon Scott, pelas expedições do Terra Nova, do Discovery, do Endurance e da desaparecida Expedição Franklin. Durante muitos anos, colecionei livros sobre tais assuntos e expedições, principalmente as que tentavam chegar pela primeira vez ao Polo Sul. São mais de 30 anos lendo tudo o que encontro sobre tais assuntos, vendo filmes, documentários. E agora, sem querer, eu descobria um museu que até então desconhecia a existência, que com certeza teria objetos originais das expedições e personagens que citei pouco acima.

Meu irmão estava reclamando das dores no joelho e queria ir embora, mas acho que ele entendeu o quanto visitar o museu era importante para mim, devido ao meu sorriso e grau de excitação. Então ele falou para eu visitar o museu, enquanto ele ficaria sentado num banco na recepção, um local confortável e quentinho. Prometi que seria rápido na visita. Melhor ainda, descobri que a entrada era gratuita. Visitei todos os cantos do museu e demorei mais no andar superior, onde existia uma enorme sala dedicada às expedições polares. Eu estava vendo ao vivo diversos objetos originais de muitas expedições polares. Alguns objetos ali expostos, eu tinha ouvido falar muitas vezes nas páginas dos livros que li. Esse foi, sem dúvida, um dos melhores momentos da visita a Londres. Somente quem gosta muito de história e de fatos históricos vai realmente entender o quanto foi maravilhoso para mim visitar tal lugar e ver esses objetos originais das expedições e dos personagens que fizeram parte delas.

Num canto, vi um Ninho de Corvo, que pertenceu à Expedição Discovery, uma expedição oficial britânica das regiões antárticas entre 1901 e 1904, liderada pelo Capitão Robert Falcon Scott. O Ninho de Corvo era uma estação de observação usada para guiar o navio através de águas geladas. Ele ficava preso ao mastro principal do navio, e um homem ficava dentro dele observando o mar à sua frente. Era o único objeto em exposição que não estava totalmente protegido por vidro. Dei uma olhada em volta e não tinha ninguém olhando. Vi algumas câmeras de segurança no teto, mas estavam viradas para o lado oposto. Não resisti e toquei rapidamente o Ninho de Corvo. Parece que pude sentir a energia que emanava de tal objeto e estive mais próximo de todos os homens que fizeram parte da expedição Discovery. Difícil explicar tal sensação e o significado que esse gesto teve para mim. Você com certeza não vai entender!

Tinha uma seção com objetos em exposição que foram usados pelo Capitão Robert Falcon Scott na corrida pelo descobrimento do Polo Sul, em 1911. O norueguês Amundsen e sua equipe chegaram 33 dias antes dos britânicos ao Polo Sul e retornaram em segurança à sua base. Já os britânicos morreram no retorno. A equipe de Scott era formada por cinco homens; dois morreram antes, e o Capitão Scott e dois de seus homens foram encontrados oito meses depois, congelados dentro de sua barraca. Tinham morrido de exaustão, frio e fome, distantes apenas 14 quilômetros de um depósito de comida. Foram sepultados como estavam, dentro da barraca. Quando a notícia das mortes chegou a Londres, a cidade parou. Tinham perdido um de seus grandes exploradores.

Terminada a visita ao museu, onde tirei muitas fotos, fui encontrar meu irmão. Demos como encerrada a visita a Greenwich. Já passava das 13h00, e pegamos um ônibus em frente ao local e fomos até o Millennium Leisure Park, que é uma mistura de shopping e local de shows. Meu irmão queria almoçar no Jimmy’s, um restaurante onde já tinha estado antes e que serve comida de várias partes do mundo. Apesar do horário avançado, o restaurante ainda estava cheio. Metade das comidas servidas eu não tinha a mínima ideia do que eram. Arrisquei provar algumas e gostei. No mais, confiei nas saladas que conhecia e na pizza, que também era servida. Acabei comendo mais do que devia, mas valeu a pena.

Após almoçar, demos uma volta pelo lugar, e meu irmão reclamava cada vez mais das dores no joelho. Resolvemos voltar para o hotel. Após pegar um ônibus e dois metrôs, chegamos ao hotel. Começava a escurecer e, enquanto meu irmão ia para o quarto repousar, resolvi dar uma volta sozinho. Meu irmão me deu algumas sugestões do que visitar ali perto, e fui caminhar. Liguei o Strava, um aplicativo de celular que marca a distância percorrida. Saí caminhando pela avenida em frente ao hotel, depois atravessei uma das pontes do Tâmisa e segui em direção à St Paul’s Cathedral, que é uma catedral anglicana.

Lembro que a Igreja Anglicana é a religião oficial do Estado inglês. Para entrar na catedral, é necessário passar por uma revista com seguranças. Notei que fui o último a entrar e, após eu ter passado pela segurança, começaram a desmontar os equipamentos que barravam a entrada. Ao entrar na catedral, entendi o motivo: estava começando a missa, e ninguém mais podia entrar após o seu início. Fiquei curioso em saber se poderia sair antes do final da missa, pois não tinha o mínimo interesse em assisti-la, ainda mais missa em inglês. Havia uma fita e dois seguranças separando quem queria assistir à missa de quem queria apenas visitar a catedral. Essa fita acabava me impedindo de visitar toda a catedral, mas visitar sua parte de trás e algumas partes da lateral foram suficientes para mim. A catedral é atualmente um dos locais de maior visitação na cidade de Londres. Foi também nesta catedral que o Rei Charles casou-se com Lady Diana Spencer, em 1981. No local da catedral, foi erguida, em 604 d.C., a primeira igreja da Inglaterra, feita de madeira. A cúpula da catedral é a segunda maior do mundo, sendo ultrapassada apenas pela da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Durante a Segunda Guerra Mundial, Londres foi bastante bombardeada pelos alemães, nas famosas blitz. Duas vezes, grandes bombas caíram na catedral e não explodiram. Uma dessas bombas, se tivesse explodido, teria destruído a catedral, deixando uma cratera de 30 metros de profundidade no local. Podemos dizer que foi um milagre o que aconteceu.

O que me chamou atenção foi que, em muitas partes das paredes, existiam placas com homenagens a pessoas que morreram, principalmente em guerras ou combates menores. A catedral abriga cerca de 200 memoriais que servem à Ordem do Império Britânico e ao Tesouro Nacional. Porém, muitos tesouros foram perdidos ou furtados da catedral em 1810, quando um grande assalto resultou na perda de importantes artefatos preciosos do local. A catedral ainda abriga os túmulos de notáveis cidadãos britânicos.

Saindo da catedral, fiquei na dúvida se voltava para o hotel ou seguia com meu passeio. Estava esfriando ainda mais e, como estava bem disposto, resolvi caminhar mais um pouco. Segui por uma longa avenida que passa em frente à catedral e, após muitos quarteirões, acabei chegando ao West End, que é a região de Londres comparada à Broadway de Nova York, sendo considerada a Broadway londrina. É um distrito teatral que abriga a maioria dos teatros da capital inglesa. Vi em um teatro que estava em cartaz o musical Mamma Mia!, mas que só teria apresentações no dia em que eu iria embora de Londres. Sou fã do Abba, cujas músicas compõem o musical, e nas visitas que fiz a Nova York em 2003 e 2011, o musical estava em cartaz na Broadway. Em 2003, achei o ingresso muito caro e não fui ver o musical. Depois, me arrependi disso. Em 2011, o musical estava em um teatro mais distante da Broadway, havia fila de espera para reservas, e acabei desistindo de assistir. Também me arrependi depois. Ou seja, essa era a terceira vez que eu tinha a chance de assistir Mamma Mia! e não assisti. Paciência!

Continuei com meu passeio e andei por algumas ruas movimentadas, tomando o cuidado de observar bem os lugares por onde passava para não me perder na volta. Chegou o momento em que achei que já tinha caminhado o suficiente e resolvi voltar para o hotel. Peguei outro caminho e atravessei a Ponte do Milênio, uma ponte suspensa de aço inaugurada em 2000, que cruza o rio Tâmisa e une a zona de Bankside com a City de Londres. Situa-se entre a Ponte de Southwark e a Ponte de Blackfriars. Foi a primeira ponte construída na cidade desde a Tower Bridge, em 1894.

Ao entrar no quarto, acordei o meu irmão. Perguntei se queria sair para comer e ele respondeu que sim. Saímos, apanhámos o metrô na estação ao lado e descemos na estação Piccadilly Circus. Andámos um pouco e parámos para ver os famosos outdoors localizados num prédio na esquina da Shaftesbury Avenue. Neles, os anúncios da TDK, Sanyo, McDonald’s, Coca-Cola, Samsung e Nescafé marcam presença há décadas. Desde 1908, as luzes de Piccadilly Circus são uma atração turística, iluminando a praça de dia e de noite. Os outdoors gigantes de publicidade foram desligados em 16 de janeiro de 2017 e assim permaneceram até outubro do mesmo ano, quando foram substituídos por outdoors digitais curvos. A única vez em que estiveram desligados por um longo período foi durante a Segunda Guerra Mundial.

A região de Piccadilly Circus foi bastante alterada nos últimos anos e hoje está rodeada de centros comerciais. Durante a década de 1960, era um dos centros da Londres moderna. A área conta com várias atrações turísticas, incluindo a estátua de Eros, os bares e os teatros do West End londrino. A Shaftesbury Memorial Fountain, mais conhecida como Fonte de Eros, foi erguida entre 1892 e 1893. Ela ficava em um outro local e foi movida pela primeira vez, por conta de obras do metro. Durante a Segunda Guerra Mundial, ela foi retirada e guardada, para não ser destruida pelos bombadeios alemães. Em 1947 ela foi colocada no local atual, onde permanece até hoje.

Parámos numa Pizza Hut para jantar. Como já era tarde, o local estava praticamente vazio e quase fechando. Jantámos pizza e saladas que faziam parte de um rodízio. Confesso que a pizza não foi das melhores que já comi. Quanto à salada, tanto eu como o meu irmão confundimos jalapeños com pepinos e ficámos com a boca ardendo durante um bom tempo.

Ao sair da pizzaria, demos mais uma volta pela região, tirámos algumas fotos e fomos apanhar o metrô, que estava bem vazio. Mesmo dentro da estação, fazia bastante frio. Seguimos diretamente para o hotel e fomos dormir.

Cutty Sark.
Memorial a desaparecida Expedição Franklin.
Túnel subterrâneo que liga Greenwich à Isle of Dogs.
Greenwich.
Memorial ao Titanic.
Memorial ao Titanic.
Museu Marítimo Nacional
Guia marítimo inglês, de 1671.
Alguns objetos do Capitão Scoth.
Objetos da Expedição do Terra Nova.
Cesto do corvo, do navio Discovery.
Greenwich.
Greenwich.
Queen’s House.
Greenwich.
Jimmy´s restaurante.
Millennium Leisure Park.
O Wagner no metrô.
St Paul’s Cathedral.
Homenagens a mortos em batalha.
Missa na St Paul’s Cathedral.
O musical Mamma Mia!, em cartaz num teatro.
As tradicionais cabines telefônicas.
Ponte do Milênio, ao fundo o domo da St Paul’s Cathedral.
Túnel que passa sob a Ponte de Southwark.
Ponte de Southwark.
Na estação de metrô Southwark.
Stranger Things, sendo apresentado num teatro em West End.
Outdoors na esquina da Shaftesbury Avenue.
Fonte de Eros.
Na estação de metrô Piccadilly Circus.

Viagem Europa 2025: Ingalterra – Dia 2

Acordamos um pouco mais tarde, fazia frio e o tempo estava fechado. Criamos coragem para sair à rua e fomos direto para a estação do metrô, que ficava perto do hotel. Como ficaríamos poucos dias na cidade, o plano era visitar os pontos turísticos mais conhecidos e frequentados. Havia um lugar que eu queria muito conhecer: o museu de um colégio tradicional nos arredores da cidade. Lá, entre outras coisas, está em exposição o James Caird, um pequeno barco utilizado por Ernest Shackleton e alguns membros da expedição Endurance para chegarem até a Ilha Geórgia do Sul, após perderem seu navio no gelo. Li alguns livros sobre essa expedição e me apaixonei pelo tema. Ainda postarei no blog algo sobre a expedição Endurance.

Infelizmente, o museu só abre uma vez por semana, justamente no dia em que iríamos embora de Londres. Fiquei frustrado, mas fazer o quê? Fica essa visita para uma próxima viagem à cidade.

Começamos nosso passeio por Southwark Wharves, que no passado foi um cais onde atracavam navios com mercadorias. Atualmente, o local tem ruas, áreas para caminhadas e muitos prédios modernos ao redor. Atracado em frente, no rio Tâmisa, está o navio HMS Belfast, que foi utilizado pela Marinha Real na Segunda Guerra Mundial e, desde 1971, tornou-se um museu. Passamos por dentro da Hay’s Galleria e depois paramos em um Starbucks, onde meu irmão tomou seu café da manhã e eu apenas um macchiato bem quente. Aproveitamos para usar o banheiro do local e ficamos um tempão na fila. Algo que notei nos passeios pela cidade foi a dificuldade em encontrar banheiros públicos.

Saímos do quentinho do Starbucks e voltamos a caminhar pelo frio. Fomos até a Tower Bridge, que estava cheia de turistas de todas as partes do mundo, andando por ali e tirando fotos e mais fotos. Vimos a Torre de Londres, visitamos alguns pontos turísticos menores nas redondezas e, então, pegamos um dos tradicionais ônibus vermelhos de dois andares. Seguimos até uma parte mais central da cidade, onde descemos do ônibus e caminhamos pelas ruas, observando tudo o que achávamos interessante.

Não vou descrever em detalhes tudo o que vimos, pois senão a postagem ficaria gigantesca. Nosso passeio nos levou até o Soho, que no passado foi um dos bairros mais elegantes da cidade, conhecido por seus habitantes e pelas festas extravagantes que realizavam. Desde seus primórdios, no fim do século XVII, o bairro é famoso pelos prazeres da mesa, da carne (se é que me entendem?) e do intelecto. Atualmente, o Soho é repleto de bares, restaurantes e cafés. Uma parte do bairro é bastante frequentada pela comunidade LGBTQ+.

Saindo do Soho, fomos caminhar por Trafalgar Square, uma grande praça muito movimentada de dia e de noite. Ela é repleta de restaurantes, cinemas e boates, além de largas avenidas e suntuosos prédios públicos. Eu caminhava atento a tudo ao meu redor, observando o que mais me chamava a atenção. Também observava as pessoas, que passavam aos montes por mim.

Fomos por uma rua que se transformava em uma larga avenida e, no final dela, uns dois quilômetros depois, ficava o Palácio de Buckingham, residência oficial da família real. Achei que seria interessante caminhar até o Palácio, mas meu irmão estava com dor no joelho e resolvemos deixar essa visita para outro dia. Passamos um tempo admirando estátuas de personagens e eventos históricos e depois pegamos o metrô rumo a Notting Hill.

Notting Hill é o bairro mais romântico de Londres, com suas bancas de flores, jardins escondidos e sobrados coloridos. Visitar o bairro foi um pedido meu, e meu irmão, meio a contragosto, não teve como recusar. O filme Um Lugar Chamado Notting Hill (cujo nome original é Notting Hill) é um dos meus favoritos; já assisti várias vezes desde que foi lançado em 1999. Mesmo sem visitar a famosa porta azul da casa de William Thacker (personagem de Hugh Grant no filme), gostei muito do passeio. A casa em questão ficava bem distante de onde estávamos e não valia o esforço de ir até lá, principalmente porque a porta original, que aparece no filme e se tornou famosa, foi trocada há alguns anos.

Após caminharmos por Notting Hill, a fome bateu, pois ainda não tínhamos almoçado. Eram quase 17 horas e já estava escuro, parecendo noite. Ficamos na dúvida sobre onde comer e acabamos escolhendo uma lanchonete indiana de hambúrguer. Foi meio que um tiro no escuro, mas acertamos. O lanche era muito saboroso e a batata frita parecia ter sido submersa em algum tipo de molho antes de ir para a fritura. Estava deliciosa!

Saindo de Notting Hill, pegamos o metrô e voltamos para o hotel. Fazia frio e a temperatura estava caindo ainda mais. Após sair da estação do metrô, paramos em um mercadinho ao lado. Fizemos algumas compras, e aproveitei para comprar algumas águas com gás produzidas na Escócia e na Irlanda. Gosto muito de água com gás e, por onde ando, tanto no Brasil quanto no exterior, procuro novas marcas para experimentar. Voltamos para o hotel e não saímos mais. Dormimos cedo.

Rio Tâmisa e Tower Bridge.
Navio museu, HMS Belfast.

Torre de Londres, fundada por volta do final do ano de 1066.
Tower Bridge.
Wagner e Vander, com a Tower Bridge ao fundo.
Tower Bridge.
Tâmisa, o rio que cruza Londres.
Andando num ônibus de dois andares.

Wagner com dores no joelho.
Na região de Trafalgar Square.
No final da avenida o Palácio de Buckingham.
Em Notting Hill.
O fast food indiano em Notting Hill.
Estação de metrô de Notting Hill.

Viagem Europa 2025: Ingalterra – Dia 1

Após deserbarcarmos do avião em Londres, passámos pela imigração e, após algumas perguntas, fomos autorizados a entrar na Inglaterra. Algo que achei diferente foi que, no carimbo do passaporte, em vez do nome da cidade, constava o nome do aeroporto, Heathrow. Pegamos um trem que circula pelo aeroporto e fomos até o local onde estavam nossas malas na esteira.

Heathrow Airport é o aeroporto mais movimentado da Inglaterra e um dos mais movimentados do mundo em termos de passageiros internacionais. Heathrow tem cinco terminais e está localizado a cerca de 24 km a oeste do centro de Londres.

Ao sairmos do aeroporto, sentimos o impacto do frio intenso, com uma sensação térmica próxima de zero. Pegámos o metrô e, após uma baldeação e cerca de 40 minutos de viagem, descemos na estação Southwark. Caminhámos cerca de 150 metros até chegarmos ao hotel Ibis, onde ficaríamos hospedados.

Fizemos o check-in e subimos para o nosso quarto, localizado no sétimo andar. Já me hospedei em muitos hotéis da rede Ibis, tanto no Brasil quanto no exterior, e o quarto estava dentro do padrão esperado. No entanto, achei o banheiro muito estranho. Era completamente feito de plástico, parecendo o banheiro de um barco. Além disso, ao andar dentro dele, o chão fazia ruídos e parecia ligeiramente mole, o que me causou uma sensação estranha.

Já era tarde, mas estávamos com fome. Meu irmão lembrou-se de que havia algumas boas lanchonetes próximas ao hotel. Era a sua sétima vez em Londres, e ele já tinha se hospedado antes no mesmo hotel. Acabámos por ir a um estabelecimento que era uma mistura de pizzaria e lanchonete, situado numa esquina próxima ao hotel. Inicialmente, pensamos em comer pizza, mas acabámos por optar por um sanduíche norte-americano. Para acompanhar, pedimos uma Coca-Cola bem gelada. No entanto, achei o sabor da Coca-Cola inglesa bastante inferior ao da Coca-Cola portuguesa, que vínhamos bebendo nos últimos dias. Era demasiadamente adoçada, e não gostei dela. Além disso, se já achava caro pagar, em média, R$ 19,00 por uma garrafinha de Coca-Cola em Portugal, na Inglaterra o preço era ainda mais elevado: cerca de R$ 24,00.

Após comermos, demos uma volta pelas proximidades. Estávamos perto do rio Tâmisa, que atravessa a cidade de Londres e é famoso pelas suas diversas pontes. Fomos até uma delas, tirámos algumas fotos e voltámos para o hotel, pois o frio estava intenso. Já no quarto, organizei algumas coisas da minha mala e mochilas, tomei um banho quente e demorado no banheiro peculiar e, finalmente, deitei-me. Estava feliz por estar em Londres, uma cidade que sempre sonhei em conhecer desde criança.

No aeroporto de Heathrow.
Meu irmão no metrô.
Na estação Southwark, que ficava perto de nosso hotel.
Rio Tâmisa, próximo ao nosso hotel.

As três cidades…

Quando tinha por volta de nove anos, existiam três cidades que eu sonhava em conhecer: Nova York, Paris e Londres. Tal sonho era motivado pelos gibis e livros que lia, e pelos filmes que assistia. Mas, naquela época, conhecer uma dessas cidades era para mim o equivalente a viajar para a Lua. Em 1979, vivíamos a época de maiores dificuldades financeiras em minha vida, pois meu pai tinha se acidentado no ano anterior e ficou muito tempo sem trabalhar. Era minha mãe quem se virava em mais de um emprego para sustentar a casa. Ou seja, naquela época éramos “pobre, pobre, pobre, de marré deci.”

Os anos passaram. Muita coisa boa e ruim aconteceu na minha vida, e novos sonhos fizeram parte da minha lista. Mas eu sempre me lembrava das três cidades que queria conhecer. Quando elas apareciam em algum filme, eu prestava mais atenção, observava os lugares que um dia sonhava visitar. Mais anos se passaram, mais coisas aconteceram, e vindo de uma família pobre de uma cidade pequena do interior do Paraná, tive que trabalhar e estudar muito para conseguir realizar alguns sonhos.

Em setembro de 2003, estive pela primeira vez em Nova York. Quando pisei na cidade, não acreditava que estava conhecendo uma das três cidades que sempre sonhei visitar. Em 2011, voltei a Nova York e pude explorar mais lugares que via nos filmes. Minha vida tinha mudado. Eu continuava pobre, mas não era mais “pobre, pobre, pobre, de marré deci”. E tinha aprendido, nos últimos anos, que até mesmo sonhos que muitas vezes parecem impossíveis podem ser concretizados.

Em 2017, conheci Paris. Foi uma visita rápida, mas suficiente para realizar mais uma parte do sonho de muitos anos atrás. Agora só faltava Londres! E, se eu não a conhecesse, não teria problema, pois meu sonho impossível em 1979, em 2017, já estava 66,66% concluído.

E finalmente, em 2025, estou conhecendo Londres. Não foi planejado, foi de última hora. Estou muito feliz em realizar o sonho impossível daquele garotinho de nove anos, que em 1979 sonhava em conhecer lugares distantes, mesmo vivendo num bairro periférico de uma cidade pequena, cujas ruas, na época, nem asfalto tinham — era tudo poeira.

Hoje sou um homem feito, quase chegando aos 55 anos, mas ainda trago no coração muito daquele garotinho do passado. Sou muito grato por chegar onde cheguei, pois fui muito além do que sonhei e acredito que irei ainda mais além. E sonhos, mesmo os impossíveis, podem ser realizados. Sou prova disso!

Nova York: 2003 e 2011
Paris 2017
Londres 2025

Viagem Europa 2025: Portugal – Dia 14

A cama do hotel era bem mais confortável do que a minha cama no alojamento da Nova, o que ajudou a aliviar a dor nas costas que vinha me incomodando nos últimos dias. Acordamos mais tarde e ainda tivemos tempo de tomar no hotel o café da manhã, que em Portugal é chamado de pequeno-almoço. Foi a minha última oportunidade de comer pastéis de nata portugueses.

Por volta do meio-dia, pegamos uma van do hotel que fazia o transfer para o aeroporto. No aeroporto ficamos um bom tempo à espera da abertura do balcão de check-in da British. Chamou-me a atenção uma equipa de resgate holandesa que estava acompanhada por vários cães, alguns de raça e outros não. Assim que o balcão da British abriu, fizemos o check-in, despachamos as malas grandes e seguimos para a sala VIP da companhia.

A sala VIP era espaçosa, mas estava bastante cheia. Almocei um macarrão à carbonara, mas nem de longe se comparava ao carbonara do restaurante da faculdade. Também comi alguns sanduíches e provei doces portugueses que ainda não conhecia. Senti falta dos pastéis de nata. Algo que me chamou a atenção foi que praticamente todos os passageiros na sala VIP eram brancos, enquanto todos os funcionários — da segurança, da limpeza e da cozinha — eram negros. Não vou comentar nada sobre isso, deixo para você refletir sobre o assunto.

Não pudemos ficar muito tempo na sala VIP. Fomos passar pela imigração e depois seguimos para o nosso portão de embarque. Depois de meia hora de espera, passamos pelo portão e embarcamos num ônibus que nos levou até o avião na pista. O avião era um A320, e sentamo-nos em uma das primeiras filas. O voo teria duração de duas horas e meia. Tentei dormir, mas não consegui. Foi servido um lanche, e notei que o refrigerante vinha numa lata de 150 ml, um tamanho meio que padrão em alguns países europeus. Descobrimos que um dos comissários era brasileiro. Ele foi muito simpático e nos atendeu muito bem durante toda a viagem.

Achei que não haveria mais nenhuma refeição após o lanche, mas foi servido o jantar. Escolhi uma massa, com salada de grão-de-bico. Já estava escuro quando chegamos ao nosso destino. Ao desembarcar, fiz questão de me despedir do comissário brasileiro, cujo nome acabei esquecendo. Ele sorriu e segurou minha mão com suas duas mãos.

Ao sair do avião e entrar no finger, senti um frio intenso. Havíamos saído de uma cidade fria para outra ainda mais fria. Fazia cerca de zero graus.

A vista de nosso quarto no hotel.
Hotel de nossa última noite em Lisboa.
Equipe de resgate holandesa.
Sala VIP da British.
Minha última refeição em Portugal.
Já embarcado no A320,
Vander e Wagner.
Lanche no avião.

Mosteiro de São Vicente de Fora

História

Durante o cerco a Lisboa, em 1147, D. Afonso Henriques fez uma promessa: caso conseguisse conquistar a cidade mandaria erguer um mosteiro dedicado a São Vicente, um santo muito venerado entre os moçárabes. Esse mosteiro foi fundado no mesmo ano, do lado de “fora” das muralhas da cidade e assim se justifica a toponímia do edifício.

Mais tarde, em 1580, dava-se início à Dinastia Filipina, cuja grande obra deixada foi a reconstrução do Mosteiro de São Vicente de Fora. Este projeto teve como principais arquitetos Filippo Terzi, Juan Herrera e Baltazar Álvares, e é considerada a primeira grande construção Maneirista em Portugal, que serviu de modelo a outras edificações religiosas.

No entanto, foi nos faustosos reinados de D. Pedro II e D. João V (séculos XVII e XVIII) que se aplicou o rico recheio artístico decorativo que se pode observar atualmente, nomeadamente os mármores embutidos e os painéis de azulejos.

O Mosteiro esteve ocupado por cónegos da Ordem Regrante de Santo Agostinho, desde a sua fundação até 1834, data da extinção das ordens religiosas. Neste período destaca-se a passagem de Santo António pelo Mosteiro, local onde viveu os seus primeiros tempos enquanto monge. No século XIX passa a pertencer ao Estado e nele é instalado o Liceu Gil Vicente, entre outros serviços estatais. Atualmente, o Mosteiro acolhe a Cúria do Patriarcado.

Pontos de Interesse:

Portaria

Entrada nobre do mosteiro, também funcionou num curto período de tempo como capela privada do Patriarca D. José Neto. Foi ricamente decorada no século XVIII com mármores embutidos, azulejos que retratam a reconquista cristã e a fundação do mosteiro, e uma pintura no teto de Vicente Bacchareli.

Cisterna

A cisterna é uma construção do século XII e é o principal vestígio do que resta do mosteiro medieval fundado por D. Afonso Henriques. Tinha como principal função armazenar a água das chuvas que seria utilizada nas lides domésticas do mosteiro.

Claustros

Existem dois claustros a sul da Igreja que se encontram revestidos com painéis de azulejos barrocos. Estes retratam cenas profanas variadas, que foram inspiradas em gravuras francesas.

Igreja

Foi mandada construir por D. Afonso Henriques em 1147 logo após a conquista da cidade de Lisboa, exatamente no local onde se encontrava instalado um dos acampamentos dos cruzados. Afirmando politicamente a nova dinastia, D. Filipe I em 1582 decide reconstruir este monumento, que se tornou um dos pioneiros do Maneirismo em Portugal.

Sacristia

A sacristia é ainda utilizada nos dias de hoje e é considerado o ex-libris do mosteiro devido à sua decoração com mármores coloridos embutidos, do século XVIII, com motivos florais. Nas escavações ali realizadas foram encontrados túmulos antropomórficos pertencentes aos cruzados de D. Afonso Henriques.

Panteão Real

D. João IV escolheu implantar o panteão da sua dinastia no Mosteiro de São Vicente de Fora para assim se apropriar de forma simbólica da refundação dos seus antecessores. Neste panteão encontram-se os túmulos de quase todos os elementos da Dinastia de Bragança, a última e a maior da História de Portugal.

Panteão Patriarcal

Foi na antiga Sala do Capítulo que o Cardeal-Patriarca Manuel Gonçalves Cerejeira, em 1949, decidiu erguer o Panteão dos Patriarcas, cujo supervisor de obra fora Raul Lino. Nele é possível observar os túmulos de quase todos os patriarcas, desde D. Carlos da Cunha até D. José Policarpo.

Capela Palhavã

Os “Meninos de Palhavã” eram três filhos ilegítimos do rei D. João V, e nesta capela estão sepultados apenas dois deles. Anteriormente o espaço funcionava como capela da Nossa Senhora da Encarnação.

Capela de Santo Antônio

Este foi o primeiro espaço conventual onde Santo Antônio entrou enquanto monge. Cumpriu o seu noviciado na Ordem Regrante de Santo Agostinho e acredita-se que o local desta capela corresponde à localização do aposento do santo no mosteiro medieval.

Vista Panorâmica

A partir do terraço do mosteiro é possível aceder a uma das mais belas paisagens sobre a cidade. É considerado um dos miradouros secretos de Lisboa, com uma vista panorâmica a 360º.

Mais fotos do Mosteiro

Exposição de trajes antigos.
Um dos lados do Claustro.
Panteão Real dos Bragança.

Viagem Europa 2025: Portugal – Dia 13

Hoje foi o dia de fazer meu último passeio por Lisboa, e escolhi um lugar que há muito queria conhecer: o Mosteiro de São Vicente de Fora. A construção do mosteiro teve início em 1147, sendo posteriormente reconstruído em 1580, e, nos séculos XVII e XVIII, recebeu seu rico acervo artístico e decorativo.

O mosteiro é deslumbrante. Subi até seu telhado e tive a oportunidade de contemplar uma vista panorâmica de 360 graus da cidade de Lisboa. Entre os principais atrativos, destacam-se: a Cisterna, uma construção do século XII que é o principal vestígio do mosteiro medieval fundado por D. Afonso Henriques; o Panteão Real, onde estão sepultados quase todos os membros da Dinastia de Bragança, a última e mais longa da história de Portugal. Dom Pedro I também foi sepultado ali, mas seu túmulo está vazio, pois, em 1973, seus restos mortais foram exumados e enviados para o Brasil, onde repousam no Memorial da Independência, em São Paulo. Outro ponto de destaque é a Capela de Santo Antônio. Foi nesse mosteiro que Santo Antônio iniciou sua vida religiosa, após entrar no mosteiro como monge. Acredita-se que a capela esteja no local exato onde ficava o aposento do santo durante sua permanência no mosteiro. Aproveitei a visita para tocar no pé de Santo Antônio e ter uma conversa séria com ele. Tenho uma situação delicada que vem se arrastando há muito tempo e pedi ajuda para ele: se não resolver este ano tal situação, vou desistir definitivamente de casar. Ou resolvo tal situação e caso esse ano, ou desisto de vez de casamento e filhos. Agora o Santo que lute, para resolver tal problema…

O Mosteiro de São Vicente de Fora tem muitas outras áreas interessantes, por isso, farei uma postagem exclusiva sobre ele e seus principais atrativos. Após a visita ao mosteiro, retornei a Carcavelos, onde comi meu último prato de carbonara no restaurante da faculdade. Já estou sentindo saudades desse delicioso macarrão! Depois, organizei minhas coisas e arrumei as malas. No final da tarde seguimos para um hotel, próximo ao aeroporto de Lisboa. Carcavelos ficava para trás, mas sempre levarei boas lembranças dos dias que passei na simpática cidade litoranêa.

Ônibus que pegavámos pra ir da Nova até a estação de trem.
Entrada do Mosteiro de São Vicente de Fora.
Rua ao lado do Mosteiro.
Parte da Cisterna medieval.
Vendo fantasmas, no Panteão dos Bragança.
A sepultura vazia de D. Pedro I (também conhecido com D. Pedro IV, Rei de Portugal).
Vista do alto do telhado do Mosteiro.
Capela de Santo Antonio.
Lisboa.