Estrada Real, um antigo sonho!

Não me lembro quando foi a primeira vez que ouvi falar na Estrada Real. A única coisa que lembro foi que há uns quinze anos li um livro, cujo nome e autor não lembro, onde um cara contava sobre sua experiência de percorrer a pé alguns trechos do Caminho Velho da Estrada Real. Depois de ler tal livro, sempre que via alguma notícia sobre a Estrada Real eu prestava mais atenção e foi aí que nasceu a vontade de algum dia percorrer tal estrada.

Em 2005 fiquei alguns meses sem trabalhar, pois tinha pedido demissão do meu emprego em Curitiba, onde vivia na época, e esperava abrir uma vaga na mesma empresa, para então voltar a trabalhar. Essa esperava durou cinco meses e nesse meio tempo fiz planos de percorrer um trecho da Estrada Real. Mas por razões pessoais acabei abortando a viagem alguns dias antes de partir.

No final de 2011 eu estava com tudo pronto para finalmente percorrer a Estrada Real. A passagem aérea até Belo Horizonte estava comprada, o equipamento estava pronto, a bike nova que tinha comprado para tal viagem estava desmontada e acondicionada na mala bike. Mas um dia antes de embarcar para Minas Gerais tive que cancelar tudo. Dessa vez o que impediu a viagem foi a chuva intensa que castigava Minas Gerais e até mortes causou na região onde eu ia pedalar. Depois disso acabei fazendo algumas viagens para fora do Brasil e não deu mais certo de ir para a Estrada Real.

Em 2016, após onze anos de espera e adiamentos, finalmente chegou o momento de realizar a sonhada viagem pela Estrada Real. Foi tudo muito rápido, sem muitos planos. Um mês antes de sair de férias pensei em fazer alguma viagem de aventura, que durasse poucos dias e que tivesse baixo custo. Então me veio à mente percorrer o Caminho Velho da Estrada Real, que possui cerca de seiscentos quilômetros de extensão.

Até então eu tinha feito uma única cicloviagem, que foi em março de 2011, quando percorri quinhentos e um quilômetros do Caminho da Fé, entre as cidades de Descalvado e Aparecida (que não se chama Aparecida do Norte, como a maioria pensa), no Estado de São Paulo, mas que tinha boa parte do percurso pelo interior de Minas Gerais. Nessa viagem demorei treze dias, pois peguei sete dias de muita chuva, o que atrasou a viagem, principalmente o longo trecho de serras em Minas Gerais.

Meu plano era percorrer a Estrada Real entre sete e dez dias, se não chovesse. Escolhi o Caminho Velho, que é o mais antigo e tradicional trecho da Estrada Real. Ele vai de Paraty, no Rio de Janeiro, até Ouro Preto, em Minas Gerais, passando por um trecho do Estado de São Paulo. Optei por fazer o caminho inverso, ou seja, saindo de Ouro Preto e terminando em Paraty. O motivo de tal escolha foi que ficava mais fácil minha logística, seguindo de avião até Belo Horizonte e de lá pegando um ônibus até Ouro Preto. Também foi fator decisivo em tal escolha, o fato de fazendo o caminho inverso ter doze por cento menos subidas. E por último, achei mais motivador e chique terminar a viagem no litoral. Estes três fatores foram decisivos na hora de escolher qual caminho e que direção seguir.

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Um dos marcos da Estrada Real.
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Placa da Estrada Real, na entrada de Queluzito – MG.

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