Férias 2009 – Petropólis (Parte II)

No segundo dia em Petrópolis levantei um pouco mais tarde, pois uma bolha no dedinho do pé esquerdo tinha infeccionado e com a dor ficava difícil de andar. Nesse dia me dediquei a três visitas especiais, que foram: Museu Casa de Santos Dumont, Museu Imperial e Arquivo do Museu Imperial, que fica ao lado do próprio Palácio, mas numa construção recente. 

Museu Casa de Santos Dumont, mais conhecida como “A Encantada”:

 A casa de verão de Santos Dumont, mais conhecida como “A Encantada”, foi construída em 1918 no antigo morro do Encanto, em Petrópolis. O nome da casa foi dado em homenagem a Rua do Encanto, onde ela estava localizada. Ali ele passou várias temporadas, até sua morte em 1932. A casa foi desenhada e planejada pelo próprio Santos Dumont, tendo auxilio do engenheiro Eduardo Pederneiras. É um chalé do tipo alpino, encravado em terreno íngreme, com detalhes curiosos, todos frutos do inventivo talento de Santos Dumont. Ela é fora de qualquer padrão de casas da época.

A casa é ao mesmo tempo simples e prática, sendo constituída de uma única peça edificada. Internamente não tem nenhuma divisória, possuindo três andares e um terraço. No primeiro andar (térreo), há um porão que servia de oficina.  No segundo andar, em uma única peça fica a sala de estar e jantar, com biblioteca e estúdio. E no pequeno terceiro andar, fica o quarto e o banheiro. Do quarto é possível atravessar uma pequena ponte e ir para a parte alta do terreno, que fica no nível do telhado. Ali existe um mirante para observações astronômicas, onde fica hasteada a Bandeira do Brasil.

No pavimento superior fica a escrivaninha que a noite servia de cama. Como Santos Dumont era pequeno, bastava colocar um colchão sobre a escrivaninha, que esta se transformava em cama. Outra praticidade que achei interessante foi seu guarda-roupas. Num espaço atrás da porta ele guardava a mala que utilizava em sua muitas viagens e três cabides, com três ternos. A casa não tinha cozinha e todas as refeições vinham do Palace Hotel, atual prédio da Universidade Católica de Petrópolis, do outro lado da rua. Outra curiosidade da casa é uma das últimas invenções de Santos Dumont, que é o chuveiro com água quente, o único do Brasil àquela época, sendo aquecido a álcool.

Existem duas escadas interessantes na casa, recortadas em forma de raquete. A que fica na entrada, obriga o visitante a sempre começá-la com o pé direito. E dentro da casa existe uma escada parecida, mas que obriga o visitante a começar com o pé esquerdo. Nessa casa Santos Dumont escreveu seu segundo livro, a autobiografia “O que eu vi. O que nós veremos”.

A casa vista pelo lado de fora. (12/05/2009)
A casa vista pelo lado de fora. (12/05/2009)
Casa, telefone, guarda roupas e ponte que leva ao terraço dos fundos. Ao fundo aparece uma escadinha que leva ao observatório. (12/05/2009)
Casa, telefone, guarda roupas e ponte que leva ao terraço dos fundos. Ao fundo aparece uma escadinha que leva ao observatório. (12/05/2009)
Escada da entrada, terraço, escada interna, escrivaninha/cama e chuveiro. (12/05/2009)
Escada da entrada, terraço, escada interna, escrivaninha/cama e chuveiro. (12/05/2009)

Férias 2009 – Petropólis

De Cabo Frio segui de ônibus para Petrópolis. O chato foi levantar de madrugada em plenas férias para pegar o único ônibus que liga estas duas cidades e que sai ás 06h15min. Por sorte a pousada onde estava hospedado ficava distante somente 200 metros da Rodoviária.

Estive em Petrópolis em julho de 96, numa visita rápida que durou menos de um dia. Daquela vez ficou uma sensação de quero mais, pois não foi possível visitar todos os pontos turísticos e principalmente a parte de cima do Palácio Imperial, que estava em reformas na época. Dessa vez iria dedicar quase dois dias para visitar a cidade e já tinha agendado uma visita ao acervo do Palácio Imperial, para obter informações e colher material para um projeto futuro.

Desembarquei em Petrópolis pouco antes das 10h00min e descobri que agora existe uma rodoviária nova que fica bem afastada da cidade. Por outro lado isso foi bom, pois tive que pegar um ônibus urbano que rodou por vários lugares da periferia da cidade e dessa forma pude ver muitas construções antigas e locais interessantes. Hospedei-me num hotel que fica em frente á antiga rodoviária, bem no centro da cidade. O hotel é de 1948 e parece não ter sofrido muitas reformas desde então. O ponto negativo foi o cheiro quase insuportável de cigarro no quarto.

Á tarde iniciei a visita pela cidade andando despreocupadamente pelo centro e depois passei por pontos turísticos que já conhecia e outros que não conhecia. Consegui um mapa num posto de informações turísticas e isso facilitou meu passeio, pois o mapa tinha boas indicações e principalmente porque a maioria dos locais que me interessava visitar ficavam próximos.

Os principais locais que visitei nesse dia foram:

Catedral de São Pedro de Alcântara = Sua pedra fundamental foi lançada em 1884 e sua construção é em estilo neogótico francês. Em seu interior, ao lado direito da porta de entrada fica a Capela Imperial, onde estão os restos mortais de D. Pedro II, de sua esposa Teresa Cristina, do Conde D´Eu e da Princesa Isabel. Quase fui preso ao visitar a Capela Imperial, pois ela é cercada por grades e ao tirar fotos resolvi subir na grade para ter um ângulo melhor. Alguns visitantes viram e foram dizer ao segurança que eu estava querendo pular a grade. Mas após as explicações tudo ficou bem.

Só pra constar, D. Pedro II e Dona Teresa Cristina morreram no exílio, na França. Foram sepultados em Portugal, no Panteão dos Bragança, no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa. Em 1922, com a Lei do Banimento sendo revogada, tiveram seus restos mortais enviados para o Brasil e em 1939 foram sepultados na Catedral de Alcântara. Um fato curioso é que D. Pedro II quando faleceu foi embalsamado e durante quase vinte anos seu corpo podia ser visitado do Panteão dos Bragança, pois o caixão tinha uma tampa de vidro. Em 1911 o corpo começou a se decompor e então resolveram cobrir a tampa de vidro.

Casa de Rui Barbosa = Residência onde Rui Barbosa escreveu muitas de suas obras e onde ele permaneceu até falecer.

Casa da Princesa Isabel = Comprada em 1876 pela princesa Isabel e o Conde D´Eu, nela residiram até a proclamação da República, quando então foram banidos do Brasil.

Casa do Barão de Mauá = Construção em estilo neoclássico foi residência do Barão de Mauá, importante empreendedor da época do Império e um dos mais famosos empresários na história do Brasil.

Palácio de Cristal = Foi construído na França em 1879, para a Associação Hortícola de Petrópolis, da qual era presidente o Conde D’Eu, marido da Princesa Isabel. Foi destinado a servir de local para exposições e festas. Foi inaugurado em 1884 e a mais bela festa realizada nele foi no domingo de Páscoa de 1888, na qual a princesa Isabel junto a seus filhos entregou cartas de alforria a escravos, a maioria indenizando os seus senhores com campanha de arrecadação desenvolvida na cidade. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, integra o conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça da Confluência.

Palácio Rio Negro = Em 1889 o Barão do Rio Negro comprou o terreno onde seria erguido o seu palácio de verão. Em fevereiro de 1896, o Palácio e a casa ao lado, pertencentes a um dos filhos do Barão, foram vendidos ao Estado do Rio de Janeiro para servir de residência oficial do governante. Em 1903, o Palácio foi incorporado ao Governo Federal e passou a ser residência oficial de verão dos presidentes da República. Desde então, por ali passaram Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Brás, Epitácio Pessoa, Artur Bernardes, Washington Luiz, Getúlio Vargas, Gaspar Dutra, Café Filho, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Costa e Silva. No verão de 1996/1997, quando o Palácio estava completando 100 anos na função de residência oficial do governo, a tradição foi reinventada. Através de um gesto ritual, a presidência da República voltou a se instalar no Palácio Rio Negro.

 

Catedral de Alcântara, Palácio de Cristal e Casa de Mauá.
Catedral de Alcântara, Palácio de Cristal e Casa de Mauá. (11/05/2009)

 

Catedral de Alcântara.
Catedral de Alcântara. (11/05/2009)
Capela Imperial, onde no meio estão D. Pedro II e Dona Teresa Cristina, do lado esqeurdo a Princesa Isabel e do lado direito o Conde D´Eu.
Capela Imperial, onde no meio estão D. Pedro II e Dona Teresa Cristina, do lado esquerdo a Princesa Isabel e do lado direito o Conde D´Eu. (11/05/2009)
Acima a "Casa de Rui Barbosa"  e abaixo o "Palácio Rio Negro". (11/05/2009)
Acima a “Casa de Rui Barbosa” e abaixo o “Palácio Rio Negro”. (11/05/2009)
Casa da Princesa Isabel. (11/05/2009)
Casa da Princesa Isabel. (11/05/2009)

Mario Dissenha

Na última sexta-feira, dia 22, completou 20 anos de falecimento de meu avô paterno, Mario Dissenha. Nascido na colônia do Barro Preto em São José dos Pinhais, neto de italianos, viveu em Santa Catarina, Guarapuava e Campo Mourão, onde nasceu a maioria de seus 14 filhos (10 oficias, 1 adotivo e 3 extra oficiais). A maior parte de sua vida trabalhou como caminhoneiro, principalmente puxando toras e ajudando a desenvolver o interior do Paraná nos anos 50 e 60. Em 1979 foi para Curitiba, onde se fixou no bairro do Boqueirão, perto da divisa com sua cidade natal, São José do Pinhais. Ali viveu até seu falecimento, ocasionado por uma leucemia.

Ainda em Campo Mourão gravou dois discos nos anos sessenta, sendo o primeiro morador da região a realizar tal façanha. Um disco era junto com amigos que formavam o grupo “Os Campeiros do Oeste”. O outro disco foi junto com seu compadre e sanfoneiro, “Tiãozinho, o sanfoneiro dos dedos ligeiros”. Futuramente postarei mais informações sobre os discos e imagens das capas.

Meu maior contato com meu avô foi quando criança e não tenho nada a reclamar. Era um bom avô, bastante atencioso e pelo qual eu tinha respeito e até um pouco de medo, pois tinha a impressão que ele era muito bravo. Infelizmente tive poucas oportunidades de conversar com ele sobre sua vida, ouvir suas histórias. A maior oportunidade foi durante uma viagem de caminhão que fiz com ele em dezembro de 1981, entre Campo Mourão e Curitiba.

Em fevereiro de 1989 fui morar em Curitiba, mas não tive muita oportunidade de conversar com ele, pois logo veio a falecer. Na época estava servindo o Exército e não me deram o recado sobre seu falecimento. Em razão disso acabei não indo no velório e no enterro. Isso gerou uma grande confusão e o telefonista que esqueceu de dar os recados chegou há ficar uns dias preso.

Mario

Férias 2009 – Cabo Frio “Forte São Mateus”

Todo final de tarde eu ia até o forte São Mateus para ficar olhando o mar e o por do sol por sobre a cidade. A cada dia o por do sol era um espetáculo a parte. Atualmente o forte está bem cuidado e conservado e é uma atração a parte para quem visita a cidade de Cabo Frio.

O Forte de São Mateus localiza-se numa ilhota rochosa na extremidade nordeste da atual praia do Forte, na cidade de Cabo Frio. Em 1617, o governador e capitão-mor da capitania do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, que considerava o Forte de Santo Inácio do Cabo Frio excessivamente vulnerável, solicitou o seu desmantelamento e a construção de um novo forte para proteção da povoação de Santa Helena do Cabo Frio e da barra do canal da lagoa de Araruama (hoje canal do Itajuru). O Governador-geral do Brasil, D. Luís de Sousa, após consultar Lisboa, aprovou o projeto do Engenheiro-mor e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita e transferiu a responsabilidade das obras para o Capitão-mor de Cabo Frio, Estevão Gomes em 1618.

Uma carta do superior jesuíta do aldeamento indígena de São Pedro, enviada àquele governador do Brasil em 1620, revela que a nova fortificação do Cabo Frio já estava em funcionamento nesse ano. Nela, Estevão Gomes abrigava provisoriamente algumas dezenas de famílias de Tupiniquins que logo seriam transferidas para o aldeamento jesuíta de São Pedro do Cabo Frio, núcleo da atual cidade de São Pedro d’Aldeia.

No contexto da reconquista de Angola (e seu mercado de escravos) aos holandeses, Salvador Correia de Sá e Benevides retirou a artilharia e a guarnição do forte, deixando sem defesa os vinte e quatro moradores que permaneceram no Cabo Frio (1648). Em 1650, Estêvão Gomes reaparelhou-o para defesa da povoação, com os seus canhões servindo para sinalizar a passagem dos navios que iam para o Rio de Janeiro.

Durante o século XVIII, o Forte de São Mateus estava artilhado com sete peças antecarga, de alma lisa: uma de calibre 12 libras, dois de 8 e quatro de 6, sendo que a maior parte achava-se arruinada ao final desse período. Encontra-se relacionado no “Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças”, que integra as “Memórias Públicas e Econômicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos.

Em 1818, o naturalista Auguste de Saint-Hilaire descreveu o forte como uma “mesquinha casa a que é dado o nome pomposo de fortaleza”. Estava “guardado por seis soldados da milícia, que se renovam de quinze em quinze dias, e são mandados por um simples cabo. Este é obrigado a dar aviso ao coronel do distrito, da entrada e da saída de embarcações que passam pelo ancoradouro”. Vinte anos mais tarde, em 1838, o forte era comandado pelo 1º Tenente Antônio Joaquim Gago.

Relatório do General Antônio Eliziário (Tenente-general graduado Antônio Elzeário de Miranda e Brito) de 1841, informa que esta fortificação conservava quatro peças em suas três faces, sendo instaladas mais quatro em uma bateria na praia dos Anjos (Bateria da Praia dos Anjos) em Arraial do Cabo, como defesa complementar. O Imperador D. Pedro II, ao visitar a cidade de Cabo Frio em 1847, inspecionou o forte “onde foi recebido com uma salva imperial de artilharia” e recepcionado pelo Tenente Francisco José da Silva. Antes de ser deposto em 1889, o Imperador promoveu o rearmamento das fortalezas brasileiras, encomendando grande quantidade de peças de artilharia, entre elas, os cinco canhões de ferro de grosso calibre até hoje existentes nas suas dependências.

Do início do século XVIII ao final do século XIX, foram feitas algumas modificações na planta da fortificação, mas conservou-se o uso militar na defesa de Cabo Frio e seu porto – escoadouro da produção agrícola e extrativista regional para a capital do Rio de Janeiro. A partir de 1899, a edificação passou a ser utilizada pelas autoridades municipais como lazareto, abrigando os doentes terminais das graves epidemias que assolavam Cabo Frio à época.

No século XX, sem manutenção, o Forte de São Mateus, abandonado, encontrava-se em ruínas ao final da década de 1930. A estrutura abrigou nesse período um farol, demolido em meados do século pelo risco de desabamento que apresentava.

De propriedade da União, o imóvel, o penedo em que se ergue e a ponta da praia num círculo de quinhentos metros de raio a partir do centro do forte encontram-se tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a partir de 1956, passando a ser administrados pela Prefeitura do Município de Cabo Frio. Nesse mesmo ano sofreu a primeira intervenção de restauro, sob a direção técnica do Professor Adail Bento Costa.

Com o aumento do turismo na região a partir da década seguinte, a FLUMITUR – Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (depois TURISRIO) promoveu nova intervenção de restauro (1972), visando a instalação projetada de um museu. Esse projeto foi retomado a partir de 1977, na gestão do Prefeito José Bonifácio Ferreira Novellino, que criou um espaço cultural para exposição de artistas locais no Forte São Mateus, para o que lhe instalou luz e água, reparando o piso do caminho e construindo uma nova ponte de acesso. Entre 1983 e 1992, foram promovidas melhorias no seu entorno pelo governo do Prefeito Ivo Saldanha. Em 1989, com o apoio da Rede de Postos Itaipava foram restaurados os caibros do telhado, portas, janelas, ferrolhos e chaves. Nesse mesmo ano, procedeu-se o tombamento municipal do imóvel.

No início de 1993, durante a segunda administração do Prefeito José Bonifácio Ferreira Novellino encontrando-se o forte novamente semi-abandonado e bastante deteriorado, foi reafirmado o seu uso cultural. Com a aprovação e supervisão do Patrimônio Histórico, refez-se o telhado, substituíram-se e envernizaram-se as madeiras das portas e janelas, limpou-se, aterrou-se e nivelou-se o terrapleno, caiaram-se paredes, muralhas e guarita; retiraram-se acréscimos externos de cimento modernos, tendo-se melhorado a vigilância e limpeza do entorno.

Forte São Mateus. (09/05/2009)
Forte São Mateus. (09/05/2009)
Forte São Mateus. (10/05/2009)
Forte São Mateus. (10/05/2009)
Forte São Mateus. (11/05/2009)
Forte São Mateus. (11/05/2009)

Férias 2009 – Cabo Frio

Fiquei quatro dias em Cabo Frio, hospedado em uma pousada que no passado foi Albergue da Juventude e onde passei uma semana em 1996. Era o unico hospede, pois é baixa temporada, então minha estadia foi bem tranquila. Dormia até tarde e depois ia passear pela cidade. No meio da tarde ia para a praia caminhar e depois seguia até o Forte São Mateus (ver post especifico) onde ficava até o final da tarde, para ver o por do sol.

A primeira vez que estive em Cabo frio foi em 1990, depois voltei em 1996. Após treze anos da última visita, deu pra perceber que a cidade cresceu bastante. Ao mesmo tempo ela está mais suja, a praia também e as dunas que eram um atrativo a parte da cidade, tive a impressão de que encolheram. Talvez tal impressão seja em razão de várias construções feitas próximas as dunas.

A água da praia é muito gelada e não entrei na água nenhuma vez. A unica excessão foi durante um pesseio de barco que fiz e onde ele atracou por meia hora numa ilha distante da cidade. Então não resisti e mergulhei na água gelada e transparente.

Cabo Frio é uma cidade histórica, sendo o sétimo municipio criado no Brasil. Em 1503, a terceira expedição naval portuguesa para reconhecimento do litoral brasileiro, sofreu um naufrágio em Fernando de Noronha e a frota remanescente se dispersou. Dois navios, sob o comando de Américo Vespúcio, seguiram viagem até a Bahia e depois até Cabo Frio. Junto ao porto da barra de Araruama, os expedicionários construíram e guarneceram com 24 “cristãos” uma fortaleza feitoria para explorar o pau-brasil, abundante na margem continental da lagoa.

Em 1512, este estabelecimento comercial-militar pioneiro, que efetivou a posse portuguesa da “nova terra descoberta” e deu início a conquista no continente americano, e que foi destruído pelos índios tupinambás em função das “muitas desordens e desavenças que entre eles houve” em 1526. Os franceses traficavam pau-brasil e outras mercadorias com os índios, na costa brasileira, desde 1504. Durante as três primeiras décadas do século XVI, praticamente restringiram sua atuação ao litoral da região nordeste.

A partir de 1540, por causa do rigoroso policiamento naval português nestes mares, os franceses exploraram o litoral e levantaram os recursos naturais de Cabo Frio. Em 1556, construíram uma fortaleza-feitoria para exploração de pau-brasil, na mesma ilhota utilizada anteriormente pelos portugueses, junto ao porto da barra de Araruama. A “Maison de Pierre” cabofriense ampliou e consolidou o domínio francês no litoral sudeste, iniciado com o Forte Coligny no Rio de Janeiro, um ano antes.

Vários angulos de Cabo Frio. (maio/2009)
Vários angulos de Cabo Frio. (maio/2009)
Passeio de barco. (09/05/2009)
Passeio de barco. (09/05/2009)
Passeio de barco. (09/05/2009)
Passeio de barco. (09/05/2009)
Imagens de Cabo Frio e por último a "Pousada São Lucas", onde me hospedei. (09 e 10/05/2009)

Férias 2009 – Rio de Janeiro

Meu primeiro dia de férias foi em Curitiba mesmo, onde aproveitei para resolver assuntos pessoais. Já no segundo dia iniciei uma serie de viagens programadas para as férias. No meio da manhã do dia 7, quinta-feira, embarquei para o Rio de Janeiro num vôo da Tam. Com as tarifas das cias aéreas em promoção, em alguns casos fica mais barato viajar de avião do que de ônibus. E a diferença principal é que a viagem entre Curitiba e Rio de Janeiro de avião leva uma hora, enquanto de ônibus leva quase treze horas.

Após uma viagem tranqüila desembarquei no Rio de Janeiro, no  Aeroporto Santos Dumont, que fica no centro da cidade. A parte final do pouso é um pouco assustadora, pois o aeroporto fica ao lado do mar e o avião vai descendo sobre a água, se aproximando cada vez mais do mar. Se a pessoa não conhecer a localização do aeroporto  e olhar pela janela no momento do pouso, vai pensar que o avião esta caindo na água. O piloto era muito bom e o pouso foi macio. E por incrível que pareça sai de Curitiba com sol e calor, para chegar no Rio de Janeiro e pegar chuva.

Após uma passeio pelo centro da cidade meio sem destino, resolvi sair do Rio e ir para Cabo Frio, cidade praiana na Região dos Lagos, distante uns 120 km dali. Como era inicio de férias achei que seria melhor ir pra um lugar menos agitado onde pudesse descansar e desestressar. Então no final da tarde peguei um ônibus rumo a Cabo Frio, onde cheguei à noite, após uma viagem sossegada.

Quase chegando no Rio de Janeiro. (07/05/2009)
Quase chegando no Rio de Janeiro. (07/05/2009)
Sobrevoando a cidade do Rio de Janeiro. (07/05/2009)
Sobrevoando a cidade do Rio de Janeiro. (07/05/2009)
Pousando quase sobre as águas. (07/05/2009)
Pousando quase sobre as águas. (07/05/2009)

Vila Velha

No último sábado, dia 2, eu e Kaciane fomos para Vila Velha, a cidade de pedra. A viagem até lá foi tranqüila e são somente 90 km por uma estrada duplicada e com pouco trânsito em razão de ser “meio” de feriadão. Paramos para almoçar na estrada, num daqueles restaurantes para caminhoneiros. Matei saudades de quando era criança e viajava de caminhão com meu pai. A comida estava boa, mas exagerei um pouco e depois fiquei meio mal.

Chegamos a Vila Velha quase no meio da tarde e paramos no posto de atendimento aos turistas, para comprar o ingresso de entrada e obter algumas informações. Pensamos em fazer o passeio para Furnas e depois o passeio pelos arenitos (formações rochosas), mas depois de lermos um aviso que informava que o elevador que leva os turistas até o fundo dos buracos de Furnas estava quebrado, optamos somente pelo passeio até os arenitos. Pegamos o ônibus que leva os turistas até o inicio das formações rochosas e dali seguimos pela trilha de pouco mais de 2 km que circula o local.

Eu tinha estado ali em 2001, mas naquela época tudo era meio desorganizado, o pessoal subia (e destruía) os arenitos, existia uma lanchonete quase no meio das rochas e uma porção de quatis que estavam habituados a serem alimentados pelos visitantes e que ficavam pulando nas pessoas para roubar comida. Era um quase caos e depois daquela visita minha impressão sobre o lugar foi tão negativa que falei que nunca mais voltaria ali. Mas felizmente o governo do estado resolveu salvar o lugar e fez uma grande reforma, afastando dali a lanchonete e os quatis. O que vi nessa segunda visita foi um parque limpo, bonito e organizado. Pude notar que alguns trechos de trilha que estavam deteriorados, foram recuperados e a passagem por eles está proibida. Também não se pode mais subir nas rochas para tirar fotos. Um exemplo disse é a “Taça”, o principal símbolo do parque, que em minha primeira visita o pessoal subia na parte debaixo dela para tirar fotos e isso estava desgastando o arenito. Dessa vez não se podia nem chegar perto dela, agora existe um mirante de madeira aonde os turistas vão para tirar fotos, com a “Taça” aparecendo ao fundo. Infelizmente atitudes drásticas são necessárias para preservar locais e monumentos turísticos, já que a maioria dos visitantes age como se nunca mais fossem voltar ali, sujando e destruindo tudo o que é possível.

O Parque Estadual de Vila Velha possui uma área de 3.122 ha. Ele foi criado em 12 de outubro de 1953. Em 1966 todo o conjunto de Vila Velha foi tombado pelo Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná.

A principal atração do parque são suas figuras gigantescas de rocha (arenitos) que foram esculpidas pela ação das chuvas e dos ventos. A sua formação arenítica é resultado do depósito de um grande volume de areia há aproximadamente 340 milhões de ano, quando a região onde se localiza o parque estava coberta por um lençol de gelo.  Com o degelo, esse material foi ali abandonado e com a erosão esses depósitos foram retalhados, originando os arenitos de Vila Velha. No local existe uma transformação continua, onde a ação dos ventos e da chuva continua esculpindo ás rochas, alterando de forma lenta o que já tinha sido esculpido e esculpindo novas formações.

Os arenitos de Vila Velha sugerem variadas figuras. As mais famosas são o camelo, índio, noiva, garrafa, bota, esfinge e a mais famosa de todas é a taça. Outro ponto famoso do Parque Estadual de Vila Velha são as Furnas, crateras circulares de grande diâmetro que aparecem isoladas nos campos. São em número de três e suas paredes verticais atingem uma profundidade de mais de 100 metros. O volume de água ali existente atinge aproximadamente a metade desta profundidade. Em uma das furnas foi construído um elevador panorâmico (que vive quebrado) que vencendo um desnível de 54 metros, dá acesso ao seu interior, onde por sobre uma plataforma flutuante colocada a 3 metros do nível da água é possível os visitantes chegaram bem próximos da água.

Entrada de Vila Velha e alguns arenitos.
Entrada de Vila Velha e alguns arenitos.
Arenitos e o mais famoso arenito de Vila Velha, a "Taça".
Vander andando pela trilha e uma das rochas que ficam no mato.
Vander andando pela trilha e uma das rochas que ficam no mato.
Várias imagens de Vila Velha.
Várias imagens de Vila Velha.