Na sexta-feira, vi a previsão do tempo, que indicava um sábado de sol e calor. Resolvi então fazer algo que há tempos queria: ir de bike até o Caminho do Vinho. Convidei dois amigos, mas ambos não puderam ir. Decidi, então, encarar o pedal sozinho.
O sábado amanheceu com um sol maravilhoso e muito quente. Saí de casa às 9h30 e segui em direção a São José dos Pinhais, pela Avenida Salgado Filho, que é menos movimentada. Os primeiros quilômetros foram os mais difíceis, pois os músculos ainda não estavam aquecidos e as pernas doíam. Depois de um tempo, pedalar se tornou muito mais agradável. A parte mais tensa foi atravessar o viaduto que divide Curitiba e São José. A mureta está toda destruída e precisei pedalar por uma passarela estreita, de cerca de um metro, sem nenhuma proteção lateral. Qualquer desequilíbrio poderia me fazer cair lá embaixo, onde passam uma avenida movimentada e o trilho do trem. Para quem tem labirintite, como eu, o risco parecia ainda maior. Mas, no fim, tudo correu bem. Logo atravessei São José dos Pinhais e segui em direção às colônias italianas de Murici e Mergulhão.
Após 23 km de pedalada, cheguei ao portal que marca o início do Caminho do Vinho. A região é formada por vários sítios que cultivam frutas, verduras e, claro, uvas. Há muitos restaurantes de comida típica, cafés coloniais e venda de queijos e vinhos — um roteiro gastronômico clássico. Pedalei 4,5 km pelo trajeto e parei em um restaurante onde já havia almoçado alguns meses antes. Em frente, há um gramado com árvores e um lago, um lugar muito bonito.
Estava faminto e me fartei com a comida caseira feita em fogão a lenha. Tinha polenta branca com molho, polenta frita, frango, risoto, linguiça e muito mais. De sobremesa, sagu e pudim de leite. Só não comi mais por receio de passar mal na volta. Depois do almoço, deitei no gramado à sombra de uma árvore e tirei um cochilo. Passado algum tempo, já sentindo a digestão feita, peguei o caminho de volta.
A volta foi mais cansativa: além de já ter pedalado bastante, o sol estava muito quente e a barriga, cheia. Segui em ritmo lento, mas constante, e pouco antes das 17h já estava em casa. No meio do caminho, parei na casa da Claudinha — minha grande amiga e quase prima — para reabastecer a garrafinha de água. No total, foram 55 km pedalados, com 4h30 de pedalada efetiva (meu marcador só conta o tempo em movimento, pausando quando paro).
Somente em casa percebi que as partes das pernas expostas ao sol, que a bermuda não cobria, estavam vermelhas e queimadas. No banho, senti o quanto as queimaduras ardiam. Mas tudo bem: no fim das contas, foi um passeio ótimo. Aos poucos estou aumentando minhas quilometragens de bike. A ideia é encarar percursos cada vez maiores, melhorando o condicionamento físico e, de quebra, queimando calorias.




