A origem da família Dissegna/Dissenha é a cidade de Romano d´Ezzelino, que fica no norte da Itália. Os primeiros Dissegna/Dissenha chegaram no Brasil em 1870, e depois de rodarem por algumas regiões do Paraná, próximas ao litoral, se estabeleceram na Colônia Italiana do Barro Preto, onde hoje fica o bairro Barro Preto, na cidade de São José dos Pinhais, próxima a Curitiba.
Os italianos (inclusive os Dissegna / Dissenha), deixaram seu país basicamente por motivos econômicos. A emigração, que era muito praticada na Europa, aliviava os países de pressões socioeconômicas, além de alimentá-los com um fluxo de renda vindo do exterior, em nada desprezível, pois era comum que imigrantes enviassem economias para os parentes que haviam ficado. Entre 1870 e 1930, vigorou no Brasil a imigração subvencionada pelo governo com o objetivo de estimular a vinda de estrangeiros. Nesse período, cerca de sete milhões de italianos deixaram sua terra de origem em busca de uma nova vida. Na Itália, depois de um longo período de mais de 20 anos de lutas para a unificação do país, sua população, particularmente a rural e mais pobre, tinha dificuldade de sobreviver quer nas pequenas propriedades que possuía ou onde simplesmente trabalhava, quer nas cidades, para onde se deslocava em busca de trabalho. Nessas condições, portanto, a emigração era não só estimulada pelo governo italiano, como era, também, uma solução de sobrevivência para as famílias. A imigração subvencionada se estendeu de 1870 a 1930 e visava a estimular a vinda de imigrantes: as passagens eram financiadas por fazendeiros e pelo governo brasileiro, bem como o alojamento e o trabalho inicial no campo ou na lavoura. Os imigrantes se comprometiam com contratos que estabeleciam não só o local para onde se dirigiriam, como igualmente as condições de trabalho a que se submeteriam.
Como a imigração subvencionada estimulava a vinda de famílias, e não de indivíduos isolados, nesse período chegavam famílias numerosas, de cerca de uma dúzia de pessoas, e integradas por homens, mulheres e crianças de mais de uma geração. Muitos desses imigrantes italianos vieram ao Brasil para trabalhar nas lavouras de café, substituindo a mão de obra escrava, após a abolição da escravatura no Brasil, em maio de 1888.
Meu trisavô, Antonio Dissegna, juntamente com sua esposa e seus oito filhos, embarcaram no porto de Genova rumo ao Brasil, em 7 de dezembro de 1886. Viajaram no vapor Righi e após uma longa e sofrida viagem, desembarcaram no Brasil em 22 de janeiro de 1887. Como a maioria dos imigrantes italianos que chegaram ao Brasil, eles desembarcaram na Ilha das Flores, em São Gonçalo, Rio de Janeiro. O vapor atracava na Bahia de Guanabara e barcos menores iam buscar os imigrantes e os levava até a Hospedaria de Imigrantes, que funcionava na Ilha das Flores. No local os imigrantes ficavam de quarentena por um tempo e depois seguiam para os locais que constavam em seus contratos de trabalho.
O sobrenome original de minha família é Dissegna. Por muito tempo se pensou que ele foi mudado para Dissenha, quando da chegada ao Brasil, onde tinham mudado a escrita do nome para ficar igual a sua pronúncia. Mas verificando registros antigos, descobri que ainda na Itália, em 1877, meu trisavô Antonio registrou seu quinto filho (no caso filha), como Margherita Dissenha. Esse é o primeiro registro do sobrenome Dissenha que encontrei. Posteriormente (já no Brasil) meu trisavô registrou mais dois de seus filhos com o sobrenome Dissenha, inclusive meu bisavô José Benjamin. Dos doze filhos que meu trisavô teve, nove filhos ele registrou com o sobrenome Dissegna e três filhos com o sobrenome Dissenha. O meu bisavô José Benjamin registrou todos os seus treze filhos (oito do primeiro casamento e cinco do segundo casamento, pois ficou viúvo) com o seu sobrenome, com a escrita Dissenha. E a partir daí toda a minha família levou o sobrenome Dissenha. O motivo da mudança da escrita do sobrenome de Dissegna para Dissenha é um segredo que ninguém sabe e acredito que tal segredo morreu com meu trisavô.
Após longa pesquisa consegui cópias de vários documentos de minha família e consegui montar a Árvores Genealógica de nove gerações, chegando a cerca de trezentos anos no passado. Ainda continuo minhas pesquisas, procurando mais informações para preencher as lacunas que faltam na Árvore Genealógica e na história da Família Dissegna/Dissenha.
*Atualmente na Ilha das Flores, no local onde funcionava a Hospedaria de Imigrantes, funciona um Batalhão dos Fuzileiros Navais.