Expedição Terra Nova (1910–1913)

Expedição

A Expedição Terra Nova, foi uma das mais famosas — e também trágicas — expedições à Antártida. Ela foi liderada pelo capitão Robert Falcon Scott entre 1910 e 1913, com o principal objetivo de alcançar o Polo Sul e realizar importantes estudos científicos.

🧭 Nome da Expedição:

Expedição Terra Nova (British Antarctic Expedition 1910–1913)

Nomeada a partir do navio Terra Nova, um antigo baleeiro reforçado para gelo. Organizada e financiada pelo governo britânico, instituições científicas e doações privadas.

🧑✈️ Líder: Robert Falcon Scott

Oficial da Marinha Real Britânica. Já havia liderado uma expedição anterior à Antártida (a Expedição Discovery, 1901–1904). Considerado um símbolo do espírito de exploração britânico da “Era Heroica da Exploração Antártida”.

🎯 Objetivos principais:

Alcançar o Polo Sul geográfico. Realizar pesquisas científicas extensas: meteorologia, biologia, geologia, glaciologia e magnetismo. Explorar áreas inexploradas do continente antártico.

🧊 Resumo da Jornada:

🚢 Chegada à Antártida:

O Terra Nova partiu do Reino Unido em 1910 e chegou ao continente antártico em janeiro de 1911. A base principal foi estabelecida em Cabo Evans, na Ilha de Ross.

🐴🛷 Métodos de transporte:

Usaram pôneis da Manchúria, trenós puxados por cães e motores de neve (protótipos de snowmobiles) — mas todos com eficiência limitada. Grande parte da jornada final foi feita a pé, puxando trenós manualmente.

🧊❄️ Corrida ao Polo Sul:

Scott e sua equipe partiram rumo ao Polo Sul em 1º de novembro de 1911.

A equipe final era composta por: Robert Falcon Scott, Edward Wilson, Henry Bowers, Lawrence Oates e Edgar Evans.

Chegaram ao Polo Sul em 17 de janeiro de 1912, mas… Encontraram a bandeira da Noruega: Roald Amundsen havia chegado 34 dias antes, em 14 de dezembro de 1911.

“O pior já aconteceu. Todos os dias tenho que forçar minha mente a contemplar o retorno.”
Robert Falcon Scott, em seu diário

💀 A tragédia na volta:

A volta foi devastadora: clima extremo, exaustão, fome e ferimentos. Evans morreu em fevereiro de 1912 após sofrer uma queda. Oates, com graves problemas de saúde e temendo atrasar o grupo, saiu da barraca e nunca mais voltou. Scott, Wilson e Bowers morreram em 29 de março de 1912, presos por uma nevasca, a apenas 17 km de um depósito de suprimentos. Seus corpos foram encontrados oito meses depois por uma equipe de busca.

🔬 Resultados científicos:

Apesar da tragédia, a expedição trouxe: 2.100 kg de amostras geológicas, fósseis e registros meteorológicos. Importantes descobertas sobre a fauna antártica, como pinguins e focas. Fotografias e diários que documentaram o continente com precisão nunca antes vista.

🏛️ Legado da Expedição Terra Nova:

Heróico e controverso:

Scott foi visto como um herói trágico britânico, símbolo de bravura e sacrifício. Mas, com o tempo, historiadores questionaram sua liderança, logística e decisões estratégicas. Ainda assim, o espírito de perseverança e dedicação da equipe é lembrado com admiração.

Destaques:

Edward Wilson, médico, naturalista e artista, deixou ilustrações científicas valiosas. E a história de Oates, o homem que se sacrificou pelo grupo, virou lenda. O diário de Scott virou um clássico da literatura de exploração.

📚 Frase final de Scott no diário:

“For God’s sake look after our people.”
(Pelo amor de Deus, cuidem dos nossos.)

Essa frase marcou o encerramento da era heróica da exploração polar — uma mistura de ciência, coragem e tragédia.

O Terra Nova, a caminho da Antártida.
Organizando suprimentos no acampamento em Cabo Evans
O Capitão Scott escreve em seus aposentos.
O navio Terra Nova.
Alguns membros da expedição.
Final da Geleira Barne na Ilha Ross.
Homens da expedição, em seu alojamento.
Um pinguim de adélia defende seu ninho.
Grupo de trenó saindo para uma exploração.
Dr. Wilson, Capt. Scott, Capt. Oates, Henry Bowers e Edgar Evans posam no Polo Sul. 18 de janeiro de 1912.
Sepultura de Scott, Wilson e Bowers. Sepultados dentro da própria barraca, no local onde seus corpos foram encontrados congelados.
A cabana de Scott, no Cabo Evans, está preservado até hoje na Antártida.

 

DICAS DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO

A ÚLTIMA EXPEDIÇÃO

Traduzido para o português somente em 2002, os diários do capitão Robert Falcon Scott. O Livro conta sobre a Expedição do Terra Nova a Antártida e a famosa corrida pela conquista do Pólo Sul, em 1911. O capitão norueguês, Roald Amundsen, chegou ao ponto mais ao sul do planeta trinta e três dias antes do capitão inglês, Robert Falcon Scott, mas nem por isso ficou com toda a fama. Scott lutou bravamente até o final, apesar de todos os erros de planejamento e execução de sua expedição. Nesse livro, está a íntegra dos diários de Scott, inclusive suas cartas de despedida quando ele sabia que a morte era certa. Poucas expedições têm mais impacto de narrativa que a Expedição Polar de Scott, principalmente porque sabemos seu triste fim. Apesar disso, esse é um livro indispensável na estante de interessados nos temas aventura, Pólo Sul e determinação.

A PIOR VIAGEM DO MUNDO

Com prefácio de Amir Klink, esse é o relato da última expedição do capitão inglês Robert Falcon Scott à Antártida, escrito por um dos integrantes da expedição. Determinados a serem os primeiros a alcançar o Pólo Sul, os tripulantes do Terra Nova terminaram embarcando numa epopéia de fim catastrófico. Sob um frio de -40°C (que necrosava os pés) e tendo de contornar erros elementares de planejamento, Scott e quatro companheiros corriam contra o tempo para se adiantar à equipe capitaneada por Roald Amundsen. Chegaram ao Pólo um mês depois do norueguês. Morreram no caminho de volta, a apenas 17 quilômetros do depósito de alimentos mais próximo.

UM IMPÉRIO DE GELO

Um livro fascinante, que nos faz repensar a corrida entre Scott e Amundsen e considerar a ciência como a força motriz da exploração antártica e polar. No começo do século XX, a Antártida era o último continente ainda intocado pelo homem, e chegar primeiro ao Polo Sul era uma questão de honra. Em 1911, o norueguês Roald Amundsen e o inglês Robert Falcon Scott se lançaram numa verdadeira corrida ao ponto mais ao sul do planeta Amundsen chegou lá em 14 de dezembro, seguido pouco mais de um mês depois pela expedição de Scott, cujo grupo morreu no caminho de volta.

O ÚLTIMO LUGAR DA TERRA

Esse livro mostra que o triunfo de Amundsen não foi um acaso, ao vencer Robert Falcon Scott na corrida para ser o primeiro a chegar no Polo Sul geografico. O autor Roland Huntford, reconstitui a história da exploração polar desde seus primórdios e descreve em detalhe as duas expedições rivais. Acaba por desmontar corajosamente o mito de Scott como mártir do heroísmo britânico, revelando suas fraquezas como líder e a incompetência que marcou seu empreendimento. Com base em vasta pesquisa histórica, o livro recria passo a passo as jornadas paralelas de Amundsen e Scott, sem perder de vista, em nenhum momento, a dimensão trágica e humana dos acontecimentos. É um rigoroso trabalho historiográfico que se lê como um empolgante romance de aventura.

Norte Verdadeiro – Peary, Cook e a Corrida ao Polo

Pouco mais de dez anos após ter lido o livro; Norte Verdadeiro – Peary, Cook e a Corrida ao Polo, resolvi reler tal livro. Sempre faço isso com livros de que gosto muito, guardo eles na estante, e anos depois releio. Após dez anos, muita coisa já não lembrava mais, e fica parecendo que nunca tinha lido o livro.

Sou apaixonado pelas histórias sobre a conquista do Polo Sul. Li cerca de quinze livros sobre o assunto, ou seja, todos que consegui encontrar que foram publicados no Brasil. Alguns desses livros eram os diários de viagem das expedições comandadas pelo norueguês Roald Amundsen e pelo inglês Robert Falcon Scott. Os dois comandaram expedições na famosa “corrida” pela descoberta do Polo Sul, sendo que os noruegueses foram vencedores e os ingleses derrotados vieram a morrer no retorno do Polo. A história do Polo Sul tem outros nuances e personagens interessantes, mas nela ficou bem claro quem foi o “descobridor”. Já no caso do Polo Norte, até hoje não se tem certeza de quem foi realmente o “descobridor”.

Dois norte-americanos reivindicaram ser o primeiro homem a colocar os pés no Polo Norte. Um levou os créditos, mas fica claro que ele mentiu. Também a história do “derrotado” Frederick Cook tem algumas controvérsias e mentiras. Documentos encontrados nas últimas décadas deixam mais claro que Peary mentiu mais do que Cook. Peary era militar da Marinha, era amigo de políticos poderosos na época e por isso praticamente todos acreditaram nele, que acabou levando a fama.

Nos livros de história hoje consta que o Polo Norte geográfico foi conquistado pelo americano Robert Edwin Peary, no dia 6 de abril de 1909. Mas nesses mesmos livros de história, não consta que tal conquista aconteceu não no gelo, mas nos tribunais. Para que seu feito fosse reconhecido, Peary teve de realizar uma monumental campanha de difamação contra Frederick Cook. Foi uma campanha suja, cheia de truques e artimanhas.

No livro que estou relendo; “Norte Verdadeiro – Peary, Cook e a Corrida ao Polo”, ao saber, voltando do Ártico, que Cook clamara ter estado no polo quase um ano antes dele, em 21 de abril de 1908, Peary mobilizou aliados políticos, forjou relatos de esquimós -além do próprio diário de viagem-, ameaçou gente de confiança de Cook e, segundo o autor do livro, até pagou um ex-companheiro de alpinismo do rival para que desse falso testemunho sobre uma conquista anterior deste. As histórias tanto de Peary quanto de Cook, na época foram tão mal contadas, que fica difícil escapar à conclusão de que a controvérsia jamais se encerrou, e de que possivelmente ambos os exploradores mentiram. E que jamais saberemos com absoluta certeza qual dos dois foi o primeiro a pisar no Polo Norte.

Após a leitura do livro acima citado, que estou relendo e de outros artigos sobre a conquista do Polo Norte, eu particularmente acho que o primeiro homem a pisar no Polo Norte, foi Cook. Inclusive anos atrás quando li o livro, fiquei tão puto com Peary, que jurei que se pudesse, um dia iria urinar no túmulo dele. Fiz isso movido pela emoção do momento! Kkk… Quando fiz tal “promessa” não tinha a mínima ideia de qual era o local onde ele tinha sido sepultado. E muito menos que um dia eu teria a chance de cumprir o que prometi. Mas nessas voltas que a vida faz, não é que numa visita a cidade de Washington – USA, em 2011, acabei visitando o Cemitério Nacional de Arlington, onde (descobri um pouco antes) Peary está sepultado. Arlington é o cemitério militar mais tradicional e conhecido dos Estados Unidos, onde foram sepultados seus maiores heróis e também soldados de todas as guerras que os Estados Unidos participaram. Por ser considerado o descobridor do Polo Norte, e por ser militar da Marinha, Peary está sepultado em Arlington. Quando entrei no cemitério fiquei pensando na promessa idiota que fizera anos antes e se teria coragem de cumprir o que prometi. Costumo cumprir minhas promessas! Meu maior risco era ser visto pelos seguranças do cemitério e acabar sendo preso por vandalismo e ato obsceno em público. Felizmente, para minha sorte acabei não vendo o túmulo de Peary. O cemitério é muito grande, e você precisa quase que de um dia inteiro para visitá-lo por completo. Eu e meu irmão passamos pouco mais de uma hora e meia andando pelo cemitério e não vi a sepultura de Peary, que devido a sua construção diferente da maioria das sepulturas do lugar -que possuem apenas uma cruz branca- ela seria visível de longe. Mas mesmo olhando com atenção por onde passei, não encontrei a sepultura de Peary e não precisei me arriscar para cumprir a promessa idiota que fiz. Melhor assim!

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Túmulo de Peary, no Cemitério Nacional de Arlington.
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Eu, no Cemitério Nacional de Arlington. (2011)

 

Ps: Caso queira saber mais sobre o Cemitério Nacional de Arlington, segue abaixo o link para ver a postagem sobre a visita que fiz ao cemitério em 2011:

Cemitério de Arlington