OSCAR 2025

Como faço nos últimos anos, estou escrevendo sobre os filmes que concorrem ao Oscar de Melhor Filme. Este ano, consegui assistir ao último filme concorrente três dias antes da cerimônia de entrega do Oscar. Bem melhor do que no ano passado, quando vi o último filme faltando apenas uma hora para a cerimônia.

Novamente, tive bastante dificuldade para assistir a alguns filmes. No cinema da minha cidade, a maioria ainda não foi exibida, e alguns nem chegarão a ser. Dos dez filmes concorrentes, assisti a um no cinema, a outro no avião durante uma viagem e aos outros oito em casa, na TV, por meio de diversos serviços de streaming.

Diferentemente do ano passado, quando havia muitos filmes bons entre os dez concorrentes, este ano achei a maioria dos filmes bastante fraca. E, como acontece todo ano, minha lista de preferências foi mudando à medida que eu assistia aos filmes. Pela primeira vez desde que comecei a postar sobre os concorrentes ao Oscar, acredito que minha primeira opção será a vencedora na categoria de Melhor Filme.

Os filmes concorrentes, na ordem de minha preferência:

1° – O brutalista

A trama explora a vida de um controverso arquiteto e suas criações que desafiam as normas sociais. O arquiteto e sua esposa fogem da Europa devastada pela guerra em busca de um novo começo na América. Na jornada da reconstrução do legado, eles passam a testemunhar o surgimento da América moderna e se deparam com uma oportunidade que pode mudar suas vidas para sempre.

O filme é longo, com mais de três horas de duração. Em alguns cinemas, há um intervalo de 15 minutos no meio da exibição para que o público possa ir ao banheiro. Achei o filme muito interessante, com algumas cenas bastante fortes. Foi bom ver Guy Pearce de volta a um grande papel. Acredito que o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante deve ficar com ele ou com Edward Norton.

2° – Um completo desconhecido

Biografia sobre a vida de Bob Dylan. Situado na cena musical de Nova York do início dos anos 1960, Dylan, o jovem músico de Minnesota, tem apenas 19 anos e caminha rumo à sua ascensão na música. Passando de cantor folk, para as salas de concerto e ao topo das paradas, culminando em sua performance inovadora de rock and roll elétrico no Festival Folclórico de Newport em 1965, definindo um dos momentos mais transformadores da música do século XX.

Foi o último dos dez filmes que assisti. Achei bem feito e bem ambientado na década de 1960. A história de Bob Dylan, cantor de quem conheço poucas músicas, é envolvente e agradável de assistir. Na tela, vê-se o talento superando as dificuldades e alcançando o sucesso. Demorei para reconhecer o Edward Norton no filme. Ele está bastante envelhecido. Para quem já fez o papel do Incrivel Hulk, fica estranho ver ele envelhecido no filme. O pior é que ele é somente um ano mais velho do que eu…

3° – Ainda estou aqui

Este drama brasileiro, dirigido por Walter Salles, narra a luta de uma mulher em busca de seu marido desaparecido durante a ditadura militar no Brasil. Ainda Estou Aqui se passa no Brasil, em 1970 e é uma adaptação do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva. A dona de casa se vê obrigada a virar ativista de direitos humanos após o desaparecimento de seu marido.

Fernanda Torres é uma excelente atriz e está muito bem no filme. Mas, apesar de torcer por ela, não acredito que vença o Oscar de Melhor Atriz. Na minha opinião, o prêmio vai para Demi Moore. Também não acho que o filme vencerá na categoria de Melhor Filme, mas acredito que tenha boas chances de ganhar como Melhor Filme Internacional – e digo isso mesmo sem ter assistido aos outros concorrentes da categoria.

No geral, gostei do filme, que, sendo uma produção nacional, é muito bom – algo raro de acontecer. Além disso, gosto de Marcelo Rubens Paiva, autor do livro no qual o filme foi baseado. A história gira em torno do pai do escritor. Já li outros livros dele, e todos foram ótimos.

No entanto, o filme tem seus problemas, pois é enviesado. Até mataram um cachorrinho na história para sensibilizar o público. A trama retrata uma família burguesa, de um ex-deputado da época, que morava em frente à praia e até possuía telefone – algo surreal para a maioria das pessoas naqueles tempos. Além disso, colocaram uma empregada branca, o que não era comum na época. Será que fizeram isso para ser politicamente corretos? Pesquisei, mas não consegui descobrir a verdadeira cor da pele da empregada.

Outro ponto é que o filme só mostra um lado da história. Ele retrata os militares como monstros – o que, de fato, eram –, mas não menciona que os militantes de esquerda também cometeram abusos. Os grupos de esquerda sequestraram, mataram, roubaram bancos, explodiram bombas e atacaram instalações militares e policiais. Era uma guerra, com exageros e violência de ambos os lados. Quem tinha mais poder, sofria menos. No caso da história contada no filme, quem sofreu foi Rubens Paiva e sua família.

Se, por um milagre, o filme vencer como Melhor Filme, acredito que será um tipo de protesto contra o crescimento da direita no mundo – especialmente nos Estados Unidos, terra do Oscar e da maioria dos membros da Academia, que votam e escolhem o vencedor. Da lista de dez filmes, foi o único que vi no cinema.

4° – A substância

Este filme de terror psicológico explora os limites da mente humana e as consequências de experiências científicas não convencionais. Uma celebridade em declínio que enfrenta uma reviravolta inesperada ao ser demitida de seu programa fitness na televisão. Desesperada por um novo começo, ela decide experimentar uma droga do mercado clandestino que promete replicar suas células, criando temporariamente uma versão mais jovem e aprimorada de si mesma.

Foi o primeiro dos dez filmes concorrentes que assisti. É um filme um pouco complexo, mas interessante. Ele mostra até que ponto certas pessoas, que não aceitam as marcas do tempo em seus rostos e corpos, chegam para tentar permanecer jovens — algo impossível. O filme me fez lembrar das notícias que surgem frequentemente no noticiário, mostrando pessoas que morreram ao fazer cirurgias plásticas ou outras intervenções na busca por melhorar seus corpos. Essas pessoas arriscam a saúde e até a vida para ficarem mais bonitas e, muitas vezes, acabam perdendo a vida nesse processo. Achei o final péssimo e de muito mau gosto. Se o filme tivesse terminado cinco minutos antes, teria sido melhor. E quem é fã da Demi Moore, vai curtir, pois ela fica nua boa parte do filme.

5° – Conclave

O filme mergulha nos bastidores da eleição de um novo Papa, revelando intrigas e segredos do Vaticano. Um arcebispo é escolhido a dedo pelo papa anterior antes de morrer, como o encarregado de conduzir esse processo confidencial, o conclave. Sem entender o motivo, o cardeal acaba no centro de uma conspiração e de um choque de interesses que não só abalarão sua fé, mas também os alicerces da Igreja Católica.

Achei que não ia gostar, mas acabei gostando do filme, que mostra o processo altamente secreto da escolha de um Papa. Só não gostei do final; achei que ele estragou o filme. Ao ver os cardeais no filme discutindo, destilando vaidade e tentando puxar o tapete uns dos outros na busca pelo poder, lembrei-me dos sete anos em que trabalhei com os padres jesuítas. No trabalho com os padres, cansei de ver atitudes iguais às que vi no filme. Onde há poder e dinheiro, até mesmo religiosos podem acabar deixando Deus de lado, na busca de mais poder.

6° – Anora

A jovem e bela Anora é uma trabalhadora do sexo da região do Brooklyn, nos Estados Unidos. Em mais uma noite de trabalho, a garota descobre que pode ter tirado a sorte grande, uma oportunidade de mudar o seu destino: ela acredita ter encontrado o seu verdadeiro amor após se casar impulsivamente com o filho de um oligarca, o herdeiro russo Ivan.

Nem sei o que dizer sobre esse filme. Hoje li em um site que ele está despontando de última hora como um sério concorrente ao Oscar de Melhor Filme. A atriz principal abusa das cenas de nudez, e a história é meio bobinha e sem graça. Talvez o filme esteja cheio de mensagens que o pessoal da Academia do Oscar consegue captar e adorar, assim como os críticos de cinema gostam de comentar. Eu, no entanto, não vi nada além de um filme fraco e sonolento.

7° – Nickel boys

O filme aborda as injustiças sofridas por jovens afro-americanos em uma escola reformadora no sul dos Estados Unidos. Dois jovens negros norte-americanos, Elwood e Turner, tornam-se melhores amigos enquanto vivem uma das experiências mais cruéis de sua juventude: a detenção em um reformatório no ápice da aplicação das leis segregacionistas.

Quando li a sinopse do filme e vi que era baseado em uma história real, fiquei animado para assistir. Mas, ao ver o filme, foi uma grande decepção. Simplesmente não gostei do que vi. Além disso, tentaram um enquadramento diferente ao gravar muitas cenas, e, em vários momentos, dá a impressão de que o cinegrafista filmou estando deitado no chão. Filme ruim!

8° – Wicked

É uma adaptação do famoso musical da Broadway, o filme reimagina a história das bruxas de Oz antes da chegada de Dorothy. O filme conta a inesperada amizade entre Glinda e Elphaba, antes de serem conhecidas por toda Terra de Oz como a Bruxa Boa e a Bruxa Má do Oeste. No início de suas juventudes, cada uma está à procura dos próprios desejos, mas caminhos tão diferentes podem trazer olhares distintos sobre a verdade. Essa é a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste.

Filme meio bobinho, com um toque de musical cansativo. Foi difícil assistir até o final, e acabei cochilando algumas vezes. Acredito que também esteja cheio de mensagens subliminares, inclusive sobre racismo, já que uma das personagens principais é verde e sofre discriminação por isso. No entanto, não percebi nem entendi nenhuma mensagem subliminar ou explícita no filme.

9° – Emilia Pérez

O filme conta a história de uma mulher transgênero enfrentando desafios pessoais e sociais. Tudo muda quando uma proposta indispensável surge para a advogada Rita: ajudar um temido chefe de cartel a sumir por definitivo e viver seu verdadeiro eu fora do radar das autoridades.

Sinceramente, não entendo como esse filme conseguiu 13 indicações ao Oscar. É péssimo! Um meio musical, com várias músicas ruins sendo cantadas ao longo da trama. Para piorar, assisti dentro de um avião, sobrevoando o Atlântico, em meio a muita turbulência. Detestei tanto a experiência quanto o filme!

10° – Duna: Parte 2

É a sequência da épica saga de ficção científica, que continua a jornada de Paul Atreides em um deserto cheio de perigos e intrigas políticas. Paul Atreides se une a Chani e aos Fremen enquanto busca vingança contra os conspiradores que destruíram sua família.

Já não gostei do primeiro filme, e a continuação me pareceu ainda pior. Não tenho nada a acrescentar, exceto um conselho: não assista, não perca seu tempo!