Lima é a capital do Peru e sua maior e mais populosa cidade. Está situada na costa central do Peru, as margens do Oceano Pacífico. Sua fundação hispânica foi em 18 de janeiro de 1535, como a Cidade dos Reis. Passou a ser a capital do Vice-Reino do Peru durante o regime espanhol e depois da independência passou a ser a capital da República do Peru. A Região Metropolitana de Lima tem aproximadamente 8,5 milhões de habitantes – mais de 7,6 milhões são residentes da Província de Lima–, representando aproximadamente 30% da população peruana, pelo que é a maior metrópole do Peru, assim como a quinta mais populosa da América Latina e uma das 30 maiores áreas metropolitanas do mundo.
A história da cidade de Lima inicia-se com sua fundação espanhola em 1535. O território formado pelos vales dos rios Rímac, Chillón e Lurín estava ocupado por assentamentos pré-incas. A cultura Maranga e a cultura Lima foram as que se estabeleceram e forjaram uma identidade nestes territórios. Durante essas épocas se construíram os santuários de Lati (atual Puruchuco) e Pachacámac. Estas culturas foram conquistadas pelo Império Wari durante o apogeu de sua expansão imperial. Foi durante esta época que construiu-se o centro cerimonial de Cajamarquilla. Junto à declinação da importância Wari, as culturas locais voltaram a adquirir autonomia, destacando a cultura Chancay. Posteriormente, no século XV, estes territórios foram incorporados no Império Inca. Desta época podemos encontrar grande variedade de huacas ao largo de toda a cidade, algumas das quais se encontram em investigação. As mais importantes ou conhecidas são as de Huallamarca, Pucllana, Mateo Salado e Pachacamac.
Em 1532, os espanhóis e seus aliados indígenas, sob comando de Francisco Pizarro, tomaram prisioneiro o inca Atahualpa em plena cerimônia religiosa na cidade de Cajamarca, e mesmo com o pagamento de um resgate, este foi assassinado após um julgamento simulado em que foi acusado de heresia e condenado a morte. Este acontecimento é considerado o primeiro assassinato político na nascente sociedade peruana. Logo após algumas batalhas os espanhóis conquistaram seu império, e com isto a coroa espanhola nomeou Francisco Pizarro como governador das terras que conquistou. Assim decidiu fundar a capital no vale do rio Rímac logo após a intenção falhada de constituir uma capital em Jauja. Em 18 de janeiro de 1535, a Lima espanhola foi fundada como a “Cidade dos Reis” sobre os territórios do cacique Taulichusco. Em agosto de 1536, a cidade foi sitiada pelas tropas de Manco Capac II. No entanto, os espanhóis e seus aliados indígenas derrotaram os incas. Nos anos seguintes, Lima ganhou prestígio ao ser designada capital do Vice-reino do Peru e sede de uma Real Audiência em 1548. Durante o século seguinte, Lima prosperou como o centro de uma extensa rede comercial que integrava ao vice-reino com a América, Europa e Ásia Oriental. Mas a cidade não esteve livre de perigos, violentos sismos destruíram grande parte dela em 1687. Uma segunda ameaça foi a presença de piratas e corsários no Oceano Pacífico, o que motivou a construção das Muralhas de Lima entre os anos de 1684 e 1687. O sismo de 1687 marcou um ponto de inflexão na história de Lima já que coincidiu com uma recessão no comércio pela concorrência econômica de outras cidades como Buenos Aires. Em1746, um forte sismo danificou severamente Lima e destruiu Callao, obrigando a um esforço de reconstrução em massa pelo vice-rei José Manso de Velasco. Durante este período, Lima resultou afetada pelas Reformas Borbônicas já que perdeu o monopólio sobre o comércio externo e seu controle sobre a importante região mineradora do Alto Perui. Este debilitamento econômico levou a elite da cidade a depender dos cargos outorgados pelo governo do vice-reino e pela Igreja e portanto se mostrou reticente a apoiar a independência.
Uma expedição combinada de patriotas argentinos e chilenos dirigidos pelo general José de San Martín, desembarcou ao sul de Lima em 1820, mas não atacou a cidade. Enfrentado um bloqueio naval e a ação de guerrilhas em terra firme, o vice-rei josé de la Serna e Hinojosa foi forçado a evacuar a cidade em julho de 1821 para salvar o exército realista. Temendo um levantamento popular e carecendo de meios para impor a ordem, o conselho da cidade convidou San Martín a entrar em Lima e assinou uma declaração de independência a seu pedido. No entanto, a guerra não tinha acabado e, nos dois anos seguintes, a cidade mudou de mãos muitas vezes, sofrendo abusos de ambos os lados. Proclamada a independência do Peru em 1821 pelo general José de San Martín, Lima converteu-se na capital da República do Peru. Assim, Lima foi a sede do governo do libertador e sede também do primeiro Congresso constituinte que teve o Peru. Os primeiros anos da historia republicana peruana se caracterizaram pelo constante confronto entre caudilhos militares, que tinham como objetivo governar o país e para o qual tentavam tomar a sede de governo. Assim, Lima sofreu vários assédios e confrontos armados em suas ruas.