Museu Histórico do Contestado

A Guerra do Contestado foi uma das maiores e mais sangrentas batalhas da história do Brasil. O confronto aconteceu em Irani, no Oeste catarinense. Para entender melhor essa história, existe um museu dedicado a contar como foi esse confronto no qual um dos resultados foi a mudança da divisa entres os estados do Paraná e Santa Catarina. O Paraná “encolheu” em 1916, ao perder a região do Contestado para Santa Catarina. A nova definição de limites tirou do território paranaense 28.000 km².

O Museu Histórico do Contestado está localizado próximo a cidade de Irani – SC, no Sítio Histórico e Arqueológico do Contestado, onde além do Museu, fazem parte o Local do Primeiro Combate da Guerra do Contestado (Combate do Irani), a Sepultura do Monge José Maria, o Cemitério do Contestado,  a Vala dos 21 e o Monumento do Contestado.

Monumento do Contestado

Museu Histórico do Contestado.

Cemitério do Contestado

O Cemitério do Contestado é um marco da história brasileira, principalmente no que diz respeito aos episódios que passaram a ser conhecidos como a Guerra do Contestado. O local onde hoje se encontra o cemitério era próximo a uma extensa área à margem direita do rio do Peixe, mais precisamente, no que era denominado por Banhado Grande. Neste terreno já existia um pequeno cemitério. A região era disputada pelos estados do Paraná, Santa Catarina e pela Argentina.

Houve, na noite de 22 de outubro de 1912, o confronto entre as tropas do Regimento de Segurança Pública do Paraná, comandado pelo coronel João Gualberto e os caboclos, comandados pelo monge José Maria. Este confronto entrou para a história como sendo o primeiro combate da Guerra do Contestado (1912 – 1916) denominado de Combate do Irani (ou Batalha do Irani). Na ocasião morreram, entre outros, o coronel João Gualberto e o monge José Maria. Ali foram enterrados o coronel e outros 21 corpos, entre caboclos e militares, no que foi chamado de “vala dos 21”. O monge José Maria foi enterrado em separado. O corpo do coronel João Gualberto permaneceu enterrado por apenas três dias e logo após foi transladado para Curitiba.

A partir deste episódio, o local entrou no esquecimento até ser reconstruído, no final da década de 1970, por ocasião da construção de uma rodovia. Nas escavações para esta obra foram encontrados, numa vala comum, os restos mortais dos personagens que tombaram na longínqua noite da primavera de 1912. Diversas cruzes de madeira, a maioria sem identificação, indicam as sepulturas de vítimas da guerra. Até meados da década de 1990, os moradores da região podiam sepultar seus entes no local; mas atualmente o cemitério é considerado campo histórico, não sendo mais permitida a abertura de novas sepulturas.

Mesmo sabendo que os corpos dos comandantes do episódio, de ambos os lados, não se encontravam entre as ossadas achadas na vala comum, foram instaladas lápides para o monge José Maria e para o coronel João Gualberto no cemitério.

Hoje o Cemitério do Contestado faz parte do Sítio Histórico do Contestado, que fica em frente à rodovia BR-153, km 64, precisamente, a 4 km de distância do centro da cidade de Irani no estado de Santa Catarina.