Estátua da Liberdade

Visitar Nova York e não ir até a Estátua da Liberdade é algo inadmissível. Esse foi outro local que já conhecia e que mereceu nova vista. A fila para comprar ingresso e depois embarcar num dos barcos que levam até a ilhota onde fica a Estátua da Liberdade, estava bastante grande. E o processo de revista para poder embarcar, é quase o mesmo feito nos aeroportos. Os americanos morrem de medo de outro atentado terrorista, principalmente contra algum de seus ícones, como é o caso da Estátua da Liberdade.

A viagem de barco é rápida e conforme vamos nos afastando do porto, a vista da cidade de Nova York vai ficando cada vez mais bonita. Fazia frio e com o vento durante a travessia, a sensação térmica baixou bastante. Mesmo assim preferi ficar do lado de fora do barco e apreciar a paisagem. Desembarcando na ilha fui até a estátua e tirei algumas fotos. Diferente da visita anterior a oito anos, quando não era permitido se aproximar da estátua, dessa vez a visitação ao interior da estátua e a sua coroa, estavam liberadas. Mas a visita era liberada somente até às 15h30min e eu cheguei uns minutos depois desse horário. Então mais uma vez fiquei sem poder conhecer mais detalhadamente a Estátua da Liberdade. Não tem jeito, no futuro preciso voltar à Nova York para visitar a Estátua da Liberdade mais uma vez… rs!!

A estátua mede 46,50 metros (92,99 metros contando o pedestal). O nariz mede 1,37 metros. O conjunto pesa um total de 24.635  toneladas. É a estátua mais pesada do mundo, segundo o Guiness. A coloração verde-azul é causada por reações químicas, o que produziu sais de cobre e criou a atual tonalidade. A Estátua da Liberdade foi um presente dado por Napoleão III, como prêmio aos Estados Unidos após uma batalha vencida contra a Inglaterra. O historiador francês Edouard de Laboualaye foi quem primeiro propôs a ideia do presente, e o povo francês arrecadou os fundos para que, em 1875, a equipe do escultor Fréderic Auguste Bartholdi começasse a trabalhar na estátua. Bartholdi fez uma viagem aos Estados Unidos e encontrou o que ele julgava ser o local ideal para a futura estátua – uma ilhota na baía de Nova York, posteriormente chamada Ilha da Liberdade (batizada oficialmentecomo Liberty Island em 1956). A inauguração da estátua ocorreu em 28 de outubro de 1886.

A estátua funcionou como farol de 1886 a 1902, sendo o primeiro farol a ter utilizado energia elétrica. O ato de sabotagem dos alemães na Primeira Guerra Mundial, conhecido como a explosão Black Tom, causou um prejuízo de US$ 100.000, danificando a saia e a tocha. Desde então não é permitida a visitação da tocha. A estátua sofreu uma grande reforma em comemoração do seu centenário. A estátua foi reinaugurada em 3 de julho de 1986, ao custo de 69,8 milhões de dólares. Foi feita uma limpeza geral na estátua e sua coroa, corroída pelo tempo, foi substituída. A coroa original está exposta no saguão. Depois do atentado terrorista contra o World Trade Center, a visitação a coroa foi proibida, por motivos de segurança. Porém, em 4 de julho de 2009, a visitação da coroa foi reaberta, depois de 8 anos fechada ao público.

Barco que leva até a Estátua da Liberdade.
No barco, deixando Nova York para trás.
Chegando a Liberty Island.
Em frente a Estátua da Liberdade.
A parte de trás da Estátua da Liberdade.
Embarcando de volta a Nova York.

Trinity Church e Trinity Church Cemetery

Outro local que já conhecia e que mereceu uma nova visita, foi a Trinity Church e o cemitério ao lado da igreja. Esse cemitério hoje em dia mais parece um parque onde o pessoal vai passear e até namorar. Mas ele é o primeiro cemitério de Manhattan, e onde estão sepultados muitos personagens importantes na história da cidade de Nova York. Em algumas lápides ainda é possível ler o nome, datas e homenagens ao morto em questão. É um local “diferente” e bastante interessante.

A primeira Trinity Church, foi construída no local em 1698. A construção do segundo prédio da Trinity Church começou em 1788 e foi consagrado em 1790. A estrutura foi demolida depois de ter sido enfraquecida pelas grandes nevascas durante o inverno de 1838-1839. A terceira e atual Trinity Church foi concluída em 1846 e no momento da sua conclusão sua torre de 86 metros e cruz, tornou-se o ponto mais alto de Nova York, até ser superado em 1890  pelo Edifício New York World.

O Cemitério da Trinity Church, na verdade consiste de três pequenos cemitérios separados e associados, que ficam ao redor da igreja. Os cemitérios têm sido o lugar de descanso final para muitas figuras históricas da cidade de Nova York, desde 1697.

Trinity Church.
Cemitério da Trinity Church.
No Cemitério da Trinity Church.
Sepultura de 1747.

World Trade Center

Estive mais uma vez visitando o local onde ficava o World Trade Center. Da vez anterior, só existia um buraco enorme no local e estavam reconstruindo a linha do metrô. Nessa última visita pude ver que uma das torres do novo World Trade Center está com muitos andares prontos e no local o movimento de trabalhadores é intenso.

Esperava visitar o Memorial ao 11 de Setembro, que foi inaugurado no último dia 11 de setembro, quando completou dez anos dos atentados terroristas no local. Achava que era só ir lá e entrar, mas me enganei. É preciso fazer reserva pela internet, onde existe certa fila de espera. Em razão de ser algo recente, a procura por parte dos visitantes é enorme e a fila de espera demora alguns dias. Então a visita ao Memorial fica para outra oportunidade.

Novo World Trade Center, em construção.

Ponte do Brooklyn

Na primeira manhã em Nova York, o primeiro lugar que visitei foi a Ponte do Brooklyn, famosa por ter sido cenário de centenas de filmes. Já tinha visitado essa ponte oito anos antes e ela era um dos lugares que eu queria rever em Nova York. Fazia frio, o tempo estava nublado, mas mesmo assim muitos turistas estavam percorrendo a ponte e apreciando a bela vista que se tem lá de cima. Do alto da ponte da para ver boa parte dos prédios que ficam ao sul da Ilha de Manhattan e também uma torre do novo World Trade Center, que está em fase de construção. Também se vê a Estátua da Liberdade, parte do porto, a Ponte Manhattan, que fica paralela e um pouco distante da Ponte do Brooklyn e parte do bairro do Brollklyn.

A Ponte do Brooklyn (Brooklyn Bridge) é uma das mais antigas pontes suspensas dos Estados Unidos. Sua extensão é de 1.834 metros, e situa-se sobre o rio East, ligando a Ilha de Manhattan ao bairro do Brooklyn. Ao ser finalizada em 1883, era a maior ponte suspensa do mundo, e a primeira a utilizar-se de cabos. Foi a primeira ponte de aço suspensa do mundo e suas imensas torres de suporte já foram as estruturas mais altas de toda a cidade de Nova York. Sua construção começou em 1869 e ficou completa quatorze anos depois, sendo aberta para o uso em 24 de maio de 1883. No primeiro dia, um total de 1.800 veículos e 150.300 pessoas atravessaram-na. Aproximadamente 27 pessoas morreram durante a construção, inclusive seu arquiteto.

A ponte foi desenhada pelo arquitero John Augustus Roebling. Quando a construção começou, o pé de Roebling sofreu uma séria lesão num acidente em uma barcaça, e dentro de poucas semanas ele morreu de tétano. Quando a ponte foi aberta, a esposa de seu filho Washington, Emily Warren Roebling, foi a primeira pessoa a atravessar; Washington não conseguiu sair de sua casa, devido à depressão de que ele sofria naquele momento, e assistiu a construção através de um telescópio.

Ponte do Brooklyn a noite.
Ao fundo os prédios que ficam ao sul de Manhattan.
Uma das torres da Ponte do Brooklyn.
Quase no meio da ponte.
Carros seguindo no sentido Manhattan/Brooklyn.
Carros no sentindo Brooklyn/Manhattan.
No alto da ponte olhando o movimento.
A pista de ciclistas e pedestres.
Imagem de 1883, pouco após a inauguração da ponte.

New York, New York…

Após ficar somente 24 horas em Washington e visitar o máximo de lugares possíveis, fiz as malas e segui para Nova York. A partida atrasou um pouco e cheguei a Nova York no final da noite. Era minha segunda vez em Nova York, sendo que a vez anterior tinha sido há pouco mais de oito anos. Dessa vez encontrei pronto o serviço de Sky Trem no aeroporto, que faz ligação com o metrô. Isso facilitou bastante as coisas para mim.

Não consegui hotel barato em Manhattan, então fiz reserva num hotel fora da ilha, no bairro do Brooklyn. Escolhi um hotel de uma rede conhecida, com bom preço, que ficava somente a duas quadras de uma estação do metrô. Esses cuidados todos eram para evitar de entrar em alguma fria. Mesmo assim entrei numa fria enorme. Quando desci na estação perto do hotel era quase meia noite e reparei que eu era um dos poucos brancos a estar ali. Nos Estados Unidos os negros são mais racistas com relação a brancos, do que os brancos com relação a negros no Brasil. Estar tarde da noite na saída de uma estação de metrô, numa região de maioria negra, num bairro de Nova York e arrastando uma mala que deixava claro que eu era turista, foi algo assustador. Pensei em pegar um táxi para percorrer os dois quarteirões até o hotel, mas não vi nenhum dos famosos táxis amarelos. Vi somente alguns táxis velhos, de cor preta e com cara de serem clandestinos. Seria abusar da sorte embarcar num desses táxis, então o jeito foi respirar fundo e seguir a pé até o hotel. Quando saí da estação fui abordado por alguns elementos mal encarados oferecendo táxi. Preferi não responder, para que meu inglês não entregasse que além de turista eu era estrangeiro. Fui “respondendo” não com a cabeça, fiz cara de mau e segui em frente arrastando minha mala. Logo vi que no outro lado da rua ficava uma Central de Polícia, o que me deu certo alívio. Chegando a esquina vi os dois quarteirões desertos e meio escuros que teria que percorrer. Olhei para o céu pedindo proteção, respirei fundo e segui em frente. O trecho até o hotel estava deserto, e em situações iguais a essa é bem melhor encontrar ruas desertas, do que ruas com elementos suspeitos. Quase chegando no final do segundo quarteirão vi que um homem caminhava em sentido contrário do outro lado da rua. Senti um frio na barriga e continuei caminhando rápido. Quando cheguei perto desse homem, ufa! Ele era um policial! Logo cheguei na esquina, dobrei o quarteirão e vi o hotel, que felizmente tinha boa aparência e parecia ser bom. Mas a vizinhança do hotel não era das melhores, ele ficava exatamente ao lado de uma linha do metrô, daquelas suspensas como se fosse um viaduto. Até me lembrei de um filme, cujo nome não lembro, onde muitas passagens do filme eram num lugar parecido com aquele, isso se não for o mesmo lugar.

Entrando no hotel me senti seguro e fui atendido por alguns indianos que cuidavam da recepção. Então subi para o quarto que ficava no quarto andar, na parte da frente do hotel e ao lado da linha do metrô. Tive que dar risada da situação. Por sorte que da meia-noite às cinco da manhã o metrô passava meio que de hora em hora. Mas cada vez que ele passava o quarto parecia chacoalhar. E depois das cinco da manhã era um trem atrás do outro e quase não dava para dormir. E mesmo com a grossa janela do quarto fechada, dava para ouvir a gravação da estação informando sobre embarque, desembarque, número de plataformas. Como o hotel serviria somente para dormir algumas horas à noite e para tomar banho, não me importei muito com o barulho. Tomei banho e caí na cama, pois os dois próximos dias seriam de muitos passeios e cansativos quilômetros a percorrer. E o importante é que eu tinha saído ileso da aventura que foi ir da estação do metrô até o hotel. Até agora não sei dizer se sou burro, louco, ou corajoso em enfrentar uma situação dessas da forma como enfrentei, metendo a cara e pagando pra ver…

No voo entre Washington e Nova York.
Esperando o metrô em Nova York.
A estação do metrô vista da janela do quarto.
Vista que se tem ao sair do hotel.
Os dois quarteirões que percorri a noite.

Casa Branca (White House)

O último ponto turístico que visitei em Washington foi à Casa Branca. Foi a maior dificuldade poder chegar até próximo a uma das entradas frontais da Casa Branca. Em volta do prédio muitas barricadas, portarias e seguranças. Achei interessante que muitos seguranças andavam com uma espécie de mochila no ombro e dentro um fuzil pronto para atirar. Nos jardins da Casa Branca era possível ver alguns seguranças escondidos entre as árvores. E só era possível ficar de um lado da rua, sendo que a rua estava repleta de policiais que não deixavam ninguém colocar sequer o pé fora da calçada. Apesar de todo o trabalho e de não poder ver muita coisa, a visita à Casa Branca foi válida, em razão de sua importância histórica. E estando ali na frente lembrei do filme “Independence Day”, no qual a Casa Branca é explodida por alienígenas. Pôxa, foi tanta dificuldade para chegar até ali na frente, e o Obama nem me convidou para um chazinho. rs!!!!

A Casa Branca é a residência oficial e principal local de trabalho do Presidente dos Estados Unidos, sendo, ao mesmo tempo, a sede oficial do poder executivo. O edifício foi construído no período compreendido entre 1792 e 1800, pintado de arenito esbranquiçado no estilo georgiano e tem sido a residência executiva de todos os presidentes americanos desde o mandato de John Adams. O edifício foi expandido por Thomas Jefferson, que ali se instalou em 1801. Em 1814, durante a Guerra Anglo-Americana, o edifício ardeu em chamas quando o exército britânico incendiou toda a cidade de Washington, destruindo o interior e chamuscando muitas das paredes exteriores da construção. A reconstrução iniciou-se quase imediatamente e o presidente James Monroe mudou-se para a semi-reconstruída casa em outubro de 1817. A construção continuou com a adição do Pórtico Sul em 1824 e do Norte em 1829. Devido à aglomeração dentro da própria mansão executiva, o presidente Theodore Roosevelt teve quase todos os escritórios de trabalho relocalizados na recentemente construída Ala Oeste em 1901. Oito anos depois, o presidente Willian Howard Taft expandiu a Ala Oeste e criou o primeiro Salão Oval, o qual foi sendo posteriormente movido conforme a seção ia sendo expandida. O terceiro andar, que era um sótão, foi convertido em quartos comuns em 1927. A recém construída Ala Leste foi usada como uma área de recepção para eventos sociais. As alterações na Ala Leste foram concluídas em 1946, criando um espaço para trabalho adicional. Em 1948, as paredes exteriores da casa e os quartos interiores foram completamente desmantelados, resultando na construção de um novo e interno vigamento de aço e na remontagem dos quartos interiores.

Casa Branca.
O mais próximo que consegui chegar.
Casa Branca.

Memorial aos Mortos no Vietnã

Em Washington visitei o Memorial aos Mortos no Vietnã. O Memorial é um muro de 75 metros de comprimento e com altura máxima de três metros em alguns pontos. É feito de mármore preto no qual estão inscritos os nomes de todos os soldados mortos no conflito do Vietnã. O Memorial está situado próximo ao Monumento a Lincoln e foi inaugurado em 1982. Atualmente o muro contém os nomes de 58.195 homens e mulheres mortos no Vietnã. Quando um visitante olha para a parede negra do muro, seu reflexo pode ser visto em simultâneo com os nomes gravados, que se destina a trazer simbolicamente o passado e o presente juntos.

O Muro do Memorial é um local de cura espiritual para as famílias dos veteranos mortos no Vietnã, bem como para veteranos sobreviventes. Muitos visitantes deixam oferendas, ou notas às pessoas queridas que foram mortas para que outros visitantes as leiam e compartilhem. E muitos visitantes procuram o nome de algum parente ou conhecido no muro, e fazem um decalque do nome utilizando papel e lápis. O decalque acaba sendo uma lembrança do ente querido a ser levada para casa. Recebe em média três milhões de visitantes a cada ano.

Além do Muro com os nomes dos mortos, fazem parte do Monumento uma escultura representando três soldados apoiando-se uns aos outros: um branco, um negro e um hispânico. E uma outra escultura homenageia as mulheres falecidas na Guerra do Vietnã.

Memorial aos Mortos no Vietnã.
No Memorial aos Mortos no Vietnã.
Visitantes no Memorial aos Mortos no Vietnã.
Memorial aos Mortos no Vietnã.
Em frente a escultura dos três soldados.

Lincoln Memorial

Ainda em Washington visitei o Lincoln Memorial, uma construção enorme cuja principal influência em sua construção foi o Templo de Zeus, na Grécia. O Monumento foi construído em homenagem ao ex-presidente Abraham Lincoln. Foi concluído em 1922 e dentro do Memorial fica uma enorme estátua de Lincoln. Na parede atrás da estátua estão escritos os seguintes dizeres:

IN THIS TEMPLE

AS IN THE HEARTS OF THE PEOPLE

FOR WHOM HE SAVED THE UNION

THE MEMORY OF ABRAHAM LINCOLN

IS ENSHRINED FOREVER

Em 28 de agosto de 1963 foi em frente a esse Memorial que Martin Luther King fez seu memorável discurso “I Have a Dream”, considerado um dos maiores comícios políticos na história americana.

Lincoln Memorial.
Estátua de Lincoln que fica dentro do Memorial.
Em frente a estátua de Lincoln.
Em frente ao Lincoln Memorial.
Do memorial da pra ver o espelho d'agua em reforma e o Obelisco.

Monumento a Washington (Obelisco)

Monumento a Washington é um obelisco, e foi construído como um memorial a George Washington, entre 1848 a 1885. Possui 169,7 metros de altura e é a estrutura mais alta da cidade de Washington. Quando inaugurada, tornou-se a mais alta estrutura construída pelo homem, até 1889, quando a Torre Eiffel foi inaugurada em Paris.

O monumento está entre as estruturas mais altas do mundo, e é o mais alto obelisco do mundo. É constituído de mármore, granito e arenito. Foi desenhado pelo arquiteto Robert Mills em 1840. A construção do monumento foi iniciada em 1848, mas só foi concluída em 1885, quase 30 anos após a morte do seu arquiteto. Essa ruptura na construção foi devido a falta de fundos e a intervenção da Guerra Civil Americana. Uma diferença de sombreamento do mármore, visível aproximadamente 45 metros acima, claramente delineia a construção inicial e a construção final reiniciada em 1876. O reflexo do Monumento de Washington pode ser visto no chamado Espelho D’agua, uma piscina retangular que fica próximo ao Monumento e que se estende a oeste até o Lincoln Memorial.

Monumento a Washington (Obelisco).
Ao fundo o Monumento a Washington.
O Espelho D’agua em reformas.

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Museu Nacional de História Americana

O segundo Museu que visitei em Washington, foi o de História Americana. O acervo do Museu é fabuloso e variado, e pude ver ao vivo e a cores centenas de objetos. Os que mais achei interessantes foram vestimentas de personagens da Guerra Civil e de indígenas, como Touro Sentado. Também gostei de objetos de Presidentes norte americanos e da Guerra do Vietnã. Também vi uma coluna do Word Trade Center e alguns objetos pessoais que foram recolhidos dos escombros. E vi muitos carros antigos, invenções, e muitas outras coisas interessantes. Mas as que mais gostei foram os bonecos originais de “Os Muppets”, programa que eu adorava quando era criança. E também vi um maiô original que a Farrah Facett utilizou. Ela era uma das panteras no seriado “As Panteras”. Esse era um programa que eu não perdia no final dos anos setenta.

O Museu Nacional Smithsonian de História Americana abriu ao público em janeiro de 1964, como Museu de História e Tecnologia. Desde então, cerca de 4 milhões de visitantes por ano passaram por suas portas para desfrutar das exposições do Museu, programas públicos, atividades educacionais, coleções e instalações de pesquisa. Em 1980, o nome do Museu foi mudado para Museu Nacional de História Americana, para melhor representar o seu papel primordial de missão a coleta, cuidados e estudo de objetos que refletem a experiência do povo americano.

O Museu coleciona e preserva mais de 3 milhões de artefatos, todos verdadeiros tesouros nacionais. No Museu se encontra desde a cartola de Abraham Lincoln, até os sapatos de rubi de Dorothy, no filme “O Mágico de Oz.” Também está em exposição no Museu objetos antigos e mais recentes que retratam a história e a cultura norte americana. No Museu pode ser visto entre outras coisas a espada de George Washington, roupas do General Custer, a farda que o General Colin Powell usou durante a Guerra do Golfo. Entre itens mais modernos estão expostos um chapéu de Michael Jackson. E tem também muitos objetos da época da Guerra da Independência, Guerra Civil, II Guerra Mundial, objetos de vários Presidentes, invenções, veículos antigos, e muito mais.

II Guerra Mundial.
Maiô que Farrah Facett utilizou.
Chapéu do Michael Jackson.
Sapatos da Dorothy no filme “O Mágico de Oz”.
Os Muppets.
Primeiro gibi do Superman, vale uma fortuna.
Espada de George Washington.
Pedaços do Muro de Berlim.
Veículos antigos.
Objetos do voo 93.
Brincando de ser Presidente.
Carroção cozinha, dos tempos do Velho Oeste.
Restos do Word Trade Center.
Cartola de Lincoln.
Carro de sorvetes.

Capitólio (Congresso)

Visitei somente pelo lado de fora o Capitólio (Congresso). E ao tirar fotos em frente ao prédio não teve como não lembrar que se em 11 de setembro de 2001 o voo 93 da United não tivesse caído no Estado da Pensilvânia (na minha opinião ele foi abatido), ele teria sido arremessado contra o prédio do Capitólio e o mesmo não estaria ali a minha frente belo e formoso.

O Capitólio dos Estados Unidos da América é o prédio que serve como centro legislativo do governo dos Estados Unidos. O Capitólio é o local de reunião do Congresso norte americano, formado pelo Senado (câmara alta) e pela Câmara dos Representantes (câmara baixa). O edifício é destacado por sua cúpula central e por suas duas alas, cada qual para uma das câmaras do Congresso: na ala norte situa-se o Senado, enquanto na ala sul situa-se a Câmara dos Representantes. Acima destas câmaras encontram-se galerias a partir das quais os visitantes podem assistir as sessões. O local fica a 1,6 km da Casa Branca.

Em 1792, um concurso foi anunciado pelos Comissários da Capital Federal, procurando desenhos tanto para o Congresso quanto para a residência presidencial. George Washington estabeleceu a pedra fundamental em 18 de setembro de 1793. A ala do senado foi concluída em 1800, enquanto a ala da Câmara foi concluída em 1811. No entanto, a Câmara dos Representantes mudou para o novo prédio já em 1807. Embora a construção estivesse incompleta, o Capitólio teve sua primeira sessão do Congresso dos Estados Unidos em 17 de novembro de 1800. A Estátua da Liberdade, situada sobre a cúpula, foi concluída em 1863. A Suprema Corte também teve sessões no Capitólio até que seu próprio edifício (localizado atrás da fachada leste) fosse concluído em 1935.

Capitólio.
Em frente ao Capitólio.
Praça que fica nos fundos do Capitólio.

Museu Aeroespacial

Devido à escassez de tempo, tive que escolher somente dois museus para visitar em Washington, e o primeiro foi justamente o Museu Aeroespacial do Instituto Smithsonian. Esse museu ficou bem conhecido após ter sido cenário do filme “Uma Noite no Museu II”. O Museu Aeroespacial mantém a maior coleção de aeronaves e espaçonaves históricas do mundo. Além disso, é um centro vital de pesquisa de história, ciências e tecnologia da aviação e da aviação espacial. Desde sua inauguração em 1976, o prédio do Museu Aeroespacial tem sido um dos Museus mais visitados do mundo, com média de nove milhões de pessoas por ano. Como em todos os museus de Washington, a entrada é gratuita.

O Museu conta a história da aviação desde os primeiros vôos em balão até as explorações do espaço aéreo dos nossos dias. As galerias da exposição destacam a história da aviação, sistema solar, imagens por satélite e fotografia aérea e a exploração do universo. Os mais importantes símbolos da aviação estão em exibição, incluindo o Spirit of St. Louis, que pilotado por Charles Lindbergh atravessou o Atlântico no que podemos considerar o primeiro vôo intercontinental da humanidade.

Em razão do seu espaço limitado para comportar enormes aeronaves e foguetes, somente parte da coleção do Museu se encontra em exposição ali. Foi muito divertido, instrutivo e interessante percorrer as várias alas do Museu e conhecer de perto muitas coisas que eu só tinha visto ou ouvido falar em livros e na tv. E pude tocar em uma minúscula rocha lunar. Também vi diversas roupas utilizadas por astronautas americanos e soviéticos, além de vários aviões comerciais e militares de várias épocas.

Um dos aviões expostos era o Wright Flyer, o avião original dos Irmãos Wright, que é considerado por muitos, e por mim também, o primeiro avião do mundo (desculpa Santos Dumont, mas mesmo sendo brasileiro não dá para creditar o 14 BIS como o primeiro avião do mundo). Outro item importante que vi no Museu foi o módulo de comando da Apollo 11, a primeira missão lunar com desembarque bem sucedido. O módulo está todo queimado por fora devido a sua entrada na atmosfera terrestre. Também estão expostos no Museu o primeiro jato americano, o Airacomet Bell XP-59A, além do Bell X-1, o primeiro avião a romper a barreira mítica do “som”. E o avião mais rápido que o homem já produziu até hoje, o North American X-15.

E entre vários objetos em destaque, existe também alguns mísseis balísticos e toda sua evolução desde as Bombas V-1 e V-2 alemãs, aos mais modernos mísseis teleguiados como o Tomahawk usados pelos Estados Unidos na Guerra do Iraque. E pude entrar dentro do  Skylab, o maior componente de uma estação espacial que não foi utilizada no espaço, pois o programa Skylab foi cancelado já que o esforço passou a se concentrar no desenvolvimento dos ônibus espaciais. Foi muito interessante entrar nessa estação espacial e ver como os astronautas tem que viver em espaços tão apertados. Foram tantas coisas interessantes que vi nesse Museu, que levaria horas escrevendo sobre tudo o que vi. Então vou parar por aqui.

Interior do Museu Aeroespacial.
Módulo Lunar.
Aviões antigos.
Módulo de comando da Apollo 11.
Interior do Museu.
Foguetes.
Hélice de madeira do avião dos Irmãos Wright.
Roupa de astronauta.
Aviões.
Equipamento lunar.

Cemitério de Arlington

Logo após sair do hotel e pegar o metrô até o Pentágono, fui mais uma estação e parei no Cemitério de Arlington. Sempre tive curiosidade em conhecer tal lugar, devido ao seu caráter histórico e também pelo meu interesse pelas muitas guerras que aconteceram e das quais muitos participantes repousam nesse cemitério. Devido a escassez de tempo a visita teve que ser rápida e não pude visitar todos os túmulos de personagens que me interessavam, pois o local é enorme e para visitar tudo detalhadamente é preciso um dia todo.

Mesmo com o tempo escasso pude visitar o túmulo do ex-presidente John F. Kennedy e de sua esposa Jaqueline Kennedy Onassis. Também visitei o memorial aos mortos nos acidentes das naves espaciais Challenger (1986) e Columbia (2003). E pude ver a concorrida troca de guarda no Túmulo ao Soldado Desconhecido. Tanto o Túmulo quanto a construção próxima, uma espécie de anfiteatro ao ar livre, é famosa por ter aparecido em dezenas de filmes.

O Cemitério Nacional de Arlington, é o mais conhecido e tradicional cemitério militar dos Estados Unidos. Fundado no antigo terreno de Arlington House, o palácio da família da esposa do comandante das forças confederadas da Guerra Civil Americana, General Robert Lee. Em seus 624 acres, estão enterradas mais de 300 mil pessoas, veteranos de cada uma das guerras travadas pelo país, desde a Guerra da Independência até a atual Guerra do Iraque. Os corpos dos mortos antes da Guerra da Secessão (Guerra Civil) foram para lá levados após 1900. 

Alguns dos personagens históricos mais famosos enterrados em Arlington são os astronautas das naves Challenger e Columbia, os generais Omar Bradley e Jonathan Wainwright, da Segunda Guerra Mundial, o Senador Robert Kennedy e seu irmão, o Presidente John Kennedy, ao lado do qual uma pira eterna arde e é visitada por milhares de turistas anualmente. No cemitério também repousam outros presidentes e importantes políticos, cientistas, empresários e militares norte americanos. 

O local mais popular entre os visitantes de Arlington é o Túmulo ao Soldado Desconhecido, onde os restos de três soldados não-identificados da I Guerra Mundial, Guerra da Coréia e II Guerra Mundial, são guardados perpetuamente por uma Guarda de Honra do exército, cuja cerimônia de troca de sentinelas é um evento bastante procurado pelos visitantes. 

Com as muitas guerras recentes que os Estados Unidos tem participado e com o alto número de falecimentos entre os participantes da Segunda Guerra Mundial, a demanda por túmulos no Cemitério de Arlington tem crescido muito. Mesmo que somente cerca de 10% dos soldados mortos sejam sepultados em Arlington, a quantidade de sepultamentos diários fica entre 25 e 30 sepultamentos. Alguns envolvem cerimônias muito elaboradas, com bandas de música e cavalos conduzindo o caixão ao túmulo. Em razão da enorme demanda os responsáveis pelo cemitério, que é administrado pelo exército, decidiram iniciar uma ampliação para garantir que Arlington possa continuar acomodando novas sepulturas por pelo menos mais meio século. Com orçamento de US$ 35 milhões, o Projeto Milênio permitirá a expansão do cemitério para além de seus atuais limites, com a reforma de sua disposição interna e o aproveitamento de terrenos reservados hoje a um bosque e outros usos.

Chegando ao Cemitério de Arlington.
Túmulo ao Soldado Desconhecido.
Anfiteatro.
Túmulos e mais túmulos.
Mortos no acidente da nave Charllenger, em 1986.
No monumento aos mortos das naves Challenger e Columbia.
Túmulos de John Kennedy e Jaqueline Kennedy Onassis.
Cemitério de Arlington.
Túmulos de mortos na I Guerra Mundial.
Túmulo de Joe Louis, militar e campeão mundial de boxe.
Cemitério de Arlington.

Casa Petersen

Após levar o tiro quase fatal em sua cabeça, Licoln foi atendido por um médico ainda no Teatro Ford. Como o ferimento era grave, o médico achou melhor levar Lincoln até a Casa Petersen, uma hospedaria que ficava do outro lado da rua, em frente ao Teatro Ford. Lincoln foi levado para um quarto na parte traseira dos salões e colocado em uma cama que não era longa o suficiente para ele. Durante a noite e de manhã cedo, guardas militares patrulhavam fora da casa para evitar que curiosos entrassem. Apenas um grupo de funcionários do governo e médicos foi autorizado a entrar e visitar o Presidente inconsciente. Apesar do esforço dos médicos, Lincoln morreu dentro de casa em 15 de abril de 1865, às 07h22, aos 56 anos.

Desde 1933 a Casa Petersen funciona como um Museu Histórico e seu interior foi decorado para ficar igual era no dia da morte de Abraham Lincoln.

Casa Petersen.
Quarto onde Lincoln morreu.
Quarto em que Lincoln morreu.
Interior da Casa Petersen.

Teatro Ford (Ford’s Theatre)

Teatro Ford (Ford’s Theatre) era utilizado como casa de espetáculos desde 1860. E foi nele que em 14 de abril de 1865 o presidente norte americano Abraham Lincoln sofreu um atentado onde foi baleado e veio a falecer no dia seguinte. Lincoln estava com sua esposa em um camarote do teatro, assistindo a peça “Nosso Primo Americano” quando o famoso ator teatral John Wilkes Booth entrou no camarote presidencial e desferiu um tiro na cabeça de Lincoln. Fazia apenas cinco dias que o exército confederado tinha se rendido, colocando fim a Guerra Civil. John Wilkes Booth era um sulista apaixonado pela causa dos confederados e que não se conformava com a derrota para os nortistas. Após atirar em Lincoln, ele saltou para o palco do teatro e gritou “sic semper tyrannis” e fugiu pela parte de trás do teatro. Alguns dias depois ele foi morto por um soldado durante um cerco que buscava capturá-lo vivo.

Após o assassinato de Lincoln, o Governo dos Estados Unidos apropriou-se do teatro, com o Congresso pagando aos donos cem mil dólares. Foi então emitida uma ordem proibindo a sua utilização para sempre como um lugar de diversão pública. Entre 1866 e 1887, o teatro foi tomado pelos militares dos EUA e serviu como escritório do Departamento de Guerra. Em junho de 1893, parte do prédio desabou, matando 22 funcionários e ferindo outros 68. Isto levou algumas pessoas a acreditar que  o local era amaldiçoado. O edifício foi então reparado e usado como um armazém do governo até 1931.

O local ficou abandonado durante muito anos até que em 1964 foi iniciada uma restauração que terminou em 1968, quando o teatro foi reinaugurado. Ele foi reformado novamente na década de 2000, sendo reinagurado outra vez em fevereiro de 2009. O teatro foi reconstituído internamente igual era quando do atentado que vitimou Lincoln. Até mesmo o camarote presidencial é igual como na época do atentado. Muitas pessoas que visitam o teatro atualmente, acreditam que tudo lá dentro é original, pois não sabem das reformas pelas quais o teatro passou. Na verdade somente as paredes do teatro são originais, o interior é igual era em 1865, mas nele não existe nada original daquela época.

Eu sou contra esse tipo de reconstituição. Prefiro que monumentos históricos sejam preservados ao maximo igual eram quando foram construídos ou quando algum fato importante neles aconteceu. Isso de reconstituir um local como ele era originalmente não me agrada, pois quebra todo o encanto e “espírito” do local. Para mim isso parece mais uma enganação e o pior é que tem muita gente que visita o local e saí dali acreditando que tudo é igual como era antes, não percebe ou não se informa sobre a reconstituição feita no lugar.

Teatro Ford.
Interior reconstituído do teatro.
Balcão presidencial reconstituído.
Interior reconstituído do teatro.

+ Washington

Na primeira e única manhã em Washington, a chuva desapareceu e fez um calorzinho gostoso, que até aproveitei para sair a rua de bermuda. Mas logo após o almoço o tempo virou, nublou, esfriou e me dei mal, passei frio o resto do dia. Eu tinha até o final da tarde para visitar a cidade, e muitos locais que queria ver. Então o jeito foi sair cedo do hotel e dar prioridade aos pontos que mais me interessavam.

O hotel onde fiquei hospedado ficava em Pentagon City, um bairro próximo ao Pentágono e onde residem muitos militares. Desci na estação de metrô do Pentágono, mas não deu para ver muita coisa, pois tudo é isolado e proibido de tirar fotos. E após o 11 de setembro de 2011 quando um dos aviões dos atentados organizados por Bin Laden foi lançado contra o Pentágono, a rigidez na segurança ficou ainda maior. E nessa rápida visita lembrei do Wagão, meu irmão, que ano retrasado esteve visitando o local e tirou algumas fotos. Daí um militar foi até ele e para não ter a câmera aprendida teve que excluir rapidamente todas as fotos sob o olhar atento do militar. Mesmo sendo rápida e incompleta, acabou valendo a pena a visita ao Pentágono, dado a sua importância.

Outros locais que visitei em Washington vou citar em postagens específicas. E só vou comentar o maior desapontamento nessa visita, que foi encontrar em reformas e sem água, o espelho d’agua que fica entre o Obelisco e o Memorial de Lincoln e que ficou imortalizado em dezenas de filmes. Como esquecer o Tom Hanks correndo dentro desse espelho d’agua no filme Forrest Gump (um dos meus filmes favoritos). Não ter visto o espelho d’agua é um motivo para me fazer voltar um dia a Washington… rs!

Entre o Capitólio e o Obelisco, existem muitos museus, um ao lado do outro e dos dois lado de uma praça enorme e comprida. Devido ao tempo escasso, tive que escolher somente dois museus para visitar, e escolhi o Museu Aeroespacial e o Museu de História Americana. No Museu de História Natural apenas passei em frente e deixei para conhecer o seu similar em Nova York. Esses museus de Washington já apareceram em muitos filmes e tiveram um destaque especial no filme “Uma Noite No Museu II”.

Na sacada do Hotel/Motel.
Próximo ao Pentágono.
Na praça cercada de museus, com o Capitólio ao fundo.
Rua do centro de Washington.
Passando frio no centro de Washington.

Washington

De Miami segui direto a Washington para ficar somente um dia na cidade e conhecer alguns monumentos e museus que há tempos eu queria conhecer. O vôo entre Miami e Washington foi meio turbulento no início em razão da tempestade tropical em Miami, mas depois de meia hora tudo acalmou. O chato foi ficar uma hora parado na pista do aeroporto Reagan em Washington, por culpa do grande tráfego de aeronaves. A cidade possui dois grandes aeroportos e o Reagan é o menor e que fica mais próximo ao centro da cidade.

Fui de metrô até o hotel (na verdade motel) que era próximo e em seguida fui dar uma volta pelo centro da cidade e alguns de seus pontos turísticos. Estava caindo uma chuva fraca e o centro estava deserto. Foi meio assustador caminhar por alguns locais, pois não se via ninguém e era bem escuro. Se fosse no Brasil ou em outros lugares, com certeza eu não faria um passeio a pé por lugares tão escuros e desertos. Mas Washington por ser a capital e centro de poder dos Estados Unidos é uma cidade bastante segura e com câmeras espalhadas por toda parte. Andei um pouco pelo trecho que vai do Capitólio (Congresso) até o Obelisco e depois fui em direção ao centro propriamente dito. Acabei encontrando o Teatro Ford, que foi o local onde Lincoln sofreu o atentado que tirou sua vida em 1865. Do outro lado da rua, em frente ao teatro, fica a Casa Petersen, que funcionava como hospedaria e para onde Lincoln foi levado ferido após sofrer o atentado no Teatro Ford. Foi nessa hospedaria que Lincoln faleceu no dia seguinte ao atentado. O teatro e a hospedaria são as únicas construções da época do atentado que estão preservadas. As demais construções das redondezas são bem mais modernas. Sou um apaixonado por história e Lincoln é um dos personagens históricos que sempre me despertou grande interesse e cuja biografia estudei mais atentamente. Então estar nesses locais que marcam o último dia de vida de Lincoln e sobre os quais ouvi falar tantas vezes em livros, acabou fazendo valer a pena minha caminhada noturna sob chuva.

O que estranhei muito nesse passeio noturno foi a falta de pessoas nas ruas e de não encontrar nada aberto onde eu pudesse jantar. Nem mesmo um carrinho de cachorro quente encontrei. Logo tive que voltar ao hotel, pois o metrô fecha cedo. E no hotel a única coisa que tinha para comer eram salgadinhos da Elma Chips. Então o jeito foi me contentar em jantar dois saquinhos de salgadinhos e logo cair na cama, pois o dia seguinte seria bastante corrido já que teria pouco tempo para conhecer muitos lugares.

Bela e assustadora estação de Metrô.
Visitando o Obelisco a noite.
Teatro Ford.
Casa Petersen.

Miami

Minha estadia em Miami era curta e com a tempestade tropical que estava tendo, não deu para fazer praticamente nada. Acabei fazendo um passeio noturno de carro pelo centro da cidade e a pé pelo Distrito Art Deco. Fiquei hospedado num dos clássicos hotéis do Distrito Art Deco, o Colony. Também caminhei por Miami Beach debaixo de chuva.

Não é a primeira vez que vou a Miami, mas dessa vez mesmo com as limitações impostas pela chuva deu para conhecer um pouco mais da cidade. Miami sempre foi um local onde estive de “passagem” pegando alguma conexão ao entrar ou sair dos Estados Unidos. De qualquer forma não é uma cidade que me atraia tanto, talvez daí o motivo de nunca ter ficado um pouco mais na cidade e procurado conhecer suas atrações turísticas. Mesmo assim dessa vez valeu a pena ter me demorado um pouco mais na cidade e conhecido um pouco mais dela. E foi bom estar de volta ao calor, após um longo tempo num lugar frio.

Distrito Art Deco.
Em frente ao Hotel Colony, onde fiquei hospedado.
Merecido descanso.
Chuva e mais chuva...
Em Miami Beach com chuva.
GPS, necessário para andar pela cidade.

Ora bolas!

No dia em que cheguei ao Canadá e na casa do meu amigo Gilberto, vi umas bolas no fundo do quintal ao lado da cerca que é baixa, próximo à rua. Durante o período em que fiquei no Canadá, todos os dias eu olhava para ver se as bolas ainda estavam lá. E por incrível que possa parecer elas nunca saíram de lá. Se algo parecido fosse no Brasil, acredito que levaria algumas poucas horas para que as bolas desaparecessem, ou minutos. E por que isso? O brasileiro é mais desonesto? Não sei dizer ao certo, o fato é que no Canadá a educação e principalmente a cultura do povo de um modo geral é muito maior que no Brasil. E lembre-se que “cultura” não significa os anos que você passa nos bancos escolares, mas sim o que você aprende dentro de casa com seus pais, nos livros, na escola, na TV, nos jornais e etc. É claro que existem roubos e assassinatos no Canadá, mas com certeza a índices centenas de vezes menores que no Brasil. E o que falta para que no Brasil as coisas sejam diferentes? Acredito que faltem exemplos bons vindos de cima, de quem comanda o país, seja do vereador ao Presidente da República. Vivemos num país onde todos querem levar vantagem, querem tirar proveito de algo, então ser honesto no Brasil é quase sinônimo de ser otário. Infelizmente isso é verdade, pois todos querem de alguma forma dar um jeitinho nisso e naquilo, levar vantagem em tudo o que for possível. Com uma mentalidade dessas o sistema todo fica corrompido e todos querem tirar proveito de algo. E se continuarmos com essa mentalidade as coisas tendem a piorar cada vez mais. Então não adianta a situação econômica do Brasil estar melhorando, se o nível de educação e cultura da população não está crescendo. O que vai acontecer é que seremos um país com economia de primeiro mundo, mas com uma população com educação e cultura eternamente de terceiro mundo.

Por gostar de viajar, sempre procuro aprender um pouco mais da cultura e dos costumes dos lugares por onde passo. E procuro aprender principalmente com as coisas boas que vejo. E muitas vezes me pego perguntando por que tal coisa é diferente no Brasil, ou então me questionando se isso ou aquilo funcionaria no Brasil. Um exemplo disso é o sistema de autopagamento que vi em alguns supermercados nos Estados Unidos e no Canadá. Você mesmo passa os produtos em um caixa, e faz o pagamento com cartão de crédito. Nesse processo não existe nenhum funcionário te observando ou ajudando. Na saída vez ou outra um segurança escolhe alguém e pede para dar uma olhada no comprovante de pagamento e vê se o comprador passou no escaner todas as mercadorias compradas. Mas é muito raro acontecer tal conferência, eu só vi isso uma única vez nas várias vezes em que fui a supermercados. Ou seja, se confia principalmente na honestidade do comprador. E por que o comprador é tão honesto assim? Primeiro em razão da educação que recebeu em casa e no grau de cidadania que possui. E segundo por que ele sabe que se for pego fazendo algo errado, ele será punido e terá que cumprir alguma pena ou pagar uma multa. No Brasil o cara mata alguém e se tiver dinheiro nem cadeia pega. E as muitas Leis que temos, nem sempre são cumpridas, são fiscalizadas. Então o povo em geral deita e rola no descumprimento das Leis, pois sabe que dificilmente será punido. Isso gera crimes e mais crimes, gera desonestidade. E o exemplo vindo de cima é o pior dos possíveis, pois os políticos são os primeiros a desobedecer as Leis e fugirem de punições, quase sempre apoiados por seus pares e pelo corporativismo que existe em muitas esferas do poder. Chega de desabafar isso aqui, pois sei que tão cedo as coisas no Brasil não vão melhorar, que vai demorar algumas gerações para que algo talvez mude e o Brasil deixe de ser o eterno país do futuro. Infelizmente é isso!!!

As bolas no quintal do Gilberto...

Bye bye Canadá

E como nada é para sempre, chegou o momento de partir do Canadá. Deu vontade de ficar mais, mesmo com o frio aumentando a cada dia. Foram semanas muito gostosas que passei no Canadá, onde conheci muitas coisas e lugares novos. Fiz bons amigos, fui muito bem acolhido por todos e sentirei muitas saudades de tudo e de todos. E parti com a sensação de que um dia voltarei.

E a partida foi numa manhã gelada e de tempo limpo. Nos primeiros minutos de vôo o avião estranhamente seguiu em uma altitude muito baixa. Pela janela fiquei vendo ao longe a cidade de Vancouver ficando para trás e um pouco mais distante dezenas de montanhas nevadas. Logo entendi o motivo do avião estar voando baixo, pois ele passou sobre o Mount Baker, que é um enorme vulcão que fica na fronteira entre Canadá e Estados Unidos. Ao passar sobre o vulcão o piloto avisou aos passageiros para olharem para baixo. A vista do vulcão coberto de neve era espetacular. Após passar o vulcão o avião começou a subir até chegar à altura normal de vôo.

Foram quatro horas de vôo até chegar a Dallas, no Texas, local de escala e troca de avião. Ao sobrevoar a cidade me lembrei do seriado Dallas, que passava na TV Globo no início dos anos oitenta. E Texas para mim faz lembrar de filmes de faroeste e gibis do Tex, coisas que sempre gostei. Passei cerca de três horas no aeroporto de Dallas, que é enorme e muito bonito. Esse aeroporto é base da American Airlines, e dali partem vôos para todo o mundo.

A segunda parte da viagem foi tranqüila e aproveitei para dormir um pouco. A chegada em Miami foi um pouco turbulenta em razão de uma tempestade tropical que quase tinha virado furacão. Chovia bastante, mas mesmo assim fazia calor. Saí de Vancouver com uma temperatura de seis graus, para chegar a Miami com trinta e dois graus. Essa foi uma diferença enorme de temperatura, mas confesso que mesmo gostando de frio já estava sentindo falta de um calorzinho. Do aeroporto segui direto para o hotel em Miami Beach, para um merecido descanso.

Queridos amigos que deixo no Canadá (e no Japão).
Sentirei saudades do “meu” quarto no Canadá.
Partindo de Vancouver.

Feira da maçã

Estive visitando uma Feira da Maçã e fiquei surpreso ao ver 122 espécies diferentes de maçãs em exposição. Não sou muito fã de maçãs, mas vez ou outra gosto de comer uma maçã gala, ou uma torta de maçã. Mas nunca imaginei que existissem tantas espécies diferentes de maçãs. Na feira estive olhando a origem dessas maçãs e quase todas as espécies são oriundas do Canadá, Estados Unidos, Rússia e Inglaterra. Das 122 espécies que estavam em exposição, apenas umas seis estavam para venda. E também tinha cerca de quarenta tipos de mudas de maçã para venda. Esse acabou sendo um passeio bastante curioso e interessante.

122 espécies de maçãs em exposição.
Diferentes maçãs.
Visitando a exposição de maçãs.
O Gilberto bebendo um chá de maçã.
Venda de mudas de maçã.
Quilos e mais quilos de maçã a venda.

Últimos passeios de bike em Vancouver

Aproveitei meus últimos dias no Canadá para fazer alguns passeios de bicicleta. Passei por lugares onde já tinha passado e gostado e também por novos lugares. A cidade possui uma boa estrutura para o ciclismo, então aproveitei para pedalar bastante por aqui. E só não pedalei mais por culpa do tempo, que quase sempre é chuvoso e frio. E mesmo nos dias de sol faz frio e sobre a bicicleta o frio é ainda maior. Meu companheiro inseparável nas pedaladas foi sempre um mapa de bolso, que mostra todas as vias para ciclistas que existem na cidade. Usando o mapa não corria o risco de me perder.

Na UBC.

Pedalando na praia.

Mapa para ciclistas.

Dia frioooooo...

Bela paisagem.

Novamente na UBC.

Analisando o mapa para ciclistas.

Fotos curiosas de Vancouver

Mesmo já tendo feito outras viagens internacionais, algumas das coisas que vi aqui no Canadá foram inéditas. Isso que é o bom em viajar, pois temos oportunidade de conhecer novos lugares, pessoas “diferentes”, novas culturas e costumes, novos sabores, novos cheiros. E em viagens procuro ser mais observador e notar melhor certos detalhes que muitas vezes passam despercebidos. Então nessa postagem aproveito para postar algumas fotos que tirei aqui em Vancouver e que mostram coisas curiosas, diferentes e até inovadoras.

Tenho visto muitos cartazes de animais perdidos pregados em postes pela cidade. A maioria são de gatos e alguns desses cartazes são muito bem feitos.

A cidade é cheia de parques e praças, e em todas existem muitos bancos. O curioso é que praticamente todos os bancos possuem uma plaquinha com dedicatória a alguém, normalmente alguém que já faleceu. Não sei se a pessoa que faz a dedicatória é que doa o banco, ou se ela paga alguma taxa para ter a tal plaquinha no banco.

Em alguns parques os postes de iluminação possuem um sistema próprio de obtenção de energia solar. O problema é que o sol é artigo raro na cidade em algumas épocas do ano, então acredito que tais postes devam possuir um sistema que também permita seu funcionamento com energia elétrica.

Em algumas ciclovias existem placas de limite de velocidade para bicicletas e patins. Isso para evitar que pedestres sejam atropelados.

Em algumas praias existem placas determinando certas regras para os usuários. E se alguma dessas regras for quebrada, o infrator pode levar multa de U$ 100,00. Existem policiais (Ranger Park) que fiscalizam os parques e praias e eles tem autoridade para multar os infratores no ato.

Diferente das cédulas norte americanas que são todas verdes e me causam certa confusão quando estão na carteira, as cédulas de dólar canadense são coloridas e facilitam um pouco as coisas.

Se seu cachorro fizer um cocôzinho básico em algum local público e você não limpar o cocô (limpar a bunda do cachorro fica a seu critério... rs!) você pode ser multado em até U$ 2.000,00.

Em visita a uma Universidade achei curioso alguns totens de segurança espalhados pelo campus. Como o local é cheio de bosques, se alguém se sentir ameaçado basta apertar um botão de emergência que existe no totem, que a segurança da Universidade é acionada e aparece para lhe socorrer. Esse sistema é mais utilizado por mulheres e inibe os crime sexuais.

O botão para pedestres acionarem o semáforo em avenidas movimentadas é através de um sensor. Você coloca o dedo perto do sensor e o mesmo emite um sinal sonoro. Quando o sinal abre para você, outro sinal sonoro avisa que você pode atravessar a rua.

Como na cidade a bicicleta é o segundo meio de transporte mais utilizado, para atravessar ruas mais movimentadas o ciclista só precisa acionar um botão para que o semáforo fique aberto para ele. E o curioso é que o botão para os ciclistas fica bem ao lado da rua, diferente do botão para pedestres, que fica na calçada.

Como existem muitos ciclistas na cidade, também existem muitos locais para que as bikes sejam estacionadas e cadeadas. Mas vi que muitos ciclistas preferem cadear suas bikes nos parquímetros espalhados pela cidade. Ao menos eles não precisam inserir moedas nos paquímetros, igual aos donos de carro que precisam estacionar.

Em muitas partes da cidade os cartazes promovendo shows e outros espetáculos são afixados em postes nas esquinas, tudo de forma organizada.

Passeio de bike pelo Stanley Park

Estive fazendo mais uma passeio de bike pelo Stanley Park. Dessa vez aproveitei para conhecer a parte do parque que eu não tinha conhecido no passeio anterior e também percorri por completo a ciclovia que circunda o parque. E fui bem agasalhado e não passei frio igual no passeio anterior.

Eu vi um bichinho!

Túnel para ciclistas.

Lost Lagoon.

Dois patinhos na lagoa...

Bem vindo a Vancouver!

Uma bela ciclovia.

Outra parte da ciclovia.

Fim de tarde.

Mais um trecho da ciclovia.

Vancouver a cidade das bicicletas

Eu que adoro andar de bicicleta, me senti no paraíso dos ciclistas quando cheguei a Vancouver. A cidade possui uma estrutura para ciclistas que nunca vi em outro lugar por onde passei, e olha que conheço muitas cidades por esse mundo afora. Aqui a bicicleta é o segundo meio de transporte mais utilizado. E é normal ver pelas ruas pessoas indo para o trabalho de bicicleta. Cheguei a ver homens de terno e mulheres de saia e salto alto indo e vindo de bike. E todos usam capacete, o que é um item obrigatório e sua não utilização é passível de multa. Eu acabei infringido a Lei e nunca saí de capacete em meus passeios pela cidade. E felizmente nunca levei uma multa.

E as bicicletas quase sempre são equipadas com garupa e alforje traseiro, onde o pessoal carrega suas coisas. Bicicletas femininas em sua maioria tem uma cesta na parte da frente, onde as mulheres colocam suas bolsas. Vi algumas senhoras de idade andando de bicicleta e com muito charme. E a razão disso é em sua maior parte por consciência ecológica dos moradores da cidade. Andar de bicicleta é ao mesmo tempo barato, não é um meio de transporte poluente e faz muito bem a saúde. E numa cidade com total estrutura e segurança para os ciclistas, além de paisagens lindas para admirar enquanto pedala, andar de bicicleta pela cidade é algo quase obrigatório.

A cidade tem criado cada vez mais espaço para bicicletas e possui pouco mais de 300 quilômetros de rotas, além de um grande plano de expansão dessas rotas. Recentemente fez algo que seria inaceitável de se fazer em grandes cidades brasileiras. A prefeitura simplesmente fechou uma pista que passa por uma das pontes mais movimentadas da cidade e deixou essa pista exclusiva para bicicletas. Ou seja, a partir do momento em que se facilita a vida dos ciclistas e se dificulta à vida dos motoristas, a tendência é que mais pessoas deixem seus carros em casa e passem a andar de bicicleta. Dessa forma diminui o número de carros nas ruas e o trânsito fica um pouco menos caótico e a cidade menos poluída. E na cidade faz sol e calor durante poucos meses no ano. O frio não inibe o pessoal de andar de bicicleta, o que inibe mais é a chuva e a neve. Outro fator importante que faz a população aderir cada vez mais à bicicleta como meio de transporte, é que os motoristas respeitam e dão preferência aos ciclistas. E com centenas de quilômetros de ciclovias bem sinalizadas, pedalar pela cidade é muito seguro. Já no Brasil, principalmente nas grandes cidades, andar de bicicleta em locais com alto fluxo de veículos é algo meio suicida. E o respeito ao ciclista é zero, pois o que vale é a lei do mais forte.

De bike no parque.

De vestido e andando de bike.

Mãe levando o filho na carretinha.

Indo trabalhar.

Olha o cachecol...

De bike pela grama.

Olha onde vai a bolsa!

Pista exclusiva sobre a ponte.

Família unida pedala unida...

Pedalando no parque.

Ciclistas no centro da cidade.

Halloween

Hoje é Halloween (Dia das Bruxas) e essa data é bastante comemorada no Canadá. Na verdade o Halloween é o Carnaval deles. Três semanas antes já era possível ver lojas e casas enfeitadas para o Halloween. Não é feriado, mas na noite do dia 31 existem muitas festas pela cidade e nas escolas se comemora tal data. A noite as crianças saem pelas ruas, batendo de porta em porta e dizendo “trick or treat” (travessuras ou gostosuras).

O Halloween é um evento tradicional e cultural, que ocorre com especial relevância no Canadá, Estados Unidos, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem as celebrações de antigos povos, que no transcurso da história foram se misturando. Se analisarmos o modo como o Halloween é celebrado hoje em dia, veremos que pouco tem a ver com as suas origens: só restou uma alusão aos mortos, mas com um caráter completamente distinto do que tinha ao princípio. Além disso foi sendo pouco a pouco incorporada toda uma série de elementos estranhos as suas origens ancestrais. Originalmente, o Halloween não tinha relação com bruxas. Os Estados Unidos foi que popularizaram a comemoração, principalmente através de seus filmes que são exportados para o mundo todo.

Portão enfeitado para o Halloween.

Jardim enfeitado para o Halloween.

Com a loira cadáver...

Esqueleto assustado...

Wreck Beach (praia de nudismo)

Num raro sábado de sol eu e meu amigo Gilberto fomos andar de bicicleta. Entre muitos lugares que estivemos nesse passeio, o mais inusitado foi a Wreck Beach, uma praia de nudismo que fica dentro do campus da UBC – University of British Columbia. A praia fica embaixo de um penhasco e para chegar até ela é preciso descer uma escadaria de quase quatrocentos degraus. Mesmo com sol fazia frio, e com o vento que vinha do mar, a sensação térmica na praia era muito baixa. Mesmo assim tinha algumas pessoas tomando sol peladas. Interessante é que alguns fazem um tipo de “cercadinho” para se proteger do vento. Essa espécie de “cercadinho” é feita com um tipo de papelão que possui uma película de alumínio e que reflete o sol, esquentando um pouco quem está no “cercadinho”. Por razões obvias de privacidade não tirei fotos próximas onde havia algum nudista. E também por razões obvias não fiquei peladão, ainda mais com o frio que fazia.

Independente do fato de ser uma praia de nudismo, a praia de Wreck Beach é muito bonita. Num canto da praia é possível ver ao longe algumas montanhas com cume nevado. A nudez é opcional em toda Wreck Beach, no entanto os banhistas regulares consideram boa etiqueta que todos fiquem nus na praia e não fiquem apenas observando os que estão nus. Além disso, devido à proximidade de Wreck Beach com a University of British Columbia, muitos estudantes e até professores, podem ser encontradas nas areias da praia. Nos últimos anos, usuários da praia se opuseram aos planos da universidade que queria construir novos edifícios muito perto da borda do penhasco e com vista parcial para a praia. Isso tiraria a privacidade dos nudistas e por essa razão a universidade suspendeu seus planos, ao menos por enquanto.

Em Wreck Beach.

Um dos “cercadinhos”.

Bem ao fundo montanhas com o cume coberto de neve.

Burrard Bridge

Das pontes de Vancouver, a que mais vezes atravessei foi a Burrard Bridge. Passei por ela de carro, de ônibus, de bicicleta e a pé. E também passei por baixo dela em boa parte de sua extensão, num local meio deserto, mas que não chegava a dar medo.

Burrard Bridge é uma construção no estilo Art Deco e foi construída entre 1930 e 1932. Ela liga o centro de Vancouver com Kitsilano Beach. A Ponte tem calçadas para pedestres em ambos os lados e recentemente uma das pistas de automóveis foi isolada para uso exclusivo de ciclistas. A ponte possui um enorme vão central para permitir altura suficiente para que navios passem por baixo dela.

Burrard Bridge.

Burrard Bridge.

Ciclistas atravessando a Burrard Bridge.

Passagem de pedestres e mirante no alto da Burrard Bridge.

Ao fundo a Burrard Bridge.

Lions Gate Bridge

Em minha opinião a ponte mais bonita de Vancouver é a Lions Gate Bridge. Ela é uma antiga ponte suspensa, que liga o centro ao norte de Vancouver. Uma ampla avenida que corta ao meio o Stanley Park chega até a ponte e por ela é possível chegar até North Vancouver. O nome Lions Gate deriva do nome de um conjunto de montanhas ao norte da cidade. A ponte possui um comprimento total de 1.823 metros e seu vão principal é de 473 metros de altura. A altura de sua torre é de 111 metros. Por baixo dela passam navios que chegam e saem do porto de Vancouver. A ponte possui três faixas reversíveis com uso indicado por placas de sinalização. Em suas laterais existem vias menores para trânsito de pedestres e ciclistas. Nos dias de tráfego mais pesado a ponte chega a ser utilizada por mais de 70 mil veículos e é proibido o tráfego de caminhões. A ponte é considerada patrimônio histórico do Canadá, tendo sido tombada em 2005.

Desde 1886 existia a vontade de se construir uma ponte que ligasse a região central de Vancouver, até o norte. O ponto mais curto para travessia do mar era justamente ao lado do Stanley Park, e por essa razão se levou muitos anos até que se conseguisse construir uma ponte no local, derrubando muitas árvores do parque. Alfred James Towle Taylor, que foi quem venceu a concorrência para a construção da ponte, não tinha as finanças suficientes para executar a empreitada. No entanto, ele foi capaz de convencer a família Guinness (donos da famosa marca de cerveja Guinness) a investirem na construção da ponte. A construção começou em 31 de março de 1937. O tráfego de veículos na ponte foi aberto em 14 de novembro de 1938. Em 29 de maio de 1939, o Rei George VI e a Rainha Elizabeth presidiram a abertura oficial durante uma visita real ao Canadá. Um pedágio de 25 centavos passou a ser cobrado por cada carro. Em 20 de janeiro de 1955, a família Guinness vendeu a ponte para o governo da Província de British Columbia. E em 1963, os pedágios foram retirados.

Lions Gate vista a partir do Stanley Park.

Início da Lions Gate.

Sobre a Lions Gate, tendo North Vancouver ao fundo.

Atravessando a Lions Gate de bike.

Lions Gate em North Vancouver.

Ciclistas atravessando a Lions Gate.

Downtown e Stanley Park vistos de cima da Lions Gate.

Granville Street Bridge

Após conhecer a parte de baixo da ponte Granville Street Bridge (ver post sobre Granville Island), tive curiosidade em conhecer a parte de cima da ponte. Então em um dos meus passeios a pé pelo centro de Vancouver, resolvi ir a pé até em casa, passando por sobre a Granville Street Bridge. Na ponte existe uma larga calçada para pedestres, o que torna seguro a travessia da mesma. E pude ver que ela é bastante utilizada por pedestres. A vista de cima da ponte é muito bonita. De negativo foi que nesse dia ventava muito e fazia frio, então a sensação térmica sobre a ponte não era das mais agradáveis.

Granville Street Bridge é uma ponte de oito pistas e está 27,4 metros acima de Granville Island. A ponte original foi concluída em 1889, e era de madeira. Em 1891 essa ponte foi alargada em ambos os lados e recebeu faixas exclusivas para bondes. A segunda ponte no local foi concluída em 1909 e feita em aço. A ponte atual foi inaugurada em 1954 e a estrutura de oito pistas foi construída no mesmo alinhamento que a primeira ponte. O primeiro “civil” que conduziu um carro sobre a nova ponte em 1954, foi a mesma mulher que foi a primeira pessoa a conduzir um carro sobre a segunda ponte em 1909. Ela tinha ficado viúva entre as duas inaugurações, e por isso teve um nome diferente registrado em cada inauguração. Nas duas vezes ela esteve ao volante de um novíssimo Cadillac. 

Granville Street Bridge.

Atravessando a Granville Street Bridge.

Vista do alto da ponte.

Granville Street Bridge vista a partir de Granville Island.

Grouse Mountain

A Grouse Mountain é uma das montanhas que ficam ao norte da cidade de Vancouver e a mais próxima da cidade. Ela tem pouco mais de 1.200 metros de altitude. Possui uma pequena área para esqui alpino e é um local bastante visitado, tanto no inverno para atividades na neve, quanto nos períodos sem neve. Para chegar ao seu topo existe um serviço de teleférico e uma trilha de quase três quilômetros, muito utilizada por quem gosta de caminhadas na mata.

Teleférico subindo a montanha.

Estação de esqui no alto da montanha.

Escultura de um urso grizzly.

No alto da montanha, após subir pela trilha.

Descendo a montanha de teleférico.

Grouse Grind Trail

Subi a Grouse Mourtain pela Grouse Grind Trail, uma trillha de 2,9 quilômetros que segue pelo meio da mata montanha acima. O grau de dificuldade da trilha não é dos maiores, mas é preciso ter um condicionamento físico razoável para percorrê-la. Ela é bastante utilizada por quem gosta de caminhadas na mata e cerca de cem mil pessoas a percorrem todos os anos. Logo no início da trilha existe uma placa alertando para tomar cuidado com ursos. Para quem não está acostumado é meio assustador. Pela proximidade com a cidade, a presença de ursos na trilha não é tão comum. Mesmo assim existe o risco de aparecer algum urso, então sempre procurei ficar próximo a outros caminhantes que estavam subindo a montanha, pois não tinha intenção de virar comida de urso. Não tive muita dificuldade em chegar até o topo e levei 1h02min para percorrer toda a trilha, o que é um bom tempo. Estava bem frio quando fiz a trilha, mesmo assim tirei minha blusa logo no início da caminhada, pois passei a sentir calor e a transpirar muito. O problema foi quando cheguei ao topo e minha camiseta estava molhada e a temperatura lá no alto era ainda mais fria. Desci a montanha utilizando o teleférico e pude observar a bela vista que se tem da cidade lá do alto.

Grouse Grind Trail.

Cuidado com os ursos.

Parte da trilha que tinha percorrido.

Grouse Grind Trail.

Momento de descanso e água.

Quase no final da trilha.

Sempre subindo.

Chegando ao fim da trilha.

Lonsdale Quay Market

Na parte norte de Vancouver estive algumas vezes no Lonsdale Quay Market, que faz parte do terminal do SeaBus. O local possui um pequeno mercado público com bancas de legumes, frutas, peixes, pães e alguns cafés e restaurantes com comidas típicas de vários países. Num de seus restaurantes fiz uma de minhas poucas experiências alimentares, algo que sempre evito em viagens. Provei um sanduíche da culinária mediterrânea e acabei gostando. O Lonsdale Quay Market tem no seu andar superior lojas de produtos artesanais como jóias, cerâmicas e tecidos. O complexo também possui um hotel, um bar e um nightclub.

Lonsdale Quay Market.

Interior do Lonsdale Quay Market.

Interior do Lonsdale Quay Market.

Polvo a venda.

Lonsdale Quay Market.

SeaBus

Utilizei o SeaBus algumas vezes, para ir do centro até a região norte de Vancouver. O SeaBus é um ferry, que transporta passageiros. São dois ferrys funcionando de forma simultânea, um em cada sentido e eles se encontram no meio da travessia, que leva entre 10 e 12 minutos. A travessia permite ter uma bela visão do centro de Vancouver e de seus altos edifícios.

O serviço de travessia entre o centro de Vancouver e a região norte da cidade, existe desde 1900, quando funcionava com barcos de madeira. O atual sistema de ferrys do SeaBus funciona desde 1977. Existem catracas para entrada no ferry, mas elas funcionam somente para contagem de passageiros. Quando o número maximo de passageiros é atingido, as catracas travam e não deixam mais ninguém entrar. Não é feito nenhum tipo de cobrança de passagem na entrada da estação de embarque ou no próprio ferry, mas é preciso embarcar tendo um ticket de transfer de ônibus válido, ou do ferry. Eventualmente são feitas fiscalizações dentro dos ferrys, e se algum passageiro não estiver portando o ticket de embarque, ele tanto pode ser retirado do ferry ou levar uma multa de U$ 173,00.

Catracas para embarque no SeaBus.

Fila para embarque.

O centro de Vancouver visto de dentro do SeaBus.

Dentro do SeaBus.

O SeaBus chegando a estação de North Vancouver.

Deep Cove

Um local simpático e bonito que estive visitando, foi Deep Cove, uma pequena comunidade localizada em frente a uma baía. O local é próximo a Vancouver, fica a cerca de 13 quilômetros da cidade, no sopé do Mount Seymour. A área de Deep Cove é um território tradicional da nação Salish Squamish, nativos que viviam e ainda vivem na região há milhares de anos.

A comunidade de Deep Cove.

Deep Cove.

Baía de Deep Cove.

Deep Cove.

O pier de Deep Cove.

Deep Cove.

Mount Seymour

O Mount Seymour é uma das montanhas que ficam na parte norte de Vancouver e que pode ser vista de quase todas as partes da cidade. Tem 1.449 metros de altura e nele funciona uma estação de esqui desde 1937. Por causa de seu fácil acesso rodoviário e estacionamentos amplos, Mount Seymour é muito utilizado como local de filmagem. Alguns filmes e séries de TV foram rodados em suas florestas e encostas nevadas. Os mais conhecidos foram a série Arquivo X e o filme Eclipse, da saga Crepúsculo.  Em dias de tempo bom a vista do alto do Mount Seymor é muito bonita e ampla, onde entre outras coisas é possível ver ao longe o Mount Baker, um vulcão ativo e com neve eterna em seu topo, que fica em território dos Estados Unidos a dezenas de quilômetros de distância.

A esquerda na foto o Mount Baker.

No alto do Mount Seymour.

Em Mount Seymour.

Pôr do sol na praia

Aproveitando um dos raros dias de sol em Vancouver, fui dar uma volta de bicicleta e ver o pôr do sol na praia. Foi um espetáculo muito bonito ver os últimos raios de sol iluminado ao longe os muitos “prédios de vidro” do centro da cidade. O único problema foi que dei bobeira e deixei que uma onda molhasse meus pés. A água estava congelante e como fazia frio fui correndo para casa, pois ficar com os pés molhados e gelados não foi uma experiência muito agradável.

Ao fundo o centro de Vancouver.

Pôr do sol na praia.

Pôr do sol na praia.

BC Place Stadium

Fui assistir outro jogo de futebol do Whitecaps, time profissional de Vancouver. Dessa vez o jogo foi no BC Place Stadium, que tinha acabado de ser reinaugurado, após ter passado por uma milionária reforma. O estádio é muito bonito, inclusive tem cobertura retrátil que pode ser fechada em dias de chuva ou de neve. Com certeza esse foi o melhor e mais bonito estádio onde já entrei.

Dessa vez dei sorte para o time da casa, que venceu o time norte americano do Real Salt Lake. O placar foi de 3 x 0 para o Whitecaps, com direito a dois gols de pênalti do brasileiro Camilo. O estádio possui um telão gigantesco, que transmitiu o jogo em tempo real. Não sei se é por estar habituado a ver jogos pela TV, mas o fato é que muitas vezes eu esquecia de olhar o jogo no campo e ficava vendo o jogo pelo telão. O engraçado é que a imagem do telão estava invertida para o lado em que eu estava sentado. Ou seja, o time no campo atacava para o lado direito de onde eu estava, e no telão aparecia ele atacando para o lado esquerdo.

BC Place Stadium.

Momento dos hinos.

No meio da torcida do Whitecaps.

Intervalo de jogo.

Torcida animada.

Corredor interno do estádio.

Superman em Vancouver

Na última semana estive duas vezes nas proximidades do Stanley Park e pude ver uma enorme estrutura montada. São muitos carros, caminhões, carretas, equipamentos diversos e pessoas. Tudo isso está num local do parque que foi cercado e muitos seguranças cuidam para ninguém se aproximar. Pela internet descobri que nesse canto do Stanley Park estão gravando cenas do próximo filme do Superman. As cenas que estão sendo gravadas ali, no filme aparecerão como se tivessem acontecido no Alaska. Mesmo não conseguindo ver nada da gravação em si, foi uma experiência interessante ver toda a movimentação no local e fiquei abismado com a estrutura montada e a quantidade de pessoas envolvidas na produção do filme. Não é a toa que tais filmes custam milhões de dólares.

Alguns veículos da produção do novo filme do Superman.

Henry Canvill o novo Superman, durante gravação semana passada em Vancouver. A foto é do site TMZ.