Hoje completa 50 anos do falecimento de meu avô materno. Ele morreu aos 54 anos, vítima de um infarto. Ou seja, ele era mais novo do que eu sou atualmente, pois tenho 55 anos. Quando meu avô faleceu, eu tinha cinco anos. Até então, nunca havia ido a um velório ou a um enterro e, para mim, a experiência de ver meu avô no caixão e depois acompanhar seu sepultamento foi bastante traumática.
O velório aconteceu na sala da casa de meus avós e, durante muitos anos, evitei entrar nesse cômodo quando ia visitar minha avó. Outra lembrança marcante que tenho do falecimento de meu avô é que não havia carro funerário disponível para levá-lo até a igreja para a missa de corpo presente. Como a igreja não ficava muito distante, o caixão foi carregado até lá em um cortejo fúnebre pelas ruas. Só voltei a ver algo parecido em 2016, no interior de Minas Gerais, quando chegava a uma pequena cidade durante uma viagem de bicicleta que fiz pela Estrada Real.
Meu avô se chamava Valério, mas apenas anos depois de seu falecimento descobri que, na verdade, seu nome era Valentim. Ninguém soube me explicar o motivo de ele ser chamado por outro nome. Décadas mais tarde, ao pesquisar sobre a família Kreticoski, fiquei sabendo que o pai de meu avô se chamava Paulo, mas era conhecido como André. Também ninguém soube me explicar isso. Sei lá! Talvez fosse uma tradição na família de meu avô materno batizar as pessoas com um nome e chamá-las por outro. Pensando bem, estou dando continuidade a essa tradição, pois me chamo Vanderlei e a maioria das pessoas que me conhece me chama de Vander.
Tenho poucas, mas boas lembranças de meu avô Valério (Valentim Kreticoski). Tive pouco tempo de convivência com ele, e a lembrança mais forte é do dia anterior à sua morte, quando esteve em casa e brincou comigo por um longo tempo, como se fosse uma criança de cinco anos, assim como eu.
Descanse em paz, meu vô!



