Esta semana assisti aos três primeiros episódios da série “Klondike”. Eu não sabia da existência de tal série, que estrou nos Estados Unidos em janeiro, pelo Discovery Chanel e no final de março aqui no Brasil. Sou fã declarado de séries (não de todas!) e o Klondike é um tema que me interessa há muitos anos. Então uma série sobre o Klondike foi algo sensacional! Para quem não sabe, a região do Klondike fica no norte do Canadá, na fronteira com o Alaska e foi lá onde ocorreu a última Corrida do Ouro, no final da década de 1890.
A primeira vez que ouvi falar no Klondike, foi num gibi do Tio Patinhas, quando eu era criança. Quem lê ou leu as revistinhas do Tio Patinhas, sabe que ele fez sua fortuna garimpando ouro no Klondike. Demorou alguns anos até eu descobrir que o Klondike realmente existia e a partir de então sempre busquei ler e assistir tudo o que era possível sobre tal tema. Inclusive o Klondike é um dos lugares que gostaria de conhecer. Quando estive no Canadá em 2012, até pesquisei sobre como ir de Vancouver até o Klondike. Mas era longe, pois o Canadá é muito grande e a região do Klondike ficava no extremo oposto de onde eu me encontrava. E era caro para chegar até lá, mesmo estando no Canadá. Então desisti!
A série
Klondike é dirigida pelo Ridley Scott, diretor do premiado filme Gladiador. É uma superprodução, onde investiram milhões de dólares nos seis episódios da série. O ator principal da série é Richard Madden, que fez sucesso como Robb Stark, na série Game of Thrones (uma de minhas séries favoritas). Como ele morreu na terceira temporada de Game of Thrones, ficou livre para estrelar Klondike.
Na série a história se passa em 1897 e conta sobre dois amigos de infância que decidem se aventurar em busca de fortuna, garimpando ouro no Klondike. Depois de fazer a perigosa travessia pelas montanhas nevadas que levavam até a recém fundada cidade de Dawson City, estes amigos se envolvem em aventuras, amores e muitos perigos. O local é terra de ninguém e mortes são frequentes. Fica valendo a lei do mais forte e do mais esperto.
A série é baseada em fatos reais, a partir da adaptação do livro Gold Diggers: Striking it Rich in the Klondike, de Chalote Gray. E a série também mostra o jovem Jack London, que participou da Corrida do Ouro, no Klondike e depois se tornou um famoso contista e romancista. Em alguns de seus trabalhos, Jack London narrou as experiências que viveu e que presenciou no Klondike. Seu livro mais famoso é Caninos Brancos (1910), que virou filme da Disney em 1991 e conta sobre um lobo e sua convivência com os humanos. O filme teve uma continuação em 1994, mas não fez tanto sucesso como o primeiro.
Assistir a série também me fez lembrar do sorvete Klondike, que era um de meus favoritos na época em que morei nos Estados Unidos.
O Klondike
A Corrida do Ouro do Klondike, também chamada de Corrida do Ouro do Yukon, ou Corrida do Ouro do Alaska e de a Última Grande Corrida do Ouro, foi uma migração estimada de 100 mil garimpeiros para a região do Klondike e do Yukon no noroeste do Canadá entre 1896 e 1899. O ouro foi descoberto lá em 16 de agosto 1896 e, quando a notícia chegou as cidades de Seattle e San Francisco, no ano seguinte, provocou uma debandada de garimpeiros. A viagem revelou-se demasiada difícil para muitos, e apenas entre 30.000 e 40.000 chegaram ao destino final. Alguns tornaram-se ricos, mas a maioria não. A Corrida do Ouro do Klondike terminou em 1899, após o ouro se esgotar. Tal corrida foi imortalizada por fotografias, livros e filmes.
Garimpeiros tinha começado a mina de ouro no Yukon em 1880. Mas os ricos depósitos de ouro na região, só foram descobertos ao longo do rio Klondike em 1896. A região era afastada e o clima hostil com um inverno extremo, impediu a notícia de alcançar o mundo exterior até o ano seguinte. A notícia sobre a descoberta de ouro no território do Klondike, começou com a chegada de navios em portos americanos, trazendo ouro do Klondike em julho de 1897. Jornais de todo os Estados Unidos publicaram notícias sobre a descoberta do ouro e isso alimentou uma escala nacional de histeria, fazendo com que muitas pessoas deixassem seus empregos e partissem para o Klondike como garimpeiros.
Em média o equipamento de um garimpeiro pesava perto de uma tonelada. Isso fez com que a maioria dos garimpeiros seguissem até o Klondike em etapas. O terreno era montanhoso e o clima frio e isso fez muitos desistirem antes de chegarem ao destino final. E aqueles que chegaram, encontraram poucas oportunidades e muitos ficaram desiludidos.
Para acomodar os garimpeiros, novas cidades surgiram ao longo das rotas que levavam ao Klondike. A maior delas, Dawson City, foi fundada na confluência do Klondike e o Rio Yukon. De uma população de 500 pessoas, em 1896, a cidade às pressas foi aumentando e passou a abrigar cerca de 30.000 pessoas em 1898. Mal construída, isolada e insalubre, Dawson City sofreu com incêndios, preços elevados e epidemias.
A partir de 1898, os jornais que tinham encorajado muitos a viajarem para o Klondike, perderam o interesse nele. Quando a notícia chegou no verão de 1899, que tinha sido descoberto ouro em outra região do Alasca, muitos garimpeiros deixaram o Klondike, marcando o fim da Corrida do Ouro. A atividade de mineração da Corrida do Ouro durou até 1903, quando a produção atingiu o pico depois que equipamentos mais pesado foram trazidos para a região. Um número estimado de 570.000 quilos de ouro foi retirado da área do Klondike. Hoje, a região não produz ouro, mas atrai milhares de turistas, que contribuem para a sua prosperidade.