Whitecliff Park

Outro lugar bonito que conheci na região norte de Vancouver, foi o Whitecliff Park. O parque fica próximo ao mar, numa encosta rochosa. No parque existem muitas belas árvores. O local também possui playground, áreas de piquenique, quadras de tênis e uma praia onde é possível nadar. A área aquática do parque é atualmente o lar de mais de 200 espécies de animais marinhos. Também é a primeira área marinha protegida no Canadá. Leões-marinhos podem ser vistos tomando sol na praia durante o verão. O local também é bastante utilizado para a prática do mergulho.

Algo que achei interessante no parque foram as lixeiras anti-urso. A região norte, com suas montanhas e matas é habitada por muitos ursos. Os ursos quando encontram comida em um determinado lugar, costumam voltar outras vezes a esse local. Por essa razão as lixeiras do parque possuem uma trava escondida, para que o urso não consiga abrir. Minha amiga Laura disse que alguns humanos também não conseguem abrir essas lixeiras… rs!

Whitecliff Park.
Whitecliff Park.
Whitecliff Park.
Whitecliff Park.
Whitecliff Park.
Lixeira anti-urso.

Horseshoe Bay

Finalmente fui conhecer a região Norte de Vancouver, que é onde ficam as montanhas. Quem me conhece bem, sabe que adoro montanhas. Gosto mais de montanhas do que de praias… rs! Fui para o Norte com o Gilberto e a Laura. Saímos de Vancouver com o tempo fechado e chovendo muito. Achei que o passeio seria uma furada, pois com chuva não dá para ver muita coisa. O Gilberto garantiu que ia sair sol, pois tinha olhado a previsão do tempo. Até brinquei com ele, dizendo que dessa vez ele que é o homem da previsão do tempo iria falhar. Mas não é que ele estava certo, pois ao chegarmos a Horseshoe Bay a chuva e as nuvens foram embora e o sol apareceu.

Horseshoe Bay é uma comunidade com cerca de mil residentes. É um lugar muito bonito, entre as montanhas e o mar. No local funciona um Ferry que faz a ligação da região de Vancouver com algumas ilhas. O tempo que ficamos em Horseshoe Bay serviu para admirar a bela paisagem e tranquilidade do local. E também deu para ver uma foca nadando bem próximo a margem, numa água extremamente gelada. Até então eu só tinha visto focas em zoológico e no Sea World. Ver na natureza foi à primeira vez e foi bem mais interessante ver o bichinho ali, nadando tranqüilo em seu ambiente natural.

Horseshoe Bay.
Um Ferry chegando a Horseshoe Bay.
Vander, Laura e Gilberto.
A foca nadando nas águas frias de Horseshoe Bay.
Uma foca na entrada de um Café.
Horseshoe Bay Park.
O Totem Misterioso…

Futebol: Whitecaps 1 x 3 Seatlle

Fui a um jogo de futebol aqui em Vancouver, junto com meu amigo Gilberto. O time local, Whitecaps, que mesmo sendo canadense disputa a MLS (Major League Soccer) que é a principal liga de futebol dos Estados Unidos. O time é o último colocado do campeonato. Já o time do Seattle, que foi o adversário nesse jogo que assisti, está em terceiro lugar. O time de Vancouver tem um brasileiro, Camilo, que é um dos melhores do time. Já no Seattle a estrela do time é o goleiro Kasey Keller, que jogou durante muito tempo na seleção norte americana, tendo inclusive participado de quatro Copas do Mundo: 1990, 1998, 2002 e 2006.

O jogo em si foi bom, pena que o Whitecaps perdeu muitos gols e no final levou uma virada de 3 x 1. O espetáculo em si é que valeu a pena. O jogo foi num estádio provisório, pois o estádio principal da cidade está sendo reformado. Mas esse estádio provisório é melhor do que muito estádio em que já fui no Brasil. Cadeiras com lugares marcados, banheiros limpos, torcida educada, sem xingamentos, sem mexer com as mulheres e sem jogar xixi nos outros. Não teve brigas, inclusive a torcida adversária circulava normalmente entre a torcida do Whitecaps e ninguém se importava com isso. Foi um programa divertido sem dúvida.

MLS
Whitecaps (CAN) 1 X 3 Seatlle (USA)
Whitecaps X Seatlle
Conhecendo o futebol da América do Norte.
Ataque do Whitecaps.
No telão o replay dos melhores lances da partida.
Vander e Gilberto, dois corinthianos torcendo para o Withecaps.
Ingresso do jogo.

Mauricio de Sousa homenageia Sergio Bonelli

Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica, fez um desenho para homenagear Sergio Boneli, quadrinista italiano que faleceu nesta segunda-feira (26/09) aos 79 anos. No alto da imagem, vê-se a mensagem “Grazie per tutto, Bonelli!” que quer dizer, em italiano, “Obrigado por tudo, Bonelli!”. Uma estátua do artista está no centro do desenho e alguns personagens criados por Mauricio de Sousa mostram feições tristes ao lado do monumento. Todos estão trajados como personagens com os quais Bonelli trabalhou. Cebolinha está vestido como o cowboy Tex, Cascão é Zagor e Louco é Mágico Vento. Do lado direito da imagem, Mônica é a criminóloga Julia Kendall, Xaveco é Martin Mystère, Penadinho é o detetive do além Dylan Dog e Anjinho é Nathan Never.

Fonte: http://entretenimento.uol.com.br

Homenagem de Mauricio de Sousa a Sergio Bonelli.

Pedalando

No sábado a tarde eu e o Gilberto fizemos um longo passeio de bike. Nesse passeio fiquei conhecendo mais um pouco de Vancouver. Seguimos vários quilômetros por uma ciclovia, que estava bastante movimentada em razão de ser sábado e não estar chovendo. Entre os muitos lugares pelos quais passamos, um que achei interessante foi a Vila Olímpica das Olimpíadas de Inverno de 2010.

Com Gilberto, pedalando num sábado a tarde. (24/09/2011)
A Vila Olímpica das Olímpiadas de Inverno de 2010.
Na Vila Olímpica, e ao fundo o Estádio de futebol e o Ginásio de hóquei no gelo.
Ciclovia movimentada.

Granville Island

Eu e meu amigo Gilberto fomos de bike até Granville Island. Deixamos as bikes cadeadas num local destinado a elas e saímos a caminhar. Visitamos o mercado e outras instalações do local. Acabamos almoçando por lá. Entre as várias opções gastronômicas acabei escolhendo um sanduíche polonês, que foi feito por uma chinesa. Essa mistura não podia dar certo e o resultado foi que o sabor do sanduba não era dos melhores, achei muito apimentado. Diga-se de passagem que o pessoal daqui gosta muito de comida apimentada. Almoçamos sentados em um banco de frente para uma marina, vendo os barcos passando e cuidando para que nenhuma gaivota roubasse nossa comida.

Granville Island é uma península que fica na área comercial de Vancouver. No passado o local era uma área de produção industrial, mas hoje em dia é um importante ponto turístico da cidade. Granville Island oferece comodidades como um grande Mercado Público (Mercado Municipal no Brasil), uma extensa marina, um hotel, boutiques, a Emily Carr Universidade de Arte e Design, vários teatros, galerias de artes plásticas, e uma variedade de áreas comerciais.

Gilberto chegando a Granville Island.
Mercado Público de Granville Island.
Banca de frutas no Mercado Público.
A marina em frente a Granville Island.
Momento de descanso.
O almoço foi um sanduíche polonês acompanhado de um Canadá Dry.
Almoçando o sanduíche apimentado.
Criança perseguindo uma das gaivotas ladras de comida.

Falecimento do Sergio Bonelli

Vou fazer um parênteses nas postagens sobre os dias aqui no Canadá, para falar um pouco de uma pessoa que faleceu hoje. Eu não conhecia pessoalmente tal pessoa, mas ela influenciou muito minha vida em vários sentidos. Quem faleceu foi Sergio Bonelli, editor italiano de quadrinhos e criador entre outros do personagem Zagor, que sempre foi meu personagem de quadrinhos favorito. E eu estar hoje no Canadá é de certa forma por “culpa” de Sergio Bonelli e deu seu pai, Gian Luigi Bonelli, criador do lendário personagem Tex Willer. É que graças às revistas em quadrinhos editadas pela Editora Bonelli, fiz muitas amizades pelo Brasil e pelo mundo nesses trinta e poucos anos que leio e coleciono quadrinhos. E entre esses amigos que fiz está o Gilberto Walker, brasileiro que vive no Canadá e que estou visitando nesses dias. Foi o gosto por quadrinhos Bonelli que iniciou e fortaleceu nossa amizade e depois de muitos anos vim fazer uma visita a ele. Para aqueles que não gostam de quadrinhos, talvez fique difícil de entender o que a morte do Sergio Bonelli significa, mas para mim e para milhares de colecionadores e admiradores da Bonelli Editore espalhados pelo mundo, hoje é um dia triste, um momento de luto e a sensação de que todos ficamos um pouco órfãos a partir de agora.

Faleceu hoje em San Gerardo di Monza, Milão, com a idade de 78 anos, Sergio Bonelli. Nascido a 2 de Dezembro de 1932 em Milão, estava hospitalizado no hospital San Gerardo há uma semana, depois de ter iniciado a acusar problemas de saúde em agosto. Editor, argumentista, conhecido também no início da sua carreira com o pseudónimo de  Guido Nolitta, escolhido para evitar ser confundido com o seu pai Gian Luigi, criador em 1948 de Tex Willer. O herói western que defende os fracos e oprimidos independentemente da sua cor da pele.

Sergio Bonelli, explica um comunicado da editora italiana, morreu após uma curta doença, deixando a esposa e o seu filho Davide. Sergio Bonelli, realça o comunicado, “foi o principal artificie da passagem das revistas em quadrinhos como simples instrumento de entretenimento popular a produto de dignidade cultural, criando, ao longo da sua carreira de cinquenta anos, uma das mais importantes editoras de revistas em quadrinhos no contexto italiano e mesmo mundial“.

Fonte: http://texwillerblog.com/wordpress/

Sergio Bonelli ao lado de Tex, criação de seu pai, Gian Luigi.
Zagor, personagem criado por Sergio Bonelli.

Passeio de bike

Na última sexta-feira fiz meu primeiro passeio de bike por Vancouver. Não fui muito longe, pois além de estar cansando dos muitos quilômetros caminhados no dia anterior, estou meio enferrujado após vários dias sem pedalar. Fui até a praia, que não é muito longe de casa e andei um pouco pela ciclovia compartilhada com pedestres, que segue por toda a praia. Andar de bike aqui em Vancouver é uma maravilha, pois existem centenas de quilômetros de ciclovias seguras e sinalizadas, bem como em muitas ruas existem faixas exclusivas para ciclistas. E na cidade muita gente utiliza a bicicleta como meio de transporte. É raro ver uma moto por aqui, mas bicicletas você vê aos montes. E outro diferencial é que os motoristas respeitam e dão preferência aos ciclistas e pedestres. A diferença com relação ao Brasil é gritante.

As praias por onde andei são de areia grossa e água gelada. Um detalhe que achei interessante é que existem muitos troncos de árvores espalhados pela areia, todos organizados em fileiras. Esses troncos servem como bancos, mesas e outras coisas mais. Fiquei um bom tempo sentado num tronco desses olhando os navios ancorados em frente à praia, esperando para entrar no porto da cidade. E de longe dava para ver o centro da cidade. Perto de mim estavam realizando uma seção de fotos com algumas modelos. Quando fui embora pedalando pela ciclovia acabei sem querer vendo uma modelo trocando de roupa dentro de um carro. Isso acabou fazendo valer ainda mais o passeio nesse dia… rs!

Desenferrujando as pernas.
Faixa exclusiva para ciclistas.
Os troncos pela praia.
Momento de descanso. (23/09/2011)
Ciclovia próxima a praia.

Passeio a pé por Vancouver

Fiz meu primeiro longo passeio a pé pela cidade, indo até o centro de Vancouver, que fica numa ilha. Não sei precisar quantos quilômetros caminhei, mas sei que foram muitos. Saí de casa e caminhei até a praia, depois fui seguindo por calçadas que passam por muitos parques. Eu que achava que Curitiba tinha muitos parques, descobri que aqui tem muito mais. O que não ajudou muito nesse passeio foi o tempo, pois choveu um pouco e fez frio. Mesmo assim foi um passeio divertido e além de conhecer um pouco mais da cidade, pude passar por locais interessantes onde só se pode ir a pé ou de bicicleta. Passei por algumas marinas bonitas e depois atravessei a Burrard Bridge, uma antiga e bela ponte. Primeiro passei por baixo da ponte, um lugar meio sinistro, para depois passar por cima e poder observar a bela vista que se tem lá de cima.

Chegando ao centro da cidade, caminhei por algumas ruas principais observando o movimento e os belos prédios. Atravessei o centro e fui até o outro lado da ilha. Desse lado a vista é ainda mais bonita, pois da para ver as montanhas. Andei bastante ao lado de marinas com muitos barcos e iates ancorados. E vi algo interessante, um aeroporto de hidroaviões. Fiquei um tempo observando as decolagens e aterrissangens na água. Acredito que não seja uma experiência muito boa, principalmente no meu caso, pois não gosto muito de voar. A existência de muitos hidroaviões na cidade é por que em muitas regiões do Canadá só é possível chegar via aérea e pousando na água, em rios.

Sei que passei muitas horas caminhando e descobrindo lugares e coisas interessantes. Gosto de passear dessa forma, caminhando sem pressa e observando tudo. Essa é uma boa maneira de se conhecer uma cidade. Na volta para casa achei melhor ir de ônibus, pois estava cansado de tanto andar. E coincidentemente do meu lado estava sentado um casal de brasileiros, conversando. Fiquei quietinho ouvindo a conversa deles. No exterior nem sempre brasileiro gosta de encontrar brasileiro. Eu particularmente prefiro passar despercebido quando encontro conterrâneos.

Um dos muitos parques por onde passei. (22/09/2011)
Museu Marítimo de Vancouver.
Uma das muitas marinas por onde passei. (22/09/2011)
Atravessando a Burrard Bridge rumo a ilha onde fica o centro de Vancouver.
Pequeno trecho do centro de Vancouver.
Hidroporto (aeroporto de hidroaviões).
Em mais uma marina.
Momento de descanso.
Calçada ao lado do mar, para caminhantes e ciclistas.
Hidroavião “estacionado” na marina.
Mais um pedacinho do centro, no final da tarde. (22/09/2011)

Vancouver

Vancouver é uma cidade litorânea que fica na Columbia Britânica, Canadá. O nome da cidade vem do capitão britânico George Vancouver que explorou a área na década de 1790. Vancouver é a maior área metropolitana no Oeste do Canadá e ocupa a posição de terceira maior do país e de oitava maior cidade propriamente dita. Segundo o censo de 2006, Vancouver tinha uma população de pouco mais de 578.000 habitantes e a sua Área Metropolitana Censitária excede os 2,1 milhões de pessoas. Seus habitantes são etnicamente diversos, com 52% tendo uma língua materna diferente do inglês.

Serrarias estabeleceram-se em 1867 na área conhecida como Gastown, que se tornou o núcleo em torno do qual a cidade cresceu. Vancouver foi incorporada como uma cidade em 1886. Em 1887, a ferrovia transcontinental foi prolongada até a cidade, para aproveitar o seu grande porto natural, que logo se tornou elo vital na rota de comércio entre o Oriente, leste do Canadá e Londres. O Porto de Vancouver é o maior e mais movimentado do Canadá, bem como o quarto maior porto (em tonelagem) da América do Norte. A indústria madeireira continua sendo sua maior fonte de renda, mas Vancouver também é conhecida como um centro urbano cercado pela natureza, fazendo do turismo a sua segunda maior indústria. É também o terceiro maior centro de produção cinematográfica na América do Norte depois de Los Angeles e Nova York, ganhando o apelido de “Hollywood do Norte”.

Vancouver tem sido classificada como “a cidade mais habitável” no mundo há mais de uma década, de acordo com avaliações de revistas de negócios. Ela recebeu muitos congressos e eventos internacionais. Os Jogos Olímpicos de Inverno de 2010, e os Jogos Paraolímpicos de Inverno de 2010 foram realizados em Vancouver e nas proximidades de Whistler, comunidade a 125 km ao norte de Vancouver.

Vancouver
Vancouver

Bairro gay de Vancouver

E no passeio que fiz pela cidade com a Laura (post anterior) acabamos indo no bairro gay de Vancouver, o Davie Village. Ela foi buscar um celular numa loja e enquanto esperava por ela dei uma volta pelas redondezas, por pura curiosidade. E o que mais me chamou a atenção foi a cor das lixeiras e pontos de ônibus do bairro, todos são rosa brilhante.

Rua do Davie Village.
Davie Village
Ponto de ônibus.
Lixeira.

2º dia no Canadá

Meu segundo dia no Canadá amanheceu um pouco frio e chovendo. A chuva não é forte, mas é constante. Chove um pouco, para, chove mais um pouco, daí para de novo, chove outra vez e assim vai… Nesse dia aproveitei para me familiarizar com a casa do Gilberto, onde ficarei hospedado e também dei uma olhada rápida pela vizinhança. O bairro é residencial, com casas antigas em sua maioria, mas bonitas. É uma arquitetura bem diferente da que existe no Brasil.

À tarde fiquei conhecendo a Laura, amiga do Gilberto e também o Ethan, filho dela e que é praticamente um filho para o Gilberto. Acabei saindo com a Laura e o Ethan, de carro. Assim pude conhecer um pouco mais da cidade. A chuva durou o dia todo, naquele ritmo de chover, parar, chover de novo. É uma chuva fraca, mas que incomoda.

No final da tarde fui assistir ao treino de futebol do Ethan, em um colégio. Achei interessante a quantidade de meninas, de várias idades que também estavam treinando futebol. Tanto aqui no Canadá quanto nos Estados Unidos, o futebol (soccer) é muito praticado por meninas, algo bem diferente do que ocorre no Brasil.

Para terminar o dia, fomos jantar fora. Fomos eu, Laura, Gilberto, Ethan e a Yoko, uma japonesa que está fazendo intercambio em Vancouver e que ficou hospedada na casa da Laura. Fomos em um restaurante bem charmoso e depois de olhar detalhadamente o cardápio escolhi algo que não causaria surpresas, pois sou chato para comer e sempre me dou mal quanto tento experimentar alguma comida nova. Pedi um hambúrguer, que veio no prato junto com uma salada de repolho e batata frita. Estava uma delícia!

A casa onde estou hospedado em Vancouver.
Conhecendo a vizinhança.
Vendo treino de futebol.
Jantar: Gilberto, Laura, Vander, Ethan e Yoko.

Viagem ao Canadá

Após uma semana em Orlando, arrumei minha mala e segui para o Canadá. A Consuelo me levou até ao aeroporto e depois de despachar a mala e pagar cash U$ 25,00 por isso, segui para os tramites de embarque. Desde o 11 de setembro que os procedimentos de embarque em aeroportos dentro dos Estados Unidos são bastante rigorosos. E pela primeira vez passei pela maquina de scaner corporal, que causou muita polemica quando passou a ser usada, pois ela praticamente permite que o pessoal da segurança veja a pessoa meio que nua. Notei que nem todos estavam passando pelo tal scaner, somente algumas filas é que passavam por ele. Passei tranquilamente por todos os processos de revista. E uma segurança ruiva e bonita ficou me olhando e quando fui liberado ela deu um sorriso para mim. Naquela hora deu vontade de ser detido por ela, que portava até algemas… rs!

Fui para o portão de embarque do meu vôo e não demorou muito até eu embarcar num A319 da United Airlines. O avião estava lotado e fui no fundão, na poltrona do meio e ao lado de dois americanos maiores que eu. Mais uma vez minha falta de sorte em viagens de avião ficou evidente. Foi bem desconfortável esse vôo, mas mesmo assim consegui dormir metade do tempo. Após duas horas e meia aterrisamos na cidade de Chicago. No meu caso que era conexão, fiquei na parte de embarque do aeroporto e não precisei retirar minha mala. O aeroporto de Chicago é enorme e muito bonito. Ele funciona como base de conexão para a United Airlines. Como fiquei pouco mais de duas horas parado ali, aproveitei para caminhar pelo aeroporto. Já estava começando a ficar cansado, quando finalmente foi anunciado o embarque para meu vôo rumo a Vancouver, no Canadá.

Dessa vez levei mais sorte, pois quando cheguei na minha poltrona vi que iria em companhia de duas garotas. Na hora lembrei daquele comercial da Pepsi, onde o cara entra no avião e a comissária fala que só tem lugar na poltrona do meio, entre duas loiras e pergunta para ele: Pode ser? Me sentei entre as duas e segurei para não rir, lembrando do tal comercial. Cheguei a conversar um pouco com elas, com meu inglês sofrível. Uma delas era canadense e a outra norte americana, do estado de Minesota. Logo após a decolagem o papo acabou, pois uma pegou um livro para ler, a outra foi ver uma série no note book e eu fiquei vendo um filme e ouvindo música no meu note book. Eu tinha pensado que minha falta de sorte em vôos tinha ido embora, pois estava sentado entre duas moças bonitas. Mas não demorou muito para eu perceber que estava enganado, pois descobri que a canadense tinha mau hálito e a norte americana estava cheirando suor, parecia que não tomava banho fazia uns dias. Se eu pudesse colocava algodão no nariz, mas como não podia o jeito foi me conformar com minha falta de sorte aérea e suportar bravamente às quatro horas de viagem até Vancouver.

O desembarque em Vancouver foi tranqüilo, fazia sol e a vista da cidade era muito bonita. Peguei minha mala e fui passar pela imigração. Tive que me virar no inglês e ocorreu tudo bem, foi muito fácil entrar no pais. O atendimento e a burocracia é bem diferente do que acontece nos Estados Unidos. Logo encontrei meu amigo Gilberto, que me esperava na área de desembarque. Do aeroporto fomos até sua casa e após deixar minhas coisas lá, saímos à rua.

Estava começando a escurecer e fomos até um bar, onde encontramos o Cristian, amigo do Gilberto. Nesse bar tinha algumas televisões e todas mostrando o jogo de hóquei no gelo, do time de Vancouver. Durante o jogo o Gilberto e o Cristian separaram ingressos para parte da temporada de hóquei no gelo, que está começando. Esse esporte é meio que uma paixão nacional, algo parecido com o futebol para nós brasileiros. Jantamos enquanto assistíamos ao jogo e os dois iam me explicando as regras. Até então eu só tinha visto hóquei no gelo em filmes e sempre achei que aquelas brigas que sempre aconteciam faziam parte do roteiro. Na verdade as brigas são permitidas, tem toda uma regra. Por exemplo, se um jogador chamar o outro pra briga ele tem que tirar suas luvas, e se o outro jogador também tirar as luvas significa que ele topou a briga. Daí os dois entram na porrada, e o juiz fica olhando para ver se não está acontecendo nenhum movimento ilegal por parte dos jogadores que passaram a ser lutadores. Resumindo, o jogo além de ter gol, também tem briga autorizada. Conforme ia ouvindo as explicações do Gilberto e do Cristian e ia vendo e entendo o jogo, fui ficando cada vez mais interessado. Acho que descobri um novo esporte para acompanhar e durante o tempo em que ficar pelo Canadá quero aprender sobre as regras e ver mais jogos de hóquei. Após o jogo fomos para casa e não demorei muito a ir para a cama, pois estava muito cansado. Esse dia tinha sido especial, pois estava conhecendo o Canadá, lugar que sempre tive vontade de conhecer. O Canadá é o oitavo pais que conheço (além do Brasil). E o fuso horário mudou novamente, agora estou quatro horas a menos em relação ao Brasil.

Embarcando em Orlando, num voo da United.
Chegando em Chicago.
No aeroporto de Chicago.
Aeroporto de Chicago.
Chegando ao Canadá.
No aeroporto de Vancouver.

Placas de carro nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos as placas de carro são bem interessantes. Diferente do que acontece no Brasil onde você vende o carro e a placa vai junto, nos Estados Unidos você vende o carro e fica com a placa. Você pode trocar de carro várias vezes na vida e sempre usar a mesma placa, ou seja, a placa está vinculada ao motorista e não ao carro. Outra coisa interessante são as placas em si, que são bem coloridas e diferentes nos vários estados. Geralmente nas placas está pintado algum símbolo que identifica o estado a qual ela pertence.

E mais um diferencial nas placas é que você pode pagar um pouco mais e ter uma placa exclusiva, que pode ter seu apelido, seu nome e etc, desde que respeite um número x de caracteres. E pagando um pouco mais você também pode ter uma placa que presta homenagem ao seu time de futebol ou a Universidade onde você estuda ou estudou. E também pode adquirir a placa de alguma ONG ou algum outro tipo de entidade e o valor que você paga a mais por usar essa placa diferenciada é remetido à entidade.

E existem outras pequenas diferenças também. Uma que achei interessante foi que no carro de deficientes físicos, por exemplo, na própria placa tem o desenho de uma cadeira de rodas indicando que o motorista é portador de alguma necessidade especial.

Placa do Estado da Florida.
Placa do Estado de Illinois.
Placa fazendo campanha para Obama em 2008.
Placa do Estado da Virginia, para deficientes físicos.

International Drive

A International Drive é uma famosa avenida de Orlando, conhecida por ser ponto obrigatório de turistas que passam pela cidade. Ela é bem extensa e em seus arredores existem cerca de 100 hotéis e 150 restaurantes, além de muitas outras atrações e lojas.

O hotel Four Points, antigo Sheraton, local onde trabalhei no passado.
Trecho da International Drive. (19/09/2011)
Passeando pela International Drive. (19/09/2011)
Trecho da international Drive. (19/09/2011)

Compras

Nesses dias em Orlando aproveitei para fazer umas comprinhas. Não sou consumista, mas são tantas opções e preços bem mais em conta que no Brasil, que fica impossível não comprar nada. Sei que passei uma tarde inteira no Premium Outlets. Quando morava em Orlando esse outlet se chamava Belz e era bem menor. Fiquei impressionado com a mudança que houve e com a quantidade de lojas que agora existem. Praticamente todas as grandes marcas estão ali. Para quem é consumista aquilo ali é o paraíso das compras, uma verdadeira perdição. E o lugar está cheio de brasileiros, parece que o pessoal invadiu o local e compra tudo o que vê pela frente.

Premium Outlets
Premium Outlets
Premium Outlets
..

Visitando o antigo lar

Aproveitei para visitar o Island Club, condomínio onde morei durante um ano entre novembro de 2002 e dezembro de 2003. Não pude entrar no condomínio, pois não conheço mais ninguém que mora lá. Mesmo assim foi bom rever o antigo lar, local que me traz boas lembranças.

Entrada do Island Club.
A seta indica a janela do meu antigo quarto.
Rua em frente ao condomínio.
Kirkman Ave

Revendo amigos

Na última sexta-feira estava entrando num Wal Mart, que fica perto de onde morei em Orlando entre 2002 e 2003. Logo ao entrar, do nada lembrei da Irene, que era dona do apartamento onde eu morei. E em seguida dei de cara com a própria Irene, que estava fazendo compras ali. Não sei quem se assustou mais, se ela ao me ver ou se eu ao vê-la justamente quando estava pensando nela. Conversamos um pouco e ela me convidou para no dia seguinte ir no aniversário do filho do Elói, que era nosso vizinho e com quem fiz uma boa amizade naquela época.

No sábado fui com a Irene na casa do Elói, que estava cheia do convidados para o aniversário. Tinha muitas crianças, quase todas americanas filhas de brasileiros. Foi bom reencontrar o Elói após muitos anos. Também acabei encontrando o Anderson, outro conhecido antigo. Tanto ele como o Elói são curitibanos. E fiquei conhecendo a Bianca, esposa do Elói e seus três filhos. Foi uma tarde agradável, onde provei o tradicional churrasco americano, feito com hamburger. O resto do dia fiquei conversando e depois fui ver o pessoal jogar futebol.

A noite acabei jantando na casa do Elói e conversamos bastante. Como ficou tarde, acabei indo dormir na sala da casa da Irene. Conversamos até bem tarde e tive que contar a ela detalhadamente o que fiz nos últimos anos, bem como tentar explicar uma certa burrada que fiz com alguém que ela conhece. Ela ficou inconformada com a história e me chamou de burro para cima. Essa é a Irene! Uma grande pessoa, de coração enorme e sinceridade também, que não exita em chamar de burro o amigo aqui. Mas ela tem razão sobre tal fato, que prefiro não detalhar. Mas é a vida… vivendo, fazendo burradas e tentando aprender com isso tudo.

Elói, Vander e Anderson. (17/09/2011)
Happy Birthday.
Conversando no quintal.
Vendo o pessoal jogar futebol.
Com Irene.

Monumento no Lago Eola

Um monumento existente próximo ao Lago Eola e que acho muito interessante é o que presta homenagem a todos os soldados que morreram na Batalha de Bulge, que aconteceu na Bélgica durante a Segunda Guerra Mundial. Do monumento fazem parte a estátua de um soldado, onde na base existe uma placa de bronze e dos lados os escudos das diversas divisões das quais faziam parte os soldados mortos. Próximo existem mastros com bandeiras e numa calçada estão gravados os nomes de todos os norte americanos mortos nessa batalha.

PS: A série de TV “Band of Brothers”, produzida pela HBO, mostra essa batalha em um dos dez episódios da série.

Estátua.
Placa de bronze.
Calçada com o nome dos mortos.
Nomes de alguns dos mortos.

Lago Eola

No centro de Orlando fica o Lago Eola (Lake Eola). A cidade foi construída numa região pantanosa e cheia de lagos e o Eola pode ser considerado o principal, por ficar justamente no centro da cidade. No centro do lago existe um chafariz flutuante, que a noite com luzes especiais transforma a visão do lago muito bonita. Infelizmente nessa última visita que fiz ao lago o chafariz estava desligado, creio que para consertos.

Em volta do lago a paisagem é bonita e variada, onde entre outras coisas existem alguns monumentos e áreas de lazer. Também tem um anfiteatro para shows ao ar livre, que foi construído pela Disney e doado a cidade. E algo que acho interessante é um local destinado a casamentos ao ar livre, com um pulpito e bancos. É um costume norte americano fazer casamentos ao ar livre, se vê muito isso em filmes. Anos atrás, quando visitei o Lago Eola pela primeira vez estava acontecendo um casamento ali e fiquei de longe olhando, pois para mim era uma experiência nova e interessante.

Lago Eola e o chafariz desligado (a direita).
Lago Eola. (15/09/2011)
Local onde se realizam casamentos.
Anfiteatro.
Placa de doação da Disney.
Lago Eola. (15/09/20110)
Arredores do Lago Eola.
Lago Eola.

Downtown Orlando

Estive visitando o centro (downtown) de Orlando. A cidade é grande e bastante “esparramada”, mas o centro é relativamente pequeno. E diferente do restante da cidade que é cheia de turistas, o centro é pouco frequentado, pois não possui grandes atrações. Os turistas preferem frequentar os vários parques temáticos e os diversos restaurantes, lojas e shopping centers que existem por quase toda a cidade. Com certeza são poucos os brasileiros que já estiveram em Orlando e conheceram o simpático centro da cidade.

Centro de Orlando. (15/09/2011)
Centro de Orlando. (15/09/2011)
Centro de Orlando. (15/09/2011)
Centro de Orlando. (15/09/2011)
Centro de Orlando. (15/09/2011)

Almoço no Denny’s

E o primeiro almoço nessa minha volta a Orlando, acabou sendo no Denny’s. Só não foi no mesmo Denny’s onde trabalhei, por que esse não existe mais. Mesmo assim foi bom comer a deliciosa e calórica comida do Denny’s. Desde que tinha ido embora de Orlando no final de 2003 que eu não comia panqueca doce. Se bem que na época que eu trabalhei no Denny’s eu tinha até enjoado das panquecas, não suportava mais o cheiro ou o sabor. Mas após quase oito anos voltei a gostar das panquecas. Minha única reclamação foi com relação aos copos da Coca-Cola, que antes eram de vidro, maiores e lisos. Agora são de plástico, o que achei meio sem graça. Lembro que no tempo em que trabalhei no Denny’s quebrei muito desses copos. Tenho um guardado em minha coleção de itens da Coca-Cola. Esse ganhei de presente, guardo com carinho e nunca usei, pois como sou desastrado com copos, melhor não arriscar… rs!

Denny’s da Kirkman Ave.
Almoço no Denny’s.
Deliciosas calorias…

Em Orlando

O voo entre Miami e Orlando foi tranquilo. O avião estava cheio de turistas, principalmente de brasileiros, e na aterrisagem o pessoal inclusive bateu palmas. O processo de desembarque foi meio lento, mas sem maiores problemas. Peguei o trenzinho até o local onde se retira as bagagens e em seguida fiquei numa espécie de praça que tem no aeroporto, esperando minha “velha” amiga Consuelo ir me buscar. Nos conhecemos há uns 17 anos, desde os tempos em que trabalhamos juntos na Stella Barros Turismo, em Curitiba. Em maio de 2002 quando vim a primeira vez aos Estados Unidos foi por incentivo dela, que me recebeu aqui e me mostrou como era a cidade e como muitas coisas funcionavam. Depois tive mais uma passagem por Orlando, onde acabei vivendo um ano por aqui entre novembro de 2002 e dezembro de 2003. E agora estou retornando, após quase oito anos ausente. A diferença da primeira vez em 2002 quando a Consuelo foi me buscar no aeroporto e agora, é que ela está casada e tem uma filha.

A Consul não demorou muito a chegar e logo estávamos circulando por uma das muitas estradas que cortam a cidade. Achei que o impacto seria igual das primeiras vezes, ou então igual quando se chega num pais estranho e você fica olhando para os lados e achando tudo diferente. Dessa vez nada disso aconteceu, foi até meio frustrante. A sensação era igual a que sinto quando fico um tempo longe de Campo Mourão ou de Curitiba e retorno. Aquele gostinho de novidade não existe mais. Mesmo assim foi bom estar de volta a Orlando, cidade de que gosto muito e que faz parte de minha história, pois durante o ano que vivi aqui tive muitas experiências interessantes e conheci muita gente. Alguns poucos amigos ainda vivem na cidade. Nos dias que passarei aqui vou aproveitar para rever lugares de que gostava e reencontrar amigos que aqui deixei. E também curtir um pouco da cidade e das coisas boas que ela proporciona.

Chegando a Orlando. Do alto da para ver alguns dos muitos lagos da cidade.
Pegando o trenzinho para ir até o terminal de bagagens.
Pracinha de espera dentro do aeroporto.

Terceira viagem aos Estados Unidos

Fazia um ano que estava planejando uma viagem mais “distante” e demorada. E por “n” motivos tive que adiar algumas vezes tal viagem. A princípio essa viagem era para ter sido com destino a Europa, mas em razão de problemas físicos que me impossibilitariam de fazer as principais coisas que gostaria de fazer na Europa, acabei mudando o destino da viagem e em vez de Europa segui para a América do Norte. Essa é minha terceira viagem para os Estados Unidos. E mais uma vez o destino principal é a cidade de Orlando, na Florida, onde morei durante um ano entre 2002 e 2003.

Após uma semana corrida onde tive muitas coisas para resolver, finalmente consegui arrumar minha mala, que não era muito grande. As despedidas até que foram tranquilas. As únicas exceções foram minha avó e minha mãe, que choraram um pouco. Não gosto de despedidas e com choro acaba sendo ainda pior, o astral fica lá embaixo. Uma despedida especial aconteceu na noite anterior a viagem. Apesar de ter sido rápida, foi bem interessante. Confesso que nessa despedida fiquei com vontade de ficar, de não viajar. Mas viajei, a vida segue e o futuro dirá o que acontecerá (ou não) quando eu voltar.

Meu irmão me levou até  o aeroporto de Maringá . Na despedida nosso amigo Sidão também estava presente. Na hora do embarque os dois ficaram numa cerca próxima a pista do aeroporto, tirando fotos e me zoando de longe. Em Maringá  o embarque é feito na pista, e embarquei bem próximo a cerca onde eles estavam. O motivo maior da zoação é melhor eu não contar aqui. Mas com certeza eles gostariam de estar no meu lugar na hora do embarque e não era em razão da viagem… rs! O voo até Curitiba, local da primeira escala, foi tranquilo. Teve apenas uma turbulência curta no meio da viagem, daquelas inesperadas e que acabam dando susto. Em Curitiba fiquei pouco mais de três horas no aeroporto, esperando o voo para São Paulo. Fiquei na Sala Vip da Itaucard, lendo jornal e comendo. Ao menos dessa forma as horas de espera foram agradáveis.

Embarquei no final da tarde rumo à Guarulhos. Outra viagem tranquila, onde o único contratempo foi ter que ficar vinte minutos dando voltas próximo ao aeroporto, pois o tráfego de aviões era grande naquele momento. E os “caras” ainda querem fazer Copa do Mundo e Olímpiada num pais com estrutura tosca igual a do Brasil. No aeroporto de Guarulhos dei uma última ajeitada na mala e na mochila, para ver se não tinha nada que me causasse problema com a segurança da American Airlines, que é bastante rígida. Mesmo chegando para fazer chekin com mais do que as duas horas exigidas, acabei quase perdendo o voo. A fila estava enorme e depois para passar pela revista e raio x, e também pela Polícia Federal, foi um caos. Filas enormes, poucos funcionários e políciais, estrutura medonha, pouco espaço físico. Nas filas você ouvia muito gente questionando como o Brasil vai conseguir comportar eventos esportivos grandiosos iguais Copa do Mundo e Olimpíada, se o maior aeroporto do pais não da conta da demanda de passageiros num dia normal. Até lá muita correria vai acontecer e muito dinheiro vai desaparecer, com certeza!

Embarquei atrasado, mas não fui o único. Teve mais gente que se atrasou por culpa das filas enormes. Isso fez com que o voo saísse com mais de uma hora de atraso. Essa foi a segunda vez que viajei pela American Airlines. O avião era um Boeing 777, enorme. Fui sentado bem no fundão, na penúltima poltrona e ao lado do banheiro. Fiquei no corredor da fila de quatro poltronas do meio. No avião embarcaram várias misses, que tinham participado do Concurso de Miss Universo, que aconteceu em São Paulo. Sempre achei que concurso de miss é uma furada, pois não são as mais bonitas que participam. E mais uma vez ficou comprovada minha teoria, pois já tive namoradas e ficantes mais bonitas do que algumas das misses que estavam no avião. E tinha uma miss de um pais asiático, que eu não ” pegava” de jeito nenhum… rs!!

Sempre dou azar em voos, seja com atrasos, turbulências, cancelamentos e com pessoas que sentam ao meu lado. Dessa vez mesmo com um avião cheio de misses, do meu lado fui um gordinho. O cara ocupava o assento dele, metade do assento do cara que estava a sua esquerda e metade do meu assento. Quando vi meu vizinho de viagem, imaginei que a viagem seria longa e torturante. E não foi diferente, pois teve bastante turbulência no início da viagem e no fundo chacoalha bem mais. Outro problema foi que toda hora as comissárias ficavam passando no corredor e esbarrando em mim, bem como o pessoal que ia ao banheiro. E para piorar, no dia anterior eu tinha retirado os pontos de um ferimento que fiz na cabeça. E no local dos pontos ficou uma pequena ferida que incomodava e o local da ferida era justamente onde a cabeça encostava na poltrona. Então dormir durante a viagem acabou sendo algo muito complicado. Pouco antes da meia noite foi servido o jantar, que talvez em razão da fome que eu estava, achei muito saboroso. Depois assisti três filmes para passar o tempo. Na metade do último acabei pegando no sono. Fui acordado umas duas horas depois, pelo meu vizinho de poltrona. Ele disse que estava precisando ir ao banheiro urgentemente e que tinha ficado mais de uma hora se segurando, pois não queria me acordar. Não reclamei, pois estávamos quase no final da viagem e os comissários estavam servindo o café da manhã.

Chegamos em Miami ainda estava escuro. O fuso horário com relação ao Brasil é de uma hora a menos. Daqui uns dias será de três horas a menos, pois vai acabar o horário de verão na Florida e começar o horário de verão no Brasil. O desembarque foi demorado e tranquilo. Depois fui fazer os trâmites de imigração. Algumas perguntas, várias respostas e me deram seis meses de permanência. Depois fui passar pela aduana e o cara que me atendeu implicou com minha mala, que era pequena. Respondi a ele que pretendia comprar muitas roupas e mais uma mala aqui nos Estados Unidos. Ele não se convenceu muito disso e me mandou para a fila do raio x, e revista especial. Bem que eu podia ter dito a ele que outro motivo da mala ser pequena é porque nos Estados Unidos as roupas não são secadas em varais, mas sim em secadoras. E como o algodão que utilizam na fabricação das roupas no Brasil é de péssima qualidade, as roupas encolhem quando são lavadas aqui nos Estados Unidos. As cuecas e meias então, após três lavagens e secagens ficam parecendo roupas de criança. Como não sabia se ele ia entender tal explicação, ou se ia achar que eu estava zoando com ele, achei melhor ficar quieto e seguir para a fila que ele me indicou.

Após passar pelo raio x, entregar minha mala para um funcionário da imigração e seguir para mais alguns trâmites, onde tive que tirar o tênis e a meia, além de responder mais um monte de perguntas, finalmente me liberaram e fui procurar o portão de embarque para o próximo e último voo. O aeroporto de Miami, bem como o de Orlando, meu destino final, são enormes. Tem até um pequeno trem que temos que utilizar para ir de um local a outro do aeroporto. Como era a terceira vez que eu estava no Aeroporto de Miami, não tive grandes problemas em encontrar meu portão de embarque. Estava amanhecendo o dia quando entrei no avião, para uma curta viagem até Orlando, distante 400 km dali. Quando o avião começou a se mover rumo ao ponto de decolagem lembrei de algo meio tolo, mas interessante. Dali meia hora eu estaria em Orlando, e seria a primeira vez na vida em que em menos de 24 horas eu teria estado nas três cidades onde já morei: Campo Mourão, Curitiba e Orlando.

Primeira hora de voo.
Vendo no GPS onde estavámos.

11 de setembro

Hoje está fazendo dez anos dos atentados terroristas de 11 de setembro. Tal data é marcante para os norte americanos e para o resto do mundo também, pois tal fato é um divisor histórico onde muita coisa que era de um jeito antes do 11 de setembro de 2001, passou a ser de outro jeito após essa data. Ser atacado dentro de seu território feriu muito o orgulho e o patriotismo norte americano. Diferente de nós brasileiros que somos patriotas somente de quatro em quatro anos, os norte americanos em sua maioria são patriotas diariamente.

Muita gente lembra o que estava fazendo em 11 de setembro de 2001. Eu particularmente lembro muito bem. Na época trabalhava numa agencia de turismo em Curitiba e de repente o telefone começou a tocar, gente dizendo para ligarmos a TV. E outras ligações eram para pedir informações sobre passageiros nossos que estavam viajando pelos Estados Unidos naquele dia. Parentes queriam saber número de vôos.  Quando ficou claro que realmente era um atentado terrorista, telefonei para meu irmão e para a Talita, minha namorada na época, perguntando se estavam vendo a TV. Lembro de minha chefe olhando inconformada para a TV e dizendo que Nova York não seria mais a mesma sem o World Trade Center. Naquele dia não fui almoçar, fiquei vendo o noticiário. E a noite não fui para a faculdade, preferi ficar em frente à TV.

Nove meses após os atentados, fui pela primeira vez aos Estados Unidos. E nessa viagem deu para perceber que o 11 de setembro ainda estava fresco na memória dos norte americanos. Voltei outra vez aos Estados Unidos e em setembro de 2003 estive em Nova York, e visitei o local onde ficavam as torres gêmeas. Naquela época estavam escavando um buraco enorme para reconstruir o metrô. Muita gente estava visitando o lugar nesse dia e pude ver pessoas rezando e outras chorando.

Que os Estados Unidos são imperialistas e se preocupam mais com seu próprio umbigo, isso é fato. E acho que estão corretos, pois acredito que primeiro devemos pensar em nossa casa e no bem estar dos nossos, para depois pensar nos outros. Isso não é egoísmo, isso é ser racional. Tem muita gente que critica os norte americanos por isso. E no tempo em que lá morei, pude ver de perto que a maioria sabe pouco sobre o resto do mundo, mas sabe muito sobre o próprio pais. Melhor ser assim, do que saber sobre o resto do mundo e não saber quase nada da história de nossa própria cidade, o que é o caso da maioria dos brasileiros.

Durante a faculdade de história tive alguns professores anti-americanos, que diziam boicotar marcas norte americanas e nem Coca- Cola tomavam. O pior é que muitos alunos iam na onda, meio que achando que todo historiador tem que ser de esquerda. No meu caso que não sou de direita, esquerda ou centro, posso dizer que gosto dos Estados Unidos e da cultura americana. Para quem começou a ser alfabetizado com revistinha Disney, que gostava de Elvis Presley e amava filmes de faroeste, não tem como não gostar dos Estados Unidos e de sua cultura. Eles foram espertos e conquistaram o mundo com sua música, seus filmes, seu modo de vida. Então que os demais países (principalmente os de esquerda) tentem fazer o mesmo e que consigam ser tão competentes como os yankees foram nesse quesito.

E estou embarcando para mais uma viagem aos Estados Unidos, pouco depois do 11 de setembro. Vai ser meio “estranho” fazer um vôo interno pela American Airlines, que teve dois aviões destruídos nos ataques terroristas de dez anos atrás. Mas deixando o medo de lado, vou aproveitar ao maximo essa viagem e aproveitar para visitar mais uma vez Nova York e rever o local onde ficavam as torres cuja destruição marcou o mundo.

Ao fundo local onde ficava o World Trade Center. (setembro/2003)
Em frente o local onde ficava o World Trade Center. (setembro/2003)

Pedalando no feriado…

Para aproveitar à tarde ensolarada de feriado, eu e o Luis César, meu “velho” amigo de pedaladas fomos dar uma volta de bike. Fazia dez meses que não pedalávamos juntos. A última vez tinha sido no feriado de finados. Depois disso andei viajando bastante e também fiquei um bom tempo machucado. Já o Luis César acabou sendo pai nesse período e trocou os passeios de bike por trocas de fraldas.

O passeio foi gostoso, pois mesmo com sol o dia estava com uma temperatura amena. Acabamos fazendo 25 km, tudo em asfalto. Quase no final do passeio presenciamos um acidente, onde um motoqueiro bêbado com uma garota na garupa resolveu descer na contramão de um viaduto e bateu de frente com um carro. Fui dar água para a garota que estava caída num gramado. Ao ver a perna dela com uma fratura quase exposta e com buracos saindo sangue, quase fui eu a precisar de água. Logo o Siate chegou e achamos melhor ir embora, pois ver sangue e pessoas machucadas não é algo de que gostamos.

Vander e Luis César. (07/09/2011)
Ao lado do trigal.
Trigal…
O Siate chegando para atender os acidentados.
Após os 25 km de bike, nada como uma Coca-Cola.

Churrasquinho no feriado

Aproveitando o feriado em plena quarta-feira, fizemos um alegre churrasco com os “meninos” da Iline Informática. Além de comer muito, demos boas risadas lembrando de histórias engraçadas do passado e contando causos. E como parte do pessoal vai ter que trabalhar a tarde, o churrasco foi regado a Coca-Cola somente.

O churrasqueiro em ação...
Maico, o comilão... rs!!
Vander, Wagão, Sid, Maico, Marmita e Dente.

189 anos de independência do Brasil

Como homenagem aos 189 anos de independência do Brasil, vou utilizar um pouco de meus dotes de historiador e contar a história de um quadro. Esse quadro é famoso e com certeza todos os brasileiros que estudaram um pouco de história na escola, viram a imagem desse quadro em alguma cartilha. Tive o privilégio de ver esse quadro ao vivo e a cores, e posso lhes garantir que ele é muito bonito. Mas como é normal na história passada e atual de nosso querido pais, nem tudo o que parece é realmente verdade. O nome desse quadro é “Independência ou Morte” e foi pintando por Pedro Américo. 

Infelizmente a história é sempre contada pela visão dos vencedores e também ensinada de acordo com o contexto sócio-político de determinado local ou  época. Isso faz com que desde a infância seja nos apresentada uma história que é reconhecida universalmente e que jamais pode ser discutida. Na história do Brasil é comum que heróis sejam esquecidos e que personagens inexpressivos sejam transformados em heróis. Que fatos sejam alterados ou inventados, de acordo com os interesses da ideologia dominante em certa época. Tudo isso para se tentar valorizar um regime de governo ou determinada orientação política vigente.  Esse quadro do Pedro Américo é um exemplo clássico disso. A bela imagem que nos foi passada desde a infância, mostrando como foi o momento sublime da independência é na verdade uma imagem que foi retratada bem diferente da imagem real do 7 de setembro de 1822.

A independência do Brasil foi proclamada em 1822, mas Pedro Américo só terminou de pintar o quadro em 1888 em Florença, na Itália, onde ele vivia na época. Esse quadro foi encomendado pela Família Real, que desejava ressaltar a monarquia e seus heróis. O regime monárquico estava cambaleante e caiu em 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da República. E como se tratava de um quadro encomendado, referente a um fato histórico ocorrido muitos anos antes e presenciado por poucos, Pedro Américo decidiu mudar um pouco a imagem do momento do grito de independência feito por Dom Pedro I. Tal momento foi “reconstruido”, passando uma imagem mais pomposa.

Entre as principais alterações feitas, o autor do quadro chegou a “desviar” o curso do riacho do Ipiranga, que a rigor estaria passando por trás de quem observasse a cena naquele local. Outra alteração feita é com relação ao tamanho da comitiva, que não tinha tantos membros igual o quadro retrata. As roupas também não eram iguais as que aparecem no quadro, todas roupas de gala. A comitiva de Dom Pedro I tinha subido a Serra do Mar, vinda de Santos e ninguém naquela época usava roupas de gala em viagens, pois elas eram quentes e cheias de enfeites. Na verdade todos deveriam estar usando trajes mais práticos e simples e possivelmente cheios de pó e barro da estrada, que naquela época era pouco mais que uma trilha no meio do mato. E o principal é que Dom Pedro I não estava montado num imponente cavalo. Naquela época para viagens longas e principalmente subindo uma serra, eram utilizados jumentos e mulas. E conta a lenda que Dom Pedro I estava com uma forte diarréia e que tinha parado naquele local às margens do riacho Ipiranga para dar uma “aliviada”. 

Mesmo não retratando a “imagem” real do momento do grito da independência, o quadro de Pedro Américo possui um valor inestimável para a história brasileira. O quadro mede 7,60 x 4,15 metros. Pedro Américo se preocupou em estudar todos os detalhes do quadro, como roupas e armas utilizadas na época em que ocorreu o grito da independência. Para a produção deste quadro ele se dirigia freqüentemente ao bairro do Ipiranga, próximo ao riacho, para conhecer melhor a luz e a topografia do local, entre outros aspectos. Desde que foi pintado, esse quadro está no Museu do Ipiranga (atualmente chamado de Museu Paulista da USP), em São Paulo. Inclusvie quando da construção do Museu, Pedro Américo pediu que a parede onde ficaria o quadro fosse um pouco inclinada para possibilitar uma melhor visualização e sentido de dimensão de sua obra. 

No local onde aconteceu o grito de independência em 1822, nos dias de hoje pouca coisa lembra como ele era na época. O riacho do Ipiranga é poluído e está quase esquecido em meio a avenidas e outras construções. Próximo a ele foi constuído o Monumento à Independência. Debaixo do monumento fica a cripta onde estão os restos mortais de Dom Pedro I, trazidos de Portugal em 1972. Ao lado dos restos mortais de Dom Pedro I, também estão os restos mortais de suas duas esposas, Leopoldina e Amélia. Os restos mortais de sua amante, a Marquesa de Santos, estão sepultados um pouco distantes dali, no cemitério da Consolação. O coração de Dom Pedro I está conservado e guardado como relíquia em um mausoléu na capela-mor da Igreja da Lapa, em Porto, Portugal.

Quadro: Independência ou Morte
Salão Nobre do Museu do Ipiranga.
Museu do Ipiranga.
Monumento à Independência.
Urna com os restos mortais de Dom Pedro I.
Local onde aconteceu o grito da independência, nos dias atuais.
O riacho do Ipiranga hoje em dia.