Dessa vez não tinha nenhum galo para me acordar de madrugada, mas mesmo assim acabei acordando as 5h34mim. É que chegou uma mulher que ia preparar uma espécie de exposição sobre a cultura ucraniana. E o local onde a tal exposição seria montada era justamente a poucos metros de minha barraca. Com muito custo consegui voltar a dormir, até que pontualmente às 6h30min parecia que tinha uma banda de rock tocando no acampamento. Era o celular da Karina que despertou. Ela tinha esquecido o despertador do celular ligado e acabou acordando quase todos com a barulheira. Depois dessa desisti de tentar dormir e resolvi levantar. E aproveitei para fazer uma boa ação e acordar os que ainda estavam dormindo. Mas o pessoal é meio mal educado e mesmo eu fazendo uma boa ação em acordá-los, fui xingado por alguns. Né Valter? rs!!
Depois de desmontar a barraca e guardar tudo na mochila, aproveitei para dar uma volta pelo local. Pude então ver o sol nascendo e iluminando os trigais maduros, um belo espetáculo. Também pude ver a cidade de Ivaiporã, ao longe. Não imaginei que a cidade fosse tão “grande” como é, imaginava que fosse uma cidade bem pequena. O restante do pessoal levantou finalmente e também desmontou as barracas. Quando fui guardar minha mochila no carro tomei um susto, pois na mochila tinha uma aranha “gigante” grudada. Quando pensava no que fazer com a aranha, ela foi mais rápida e se “atirou” dentro do carro, indo parar debaixo do banco traseiro. Tentei encontrar a aranha e tirá-la de lá, mas não obtive êxito na “caçada”. Então deixei para resolver o problema depois.*
Logo uma Kombi veio nos buscar e nos levou até a Comunidade da Água da Laranjeira, onde seria o início da caminhada. Tinha bastante gente no local e muito mais gente chegando. Depois vim saber que próximo a mil pessoas estiveram participando da caminhada, que faz parte do projeto de Caminhadas na Natureza (http://www.andabrasil.com.br/). Fomos tomar café e encontramos mesa farta, com muitas opções saborosas. Normalmente não tomo café da manhã, mas em caminhadas procuro comer algo, pois o desgaste físico é grande e o almoço quase sempre atrasa. Ao sentar a mesa, em minha frente tinha um rapaz de barba que se mostrou muito simpático e que conversou um pouco conosco. Mais tarde fui saber que ele era o padre da comunidade. O pior é que ele não tinha “cara” de padre. Ainda bem que na frente dele não falei nenhum palavrão ou alguma outra bobagem. No café encontrei mais amigos de Maringá, que fazem parte do grupo do Jair.
Após o café todos se reuniram no pátio em frente à pequena e simpática igreja do local e após discursos do prefeito e de outras pessoas, o padre fez uma oração e uma personal trainer comandou o aquecimento. E pouco depois das 9h30mim começou a caminhada. Nosso pessoal ficou no final, pois costumamos ir devagar, curtindo o caminho, admirando as paisagens e tirando fotos. Nessas caminhadas tem muita gente que parece estar participando de uma corrida e quer chegar o quanto antes ao final, sem nem curtir o caminho.
Seguimos por uma estrada, e logo entramos em uma região de mata e ali encontramos um certo congestionamento. Percorremos a trilha pelo meio da mata, seguindo ao lado de um rio. Me chamou atenção à cor da água do rio, que era clara. Normalmente nessas regiões de terra vermelha a água é bem escura. Logo chegamos a um sítio, onde foi montado pelo proprietário uma espécie de circuito. Você passava entre outras coisas por uma fábrica de móveis, galinheiro, jardim, alambique e também por uma cozinha rústica onde fazem doces. Num fogão de barro estava sendo defumado carne de frango. Nesse sítio tinha um balanço onde muitos aproveitaram para brincar um pouco. Seguindo com a caminhada, subimos um morro no meio do mato e depois saímos em uma estrada, para depois seguir um tempo por um carreiro no meio de um trigal. Algum tempo depois chegamos à chácara da Nadir, o local onde tínhamos dormido. Ali estava montada uma espécie de exposição sobre a cultura ucraniana, que é bem forte na região. Tinha livros, discos, fotos e outros objetos. E também tinham alguns jovens vestidos com trajes típicos. O prefeito de Ivaiporã também estava ali, pois estava participando da caminhada e aproveitou a parada para tirar algumas fotos com o pessoal.
Seguimos nosso caminho e passámos a caminhar numa região com muitas plantações de trigo e quase nenhuma árvore. Logo chegamos num local onde um grupo de cavaleiros tinham armado uma espécie de acampamento e preparavam uma costela ao fogo de chão. Ali também tinha um touro com uma sela. Mesmo parecendo domesticado o touro dava medo. Acabei subindo no bicho para tirar fotos e levei uma “rabada” que arranhou meu lábio e só não me acertou o olho em razão de eu estar de óculos. A sensação em cima do touro não é das melhores, pois o bicho se mexe e da à impressão que a qualquer momento ele vai sair disparado, pulando igual nos rodeios. Como não tenho pretensão de me tornar caubói de rodeio, logo desci do bicho. A Karina e o Igor também subiram no touro para tirar fotos. Os demais preferiram descansar e tomar chimarrão numa mesa próxima.
Continuamos caminhando e chegamos num lago muito bonito, cercado de árvores. Não nos demoramos muito ali e voltamos a caminhar. Passamos por uma pequena mata, saímos numa estrada, depois voltamos a caminhar pelo meio da mata, para logo caminhar por uma trilha que ficava entre a mata e uma plantação de milho recém colhida. Então chegamos a uma fazenda e ali bebemos água, descansamos e alguns de nosso grupo aproveitaram para comer algo. Logo voltamos a caminhar e no final de uma subida passamos por uma placa que indicava que estávamos no quilômetro número dez. Faltavam mais dois quilômetros para o fim. Continuamos caminhando e o sol começou a castigar, fazia muito calor. Pelo caminho encontramos poucas pessoas. A maioria dos caminhantes já tinham chegado ao final da caminhada e deveriam estar almoçando. Os quilômetros finais foram sem muitos atrativos e então chegamos a Comunidade Pindauvinha.
Fomos direto para o barracão onde estava sendo servido o almoço. O cardápio era bem rural, com saladas, porco e frango. Comi bastante para recuperar as energias gastas e depois fiquei conversando com o pessoal. Pouco depois das 15h00 tiramos uma foto com todo nosso grupo e em seguida dois carros da Emater nos levaram até a chácara da Nadir, onde estavam nossos carros. Ali conversamos um pouco, alguns tomaram banho e em seguida nos despedimos e pegamos à estrada. Foi mais um final de semana gostoso, conhecendo lugares e pessoas, em contato direto com a natureza. Para quem gosta de programas assim não existe nada melhor. E que venham às próximas caminhadas!
* Na metade da viajem de volta, a Karina foi pegar o celular em sua bolsa que estava no banco de trás e soltou um grito ensurdecedor. Ela viu a aranha gigante no chão. Como a aranha não morreu de susto com o grito da Karina, ela tirou a sandália, criou coragem e acertou uma única e certeira “sandalhada” na pobre aranha, que nesse momento deve estar em paz no céu dos insetos. rs…