Após um longo tempo sem pedalar, sábado voltei a andar de bike. Nos últimos dias tinha voltando de forma leve ás atividades esportivas, caminhando, fazendo alongamento e correndo um pequeno trecho. E o melhor de tudo é que meu tendão não doeu em nenhum momento o que me deixou extremamente feliz. Agora vou continuar as atividades esportivas, intensificando o volume e grau de dificuldade aos poucos. Já são quase dez meses parado para recuperar o problema no tendão, então preciso voltar com calma ás atividades.
O passeio de bike foi de 16 km, onde nos primeiros dois quilômetros pensei em desistir, pois senti muitas dores nas pernas, mas depois que o corpo esquentou as dores sumiram. A parte ruim foi que estava frio e na volta para casa enfrentei um vento muito gelado bem na cara. Outro ponto negativo foi atravessar de forma displicente uma grande avenida próxima a PUC, olhando somente para um dos lados da rua e por muito pouco não fui atropelado. Nunca tinha dado uma bobeira dessas em meus passeios de bike e daqui pra frente á atenção será redobrada, pois qualquer mínima distração pode ter conseqüências sérias.
Essa semana pude matar minha vontade de Manteiga de Amendoim (Peanut Butter). A Carmen voltou do Canadá e me trouxe um pote, daí o Wagão voltou dos Estados Unidos e me trouxe dois potes da JIF e ainda me deu outro pote que tinha trazido do Chile em maio. Agora tenho dois quilos de manteiga de amendoim que vão durar por um longo tempo.
E o Blog completou um ano de vida. Ele que começou meio que sem querer, com o passar do tempo foi ganhando forma e nos últimos meses está com uma média de mil visualizações mês, o que é muitíssimo acima do que jamais imaginei. E já que a “brincadeira” está dando certo, vamos seguir adiante e ver se ele chega aos dois anos de vida. Até aqui foram 150 postagens, 5.036 visualizações, com 28 comentários. O dia mais movimentado foi 16 de junho, quando aconteceram 65 visualizações no mesmo dia.
Após quase dez dias no Rio Grande do Sul, ontem finalmente voltei para casa. Viajei no meio da tarde, o tempo estava bom, o avião saiu no horário, ou seja, tudo perfeito, até demais. Sempre que viajo sozinho pro Rio Grande do Sul acontece algum problema. Quando viajo com outros companheiros do trabalho, normalmente tudo da certo. Isso já está até virando motivo de piada, de que sou pé frio e que ninguém quer viajar junto comigo. E ontem não foi diferente, após meia hora de vôo achei estranho quando o avião fez uma manobra que normalmente não faz naquele momento do vôo. Após quatro anos voando nessa rota com certa freqüência, acabei meio que decorando os procedimentos normais. Mais estranho ainda foi quando percebi que o avião estava voltando para Porte Alegre. Levantei a cabeça assustado a procura de uma comissária para perguntar o que estava acontecendo e antes que encontrasse alguma o piloto avisou pelo rádio que o aeroporto de Curitiba estava com problemas de radar, o que gerou um aumento no trânsito de aeronaves. Por essa razão ele tinha recebido a ordem de ficar onde estava e que se o problema perdurasse por mais tempo, seguiríamos até Campinas, pois não dava pra ficar rodando no mesmo lugar por muito tempo, já que existe um nível de segurança para o consumo de combustível. Após esse aviso soltei em voz baixa um “tava demorando”, meio que conformado e com raiva de sempre ter algum problema em meus vôos solo. Tentei continuar lendo meu livro, mas ficar voando em círculos pra mim é bastante incomodo, pois ataca minha labirintite. Fiquei torcendo em silêncio para que não precisacemos ir pra Campinas, pois atrasaria muito a viagem. Após 20 minutos de vôo em circulo, novo aviso do piloto, de que ainda não tinham resolvido o problema em Curitiba e que em vez de irmos pra Campinas a nova opção de desembarque seria Florianópolis, que era bem mais perto de onde estávamos. Mais cinco minutos de vôo em círculos e novo aviso, dizendo que finalmente seguiríamos para Curitiba. Fiquei feliz!
Chegando em Curitiba já estávamos perto do aeroporto, em baixa altitude, na rota de aterrissagem, quando de repente o avião começou a subir e se distanciou do aeroporto. Mau sinal isso, comecei a me preocupar novamente. Demos duas voltas por sobre Curitiba e na terceira volta, quando estávamos sobrevoando o bairro Champagnat, o avião acelerou bruscamente e começou a subir. A manobra era totalmente estranha e muitos passageiros estavam olhando para os lados assustados. Eu fiquei colado na janelinha e logo vi que a nossa esquerda tinha outro avião quase na mesma altitude e numa distância que não é normal. Em dezenas de vôos que já fiz, nunca tinha visto outro avião voar tão perto do avião em que eu estava. Entendi então o motivo da subida rápida que estávamos fazendo e ao mesmo tempo fiquei ainda mais preocupado, pois a situação não era nada normal. Logo começamos a baixar e ficamos na rota que segue até o aeroporto, inclusive passando quase por cima de minha casa.
Aterrissamos sem problemas e quando pensei que tudo estava bem, notei que seguíamos para uma parte distante do aeroporto e então vi que todas as plataformas de desembarque estavam ocupadas e o trânsito no aeroporto estava intenso. O avião mal parou e o pessoal começou a se levantar, logo o piloto deu o aviso costumeiro para a comissária destravar a porta. Estava olhado pela janela e nesse momento dei uma risada que fez com que outras pessoas me olhassem espantadas, principalmente a senhora que tinha viajado ao meu lado e que já estava em pé esperando para desembarcar. Olhei pra ela e falei que podia sentar de novo, porque não tinha escada para descermos. Em seguida o piloto falou pelo rádio que o pessoal de terra não estava preparado para nosso pouso fora das plataformas e que não tinha escada no local para descermos. Ele pediu desculpas pelo ocorrido e que esperássemos um pouco. Dali alguns minutos começou a chegar vários veículos da TAM, com o pessoal da limpeza, o da bagagem, combustível, ônibus para os passageiros, a nova tripulação, pois o vôo seguiria para Fortaleza e finalmente a escada. Sei que foi muito engraçada aquela cena do pessoal vindo rapidamente para o local onde estávamos. Fiquei me divertindo observando a cena e acabei esquecendo de fotografar o momento em que traziam a tão aguardada escada. Mais alguns minutos e finalmente desembarcamos, seguindo de ônibus até o terminal de desembarque. Ao todo foram cinqüenta minutos de atraso e para mim a certeza de que minhas viagens solitárias entre Curitiba e Porto Alegre sempre trazem surpresas desagradáveis e algumas até engraçadas. Daqui pra frente vou pedir pra sempre viajar acompanhado, pois estou começando a acreditar no pessoal que me chama de pé frio.
E a chuva não para, desde sexta-feira que chove sem parar dia e noite, noite e dia. Com tanta água caindo, a melhor opção foi passar o dia no hotel, dormindo, comendo, lendo e vendo TV. Vi dois filmes e duas partidas de futebol, além de outras “porcarias”. Só dei uma rápida saída até o quarteirão de cima, para comprar sorvete, pois estava com “desejo”. Já estou com dor nas costas de ficar deitado. O dia foi muito bom para descansar, já que a semana foi de bastante trabalho.
Hoje choveu o dia todo aqui no sul. Levantei tarde e depois fui para Porto Alegre passear. A chuva acabou atrapalhando o passeio e não me demorei muito, logo voltando ao hotel em São Leopoldo. Até Porto Alegre leva meia hora de trem (metrô de superfície). Dei uma rápida caminhada pelo centro e fui num lugar onde já estive ano passado e de que gostei muito, a Casa da Cultura Mário Quintana. Ela funciona no antigo Hotel Majestic, bem no centro de Porto Alegre. Leva o nome de Mário Quintana porque ele morou no hotel entre 1968 e 1980. O quarto em que o poeta vivia foi recriado, com muitos objetos originais e fica aberto para visitação.
Hotel Majestic: Foi o primeiro grande edifício de Porto Alegre em que se utilizou concreto armado. Concebido para ocupar os dois lados da Travessa Araújo Ribeiro, interligando a construção, grandes passarelas, embasadas por arcadas e contendo terraços, sacadas e colunas. Em 1916 iniciaram-se as obras, concluindo em 1918 a primeira parte do edifício. Em 1926 foi projetada a parte leste. Ao finalizar a obra, em 1933, o Hotel Majestic possuía sete pavimentos na ala leste e cinco na parte oeste. O Hotel transformou-se em um marco histórico no desenvolvimento e modernização de Porto Alegre, com uma localização privilegiada, quase às margens do Rio Guaíba. Os anos trinta e quarenta foram os de maior sucesso do Majestic. O Hotel hospedou desde políticos importantes como Getúlio Vargas a vedetes famosas como Virginia Lane e artistas como Francisco Alves, na época o maior cantor do Brasil. Nos anos cinqüenta e sessenta iniciou-se o processo de desgaste do Hotel. As elites saíram do centro e foram instalar-se em bairros diferenciados. O centro tornou-se local de serviços diurnos, com um comércio agitado que fechava suas portas à noite. As pessoas não viajavam mais nos vapores e a construção da nova rodoviária proporcionara o surgimento de vários hotéis a sua volta. Lutadores de luta livre substituíram antigos hóspedes, além de solteiros, viúvos, boêmios e poetas solitários como Mario Quintana, que ali se hospedou de 1968 a 1980. Ao final, dos trezentos quartos, passou a ter funcionando pouco menos de cem. O edifício foi posto à venda na década de setenta e em dez anos, apenas dois interessados surgiram, os quais desanimaram frente às reais condições do prédio.
Casa de Cultura Mário Quintana: Os prefeitos de Porto Alegre, a partir de 1980, propuseram projetos para remodelar a área central da cidade e o Hotel Majestic foi lembrado nessa movimentação da população pela valorização de sua história. Mas antes disso muito se perdeu. Em 1980, por exemplo, foi realizado um leilão com os móveis e utensílios do Hotel, que hoje encontram-se dispersos e em mãos de particulares. O prédio foi adquirido pelo Banrisul, em julho de 1980. Em 1982 o governo do Estado adquiriu o Majestic do Banrisul. Em seguida, no ano de 1983, o Majestic foi arrolado como prédio de valor histórico e iniciada sua transformação em Casa de Cultura. No mesmo ano recebeu a denominação de Mário Quintana. A obra de transformação física do Hotel em Casa de Cultura, entre elaboração do projeto e construção, desenvolveu-se de 1987 a 1990. O projeto arquitetônico foi assinado pelos arquitetos Flávio Kiefer e Joel Gorski, os quais tiveram o desafio de planejar 12.000 m2 de área construída para a área cultural, em 1.540m2 de terreno. Em 25 de setembro de 1990 a casa foi finalmente aberta.
Mais uma vez estou em São Leopoldo. Essa é a terceira vez nos últimos trinta dias. Ao menos estamos na fase final de implantação do sistema novo e logo não precisarei mais vir pra cá. Cheguei aqui na segunda-feira á noite e fico até a terça-feira da próxima semana. Vou emendar o final de semana, pois não vale a pena viajar pra Curitiba na sexta a noite e voltar para cá no domingo a noite. Correria um grande risco de enfrentar atrasos em razão de nessa época do ano os aeroportos de Curitiba e Porto Alegre fecharem várias vezes em razão do mal tempo.