Lima

O desembarque em Lima e os procedimentos de desembarque e migração foram tranquilos. Aproveitei para trocar dólares pela moeda local, Novo Soles, ainda dentro do aeroporto nuns ghiches existentes antes da passagem pela Receita Federal local. Descobri que também trocam Reais por Novo Soles. Um real está valendo 2,80 Novo Soles, o que não é ruim. Minha intenção não era ficar em Lima, mas sim ir para o interior, mais especificamente para a cidade de Cuzco, distante uns 1.200 quilômetros dali. Lima por ser uma cidade grande e ao meu ver sem muitas atrações turísticas interessantes e trânsito caótico, acabou não me despertando nenhum interesse em conhecê-la melhor.

Ainda no Brasil tinha tentado comprar a passagem aérea  entre Lima e Cuzco pela internet. Não consegui fechar a compra pois o site da companhia aérea pedia uma validação do cartão de crédito internacional. Pelo que me informei é um processo novo de segurança e somente alguns cartões de crédito do Bradesco é que já possuem tal código. Para eu conseguir esse código do meu cartão que é do Itaú, teria que ligar pra operadora do cartão e resolver um processo burocrático. Eu não tinha tempo e paciência para isso, então embarquei sem ter o treho interno no Peru comprado. Tentei comprar a passagem no aeroporto, mas não sei por qual razão os voos para Cuzco saem quase todos na parte da manhã. Como cheguei quase na hora do almoço (o Peru tem três horas a menos em relação ao Brasil) só teria mais um voo no meio da tarde, mas estava muito caro. Queriam me cobrar U$ 380,00 por uma passagem que eu tinha visto na internet por cerca de U$ 110,00. Outro detalhe estranho é que a empresa aréa Lan, cobra de não residentes uma taxa extra de U$ 180,00. Já a outra empresa que pesquisei, Star Peru, não cobra tal taxa. Ou seja, se não pesquisar você corre o risco de pagar mais caro em tudo. Eu não estava nem um pouco afim de pagar caro numa passagem interna para um voo de cerca de uma hora, então optei por ir de onibus.

Tinha pesquisado muito sobre a viagem de ônibus entre Lima e Cuzco e apesar de serem 21 horas dentro do ônibus, tal forma de viagem me atraiu desde o início em razão de poder ver pela janela do ônibus muitas paisagens interessantes e bonitas do interior do Peru. Parte da viagem seria durante a noite, mas mesmo assim daria pra ver muita coisa pela janela do ônibus. Eu tinha em mãos todas as informações sobre a melhor empresa de ônibus, preços, horários e etc, então foi só encontrar um taxista que parecesse confiável e seguir para a rodoviária. Logo encontrei uma taxista que me parecdeu honesto e fechamos o valor para me levar até a rodoviária e antes fazer um pequeno city tour pela cidade. Pelas janelas do carro vi partes ricas e pobres da cidade, coisas bonitas e feias. As ruas eram meio sujas, o trânsito caótico, os motoristas não costumam dar a vez nem mesmo quando o outro motorista dava seta avisando que ia virar pra determinado lado ou então que ia mudar de pista. Por duas vezes cheguei a fechar os olhos achando que outro carro ia bater no nosso. De interessante foi a conversa com o Sr. Ricardo, motorista do taxi. Ele me contou sobre fatos históricos locais e tivemos um longo papo sobre a Guerra do Paraguai. Após 40 minutos o Sr. Ricardo me deixou na rodoviária da empresa Cruz del Sur. Lá não existe uma rodoviária única, mas sim cada empresa grande tem sua própria rodoviária, em menor tamanho. No caso da empresa Cruz del Sur, era um local novo e bem arrumado, melhor do que muita rodoviária de cidades importantes do Brasil. Comprei minha passagem, fiz um lanche e fui esperar o horário pra embarcar.

Sr. Ricardo, o taxista.
Primeira refeição no Peru: Tampico e sanduiche de queijo.