Sem calças no metrô

Ontem centenas de nova-iorquinos desafiaram o frio e viajaram de metrô sem calças. Andar sem calças foi parte do evento anual No Pants Subway Ride, realizado todo mês de janeiro em algumas cidades do mundo. O objeto do evento não é ofender ninguém, mas fazer os outros se divertirem. É uma celebração do absurdo, afirmou o fundador do Evento, Charlie Todd.

A maioria dos participantes se reuniu ao longo da tarde em diferentes pontos de encontro e receberam instruções para se dispersar em pequenos grupos pelas estações de metrô da cidade e tirar as calças para realizar o trajeto com roupa de baixo. Os organizadores pediram aos participantes para agir com normalidade, como se não se conhecessem

O No Pants Subway Ride é organizado pela plataforma de comediantes Improv Everywhere, tendo acontecido pela primeira vez em 2002, em Nova York e se espalhou aos poucos para outras cidades como Washington, Milão, Praga, Berlim e Londres.

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Fechamento da Toys “R” US

Li no jornal que a famosa e gigantesca loja de brinquedos Toys “R” US, localizada na Times Square em Nova York, vai fechar as portas no início de 2016. Não seria nada de mais tal notícia, se não fosse o fato de eu ter visitado essa loja duas vezes e tê-la achado fantástica. E com certeza ela é a maior e melhor loja de brinquedos onde coloquei meus pés tamanho quarenta e um até hoje. A primeira visita à loja foi em 2003 e a segunda visita em 2011. Em ambas visitas não comprei nada, mesmo assim tais visitas foram marcantes.

A loja localizada na Times Square está fechando principalmente por culpa do aluguel, que fica na faixa de um milhão de dólares por mês. E mesmo tendo um movimento alto diariamente, principalmente de turistas do mundo todo, as vendas não justificam manter a loja aberta em tal endereço. O que ocorre é que a maioria dos turistas que visitam a loja fazem igual eu fiz, ou seja, não compram nada. Vão até a loja para conhecer, para tirar fotos e se encantar com o local. Mas manter uma loja que se tornou um ponto turístico e não vende tanto para justificar o pagamento do aluguel milionário do prédio, não é um bom negócio.

Mesmo fechando o famoso endereço na Times Square, que funciona no local desde 2001, a Toys “R” US continua sendo uma das mais importantes lojas de brinquedos dos Estados Unidos. Ela possui pouco mais de 1.500 lojas espalhadas pelo país, sendo treze somente em Nova York.

E vale lembrar que em julho de 2015 outra loja de brinquedos famosa em Nova York fechou as portas. A FAO Schwarz da Quinta Avenida fechou após 153 anos de funcionamento e tendo se tornado um ícone da cidade de Nova York. Muitos devem se lembrar do filme Quero Ser Grande (1988), onde o jovem Tom Hanks toca um piano de chão com os pés, no interior da loja. Da FAO Scharz tenho um jogo de xadrez, que mesmo não tendo sido utilizado há anos, serve de lembrança dos Estados Unidos e da famosa loja que não existe mais.

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Interior da Toys “R”US.
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Interior da Toys “R”US.
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Entrada da antiga FAO Schwarz da Quinta Avenida.
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Tom Hanks no filme Quero ser Grande (1988).

O metrô de Nova York pela lente de Vander Dissenha

A última postagem que fiz aqui no blog, foi sobre “O metrô de Nova York pela lente de Stanley Krubrick”. Então aproveito para fazer esta postagem sobre o metrô de Nova York, através de minha própria lente. São fotos de 2003 e 2011. Ás de 2003 são fotos tiradas ainda com uma câmera de filme, e ás de 2011 com uma câmera digital. Dá para perceber que a qualidade das fotos digitais são melhores.

Conheci pouca coisa do metrô de Nova York, pois ele é enorme. Mas mesmo assim conheci muita coisa do metrô, pois fiz algumas viagens longas e também parei em várias estações. Andar de metrô em Nova York é uma experiência interessante, onde você vê muitas pessoas diferentes e situações inusitadas. Algumas vezes ao andar de metrô em Nova York, eu me sentia dentro de um dos muitos filmes que assisti e que tinha como cenário algum trem ou estação do metrô nova-iorquino.

Estação Chambers Street. (2003)
Estação Chambers Street. (2003)
Trem passando. (2003)
Trem passando. (2003)
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Maquinista. (2011)
Trem passando. (2011)
Trem passando. (2011)
Estação da 59 Street. (2011)
Estação da 59 Street. (2011)
Estação da 59 Street. (2011)
Estação da 59 Street. (2011)
Interior de um vagão. (2011)
Interior de um vagão. (2011)
Catracas. (2011)
Catracas. (2011)
Vander, na estação da 42 Street. (2011)
Vander, na estação da 42 Street. (2011)

Filmography

Para aqueles que gostam de fotografia e cinema (que é o meu caso) segue a dica de um site muito legal e que une cinema e fotografia. O Filmography http://philmfotos.tumblr.com/archive une montagens de fotos de filmes (as fotos em Preto & Branco) com as fotos dos locais que aparecem no filme (fotos coloridas). Algumas montagens ficaram muito boas. Escolhi algumas das fotos do Filmography para publicar aqui no blog e optei por fotos de lugares em Nova York onde estive ao vivo e em cores.

August Rush (2007)
August Rush: O Som do Coração (2007)
Tower Heist (2011)
Assalto nas Alturas (2011)
Homens de Preto II (2002)
Homens de Preto II (2002)
Men in Black II (2002).
Homens de Preto II (2002)
Panic Room (2002)
O Quarto do Pânico (2002)
The Avengers (2012)
Os Vingadores (2012)
The Day After Tomorrow (2004)
O Dia Depois de Amanhã (2004)
Esqueceram de Mim (1992)
Esqueceram de Mim (1992)

Empire State

Minha intenção era chegar no observatório do Empire State no final da tarde e poder ver lá de cima a cidade durante o dia e depois a noite, com suas luzes acesas. Fiz isso em uma visita anterior anos antes. Mas fui surpreendido pelo tamanho da fila de visitantes. Demorou tanto para chegar até o elevador e subir os 88 andares até o observatório, que quando lá cheguei já era noite. Mesmo assim valeu a visita, e a vista lá do alto é muito bonita. Fazia muito frio e tinha um lado de onde estava vindo o vento, no qual não dava para permanecer muito tempo, pois estava congelante. O Empire State tem muita história e durante muitos anos foi o maior edifício do mundo. E quem não se lembra do filme King Kong? As versões do filme feitas em 1933 e 2005, acontecem no alto do Empire State (a versão de 1976 se passa no World Trade Center).

É no observatório do Empire State, que Tom Hanks e Meg Ryan se encontram no filme “Sintonia de Amor” (1993), um de meus filmes favoritos. O curioso nesse filme é que os personagens principais interpretados por Tom Hanks e Meg Ryan, aparecem juntos na tela por aproximadamente dois minutos apenas. E boa parte desses dois minutos é justamente no observatório do Empire State. E “Sintonia de Amor” faz muitas referências ao filme “Affair to Remember”, de 1957, no qual o casal principal do filme também tem um encontro no observatório do Empire State.

O Empire State Building foi projetado por Gregory Johnson, o qual preparou o projeto do edifício em apenas duas semanas, usando o projeto de outro edifício como projeto base. O edifício foi projetado de cima para baixo. As escavações no local começaram em 22 de janeiro de 1930, e a construção do edifício em sí, começou simbolicamente em 17 de março. O projeto envolveu 3.400 trabalhadores, a maioria imigrantes da Europa. De acordo com os dados oficiais, cinco trabalhadores morreram durante a construção. Foi inaugurado em primeiro de Maio de 1931.

Com 102 andares, o Empire State Building  foi o arranha-céu mais alto do mundo por 41 anos, e a estrutura mais alta já feita pelo homem por 23 anos. Logo após a destruição do World Trade Center em 2001, o Empire State Building recebeu novamente o título de edifício mais alto de Nova York.

Chegando ao Empire State.
Entrando no Empire State.
Na recepção do Empire State.
Vista que se tem de um dos lados do Empire State.
No lado Oeste quase congelei com o vento gelado.
Turistas no observatório do Empire State.
Que tal descer 84 andares pelas escadas?
King Kong no alto do Empire State (versão de 2005).

Strawberry Fields (memorial)

Atravessando a rua em frente ao Edifício Dakota e entrando no Central Park, logo se chega a Strawberry Fields, um memorial construído para homenagear John Lennon. É um enorme jardim e numa parte dele existe um mosaico circular no chão, onde no meio está escrito a palavra IMAGINE, que remete a uma das mais famosas músicas compostas por Lennon. Nesse mosaico é comum as pessoas depositarem flores, cartas, fotos, acenderem velas. O engraçado é que muita gente que vai até ali acha que foi no local onde está o mosaico que Lennon tombou morto. Na verdade aquele local é apenas uma homenagem a Lennon, que foi morto há vários metros dali, do outro lado da rua (ver post anterior).

Strawberry Fields é um memorial jardim de 10.000 m², e que fica dentro do Central Park. Foi dedicado a Jonh Lennon, no que teria sido seu aniversário de 45 anos, em 9 de outubro de 1985. A entrada para o memorial está localizado no Central Park, próximo a rua 72 e em frente ao Edifício Dakota, onde Lennon viveu seus últimos anos de vida e onde foi assassinado. O memorial é uma área triangular de terra, e seu ponto principal é um mosaico de pedras incrustadas, com uma única palavra, o título da famosa canção de Lennon: IMAGINE. O mosaico foi um presente da cidade de Nápoles. Próximo ao mosaico existe uma placa com o nome das nações que contribuíram para a construção do memorial. Yoko Ono, viúva de Lennon, contribuiu com mais de um milhão de dólares para o paisagismo e manutenção de Strawberry Fields.

O memorial geralmente é coberto com flores, velas em vidros, e outros pertences deixados para trás pelos fãs de Lennon. No aniversário de Lennon (9 de outubro) e no aniversário da sua morte (8 de dezembro), as pessoas se reúnem para cantar músicas e pagar tributo. Muitas ficam ali até tarde da noite, numa época em que geralmente faz muito frio.

Você pode dizer

Que eu sou um sonhador

Mas eu não sou o único

Espero que um dia

você se junte a nós

E o mundo, então, será como um só 

(Imagine – Jonh Lennon)

Chegando a Strawberry Fields.
Mosaico em Strawberry Fields.
Em Strawberry Fields.

Edifício Dakota

O Edifício Dakota fica em frente ao Central Park, e foi residência de John Lennon. Foi em frente a uma das entradas do Dakota que Lennon foi assassinado em 8 de dezembro de 1980.

Construído entre 1880 e 1884, o Edifício Dakota com o passar dos anos se tornou um endereço importante e caro. Passou a ser a casa do ex-Beatle John Lennon a partir de 1973. Na noite de 8 de dezembro de 1980, Lennon voltava de um studio onde tinha feito à gravação de uma música. Antes de ir jantar com a esposa Yoko Ono, resolveu passar em casa para dar boa noite a seu filho. Alguns fãns como de costume esperavam na frente do prédio para pedir autógrafos e tirar fotos com o ex-Beatle. Em vez de desembarcar do carro na parte interna do Dakota, Lennon resolveu parar na rua em frente para atender aos fãs. Acabou sendo alvejado com vários tiros pelas costas, por Mark David Chapman, e morreu ao dar entrada no hospital. Horas antes do atentado, Lennon tinha dado autógrafo a Chapman, no mesmo local do assassinato.

Yoko Ono ainda possui alguns apartamentos no Edifício Dakota e todo ano no aniversário da morte de Lennon, uma vela é deixada acesa na janela de um apartamento. Em frente ao Dakota, no Central Park, que fica do outro lado da rua, foi construído o memorial Strawberry Fields, em homenagem a Lennon.

Em frente ao Dakota.
Entrada do Dakota (Rua 72) onde Lennon foi assassinado.
Lennon dando autógrafo ao seu assassino horas antes de morrer.
Edifício Dakota visto do Central Park, no final da década de 1880.

Central Park

Visitar o Central Park por completo é missão para no mínimo um dia inteiro, em razão de seu enorme tamanho. Como eu não tinha tempo para isso e como já conhecia boa parte do parque da visita anterior oito anos antes, escolhi apenas um área do parque para visitar. O Central Park é muito bonito e interessante e é um dos pontos de Nova York que sempre aparece em filmes. Então é interessante andar por lá e ficar tentando lembrar em qual filme você viu tal ponte, tal estátua, tal banco, tal árvore, tal esquilo… rs!! Fiquei um tempo na Fonte Bethesda e depois caminhei pelo parque olhando o movimento, que era enorme nesse dia.

O Central Park ocupa 3,41 km² do centro da Ilha de Manhattan e anualmente recebe cerca de 35 milhões de visitantes. Foi aberto inicialmente em 1857, e teve uma grande obra de expansão que foi concluída em 1873. É o parque urbano mais famoso do mundo, por culpa dos muitos filmes que o utilizaram como cenário e o divulgaram pelo mundo.

Vista aérea do Central Park
Na Fonte Bethesda.
Vendo os barcos no lago.
Terrace Bethesda.
Terrace Bethesda.
Caminhando pelo Central Park.
Em Sheep Meadow, no Central Park.
Sheep Meadow.
Uma das ruas do Central Park.
Central Park.
Carruagem no Central Park.

New York, New York…

Após ficar somente 24 horas em Washington e visitar o máximo de lugares possíveis, fiz as malas e segui para Nova York. A partida atrasou um pouco e cheguei a Nova York no final da noite. Era minha segunda vez em Nova York, sendo que a vez anterior tinha sido há pouco mais de oito anos. Dessa vez encontrei pronto o serviço de Sky Trem no aeroporto, que faz ligação com o metrô. Isso facilitou bastante as coisas para mim.

Não consegui hotel barato em Manhattan, então fiz reserva num hotel fora da ilha, no bairro do Brooklyn. Escolhi um hotel de uma rede conhecida, com bom preço, que ficava somente a duas quadras de uma estação do metrô. Esses cuidados todos eram para evitar de entrar em alguma fria. Mesmo assim entrei numa fria enorme. Quando desci na estação perto do hotel era quase meia noite e reparei que eu era um dos poucos brancos a estar ali. Nos Estados Unidos os negros são mais racistas com relação a brancos, do que os brancos com relação a negros no Brasil. Estar tarde da noite na saída de uma estação de metrô, numa região de maioria negra, num bairro de Nova York e arrastando uma mala que deixava claro que eu era turista, foi algo assustador. Pensei em pegar um táxi para percorrer os dois quarteirões até o hotel, mas não vi nenhum dos famosos táxis amarelos. Vi somente alguns táxis velhos, de cor preta e com cara de serem clandestinos. Seria abusar da sorte embarcar num desses táxis, então o jeito foi respirar fundo e seguir a pé até o hotel. Quando saí da estação fui abordado por alguns elementos mal encarados oferecendo táxi. Preferi não responder, para que meu inglês não entregasse que além de turista eu era estrangeiro. Fui “respondendo” não com a cabeça, fiz cara de mau e segui em frente arrastando minha mala. Logo vi que no outro lado da rua ficava uma Central de Polícia, o que me deu certo alívio. Chegando a esquina vi os dois quarteirões desertos e meio escuros que teria que percorrer. Olhei para o céu pedindo proteção, respirei fundo e segui em frente. O trecho até o hotel estava deserto, e em situações iguais a essa é bem melhor encontrar ruas desertas, do que ruas com elementos suspeitos. Quase chegando no final do segundo quarteirão vi que um homem caminhava em sentido contrário do outro lado da rua. Senti um frio na barriga e continuei caminhando rápido. Quando cheguei perto desse homem, ufa! Ele era um policial! Logo cheguei na esquina, dobrei o quarteirão e vi o hotel, que felizmente tinha boa aparência e parecia ser bom. Mas a vizinhança do hotel não era das melhores, ele ficava exatamente ao lado de uma linha do metrô, daquelas suspensas como se fosse um viaduto. Até me lembrei de um filme, cujo nome não lembro, onde muitas passagens do filme eram num lugar parecido com aquele, isso se não for o mesmo lugar.

Entrando no hotel me senti seguro e fui atendido por alguns indianos que cuidavam da recepção. Então subi para o quarto que ficava no quarto andar, na parte da frente do hotel e ao lado da linha do metrô. Tive que dar risada da situação. Por sorte que da meia-noite às cinco da manhã o metrô passava meio que de hora em hora. Mas cada vez que ele passava o quarto parecia chacoalhar. E depois das cinco da manhã era um trem atrás do outro e quase não dava para dormir. E mesmo com a grossa janela do quarto fechada, dava para ouvir a gravação da estação informando sobre embarque, desembarque, número de plataformas. Como o hotel serviria somente para dormir algumas horas à noite e para tomar banho, não me importei muito com o barulho. Tomei banho e caí na cama, pois os dois próximos dias seriam de muitos passeios e cansativos quilômetros a percorrer. E o importante é que eu tinha saído ileso da aventura que foi ir da estação do metrô até o hotel. Até agora não sei dizer se sou burro, louco, ou corajoso em enfrentar uma situação dessas da forma como enfrentei, metendo a cara e pagando pra ver…

No voo entre Washington e Nova York.
Esperando o metrô em Nova York.
A estação do metrô vista da janela do quarto.
Vista que se tem ao sair do hotel.
Os dois quarteirões que percorri a noite.