Viagem ao Canadá

Após uma semana em Orlando, arrumei minha mala e segui para o Canadá. A Consuelo me levou até ao aeroporto e depois de despachar a mala e pagar cash U$ 25,00 por isso, segui para os tramites de embarque. Desde o 11 de setembro que os procedimentos de embarque em aeroportos dentro dos Estados Unidos são bastante rigorosos. E pela primeira vez passei pela maquina de scaner corporal, que causou muita polemica quando passou a ser usada, pois ela praticamente permite que o pessoal da segurança veja a pessoa meio que nua. Notei que nem todos estavam passando pelo tal scaner, somente algumas filas é que passavam por ele. Passei tranquilamente por todos os processos de revista. E uma segurança ruiva e bonita ficou me olhando e quando fui liberado ela deu um sorriso para mim. Naquela hora deu vontade de ser detido por ela, que portava até algemas… rs!

Fui para o portão de embarque do meu vôo e não demorou muito até eu embarcar num A319 da United Airlines. O avião estava lotado e fui no fundão, na poltrona do meio e ao lado de dois americanos maiores que eu. Mais uma vez minha falta de sorte em viagens de avião ficou evidente. Foi bem desconfortável esse vôo, mas mesmo assim consegui dormir metade do tempo. Após duas horas e meia aterrisamos na cidade de Chicago. No meu caso que era conexão, fiquei na parte de embarque do aeroporto e não precisei retirar minha mala. O aeroporto de Chicago é enorme e muito bonito. Ele funciona como base de conexão para a United Airlines. Como fiquei pouco mais de duas horas parado ali, aproveitei para caminhar pelo aeroporto. Já estava começando a ficar cansado, quando finalmente foi anunciado o embarque para meu vôo rumo a Vancouver, no Canadá.

Dessa vez levei mais sorte, pois quando cheguei na minha poltrona vi que iria em companhia de duas garotas. Na hora lembrei daquele comercial da Pepsi, onde o cara entra no avião e a comissária fala que só tem lugar na poltrona do meio, entre duas loiras e pergunta para ele: Pode ser? Me sentei entre as duas e segurei para não rir, lembrando do tal comercial. Cheguei a conversar um pouco com elas, com meu inglês sofrível. Uma delas era canadense e a outra norte americana, do estado de Minesota. Logo após a decolagem o papo acabou, pois uma pegou um livro para ler, a outra foi ver uma série no note book e eu fiquei vendo um filme e ouvindo música no meu note book. Eu tinha pensado que minha falta de sorte em vôos tinha ido embora, pois estava sentado entre duas moças bonitas. Mas não demorou muito para eu perceber que estava enganado, pois descobri que a canadense tinha mau hálito e a norte americana estava cheirando suor, parecia que não tomava banho fazia uns dias. Se eu pudesse colocava algodão no nariz, mas como não podia o jeito foi me conformar com minha falta de sorte aérea e suportar bravamente às quatro horas de viagem até Vancouver.

O desembarque em Vancouver foi tranqüilo, fazia sol e a vista da cidade era muito bonita. Peguei minha mala e fui passar pela imigração. Tive que me virar no inglês e ocorreu tudo bem, foi muito fácil entrar no pais. O atendimento e a burocracia é bem diferente do que acontece nos Estados Unidos. Logo encontrei meu amigo Gilberto, que me esperava na área de desembarque. Do aeroporto fomos até sua casa e após deixar minhas coisas lá, saímos à rua.

Estava começando a escurecer e fomos até um bar, onde encontramos o Cristian, amigo do Gilberto. Nesse bar tinha algumas televisões e todas mostrando o jogo de hóquei no gelo, do time de Vancouver. Durante o jogo o Gilberto e o Cristian separaram ingressos para parte da temporada de hóquei no gelo, que está começando. Esse esporte é meio que uma paixão nacional, algo parecido com o futebol para nós brasileiros. Jantamos enquanto assistíamos ao jogo e os dois iam me explicando as regras. Até então eu só tinha visto hóquei no gelo em filmes e sempre achei que aquelas brigas que sempre aconteciam faziam parte do roteiro. Na verdade as brigas são permitidas, tem toda uma regra. Por exemplo, se um jogador chamar o outro pra briga ele tem que tirar suas luvas, e se o outro jogador também tirar as luvas significa que ele topou a briga. Daí os dois entram na porrada, e o juiz fica olhando para ver se não está acontecendo nenhum movimento ilegal por parte dos jogadores que passaram a ser lutadores. Resumindo, o jogo além de ter gol, também tem briga autorizada. Conforme ia ouvindo as explicações do Gilberto e do Cristian e ia vendo e entendo o jogo, fui ficando cada vez mais interessado. Acho que descobri um novo esporte para acompanhar e durante o tempo em que ficar pelo Canadá quero aprender sobre as regras e ver mais jogos de hóquei. Após o jogo fomos para casa e não demorei muito a ir para a cama, pois estava muito cansado. Esse dia tinha sido especial, pois estava conhecendo o Canadá, lugar que sempre tive vontade de conhecer. O Canadá é o oitavo pais que conheço (além do Brasil). E o fuso horário mudou novamente, agora estou quatro horas a menos em relação ao Brasil.

Embarcando em Orlando, num voo da United.
Chegando em Chicago.
No aeroporto de Chicago.
Aeroporto de Chicago.
Chegando ao Canadá.
No aeroporto de Vancouver.