Père-Lachaise – o cemitério mais famoso do mundo

O Cemitério de Père-Lachaise, também chamado de “Cemitério do Oriente”, é o maior cemitério de Paris e abrange 43 hectares. Ele é considerado o cemitério mais famoso do mundo em razão da grande quantidade de personagens históricos que nele estão sepultados. O cemitério de Père-Lachaise faz parte dos parques e jardins sob a administração da prefeitura de Paris. É um lugar único que convida a contemplação e devaneio, impregnado de arte, cultura e história, onde você viaja por seu labirinto de pedras e vegetação. Mais de 3 milhões de visitantes de todo o mundo o visitam todos os anos.

São 70.000 concessões funerárias. Muitas personalidades entre artistas, músicos e escritores estão sepultados no local: Frédéric Chopin, Rossini, Jim Morrison, Edith Piaf, Alain Bashung, Maria Callas, Sarah Bernhardt, Molière, Balzac, Colette, Marcel Proust, Jean de la Fontaine, Oscar Wilde, Allan Kardec, Isadora Duncan e muitos outros.

A origem do cemitério remonta ao século XII, quando o terreno estava repleto de vinhas pertencentes à Igreja. Em 1430 um comerciante adquiriu as terras e construiu uma residência pomposa, até que a propriedade passou para as mãos dos jesuítas no século XVII. Após a expulsão dos jesuítas, o terreno passou para as mãos da cidade de Paris graças a Napoleão Bonaparte, e assim foi construído o cemitério, inspirado no estilo dos jardins ingleses. O cemitério recebeu a sua denominação em homenagem a um sacerdote católico, François d’Aix de La Chaise (1624-1709), dito le Père La Chaise (“o padre La Chaise”), confessor do rei Luís XIV da França, sobre quem exerceu influência moderadora na luta contra o jansenismo.

No início do século XIX, vários novos cemitérios substituíram as antigas necrópoles parisienses. Fora dos limites da cidade foram criados o cemitério de Montmartre ao norte, o cemitério do Père-Lachaise a leste, o cemitério de Montparnasse no sul e o cemitério de Passy ao oeste. A concepção do Père-Lachaise foi confiada ao arquiteto neoclássico Alexandre Brongniarte em 1803 e, desde a sua abertura, o cemitério conheceu cinco ampliações: em 1824, 1829, 1832, 1842 e 1850, passando de 17 hectares para 44 hectares.

Em 21 de maio 1804, o cemitério foi oficialmente aberto para o sepultamento de uma menina de cinco anos, Adélaïde Paillard de Villeneuve. No início, os parisienses não aceitavam de bom grado a necrópole, localizada distante do centro, numa zona pobre e de difícil acesso. Esta situação só mudaria quando para lá foram transferidas ossadas de importantes personalidades, apaziguando as críticas da elite parisiense.

Ao sul do cemitério encontra-se o Muro dos Federados, contra o qual 147 dirigentes da Comuna de Paris foram fuzilados em 28 de maio de 1871.

Fontes: https://pere-lachaise.com/ e https://pt.wikipedia.org/

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Victor Noir.
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Chopin.
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Allan Kardec.
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Jim Morrison.

Arte Tumular: Símbolos

A arte tumular ou arte funerária são obras feitas para permanecerem em cima das sepulturas nos cemitérios e igrejas. Esse tipo de representação está ligado à cosmovisão de determinado contexto histórico, social, econômico e ideológico, interpretando a vida e a morte. Essa interpretação pode ser feita através de um conjunto de símbolos ou de uma obra narrativa, utilizando-se materiais variados como o bronze, ferro fundido, mármore e granito. A arte tumular teve seu apogeu nos séculos 18 e 19, sendo hoje menos utilizada em virtude do avanço do cemitério-jardim.

No caso dos símbolos, a representação remete a um significado diferente do objeto construído e colocado no túmulo. Por exemplo, uma tocha com fogo remete à purificação da alma após a morte, ou seja, a tocha tem seu significado real transformado em um símbolo de purificação. Já com relação à obra narrativa o significado dos objetos construídos é literal e não metafórico, como no caso de muitos imigrantes que têm suas epopeias narradas desde a partida da terra natal com o navio até o final da vida como industrial no Brasil. Nessas duas formas de representações podemos distinguir duas linhas: a nobreza e a burguesia industrial. A nobreza utilizava mais o símbolo aliado a seus brasões e a burguesia industrial tinha a necessidade de demonstrar a sua importância através da suntuosidade.

Símbolos utilizados:

  • Pietá: a escultura de Maria com Jesus recém crucificado nos braços representa o desejo de que a alma seja bem recebida.
  • Anjo que aponta: quando a mão indica o céu, significa que o falecido era considerada uma pessoa boa e espera-se que ela vá direto para o paraíso.
  • Anjo pensativo: quando o anjo está pensativo, com a mão no queixo, significa que está refletindo sobre a vida do falecido e não existe certeza sobre a absolvição de seus atos em vida.
  • Guirlanda: simboliza o triunfo da vida sobre a morte.
  • Pata do felino: patas esculpidas nas quinas, são usadas para lembrar que o falecido era o responsável pelo sustento da família.
  • Coluna partida: representa o túmulo do último membro de uma família tradicional.
  • Escada: intervalada em degraus finos e largos, representa a vida de altos e baixos que o morto teve.
  • Cruz: representa a interseção do plano material com o transcendental em seus eixos perpendiculares.
  • Vaso: geralmente representado vazio, representa o corpo separado da alma.
  • Ampulheta: remete à utilização e fim do tempo de vida terrestre, e seu reinício em outro plano.
  • Globo: remete à utilização e fim do tempo de vida terrestre.
  • Flores, folhas e frutos: representam a vitória da alma humana sobre o pecado e a morte. São associados com frequência à nobreza, à beleza e à precocidade. v6 v1 v2 v3