Norte Verdadeiro – Peary, Cook e a Corrida ao Polo

Pouco mais de dez anos após ter lido o livro; Norte Verdadeiro – Peary, Cook e a Corrida ao Polo, resolvi reler tal livro. Sempre faço isso com livros de que gosto muito, guardo eles na estante, e anos depois releio. Após dez anos, muita coisa já não lembrava mais, e fica parecendo que nunca tinha lido o livro.

Sou apaixonado pelas histórias sobre a conquista do Polo Sul. Li cerca de quinze livros sobre o assunto, ou seja, todos que consegui encontrar que foram publicados no Brasil. Alguns desses livros eram os diários de viagem das expedições comandadas pelo norueguês Roald Amundsen e pelo inglês Robert Falcon Scott. Os dois comandaram expedições na famosa “corrida” pela descoberta do Polo Sul, sendo que os noruegueses foram vencedores e os ingleses derrotados vieram a morrer no retorno do Polo. A história do Polo Sul tem outros nuances e personagens interessantes, mas nela ficou bem claro quem foi o “descobridor”. Já no caso do Polo Norte, até hoje não se tem certeza de quem foi realmente o “descobridor”.

Dois norte-americanos reivindicaram ser o primeiro homem a colocar os pés no Polo Norte. Um levou os créditos, mas fica claro que ele mentiu. Também a história do “derrotado” Frederick Cook tem algumas controvérsias e mentiras. Documentos encontrados nas últimas décadas deixam mais claro que Peary mentiu mais do que Cook. Peary era militar da Marinha, era amigo de políticos poderosos na época e por isso praticamente todos acreditaram nele, que acabou levando a fama.

Nos livros de história hoje consta que o Polo Norte geográfico foi conquistado pelo americano Robert Edwin Peary, no dia 6 de abril de 1909. Mas nesses mesmos livros de história, não consta que tal conquista aconteceu não no gelo, mas nos tribunais. Para que seu feito fosse reconhecido, Peary teve de realizar uma monumental campanha de difamação contra Frederick Cook. Foi uma campanha suja, cheia de truques e artimanhas.

No livro que estou relendo; “Norte Verdadeiro – Peary, Cook e a Corrida ao Polo”, ao saber, voltando do Ártico, que Cook clamara ter estado no polo quase um ano antes dele, em 21 de abril de 1908, Peary mobilizou aliados políticos, forjou relatos de esquimós -além do próprio diário de viagem-, ameaçou gente de confiança de Cook e, segundo o autor do livro, até pagou um ex-companheiro de alpinismo do rival para que desse falso testemunho sobre uma conquista anterior deste. As histórias tanto de Peary quanto de Cook, na época foram tão mal contadas, que fica difícil escapar à conclusão de que a controvérsia jamais se encerrou, e de que possivelmente ambos os exploradores mentiram. E que jamais saberemos com absoluta certeza qual dos dois foi o primeiro a pisar no Polo Norte.

Após a leitura do livro acima citado, que estou relendo e de outros artigos sobre a conquista do Polo Norte, eu particularmente acho que o primeiro homem a pisar no Polo Norte, foi Cook. Inclusive anos atrás quando li o livro, fiquei tão puto com Peary, que jurei que se pudesse, um dia iria urinar no túmulo dele. Fiz isso movido pela emoção do momento! Kkk… Quando fiz tal “promessa” não tinha a mínima ideia de qual era o local onde ele tinha sido sepultado. E muito menos que um dia eu teria a chance de cumprir o que prometi. Mas nessas voltas que a vida faz, não é que numa visita a cidade de Washington – USA, em 2011, acabei visitando o Cemitério Nacional de Arlington, onde (descobri um pouco antes) Peary está sepultado. Arlington é o cemitério militar mais tradicional e conhecido dos Estados Unidos, onde foram sepultados seus maiores heróis e também soldados de todas as guerras que os Estados Unidos participaram. Por ser considerado o descobridor do Polo Norte, e por ser militar da Marinha, Peary está sepultado em Arlington. Quando entrei no cemitério fiquei pensando na promessa idiota que fizera anos antes e se teria coragem de cumprir o que prometi. Costumo cumprir minhas promessas! Meu maior risco era ser visto pelos seguranças do cemitério e acabar sendo preso por vandalismo e ato obsceno em público. Felizmente, para minha sorte acabei não vendo o túmulo de Peary. O cemitério é muito grande, e você precisa quase que de um dia inteiro para visitá-lo por completo. Eu e meu irmão passamos pouco mais de uma hora e meia andando pelo cemitério e não vi a sepultura de Peary, que devido a sua construção diferente da maioria das sepulturas do lugar -que possuem apenas uma cruz branca- ela seria visível de longe. Mas mesmo olhando com atenção por onde passei, não encontrei a sepultura de Peary e não precisei me arriscar para cumprir a promessa idiota que fiz. Melhor assim!

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Túmulo de Peary, no Cemitério Nacional de Arlington.
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Eu, no Cemitério Nacional de Arlington. (2011)

 

Ps: Caso queira saber mais sobre o Cemitério Nacional de Arlington, segue abaixo o link para ver a postagem sobre a visita que fiz ao cemitério em 2011:

Cemitério de Arlington

 

Casa Branca (White House)

O último ponto turístico que visitei em Washington foi à Casa Branca. Foi a maior dificuldade poder chegar até próximo a uma das entradas frontais da Casa Branca. Em volta do prédio muitas barricadas, portarias e seguranças. Achei interessante que muitos seguranças andavam com uma espécie de mochila no ombro e dentro um fuzil pronto para atirar. Nos jardins da Casa Branca era possível ver alguns seguranças escondidos entre as árvores. E só era possível ficar de um lado da rua, sendo que a rua estava repleta de policiais que não deixavam ninguém colocar sequer o pé fora da calçada. Apesar de todo o trabalho e de não poder ver muita coisa, a visita à Casa Branca foi válida, em razão de sua importância histórica. E estando ali na frente lembrei do filme “Independence Day”, no qual a Casa Branca é explodida por alienígenas. Pôxa, foi tanta dificuldade para chegar até ali na frente, e o Obama nem me convidou para um chazinho. rs!!!!

A Casa Branca é a residência oficial e principal local de trabalho do Presidente dos Estados Unidos, sendo, ao mesmo tempo, a sede oficial do poder executivo. O edifício foi construído no período compreendido entre 1792 e 1800, pintado de arenito esbranquiçado no estilo georgiano e tem sido a residência executiva de todos os presidentes americanos desde o mandato de John Adams. O edifício foi expandido por Thomas Jefferson, que ali se instalou em 1801. Em 1814, durante a Guerra Anglo-Americana, o edifício ardeu em chamas quando o exército britânico incendiou toda a cidade de Washington, destruindo o interior e chamuscando muitas das paredes exteriores da construção. A reconstrução iniciou-se quase imediatamente e o presidente James Monroe mudou-se para a semi-reconstruída casa em outubro de 1817. A construção continuou com a adição do Pórtico Sul em 1824 e do Norte em 1829. Devido à aglomeração dentro da própria mansão executiva, o presidente Theodore Roosevelt teve quase todos os escritórios de trabalho relocalizados na recentemente construída Ala Oeste em 1901. Oito anos depois, o presidente Willian Howard Taft expandiu a Ala Oeste e criou o primeiro Salão Oval, o qual foi sendo posteriormente movido conforme a seção ia sendo expandida. O terceiro andar, que era um sótão, foi convertido em quartos comuns em 1927. A recém construída Ala Leste foi usada como uma área de recepção para eventos sociais. As alterações na Ala Leste foram concluídas em 1946, criando um espaço para trabalho adicional. Em 1948, as paredes exteriores da casa e os quartos interiores foram completamente desmantelados, resultando na construção de um novo e interno vigamento de aço e na remontagem dos quartos interiores.

Casa Branca.
O mais próximo que consegui chegar.
Casa Branca.

Memorial aos Mortos no Vietnã

Em Washington visitei o Memorial aos Mortos no Vietnã. O Memorial é um muro de 75 metros de comprimento e com altura máxima de três metros em alguns pontos. É feito de mármore preto no qual estão inscritos os nomes de todos os soldados mortos no conflito do Vietnã. O Memorial está situado próximo ao Monumento a Lincoln e foi inaugurado em 1982. Atualmente o muro contém os nomes de 58.195 homens e mulheres mortos no Vietnã. Quando um visitante olha para a parede negra do muro, seu reflexo pode ser visto em simultâneo com os nomes gravados, que se destina a trazer simbolicamente o passado e o presente juntos.

O Muro do Memorial é um local de cura espiritual para as famílias dos veteranos mortos no Vietnã, bem como para veteranos sobreviventes. Muitos visitantes deixam oferendas, ou notas às pessoas queridas que foram mortas para que outros visitantes as leiam e compartilhem. E muitos visitantes procuram o nome de algum parente ou conhecido no muro, e fazem um decalque do nome utilizando papel e lápis. O decalque acaba sendo uma lembrança do ente querido a ser levada para casa. Recebe em média três milhões de visitantes a cada ano.

Além do Muro com os nomes dos mortos, fazem parte do Monumento uma escultura representando três soldados apoiando-se uns aos outros: um branco, um negro e um hispânico. E uma outra escultura homenageia as mulheres falecidas na Guerra do Vietnã.

Memorial aos Mortos no Vietnã.
No Memorial aos Mortos no Vietnã.
Visitantes no Memorial aos Mortos no Vietnã.
Memorial aos Mortos no Vietnã.
Em frente a escultura dos três soldados.

Lincoln Memorial

Ainda em Washington visitei o Lincoln Memorial, uma construção enorme cuja principal influência em sua construção foi o Templo de Zeus, na Grécia. O Monumento foi construído em homenagem ao ex-presidente Abraham Lincoln. Foi concluído em 1922 e dentro do Memorial fica uma enorme estátua de Lincoln. Na parede atrás da estátua estão escritos os seguintes dizeres:

IN THIS TEMPLE

AS IN THE HEARTS OF THE PEOPLE

FOR WHOM HE SAVED THE UNION

THE MEMORY OF ABRAHAM LINCOLN

IS ENSHRINED FOREVER

Em 28 de agosto de 1963 foi em frente a esse Memorial que Martin Luther King fez seu memorável discurso “I Have a Dream”, considerado um dos maiores comícios políticos na história americana.

Lincoln Memorial.
Estátua de Lincoln que fica dentro do Memorial.
Em frente a estátua de Lincoln.
Em frente ao Lincoln Memorial.
Do memorial da pra ver o espelho d'agua em reforma e o Obelisco.

Museu Nacional de História Americana

O segundo Museu que visitei em Washington, foi o de História Americana. O acervo do Museu é fabuloso e variado, e pude ver ao vivo e a cores centenas de objetos. Os que mais achei interessantes foram vestimentas de personagens da Guerra Civil e de indígenas, como Touro Sentado. Também gostei de objetos de Presidentes norte americanos e da Guerra do Vietnã. Também vi uma coluna do Word Trade Center e alguns objetos pessoais que foram recolhidos dos escombros. E vi muitos carros antigos, invenções, e muitas outras coisas interessantes. Mas as que mais gostei foram os bonecos originais de “Os Muppets”, programa que eu adorava quando era criança. E também vi um maiô original que a Farrah Facett utilizou. Ela era uma das panteras no seriado “As Panteras”. Esse era um programa que eu não perdia no final dos anos setenta.

O Museu Nacional Smithsonian de História Americana abriu ao público em janeiro de 1964, como Museu de História e Tecnologia. Desde então, cerca de 4 milhões de visitantes por ano passaram por suas portas para desfrutar das exposições do Museu, programas públicos, atividades educacionais, coleções e instalações de pesquisa. Em 1980, o nome do Museu foi mudado para Museu Nacional de História Americana, para melhor representar o seu papel primordial de missão a coleta, cuidados e estudo de objetos que refletem a experiência do povo americano.

O Museu coleciona e preserva mais de 3 milhões de artefatos, todos verdadeiros tesouros nacionais. No Museu se encontra desde a cartola de Abraham Lincoln, até os sapatos de rubi de Dorothy, no filme “O Mágico de Oz.” Também está em exposição no Museu objetos antigos e mais recentes que retratam a história e a cultura norte americana. No Museu pode ser visto entre outras coisas a espada de George Washington, roupas do General Custer, a farda que o General Colin Powell usou durante a Guerra do Golfo. Entre itens mais modernos estão expostos um chapéu de Michael Jackson. E tem também muitos objetos da época da Guerra da Independência, Guerra Civil, II Guerra Mundial, objetos de vários Presidentes, invenções, veículos antigos, e muito mais.

II Guerra Mundial.
Maiô que Farrah Facett utilizou.
Chapéu do Michael Jackson.
Sapatos da Dorothy no filme “O Mágico de Oz”.
Os Muppets.
Primeiro gibi do Superman, vale uma fortuna.
Espada de George Washington.
Pedaços do Muro de Berlim.
Veículos antigos.
Objetos do voo 93.
Brincando de ser Presidente.
Carroção cozinha, dos tempos do Velho Oeste.
Restos do Word Trade Center.
Cartola de Lincoln.
Carro de sorvetes.

Capitólio (Congresso)

Visitei somente pelo lado de fora o Capitólio (Congresso). E ao tirar fotos em frente ao prédio não teve como não lembrar que se em 11 de setembro de 2001 o voo 93 da United não tivesse caído no Estado da Pensilvânia (na minha opinião ele foi abatido), ele teria sido arremessado contra o prédio do Capitólio e o mesmo não estaria ali a minha frente belo e formoso.

O Capitólio dos Estados Unidos da América é o prédio que serve como centro legislativo do governo dos Estados Unidos. O Capitólio é o local de reunião do Congresso norte americano, formado pelo Senado (câmara alta) e pela Câmara dos Representantes (câmara baixa). O edifício é destacado por sua cúpula central e por suas duas alas, cada qual para uma das câmaras do Congresso: na ala norte situa-se o Senado, enquanto na ala sul situa-se a Câmara dos Representantes. Acima destas câmaras encontram-se galerias a partir das quais os visitantes podem assistir as sessões. O local fica a 1,6 km da Casa Branca.

Em 1792, um concurso foi anunciado pelos Comissários da Capital Federal, procurando desenhos tanto para o Congresso quanto para a residência presidencial. George Washington estabeleceu a pedra fundamental em 18 de setembro de 1793. A ala do senado foi concluída em 1800, enquanto a ala da Câmara foi concluída em 1811. No entanto, a Câmara dos Representantes mudou para o novo prédio já em 1807. Embora a construção estivesse incompleta, o Capitólio teve sua primeira sessão do Congresso dos Estados Unidos em 17 de novembro de 1800. A Estátua da Liberdade, situada sobre a cúpula, foi concluída em 1863. A Suprema Corte também teve sessões no Capitólio até que seu próprio edifício (localizado atrás da fachada leste) fosse concluído em 1935.

Capitólio.
Em frente ao Capitólio.
Praça que fica nos fundos do Capitólio.

Museu Aeroespacial

Devido à escassez de tempo, tive que escolher somente dois museus para visitar em Washington, e o primeiro foi justamente o Museu Aeroespacial do Instituto Smithsonian. Esse museu ficou bem conhecido após ter sido cenário do filme “Uma Noite no Museu II”. O Museu Aeroespacial mantém a maior coleção de aeronaves e espaçonaves históricas do mundo. Além disso, é um centro vital de pesquisa de história, ciências e tecnologia da aviação e da aviação espacial. Desde sua inauguração em 1976, o prédio do Museu Aeroespacial tem sido um dos Museus mais visitados do mundo, com média de nove milhões de pessoas por ano. Como em todos os museus de Washington, a entrada é gratuita.

O Museu conta a história da aviação desde os primeiros vôos em balão até as explorações do espaço aéreo dos nossos dias. As galerias da exposição destacam a história da aviação, sistema solar, imagens por satélite e fotografia aérea e a exploração do universo. Os mais importantes símbolos da aviação estão em exibição, incluindo o Spirit of St. Louis, que pilotado por Charles Lindbergh atravessou o Atlântico no que podemos considerar o primeiro vôo intercontinental da humanidade.

Em razão do seu espaço limitado para comportar enormes aeronaves e foguetes, somente parte da coleção do Museu se encontra em exposição ali. Foi muito divertido, instrutivo e interessante percorrer as várias alas do Museu e conhecer de perto muitas coisas que eu só tinha visto ou ouvido falar em livros e na tv. E pude tocar em uma minúscula rocha lunar. Também vi diversas roupas utilizadas por astronautas americanos e soviéticos, além de vários aviões comerciais e militares de várias épocas.

Um dos aviões expostos era o Wright Flyer, o avião original dos Irmãos Wright, que é considerado por muitos, e por mim também, o primeiro avião do mundo (desculpa Santos Dumont, mas mesmo sendo brasileiro não dá para creditar o 14 BIS como o primeiro avião do mundo). Outro item importante que vi no Museu foi o módulo de comando da Apollo 11, a primeira missão lunar com desembarque bem sucedido. O módulo está todo queimado por fora devido a sua entrada na atmosfera terrestre. Também estão expostos no Museu o primeiro jato americano, o Airacomet Bell XP-59A, além do Bell X-1, o primeiro avião a romper a barreira mítica do “som”. E o avião mais rápido que o homem já produziu até hoje, o North American X-15.

E entre vários objetos em destaque, existe também alguns mísseis balísticos e toda sua evolução desde as Bombas V-1 e V-2 alemãs, aos mais modernos mísseis teleguiados como o Tomahawk usados pelos Estados Unidos na Guerra do Iraque. E pude entrar dentro do  Skylab, o maior componente de uma estação espacial que não foi utilizada no espaço, pois o programa Skylab foi cancelado já que o esforço passou a se concentrar no desenvolvimento dos ônibus espaciais. Foi muito interessante entrar nessa estação espacial e ver como os astronautas tem que viver em espaços tão apertados. Foram tantas coisas interessantes que vi nesse Museu, que levaria horas escrevendo sobre tudo o que vi. Então vou parar por aqui.

Interior do Museu Aeroespacial.
Módulo Lunar.
Aviões antigos.
Módulo de comando da Apollo 11.
Interior do Museu.
Foguetes.
Hélice de madeira do avião dos Irmãos Wright.
Roupa de astronauta.
Aviões.
Equipamento lunar.

Casa Petersen

Após levar o tiro quase fatal em sua cabeça, Licoln foi atendido por um médico ainda no Teatro Ford. Como o ferimento era grave, o médico achou melhor levar Lincoln até a Casa Petersen, uma hospedaria que ficava do outro lado da rua, em frente ao Teatro Ford. Lincoln foi levado para um quarto na parte traseira dos salões e colocado em uma cama que não era longa o suficiente para ele. Durante a noite e de manhã cedo, guardas militares patrulhavam fora da casa para evitar que curiosos entrassem. Apenas um grupo de funcionários do governo e médicos foi autorizado a entrar e visitar o Presidente inconsciente. Apesar do esforço dos médicos, Lincoln morreu dentro de casa em 15 de abril de 1865, às 07h22, aos 56 anos.

Desde 1933 a Casa Petersen funciona como um Museu Histórico e seu interior foi decorado para ficar igual era no dia da morte de Abraham Lincoln.

Casa Petersen.
Quarto onde Lincoln morreu.
Quarto em que Lincoln morreu.
Interior da Casa Petersen.

Teatro Ford (Ford’s Theatre)

Teatro Ford (Ford’s Theatre) era utilizado como casa de espetáculos desde 1860. E foi nele que em 14 de abril de 1865 o presidente norte americano Abraham Lincoln sofreu um atentado onde foi baleado e veio a falecer no dia seguinte. Lincoln estava com sua esposa em um camarote do teatro, assistindo a peça “Nosso Primo Americano” quando o famoso ator teatral John Wilkes Booth entrou no camarote presidencial e desferiu um tiro na cabeça de Lincoln. Fazia apenas cinco dias que o exército confederado tinha se rendido, colocando fim a Guerra Civil. John Wilkes Booth era um sulista apaixonado pela causa dos confederados e que não se conformava com a derrota para os nortistas. Após atirar em Lincoln, ele saltou para o palco do teatro e gritou “sic semper tyrannis” e fugiu pela parte de trás do teatro. Alguns dias depois ele foi morto por um soldado durante um cerco que buscava capturá-lo vivo.

Após o assassinato de Lincoln, o Governo dos Estados Unidos apropriou-se do teatro, com o Congresso pagando aos donos cem mil dólares. Foi então emitida uma ordem proibindo a sua utilização para sempre como um lugar de diversão pública. Entre 1866 e 1887, o teatro foi tomado pelos militares dos EUA e serviu como escritório do Departamento de Guerra. Em junho de 1893, parte do prédio desabou, matando 22 funcionários e ferindo outros 68. Isto levou algumas pessoas a acreditar que  o local era amaldiçoado. O edifício foi então reparado e usado como um armazém do governo até 1931.

O local ficou abandonado durante muito anos até que em 1964 foi iniciada uma restauração que terminou em 1968, quando o teatro foi reinaugurado. Ele foi reformado novamente na década de 2000, sendo reinagurado outra vez em fevereiro de 2009. O teatro foi reconstituído internamente igual era quando do atentado que vitimou Lincoln. Até mesmo o camarote presidencial é igual como na época do atentado. Muitas pessoas que visitam o teatro atualmente, acreditam que tudo lá dentro é original, pois não sabem das reformas pelas quais o teatro passou. Na verdade somente as paredes do teatro são originais, o interior é igual era em 1865, mas nele não existe nada original daquela época.

Eu sou contra esse tipo de reconstituição. Prefiro que monumentos históricos sejam preservados ao maximo igual eram quando foram construídos ou quando algum fato importante neles aconteceu. Isso de reconstituir um local como ele era originalmente não me agrada, pois quebra todo o encanto e “espírito” do local. Para mim isso parece mais uma enganação e o pior é que tem muita gente que visita o local e saí dali acreditando que tudo é igual como era antes, não percebe ou não se informa sobre a reconstituição feita no lugar.

Teatro Ford.
Interior reconstituído do teatro.
Balcão presidencial reconstituído.
Interior reconstituído do teatro.

+ Washington

Na primeira e única manhã em Washington, a chuva desapareceu e fez um calorzinho gostoso, que até aproveitei para sair a rua de bermuda. Mas logo após o almoço o tempo virou, nublou, esfriou e me dei mal, passei frio o resto do dia. Eu tinha até o final da tarde para visitar a cidade, e muitos locais que queria ver. Então o jeito foi sair cedo do hotel e dar prioridade aos pontos que mais me interessavam.

O hotel onde fiquei hospedado ficava em Pentagon City, um bairro próximo ao Pentágono e onde residem muitos militares. Desci na estação de metrô do Pentágono, mas não deu para ver muita coisa, pois tudo é isolado e proibido de tirar fotos. E após o 11 de setembro de 2011 quando um dos aviões dos atentados organizados por Bin Laden foi lançado contra o Pentágono, a rigidez na segurança ficou ainda maior. E nessa rápida visita lembrei do Wagão, meu irmão, que ano retrasado esteve visitando o local e tirou algumas fotos. Daí um militar foi até ele e para não ter a câmera aprendida teve que excluir rapidamente todas as fotos sob o olhar atento do militar. Mesmo sendo rápida e incompleta, acabou valendo a pena a visita ao Pentágono, dado a sua importância.

Outros locais que visitei em Washington vou citar em postagens específicas. E só vou comentar o maior desapontamento nessa visita, que foi encontrar em reformas e sem água, o espelho d’agua que fica entre o Obelisco e o Memorial de Lincoln e que ficou imortalizado em dezenas de filmes. Como esquecer o Tom Hanks correndo dentro desse espelho d’agua no filme Forrest Gump (um dos meus filmes favoritos). Não ter visto o espelho d’agua é um motivo para me fazer voltar um dia a Washington… rs!

Entre o Capitólio e o Obelisco, existem muitos museus, um ao lado do outro e dos dois lado de uma praça enorme e comprida. Devido ao tempo escasso, tive que escolher somente dois museus para visitar, e escolhi o Museu Aeroespacial e o Museu de História Americana. No Museu de História Natural apenas passei em frente e deixei para conhecer o seu similar em Nova York. Esses museus de Washington já apareceram em muitos filmes e tiveram um destaque especial no filme “Uma Noite No Museu II”.

Na sacada do Hotel/Motel.
Próximo ao Pentágono.
Na praça cercada de museus, com o Capitólio ao fundo.
Rua do centro de Washington.
Passando frio no centro de Washington.

Washington

De Miami segui direto a Washington para ficar somente um dia na cidade e conhecer alguns monumentos e museus que há tempos eu queria conhecer. O vôo entre Miami e Washington foi meio turbulento no início em razão da tempestade tropical em Miami, mas depois de meia hora tudo acalmou. O chato foi ficar uma hora parado na pista do aeroporto Reagan em Washington, por culpa do grande tráfego de aeronaves. A cidade possui dois grandes aeroportos e o Reagan é o menor e que fica mais próximo ao centro da cidade.

Fui de metrô até o hotel (na verdade motel) que era próximo e em seguida fui dar uma volta pelo centro da cidade e alguns de seus pontos turísticos. Estava caindo uma chuva fraca e o centro estava deserto. Foi meio assustador caminhar por alguns locais, pois não se via ninguém e era bem escuro. Se fosse no Brasil ou em outros lugares, com certeza eu não faria um passeio a pé por lugares tão escuros e desertos. Mas Washington por ser a capital e centro de poder dos Estados Unidos é uma cidade bastante segura e com câmeras espalhadas por toda parte. Andei um pouco pelo trecho que vai do Capitólio (Congresso) até o Obelisco e depois fui em direção ao centro propriamente dito. Acabei encontrando o Teatro Ford, que foi o local onde Lincoln sofreu o atentado que tirou sua vida em 1865. Do outro lado da rua, em frente ao teatro, fica a Casa Petersen, que funcionava como hospedaria e para onde Lincoln foi levado ferido após sofrer o atentado no Teatro Ford. Foi nessa hospedaria que Lincoln faleceu no dia seguinte ao atentado. O teatro e a hospedaria são as únicas construções da época do atentado que estão preservadas. As demais construções das redondezas são bem mais modernas. Sou um apaixonado por história e Lincoln é um dos personagens históricos que sempre me despertou grande interesse e cuja biografia estudei mais atentamente. Então estar nesses locais que marcam o último dia de vida de Lincoln e sobre os quais ouvi falar tantas vezes em livros, acabou fazendo valer a pena minha caminhada noturna sob chuva.

O que estranhei muito nesse passeio noturno foi a falta de pessoas nas ruas e de não encontrar nada aberto onde eu pudesse jantar. Nem mesmo um carrinho de cachorro quente encontrei. Logo tive que voltar ao hotel, pois o metrô fecha cedo. E no hotel a única coisa que tinha para comer eram salgadinhos da Elma Chips. Então o jeito foi me contentar em jantar dois saquinhos de salgadinhos e logo cair na cama, pois o dia seguinte seria bastante corrido já que teria pouco tempo para conhecer muitos lugares.

Bela e assustadora estação de Metrô.
Visitando o Obelisco a noite.
Teatro Ford.
Casa Petersen.