Falecimento do Professor Jader

Faleceu hoje meu professor de Estudos Sociais da quinta série, no Colégio Estadual de Campo Mourão. Ele foi meu professor em 1982. O professor Jader Libório de Ávila era bem rigoroso e, certa vez, me deixou de castigo atrás da porta — pois, naquela época, ainda se podia aplicar certos castigos para disciplinar os alunos. Eu gostava muito de suas aulas, pois Estudos Sociais unia duas disciplinas que aprecio até hoje: Geografia e História. Gostava das aulas, das histórias e de quando ele falava sobre os lugares que conhecia.

Foi numa manhã preguiçosa, em abril de 1982, que pela primeira vez ouvi falar em Machu Picchu. Eu era um garoto meio tímido, cheio de sonhos, que adorava viajar de caminhão com meu pai. Na aula do professor Jader, ele mandou abrir o livro de Estudos Sociais em um determinado capítulo, e foi ali que vi, pela primeira vez, uma foto da cidade perdida dos incas — a lendária Machu Picchu. A foto mostrava a montanha de Huayna Picchu envolta por nuvens. Aquilo me chamou a atenção e, milagrosamente, fiquei calado durante toda a aula, prestando atenção em tudo o que o professor dizia, nos detalhes que contava sobre Machu Picchu, cidade que ele já havia visitado. No final da aula, disse a mim mesmo que um dia conheceria aquele lugar. Naquela época, eu mal sabia onde ficava o Peru, mas ao sair da aula tive uma certeza: um dia pisaria na cidade perdida dos incas.

Anos depois, mais precisamente em 2011, estive em Machu Picchu pela primeira vez. Quando lá coloquei os pés, lembrei-me da aula do professor Jader falando sobre a cidade perdida dos incas. Em 2012, voltei a Machu Picchu e, dessa vez, consegui conhecer Huayna Picchu — adorei o lugar. Gostei mais de Huayna Picchu do que da própria Machu Picchu.

Vá em paz, professor Jader. O senhor honrou sua profissão e deixou bons exemplos para muitos de seus alunos — assim como deixou para mim.

Professor Jader Libório de Ávila – 1936/2025.