A exemplo do que faço há alguns anos, venho falar brevemente sobre os filmes concorrentes ao Oscar de Melhor Filme. Esse ano por culpa da Covid-19, a cerimônia de entrega do Oscar não aconteceu em fevereiro, como é tradição. Ela foi atrasada em dois meses e acontecerá no final de abril.
Pela primeira vez não vi no cinema nenhum dos concorrentes a melhor filme. Historicamente a maioria dos concorrentes não são exibidos em minha cidade. E dessa vez, para piorar as coisas alguns filmes concorrentes nem foram lançados no Brasil e tem filme que será lançado somente após a entrega do Oscar.
Três dos oito concorrentes a melhor filme, já estão disponíveis em plataformas de streaming há alguns meses. É o caso de Mank e de Os 7 de Chicago, que estão na Netflix. E o Som do Silêncio, que está no Amazon Prime. Os outros cinco filmes, para conseguir assistir tive que recorrer a meios escusos, os quais prefiro não mencionar.
Nesses anos todos que faço a postagem sobre os concorrentes a melhor filme, nunca o meu preferido venceu. Não sou nenhum especialista em cinema, vejo filmes desde criança por pura paixão. Então não ligo se o filme que mais gostei ganhou o Oscar ou não. O que vale é ver os filmes, falar sobre eles e torcer.
Esse ano acredito que o vencedor será Mank, que é justamente o filme que menos gostei entre os oito concorrentes. Os filmes vencedores são escolhidos por cerca de 8 mil membros da Academia de Cinema de Hollywood. E o pessoal da Academia costuma escolher filmes que falam sobre Hollywood, sua história, seus personagens marcantes. E Mank tem todos esses ingredientes que agradam a maioria dos membros da Academia. E ainda por cima foi gravado em preto e branco. Ou seja, é o tipo de filme feito para vencer o Oscar, independente de ser bom, de ter ido bem na bilheteria ou ter agradado aos consumidores comuns de filmes. Mank é chato, dá sono, mas acho que vai ganhar.
Os filmes concorrentes, na ordem de minha preferência e torcida:
1° – Minari
O filme se passa nos anos 1980 e conta a história de uma família de imigrantes coreanos que passa a viver numa área rural do Estado do Arkansas. O filme mostra a dificuldade de adaptação ao novo ambiente e idioma, onde para melhorar de vida é preciso arriscar sem ter certeza que as coisas vão dar certo.
Gostei de Minari, que apesar de ter muita coisa falada no idioma coreano é um filme totalmente produzido nos Estados Unidos. Ele não pode concorrer ao Globo de Ouro, pois diferente do Oscar, não aceita concorrentes que não sejam cem por cento falados na língua inglesa. A história do filme é baseada em eventos reais e gostei muito da família coreana, que apesar das dificuldades tenta se unir.
PS: Os fãs da série The Walking Dead, vão poder matar saudades de Steven Yeun, que fazia o personagem Glenn. Em Minari ele é o personagem principal, um típico pai de família coreano.
2° – Nomadland
Após uma cidade na zona rural de Nevada, nos Estados Unidos, praticamente falir após o fechamento de um grande indústria, uma mulher na faixa dos 60 anos passa a morar em sua van. Ela meio que não aceita ter que deixar o lugar onde morava. Passa então a viver para a estrada, vivendo e trabalhando um pouco em cada lugar como uma nômade moderna.
Por muito pouco Nomadland não foi minha escolha como filme favorito. O que me desagradou no filme é que algumas passagens são um pouco monótonas. Ao mesmo tempo o filme despertou a parte nômade que existe em mim. Quem sabe daqui alguns anos eu siga o mesmo rumo que a personagem do filme, mas por motivos diferentes.
3° – Os 7 de Chicago
Baseado em uma história real, o filme conta sobre as manifestações contra a guerra do Vietnã que interrompeu o congresso do partido Democrata em 1968, nos Estados Unidos. Existiram muitos confrontos entre os participantes do congresso e a polícia. E meio como bodes expiatórios, 16 pessoas foram indiciadas como culpadas pelos confrontos. Boa parte do filme se passa dentro de um Tribunal, mostrando o julgamento dos indiciados.
Bom filme, ótimos atores, histórias real e interessante. Os fatos narrados no filme tem um link com os fatos narrados em Judas e o Messias Negro, então sugiro que vejam os dois filmes.
4° – Judas e o Messias Negro
Baseado em uma história real, o filme conta sobre a ascensão e queda de Fred Hampton, um ativista dos direitos dos negros e líder do partido dos Panteras Negras. Ele atrai a atenção do FBI, que infiltra William O’Neal nos Panteras Negras, causando o assassinato de Hampton.
Filme bem caracterizado nos anos 1960, conta sobre fatos importantes da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Aconselho a assistir antes Os 7 de Chicago, pois os fatos (reais) contados no filme, são mencionados em Judas e o Messias Negro. Filme bom, bem feito, bons atores, te prende a atenção.
5° – Bela Vingança
Uma mulher que carrega alguns traumas do passado, passa a frequentar bares a procura de homens mal-intencionados. Ela se aproxima desses predadores sexuais para aprontar com eles e de alguma forma aplacar sua sede de vingança.
Filme interessante, que começa meio chato mas logo prende a atenção. E o final me surpreendeu de forma positiva. E gostei de rever Alison Brie, que é coadjuvante no filme. Gosto dela e não a via desde a última temporada da encerrada série Glow.
6° – Meu Pai
Meu Pai é a adaptação de uma peça teatral. O filme fala sobre temas como velhice, paternidade e deveres familiares. O personagem principal do filme começa a sofrer do Mal de Alzheimer, e num processo típico de quem é acometido pela velhice, ele se torna vítima de um sistema frio disfarçado de companhia. Muito boas as intepretações de Anthony Hopkins e Olivia Colman, dois de meus atores favoritos, que fazem os papéis de pai e filha no filme.
Apesar de muitos pontos positivos e de gostar dos atores principais, não gostei do filme. A história é interessante, mas achei um pouco confusa em alguns momentos. Simplesmente é um filme que não me agradou.
7° – O Som do Silêncio
Um baterista jovem começa a ficar surdo. Desesperado ele busca tratamento para sua doença e com isso precisa ficar afastado da namorada que tanto ama. O medo de perder de vez a audição e sua namorada, trazem muita tensão e angústia para sua vida.
A premissa do filme é interessante, mas não gostei muito da forma como a história é contada.
8° – Mank
Baseado numa história real, o filme conta a história do roteirista Herman J. Mankiewicz e da obra-prima de Orson Welles, o filme Cidadão Kane (1941). Acontece uma batalha entre Mankiewicz e Orson Welles pelo crédito do script do famoso filme.
Filme chato, que dá sono. Mas deve ganhar o Oscar de melhor filme, pois traz todos os ingredientes que agradam os membros (e votantes no Oscar) da Academiade Cinema de Hollywood. E foi o filme que teve maior número de indicações esse ano, sendo indicado em 10 categorias.