E no fim acabei não visitando um dos pontos turísticos que eu queria conhecer em Buenos Aires, que é o Cemitério de La Recoleta. Gosto de visitar cemitérios antigos, onde existe arte tumular (esculturas, projetos arquitetônicos em jazigos e etc) e personagens famosos e históricos. Eu dei bobeira e só fui lembrar de ir no cemitério na ultima noite que estávamos em Buenos Aires. Fui olhar no site do cemitério e descobri que o mesmo abria todos os dias ás 8 horas, então daria tempo de fazer uma visita rápida a caminho do aeroporto. O problema foi que no dia seguinte, uma segunda-feira, ao chegar no cemitério descobri que o mesmo estava fechado, que a informação do site estava incorreta. A famosa entrada principal está sendo restaurada, daí dei uma volta no quarteirão e encontrei as demais entradas todas fechadas. Então o jeito foi engolir a decepção e seguir rumo ao aeroporto.
O Cemitério de La Recoleta é um caso a parte, pois além da arte tumular que ele possui e dos personagens famosos que lá estão sepultados (Eva Perón e alguns ex-presidentes argentinos, entre outros) o inusitado desse cemitério é que os caixões não são sepultados ou ficam fechados dentro dos jazigos. Os caixões ficam a vista, alguns em prateleiras. Em alguns túmulos de famílias mais tradicionais e antigas, os caixões chegam a ficar um em cima do outro em razão de muitos mortos para um mesmo jazigo. Ao mesmo tempo que é curioso também é assustador tal costume. Os corpos são embalsamados antes de serem sepultados e dessa forma ficam dezenas de anos os caixões a mostra nos jazigos.
História: O Cemitério de La Recoleta é o mais antigo e aristocrático da Cidade. Em seus quase seis hectares estão sepultados heróis da Independência, presidentes da República, militares, cientistas e artistas. Entre eles, Eva Perón, Adolfo Bioy Casares e Facundo Quiroga. Os sepulcros e mausoléus foram obras, em muitos casos, de importantes arquitetos. Mais de 70 mausoléus foram declarados como Monumentos Históricos Nacionais. Está localizado em terras concedidas por Juan de Garay a Rodrigo Ortiz de Zárate, que fazia parte de sua expedição colonizadora. Depois foi instalado nesse lugar um convento de freis recoletos. Inaugurado em 1822, em terras que até então eram dos monges recoletos, o da Recoleta é o primeiro cemitério público da cidade. Tem 54 hectares. Até então, os mortos eram enterrados nas igrejas ou nas terras sob sua administração, os chamados campos santos. Os caixões chamam a atenção. Em vez de enterrados, são guardados sobre a terra, empilhados uns sobre os outros, dentro de mausoléus. Vidros e vitrais são colocados especialmente para que se possa vê-los. Macabro, para quem não está acostumado. O cemitério da Recoleta, no rico bairro de mesmo nome, é o mais famoso e destino obrigatório para quem está de passeio por Buenos Aires. No charmoso e ostentoso cemitério, cheio de esculturas e mármores, sepultamentos e mausoléus se misturam a passeios dos portenhos e visitas guiadas de turistas. Uma curiosa junção de morte, praça e museu. Costume raro para muitos povos, mas que é rotina na capital argentina e atrai cada vez mais turistas em busca das belezas e histórias que há por trás dos sepulcros da cidade.
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