Série Vaga-Lume 50 anos

Hoje a Série Vaga-Lume, da Editora Atica, está completando 50 anos. Sou um dos milhões de leitores que começou a gostar de livros a partir da Série Vaga-Lume. No início de 1983 estava entediado numa manhã chuvosa sem tem o que fazer, quando me deparei com o livro Menino de Asas, que minha irmã estava lendo para um trabalho do colégio. Peguei o livro e comecei a ler as primeiras páginas e acabei gostando. Tive que parar a leitura na metade do livro, pois precisava me arrumar para ir ao colégio, pois na época estudava a sexta série no período da tarde. Naquele dia não via a hora de voltar para casa e terminar a leitura do Menino de Asas. Após terminar o livro, vi na contra capa que existiam outros livros na coleção e perguntei para minha irmã como conseguir mais desses livros. Ela me falou para ir na Biblioteca Pública (onde nunca tinha ido até então) fazer uma carteirinha, que daí me emprestavam os livros sem nenhum custo. E fui o que fiz no dia seguinte! Em pouco tempo li todos os livros da Série Vaga-Lume que existiam na biblioteca e passei a ler outros livros também. Graças a Série Vaga-Lume eu tinha adquirido o gosto pela leitura de livros. Já lia gibis antes mesmo de aprender a ler. E tal gosto pela leitura permanece até hoje, apesar de atualmente ler bem menos do que gostaria.

Ao todo a Série Vaga-Lume tem 106 livros publicados, sendo o último em 2021 (Os Marcianos, de Luiz Antônio Aguiar). Não li todos os 106 livros da Série. Devo ter lido algo em torno de 80 livros. Com o passar dos anos fui me interessando por outros tipos de leitura e deixei os livros juvenis da Vaga-Lume de lado. Mas tal série será inesquecível, pois foi ela que me fez entrar para valer no belo mundo dos livros e da leitura. E meu autor favorito da série era o global Marcos Rey, com seus livros de mistério.

O primeiro Vaga-Lume que li.
Alguns livros da Série Vaga-Lume.

Oscar 2023

Mais um ano estou escrevendo sobre os concorrentes ao Oscar de melhor filme e dando meus palpites. Até agora o meu favorito nunca venceu, o que me leva a acreditar que o pessoal da Academia de Cinema de Hollywood não entende nada de cinema… kkk

Depois que aumentaram a quantidade de filmes que concorrem ao Oscar de melhor filme, ficou mais difícil conseguir assistir a todos os concorrentes antes da cerimônia de entrega do Oscar. E esse ano são nada menos do que dez concorrentes. Minha maior dificuldade é morar numa cidade do interior do Paraná, onde no cinema só passam filmes que dão grande retorno de bilheteria. E os concorrentes a melhor filme, a maioria não são filmes que costumam dar grande bilheteria. Dos dez concorrentes, assisti a três no cinema, um na Netflix, um na Amazon Prime Vídeo e os demais tive que utilizar meios escusos para conseguir assistir. Se não utilizasse meios escusos para assistir aos filmes, não conseguiria ver os dez filmes antes da cerimônia do Oscar. E sem assistir aos dez filmes, não tinha razão de estar escrevendo essa postagem.

Esse ano não tenho a mínima ideia de qual filme vai vencer. Se fosse apostar em um filme, apostaria em Tudo no Mesmo Lugar ao Mesmo Tempo. Esse filme recebeu muitas críticas positivas e parece ser o favorito dos votantes da Academia de Cinema de Hollywood. Particularmente achei tal filme uma porcaria!

Minha torcida vai para Top Gun: Maverick. Gostei muito do filme, assisti junto com meu irmão no cinema. Tal continuação após 36 anos do filme original, foi um grande presente aos fãs do primeiro filme. O primeiro filme assisti no cinema quanto tinha 16 anos e foi um filme marcante para mim naquela época. Por tudo isso é que minha torcida vai para Top Gun Maverick, que acho que não tem nenhuma chance de vencer como melhor filme.

 

Os filmes concorrentes, na ordem de minha preferência e torcida:

1° – Top Gun: Maverick

Após mais de 30 anos de serviço como um dos principais aviadores da Marinha dos Estados Unidos, Pete “Maverick” Mitchell  volta para ensinar novos pilotos da academia Top Gun. No mundo contemporâneo das guerras tecnológicas, Maverick enfrenta drones e prova que o fator humano e a experiência ainda são essenciais.

Ver tal filme foi para mim uma sessão de nostalgia. E na falta de opções melhores, ele fica como primeiro em minha lista, mas tenho certeza de que não vai ganhar.

 

2° – Elvis

O filme conta sobre a vida de Elvis Presley, desde sua ascensão até o estrelato. E mostra sua relação muitas vezes conturbada com seu empresário, Tom Parker, por mais de 20 anos.

O filme é legal, principalmente para quem gosta de Elvis Presley, o que é meu caso.

 

3° – Nada de Novo no Front

Um adolescente é convocado para lutar na linha de frente da Primeira Guerra Mundial. O jovem começa seu serviço militar de forma idealista e entusiasmada, mas logo é confrontado pela dura realidade do combate.

Achei um filme interessante e gostoso de assistir.

 

4° – Os Fabelmans

Um jovem se apaixona por filmes e começa a fazer seus próprios filmes em casa.

Achei um filme mais ou menos, mas que vale a pena assistir.

 

 

5° – Os Banshees de Inisherin

Numa quase deserta ilha irlandesa, dois amigos de longa data se encontram num impasse quando um deles resolve desfazer a amizade.

O filme fica monótono em algumas partes, mas vale a pena ver a confusa história entre os amigos.

 

6° – Avatar O Caminho da Água

O filme é uma continuação do primeiro filme, que foi muito premiado e campeão de bilheteria. Fora isso, essa continuação parece mais que foi feita apenas para angariar alguns milhões de dólares de bilheteria.

Achei um filme mediano, que fica abaixo do primeiro filme, o que é algo comum em continuações.

 

7° – Entre Mulheres

Um grupo de mulheres que vive numa colônia rural isolada, se une para decidir que rumo devem tomar após cansarem das agressões e exploração por parte da maioria dos homens do lugar.

O filme traz uma mensagem interessante e deve ser adorado por boa parte das feministas. Mas me deu sono…

 

 

8° – Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

Uma ruptura interdimensional bagunça a realidade e uma inesperada heroína precisa usar seus novos poderes para lutar contra os perigos do multiverso.

O filme é meio louco, foge totalmente do tipo de filme de que gosto. Mas parece que será o vencedor…

 

9° – Tár

Uma famosa maestrina lidera o caminho na indústria da música clássica dominada por homens.
O filme me deu sono e nada mais!

 

10° – Triângulo da Tristeza

Um navio de cruzeiro para mega ricos afunda e eles tem que conviver em uma ilha deserta.

Achei o filme sem graça, sem um roteiro muito definido.

 

A física e o amor

O Efeito de Ressonância Eletro-paramagnético (Efeito ERP), um mecanismo da física, foi matematicamente teorizado pelo físico John Stewart Bell em 1964 e, mais tarde, comprovado pelo físico John Clauser em uma experiência de laboratório na qual fótons subatômicos foram expostos à mesma polarização e depois disparados em direções opostas. Clauser, auxiliado por Stuart Freedman, descobriu que após dois fótons polarizados serem separados, eles ainda respondiam ao mesmo estímulo. Em outras palavras, quando um era estimulado, o outro, embora a uma certa
distância, também respondia. Uma vez exposto, os dois fótons relacionados não podiam mais ser considerados objetos separados, mas de alguma forma mantinham um vínculo misterioso. Alguns
físicos teorizaram que após compartilharem uma polarização comum, independente do quanto duas partículas possam estar distantes uma da outra, ou de quanto tempo passe, elas continuarão
a compartilhar a mesma polarização e algo em comum uma com a outra, mesmo talvez pela eternidade e pelo infinito.

Podemos comparar esse experimento com um casal que se separou por qualquer motivo. Se eles se gostavam, se amavam, a partir do momento da separação vão continuar ligados um ao outro de alguma forma, querendo eles ou não. Então o movimento que um deles faz, vai afetar e até mesmo gerar um movimento da outra parte do casal (no caso, ex-casal). Se após o final da relação existir mágoas, ressentimentos, sofrimento, mas um poquinho de amor ainda restar, mais o vinculo entre o casal, mesmo que distantes e sem se falarem, vai existir.

A física tenta explicar a vida e até mesmo o amor, o qual não se explica muito, apenas você sente, você vive ele. O amor é algo que muitos passam a vida toda querendo encontrar. E outros encontram e por algum motivo obcuro que foge de sua vontade, deixam ir embora. E tem também aqueles que por orgulho ou falta de diálogo, de perdão, de tentar um novo recomeço, de dar uma nova chance para o parceiro fazer tudo diferente, acabam deixando o amor ir embora e talvez nunca mais encontrarão um amor tão bom, tão pleno e verdadeiro quanto o último amor que viveram.

Escrevendo sobre esse assunto, me lembrei de um filme de 1994, estrelado por Meg Ryan. No filme ela é sobrinha do gênio da física, Albert Einstein, que tenta descobrir uma maneira de fazer sua sobrinha se apaixonar por um rapaz. Ou seja, Einstein tenta descobrir a “Fórmula do Amor”. Como estámos na semana do Oscar, fica a dica de um filme gostosinho de assitir.

A Teoria do Amor (1994).

A Baleia

Não costumo comentar muito aqui no blog sobre os filmes que vejo, pois vejo muitos filmes e séries. Só posto quando o filme me toca de alguma forma. E esse é o caso do filme A Baleia, que acabei de assistir no cinema. O ator principal é Brendan Fraser, que volta a ser destaque após anos de ostracismo causado por problemas pessoais e de saúde. Sempre gostei dos filmes dele e acompanho sua carreira desde o início, sendo que vi o primeiro filme com ele no distante ano de 1993.

Já fazia algum tempo que estava esperando o filme estrear em minha cidade e hoje, um sábado chuvoso, fui sozinho a noite ao cinema. E escolhi sentar bem na frente, numa poltrona bem no meio, onde não tinha ninguém sentado nas filas da frente, ou nas poltronas da minha fileira. Essa é a maneira como mais gosto de ver filmes no cinema, como se eu estivesse sozinho na sala de projeção. E entrei tão de cabeça no filme, que teve uma hora que eu não sabia se o barulho de chuva vinha do filme ou do lado de fora, onde também chovia. Foi interação total com a projeção.

Agora  falando um pouco sobre o filme, A Baleia fala sobre a última semana de vida de um homem que “desistiu de viver” descontando suas frustações e tristeza, na comida, se tornando morbidamente obeso. Parte do seu problema teve início ao perder o seu grande amor e ficou pior ao perder contato com sua filha. Acho que cada pessoa que assistir ao filme, pode entender a história de formas diferentes, pode tirar lições diferentes do que ver na tela. Eu entendi que o filme fala sobre a crença na bondade humana, que ele trata de triunfos e tragédias humanas, de perdas, de frustações, de fracasso e principalmente de esperança (dizem que ela é a última a morrer!). A narrativa do filme me fez ver que se um cara igual ao personagem principal, que está ferrado e nos seus últimos dias de vida, mesmo assim consegue ter esperança, então eu também consigo ter esperança de que dia melhores virão e que talvez eu ainda consiga conquistar o que tanto quero.

Saindo do cinema fiquei um longo tempo dentro do carro no estacionamento. Fiquei lembrando de algumas partes do filme e de algumas frases. De alguma forma A Baleia me ajudou, me deu coragem de seguir em frente. No filme o personagem principal se recusa a ir para o hospital se tratar, mesmo sabendo que está morrendo. Eu nos últimos meses vinha sofrendo de um grande problema de ansiedade. E mesmo tendo ciência de que isso estava me atrapalhando, de que eu estava fazendo e falando coisas que não deveria, que estava tomando atitudes sem pensar direito, que tratei mal e magoei algumas pessoas, não queria ir me tratar. Me achava forte o suficiente e que a qualquer momento ia ficar bom. O pior é que já cometi esse mesmo erro num passado não muito distante, quando tive depressão e achei que poderia sair sozinho do fundo do poço e me afundei cada vez mais até descobrir que o fundo do poço possui vários andares de subsolo. Se no filme o personagem principal tem pessoas que tentam ajudá-lo, mas não conseguem, aqui na vida real tive pessoas que conseguiram me ajudar. Ainda essa semana ouvi conselhos de um amigo e depois numa longa conversa com meu irmão, ele me convenceu a buscar ajuda médica e assim fiz. Agora estou bem, com os pés no chão e a cabeça no lugar novamente. Amanhã começo a fazer a lista de pessoas com as quais preciso me desculpar nas próximas semanas, sendo que um amigo em especial merece desculpas especiais, pois ele tentou me ajudar da forma errada e fui bem ríspido com ele. E uma outra pessoa merece desculpas em dobro, pois andei chateando ela demais nos dois últimos meses, de uma forma totalmente equivocada. O equivoco não foi no que eu queria dizer, mas sim na forma e no momento que tentei falar o que gostaria. O único problema é que não sei se tal pessoa vai aceitar minhas desculpas.

Eu que sempre fui de ver muitos filmes, pois desde criança sou apaixonado por cinema, muitas vezes vi a história do filme se confundir com minha vida, com o momento pelo qual estou passando quando assisto ao filme. E hoje não foi diferente, hoje o filme me mostrou que existe opções, que existe esperança, que onde existe amor existe cura interior e no meu caso uma vontade grande de seguir em frente, de me desculpar e recuperar algumas coisas que perdi. Ao menos vou tentar!

Charles, personagem principal do filme A Baleia.
Brendan Fraser nos filmes: George o Rei da Floresta (1997) e A Baleia (2022).