Caminhada da Lua – Apucarana/Pr

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Sábado á tarde eu estava meio injuriado, triste e sem vontade de fazer nada. Fui ler meus emails e então vi um convite que tinham me enviado sobre uma caminhada noturna na cidade de Apucarana, distante 180 km de onde eu estava. Pensei um pouco, olhei no relógio e vi que faltavam duas horas para a saída da caminhada. Então arrumei minhas coisas correndo e peguei a estrada. Chegar em Apucarana foi o mais fácil, a estrada estava tranqüila e o dia bonito. O problema era encontrar o tal Parque da Redenção, local da caminhada. Parei bem no centro da cidade, desci do carro e saí caminhando e perguntando as pessoas sobre o tal parque. Não demorou muito e um cidadão me deu umas informações úteis, ao menos fiquei sabendo pra que lado ficava o parque. Faltavam apenas cinco minutos para o horário de partida da caminhada, mas como estamos no Brasil sei que poucas coisas realmente acontecem no horário marcado. Rodei mais uma hora e pedi informações pra muitas pessoas pelo caminho. Teve um cara que foi cômico, ele estava meio cozido na cachaça e falava pra eu virar a esquerda e mostrava para o lado direito da rua. Se eu fosse depender das informações dele, estaria até agora lá em Apucarana perdido. Sei que já estava escurecendo quando encontrei o tal parque, após quase uma hora rodando meio sem rumo. E como eu previa a caminhada ainda não tinha começado, estavam atrasados, terminando de fazer o aquecimento. Fiz minha inscrição rapidamente, troquei de roupa e consegui alcançar o pessoal que já estava pegando a estrada. Encontrei alguns amigos de caminhadas anteriores: Pierin, de Cambé; Miralva, Terezinha e Rosangela de Maringá. O Pierin me esperou trocar de roupa e fomos caminhar juntos.

O Parque da Redenção é um lugar muito bonito, cheio de esculturas enormes retratando imagens bíblicas, tipo Santa Ceia e Via Crucis. A noite estava bonita, com um lua cheia linda e o céu sem nuvens. Era possível caminhar em muitos trechos sem a utilização de lanterna, somente com o clarão da lua. Caminhei o tempo todo ao lado do Pierin, seguimos num bom ritmo e ultrapassamos muitas pessoas. Muitas vezes paramos pra tirar fotos e também íamos conversando com algumas pessoas, caminhando ao lado delas por alguns minutos. O percurso de 10 km não era dos piores, teve somente uma subida puxada. Além de caminhar por estradas, também percorremos trilhas no meio de uma plantação de milho e outra no meio da mata, seguindo um fio de nylon. Isso me fez lembrar os tempos de Exército, quando fazíamos patrulha a noite no meio do mato sem lanterna, seguindo um fio de pesca. Nesse trecho da mata o Pierin caiu um tombo e pra sorte dele estava com minha câmera em mãos no momento, pois senão eu teria conseguido tirar boas fotos do tombo. No meio do caminho teve uma parada para café, num sitio onde se planta café. O cheiro estava muito bom, mas como não gosto de café nem cheguei a provar pra ver o sabor também estava bom.

Após quase três horas de caminhada chegamos novamente ao Parque da Redenção. A janta estava pronta e eu faminto. Não me fiz de rogado e enchi o prato, com direito a repeteco. O momento infeliz da janta foi queimar a boca com uma batata quente, cozida. Eu não conseguia engolir a batata, não conseguia tomar refrigerante pra amenizar a dor e fiquei com vergonha de cuspir tudo, pois tinha muita gente em volta. Foi cômico, mas triste, minha boca ainda dói. Tinha musica e antes de ir embora ainda dancei um pouquinho com a Miralva. O Pierin me convidou pra dormir na casa dele, em Cambé, uma cidade distante 36 km dali. Achei o convite atrativo, pois estava cansado, estava tarde e seria bem melhor viajar 36 km até Cambé, do que quase 200 km pra voltar pra casa. Então nos despedimos do pessoal e fui seguindo o carro do Pierin até chegar em sua casa. Essa Caminhada da Lua foi minha primeira caminhada noturna e gostei da experiência. O desgaste é menor do que caminhar sob o sol e como sou admirador de noites de lua cheia, a caminhada foi muito legal.

Parque da Redenção.
Noite de lua cheia.
Caminhando na mata e no milharal.
Parada para o café.
Fim da caminhada e janta.

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