Ontem apresentei, junto com a Monique — minha colega de faculdade e de trabalho —, o projeto de estágio do curso de História. A banca foi formada por alguns professores e assistida por vários alunos. Como fizemos o estágio no mesmo colégio (o colégio onde trabalho), acabamos apresentando juntos. Eu falei sobre a parte histórica do colégio, e a Monique sobre a parte pedagógica. A princípio, seriam 20 ou 30 minutos de apresentação, mas no fim foram 1h15 de exposição.
Escolhemos como professor da banca o Prof. Décio, considerado o mais exigente do curso. Acho que fomos os únicos a escolhê-lo, já que os demais alunos optaram por professores mais “light”. Particularmente, gosto muito do Prof. Décio e tinha confiança de que, junto com a Monique — como já havia acontecido no ano passado —, nosso projeto de estágio seria muito bom. Por isso queria que fosse testado da melhor forma possível e pelo avaliador mais rigoroso. No fim, valeu a pena: apesar de ele ter feito uma pergunta difícil, que tivemos certa dificuldade em responder, ao final nos deu discretamente um sorriso e um “ok”, o que significou que nos saímos bem.
Saí da faculdade às 23h20 e, no estacionamento, só havia meu carro parado lá no fundão. Para piorar, eu estava sem comer nada desde o almoço, com dor de cabeça e o pé machucado latejando. Mesmo assim, me sentia feliz e realizado, pois finalmente concluí a faculdade. Depois de ter iniciado três cursos, cheguei ao fim de um. Não foi fácil: foram anos de luta e sacrifício, finais de semana e madrugadas “perdidas” estudando, muitas horas de raiva em congestionamentos e um bom dinheiro investido. Mas, naquele momento em que caminhei mancando até o carro, tudo isso ficou para trás, e só existia em mim uma sensação de missão cumprida. Olhei para o céu e agradeci a Deus por ter me dado forças, principalmente nos momentos mais difíceis, quando pensei em desistir.
Fui para casa fazendo uma retrospectiva mental dos momentos bons e ruins da faculdade. No caminho, parei no Habib’s para comprar esfirras, pois a fome era enorme. Cheguei em casa após a meia-noite, tomei um banho rápido e me sentei na cama para comer. Depois disso, não lembro de mais nada: acordei de madrugada sentado na cama, morrendo de frio (a temperatura chegou a 9 graus), com a TV ligada, a luz acesa e um gosto de esfirra na boca.