Caminhada na Natureza em Rosário do Ivaí

Após a noite mal dormida o jeito foi levantar acampamento e ir tomar café. Fomos até o salão paroquial, onde estava sendo servido o café da manhã para os caminhantes. No cardápio muito suco de uva e uvas. Notei que tinha bem menos caminhantes do que ano passado. Acredito que por ser próximo ao Natal, muita gente já está de férias e viajando, talvez por isso que o número de caminhantes era muito inferior ao de outras caminhadas de que participei.

Após o café iniciamos a caminhada. Os demais caminhantes já tinham partido, e seguimos tranquilamente, pois nosso objetivo nunca é ser os primeiros a chegar, pois não estamos participando de uma corrida. Seguimos sempre em nosso ritmo próprio, conversando, curtindo a paisagem e fazendo paradas sempre que existe necessidade de descanso, ou então para observar e curtir melhor determinado local. Esse ano inverteram o trajeto, que foi o contrário do trajeto do ano passado. Achei tal idéia inteligente, pois para quem já tinha feito antes tal trajeto, dessa vez parecia estar fazendo um trajeto totalmente novo. É incrível como passar por um mesmo lugar, mas em sentido contrário muda tudo, é como caminhar em um outro lugar.

O sol estava muito quente e isso judiou um pouquinho de nós. Fisicamente estou muito bem, e a caminhada foi como um passeio no parque para mim. Nos últimos dias tenho treinado entre duas e três horas diariamente, fazendo caminhadas, correndo, andando de bike, fazendo aulas de RPM e musculação. Então meu preparo físico está muito bom e não senti nenhum cansaço durante a caminhada. Somente o sol quente é que judiou um pouco. Pelo caminho vez ou outra passávamos ou éramos passados por um grupo de Pitanga. Após tantos encontros durante a caminhada, chegou um momento e que começamos a caminhar um trecho junto com o pessoal de Pitanga e a conversar com as garotas do grupo. É legal esse tipo de intercâmbio que ocorre durante as caminhadas e onde sempre nasce alguma amizade.

Fizemos algumas curtas paradas para descanso e também nos postos de controle durante o trajeto. Nesses locais sempre tinha água gelada, o que era uma benção. Num dos pontos de parada, teve um rapaz que exerce um cargo na Prefeitura local, e cujo nome não lembro, que ao saber que não tínhamos dormindo por culpa do barulho, disse que ano que vem ele faz questão que vamos dormir na casa dele, pois lá não tem barulho. Esse é um dos momentos bons das caminhadas, conhecer pessoas que mesmo sem nos conhecer direito, nos convida para almoçar, jantar, dormir em suas casas. E quanto mais interior, melhor e mais sincera é acolhida.

Durante a caminhada passamos por muitas plantações de uva e dava para ver o pessoal trabalhando na colheita. Em alguns sítios por onde passamos, eram visíveis no quintal caixas e mais caixas de uvas colhidas. O cheiro de uva no ar era delicioso. Quase no final da caminhada passamos por um rio e como fazia muito calor e não tínhamos tomado banho na noite anterior e estávamos com poeira no corpo todo, descemos à ponte e fomos nos banhar no rio. Entrar na água fria após caminhar muitos quilômetros sob sol quente é algo prazeroso e relaxante. Após um tempo no rio, o jeito foi voltar à estrada e percorrer o último quilômetro da caminhada, que terminou no parque de exposições, onde estava sendo servido o almoço.

Almoçamos, conversamos um pouco com a Ivaldete, que é da Emater e uma das organizadoras das Caminhadas na Natureza no Paraná. Já a conhecíamos de outras caminhadas e ela sempre nos trata muito bem, tem sido muito atenciosa e nos dá dicas de locais para acampar. A Vanessa se inscreveu num concurso de quem mais comia uva, que aconteceria mais no final da tarde. Enquanto esperávamos o horário do concurso, fomos procurar um local para descansar. Encontramos um gramado ao lado de uma rua empoeirada, próximo ao campo de futebol e foi ali mesmo que deitamos para descansar. Eu estava com tanto sono, que logo dormi. Mesmo deitado sobre algumas pedras e com barulho em volta, dormi tão profundamente que cheguei a sonhar. Já dormi em lugares bem piores, então aquele gramado naquele momento parecia à cama de um hotel cinco estrelas.

Eram quatro horas quando voltamos ao parque de exposições. A Vanessa ocupou seu lugar em frente a um prato cheio de uvas. Eram quinze participantes do concurso de comedor de uva e ganhava quem comesse tudo em menos tempo. E só podia deixar os cachos das uvas no prato, o restante tinha que comer tudo. A Vanessa tinha tomado café da manhã e comido bastante no almoço, então sabíamos que as chances dela ganhar eram quase nulas. Mas como ela é “comilona” de repente podia ser a zebra do concurso. Foi divertido ver o pessoal comendo uvas desesperadamente, motivados pelo prêmio em dinheiro. A Vanessa não fez feio, comeu cinco cachos e ficou em penúltimo lugar. Ela vai treinar durante o ano e na próxima irá lutar bravamente pelo título de maior comedora de uva de Rosário do Ivaí. Os dois primeiros colocados eram de Campo Mourão, mas não conhecia nenhum deles.

Quase no final da tarde pegamos a estrada de volta para casa. Estávamos todos muito cansados, mas felizes, pois o final de semana foi muito movimentado e divertido. Na viagem tive que me esforçar para não dormir ao volante. Quando passamos por Lunardelli, fizemos uma parada para descanso e para beber algo gelado. Daí aproveitamos para conhecer a Capela de Santa Rita, que é famosa na região por ser milagreira. Não demoramos muito e voltamos à estrada. Mesmo cansados, o pessoal estava animado e conseguia fazer uma ou outra graça. E todos já estão pensando no próximo ano, nas próximas caminhadas e acampamentos. Uma pena que a Karina está mudando de cidade e não fará mais parte de nossa turminha de caminhantes. Então para finalizar, desejo em nome de todos uma boa viagem e muita felicidade a Karina nessa nova fase de sua vida.

Café da manhã com muita uva.
Bela paisagem no início da caminhada.
Shudy, Valter, Karina, Vanessa e Vander.
Momento de descanso e água gelada.
Caminhando sob sol forte.
Colheita da uva.
Banho de rio.
Olha o "peixinho"!!
Hora do almoço.
ZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...
Vanessa no concurso de comer uva.
Os competidores gulosos.
Levando uvas para casa.

Festa da Uva, Show de Gilberto & Gilmar, e Acampamento em Rosário do Ivaí

No sábado fui para o último acampamento e caminhada do ano. Saí de Campo Mourão com a Vanessa e a Karina. A bagagem das duas praticamente ocupou todo o espaço do porta malas do carro. Em Engenheiro Beltrão encontramos o Valter e o Shudy, que tinham vindo de Maringá. Nos “amontoamos” os cinco no carro e seguimos em direção a Rosário do Ivaí. Ano passado estive na caminhada de Rosário, mas como fui de ônibus com o grupo do Jair, de Maringá, e dormi durante toda a viagem tanto na ida quanto na volta, eu não sabia direito parte do caminho. Então antes de sair de casa desenhei um mapa num papel e coloquei no bolso. Quando na estrada tirei o mapa do bolso, a Vanessa teve a idéia de colar o mapa com um chiclete no pára-brisa, e deu o nome de “GPS de pobre”. A partir daí a zoação correu solta e isso fez a viagem passar mais rápida e ser mais agradável. Rosário é o local mais distante onde já fui fazer caminhada, pois fica a 220 km de casa. E a cidade é meio que no “fim da linha”, pois tem a estrada asfaltada que acaba em Rosário e depois não tem mais nada, somente pequenas estradas de terra. A região é bonita, fica no meio de alguns morros. Quase no final da viagem passamos por um descida interminável, com uma vista linda, onde a Vanessa aproveitou para gravar um fiminho da paisagem e de nossa bagunça no carro.

Quando chegamos a Rosário já estava começando a escurecer. Paramos na entrada da cidade, onde existe a imagem de uma santa e de um imenso rosário de cimento estendido em um gramado. Tiramos algumas fotos ali, o Valter fez xixi no poste ao lado da praça e seguimos até o centro da cidade. Demos uma volta para descobrir um local onde poderíamos jantar e fomos até o parque de exposições. Andamos pelo parque, verificamos o horário do rodeio e do show sertanejo que aconteceria ali e voltamos para o centro. Paramos numa lanchonete e jantamos pizza. Ali aproveitamos para gravar um vídeo em comemoração ao aniversário da Marilene, que dessa vez não pôde ir conosco. A comemoração teve direito a vela (só não queiram saber de onde veio a vela) e parabéns para você, mas em vez de bolo a vela foi em cima da pizza. Depois comemos e ficamos papeando. Vale mencionar que a Vanessa cobriu todas as fatias de pizza que comeu, com maionese e Ketchup numa quantidade exagerada, como nunca vi alguém fazer. Achei que o dono da lanchonete ia cobrar o vidro de Ketchup, pois ela comeu quase um vidro inteiro.

Voltamos para o parque de exposições e demos uma volta por lá. Faz algum tempo que não chove em Rosário, e a poeira no local era de dar medo. Algo que nos chamou atenção ali foi que quase todos trajavam camisa xadrez e bota. Nosso grupinho destoava dos demais presentes, pois alguns usavam tênis e bermuda. Não demorou muito e começou o show com a dupla Gilberto & Gilmar. Assisti um show deles em 1987, em Campo Mourão. Conhecia quase todas as músicas que a dupla cantou no show, principalmente as mais antigas. Logo muita gente começou a dançar durante o show e subia tanta poeira, que em algumas fotos que tiramos é possível ver a poeira no ar. Como o show estava ficando animado, aproveitei para dançar um pouco também. Após o show, andamos um pouco pelo local e fomos procurar um lugar para acampar.

Montamos nosso acampamento em um campo de futebol, próximo ao parque de exposições. Já eram quase duas da manhã e o barulho e movimento de pessoas no local era grande, sinal de que teríamos um noite complicada para dormir. Não tinha onde tomar banho, e por estar me sentindo mal com tanta poeira no corpo, acabei me lavando numa torneira próxima. Depois fui para a barraca e tentei dormir, mas com tanto barulho próximo, levei um tempão para pegar no sono. Quando finalmente dormi, não demorou muito e fui acordado pela Vanessa, puxando meu pé. Ela queria a chave do carro, pois estava mal do estômago e queria pegar um remédio. Na hora lembrei que o motivo do mal estar só podia ser o monte de Ketchup que ela comeu. Tentei voltar a dormir, mais foi impossível. Além do som alto em muitos carros estacionados próximos, vez ou outra alguém soltava fogos de artifício.

Era quase cinco da manhã e eu tentando dormir, daí ouvi uns ruídos estranhos e fui olhar fora da barraca. Numa arquibancada perto, três caras e uma guria, todos bêbados, estavam organizando um tipo de orgia. Não demorou muito e dois dos caras correram pelados pelo campo de futebol. Voltei a tentar dormir e quando estava quase pegando no sono, ouvi gritos de Quero Quero. Dessa vez não teve galo me acordando como de costume, mas teve Quero Quero! Demorou um pouco e quando estava novamente pegando no sono, três cachorros começaram a correr pelo meio das barracas, brincando. Depois disso não lembro de mais nada, só sei que dormi com o dia amanhecendo. Devo ter dormindo cerca de uma hora e meia e acordei, pois com o sol aquecendo a barraca, era impossível ficar ali dentro. Eram quase oito da manhã, não tinha dormido nada, mas mesmo assim levantei animado para desmontar acampamento e ver o que o domingo nos reservava.

Entrada de Rosário do Ivaí.
Na arena do rodeio.
Vanessa e o ônibus de Gilberto & Gilmar.
Jantando pizza.
Show de Gilberto & Gilmar.
Público vendo o show, e a poeira aparecendo na foto.
Nossa turminha vendo o show.
Vanessa e Vander dançando.
Amanhecer no acampamento.