Monte Everest

Muito triste o terremoto que ocorreu no Nepal essa semana. Não conheço o Nepal, mas sei muito sobre o país e sua cultura. E tal conhecimento adquiri em anos lendo sobre escaladas ao Everest, a montanha mais alta do mundo. Consta em minha lista de desejos, uma visita ao Nepal, até o acampamento base do Everest, que é o local onde as expedições que seguem até o Everest se reúnem e dali os montanhistas partem para os acampamentos superiores na montanha, até o cume.

Durante o terremoto fiquei preocupado com a Ana Wanke, que é de Curitiba e estava guiando um grupo de brasileiros próximo a Katmandu, cidade que foi fortemente atingida pelo terremoto. Conheci a Ana Wanke em 2013, quando estive no Pico Paraná. Ela era a guia do grupo em que eu estava. Felizmente ela e seu grupo não sofreram nenhum dano e logo estarão de volta ao Brasil, assustados, mas bem…

O Monte Everest com seus 8.848 metros de altitude é a montanha mais alta da Terra. Está localizado na Cordilheira do Himalaia, entre a China (Tibete) e o Nepal. O Everest foi assim chamado por Sir Andrew Scott Waugh, o governador-geral da Índia colonial britânica, em homenagem a seu predecessor, Sir George Everest. Radhanath Sikdar, um matemático e topógrafo indiano de Bengala, foi o primeiro a identificar o Everest como a montanha mais alta do globo, de acordo com seus cálculos trigonométricos em 1852. Os indianos pensam que o pico deveria ser chamado Sikdar, e não Everest.

O monte Everest tem duas rotas principais de ascensão, pelo cume sudeste no Nepal e pelo cume nordeste no Tibete, além de mais 13 outras rotas menos utilizadas. Das duas rotas principais, a sudeste é a tecnicamente mais fácil e a mais frequentemente utilizada. Esta foi a rota utilizada por Edmund Hillary e Tenzing Norgay em 1953. Contudo, a escolha por esta rota foi mais por questões políticas do que por planejamento de percurso, quando a fronteira do Tibete foi fechada aos estrangeiros em 1949.

A maioria das escaladas tentando atingir o cume do Everest, são realizadas entre abril e maio, antes do período das chuvas. Ainda que algumas vezes sejam feitas tentativas de escalada em setembro e outubro, o acúmulo de neve causado fora do período entre abril e maio, torna a escalada muito mais difícil e perigosa, pois o risco de avalanches aumenta.

Desde 1921, diversas tentativas de escalada tentando atingir o cume do Everest foram feitas. Em 8 de junho de 1924, George Mallory e Andrew Irvine, ambos britânicos, fizeram uma tentativa de ascensão da qual jamais retornaram. Não se sabe se atingiram o pico e morreram na descida, ou se não chegaram até ele, já que o corpo de Mallory, encontrado em 1999, estava com objetos pessoais, mas sem a foto da esposa, que ele prometera deixar no pico. Também não foi encontrada a máquina fotográfica que carregavam e que podia ter fotos do cume, provando que tinham atingido o cume e morrido na descida. Como não foi possível provar que Mallory e Irvine atingiram o cume em 1924, fica sendo considerado como sendo Hillary e Norgay, em 1953, os primeiros a atingirem o cume, pois eles trouxeram fotos que comprovaram tal feito.

Em 16 de maio de 1975, Junko Tabei,  tornou-se a primeira mulher a alcançar o topo do Everest. A primeira ascensão sem oxigênio foi feita por Reinhold Messner e Peter Habeler, em 1978. Em 1980 Reinhold Messner realizou a primeira ascensão solitária até o cume do Everest.

Os primeiros brasileiros a atingirem o cume do Everest, foram Waldemar Niclevicz e Mozart Catão, em maio de 1995. Eles atingiram o cume juntos. Ambos escalaram utilizando oxigênio suplementar (bujão de oxigênio). O primeiro brasileiro a escalar o Everest sem ajuda de oxigênio suplementar, foi Vitor Negrete, em 2006. Mas infelizmente ele faleceu na descida, por culpa de um edema. Ele ficou sepultado no acampamento três do Everest, a 8.300 metros de altura.

O Everest também é conhecido como A Montanha da Morte, devido à enorme quantidade de montanhistas que morreram tentando atingir o seu cume. Calcula-se entre 150 e 200 mortos. Muitos montanhistas atingiram o cume e morreram na descida. Tal fato acontece devido ao grande esforço físico gasto na subida, e ao descer o montanhista está tão desgastado fisicamente que não tem forças para descer e acaba morrendo por diversos motivos. Outro motivo para o elevado número de mortes de montanhistas na descida é a rápida mudança do tempo, que muitas vezes acaba ocorrendo quando o montanhista está descendo.

Acima de 8.000 metros de altitude é praticamente impossível socorrer algum montanhista que esteja tendo problemas. Então é normal um montanhista passar por alguém que esteja morrendo e deixar o moribundo lá, pois se ele tentar resgatar quem está tendo problemas, pode vir a morrer também. Também é complicado resgatar os corpos daqueles que morrem no alto da montanha. Por essa razão existem dezenas de corpos congelados na montanha, num verdadeiro cemitério a céu aberto.

Confesso que um dos meus sonhos é chegar ao cume do Everest. Mas infelizmente não tenho os cerca de oitenta mil dólares para bancar tal expedição. Então me contento em ler tudo o que encontro sobre escaladas ao Everest. Sei que muitos vão perguntar a razão de alguém querer arriscar a vida para chegar ao topo de um montanha perigosa como o Everest e logo em seguida descer dela. Infelizmente não tenho tal resposta! É algo inexplicável! Talvez seja a vontade de chegar com suas próprias pernas o mais próximo do céu e de Deus, pois o Everest é o ponto mais alto da Terra.

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Andrew Irvine e George Mallory.
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Tenzing Norgay e Edmund Hillary.
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Waldemar Niclevicz e Mozart Catão. (Imagem: Extremos Online)
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Montanhista morto no Everest.
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O corpo de George Mallory, encontrado no Everest em 1999.