ARMAZÉM SANTA ANA

Ontem após o trabalho fomos em uma turminha no “Armazém Santa Ana”, comemorar o aniversário da Tati, do setor de informática. Mesmo cansado em uma semana stressante, acabei indo prestigiar o Happy Hour. Primeiro porque a Tati é uma das boas amigas que tenho no Medianeira. E o segundo motivo é que faz tempo que quero conhecer esse lugar, em razão de sua história. O mais interessante é que o armazém não fica longe de casa e sempre passo em frente, mas nunca tinha dado certo de ir lá conhecer. Nos próximos dias publico algumas fotos do aniversário da Tati. Logo abaixo segue um pouco da história do Armazém Santa Ana.

O Armazém Santa Ana tem 70 anos de história, e é o mais antigo de Curitiba ainda em funcionamento. Quando foi criado por Paulo Szpak, um ucraniano que veio ao Brasil em 1929,  o local, no distante bairro do Uberaba, era ponto de descanso de tropeiros. Hoje, é ponto de parada de um público que busca uma boa cerveja. Antes de abrir o armazém na casa de madeira típica, pintada de laranja, Paulo trabalhou num areial, em obras de estradas e como sapateiro.
O casarão que vendia secos e molhados, com telhado alto e varanda, também oferecia querosene e grãos a granel. Pedro, o herdeiro, ampliou a gama de produtos, introduzindo a venda de ferramentas, baldes, pregos, lampiões, panelas, e utensílios de ferro e metal, mas também ampliou os de itens de secos e molhados.
Com a terceira geração à frente dos negócios, os filhos Ana e Fábio acompanham o sinal dos tempos, deixando de lado as ferragens, destinando a varanda para ponto de encontro de amigos. Junto aos secos e molhados e ferramentas, passaram a vender salames, queijos, broas caseiras, embutidos, compotas de frutas produzidas artesanalmente, vinhos, cerveja caseira e afins.
Os quitutes preparados na casa são atração à parte para quem gosta de deixar para trás o rebuliço urbano e seguir pela avenida cheia de meandros que leva ao sudeste da cidade, margeando ainda pequenas propriedades agrícolas e bucólicas paisagens com muito verde, mas que aos poucos dão lugar ao progresso e à especulação imobiliária.
No armazém o tempo quase parou sobre a mesa coberta com oleado floral e ladeada pelo banco comprido onde os amigos reúnem em torno de tira-gosto tirado da barrica, do legítimo fernet. No endereço, que em 1934 ganhou alvará como “taverna de segunda classe no Umbará”, enquanto se degusta salame, chouriço, queijo caseiro ou rollmops, o estômago, agradece a brasileiríssima feijoada, ou então ao típico barreado paranaense.
Como os Szpack são de origem ucraniana, não pode também faltar pierog, que é o pastel eslavo de massa cozida. Entre uma e outra garfada, um olhar sobre o imenso balcão de madeira onde, ao lado da variedade de alimentos à venda, martelos, rastelos, pás e vassouras de piaçava disputam espaço e contam um pouco da história do bairro surgido no século 18.
Como opção tradicional de boteco, tem ainda a carne de onça, – carne moída de primeira, servida crua com bastante tempero verde sobre uma fatia de broa de centeio. Para acompanhar, um bom elenco de até 12 variedades de cervejas servidas na temperatura correta, bem gelada. E, para acompanhar, até 30 tipos de cachaça produzidas de forma artesanal e que fazem a festa dos boêmios que têm no armazém o último reduto de uma Curitiba com jeito ainda de cidade do interior onde os colonos vem trazer produtos para a feira.

FONTE: http://www.armazemsantaana.com.br/empresa.html

Armazém Santa Ana.
Armazém Santa Ana.
Gravura do Armazém Santa Ana.
Gravura do Armazém Santa Ana.

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